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14 janeiro 2012

Nostalgia dos meus 7 anos - Ace of Base

Quando eu tinha uns 7 anos eu ainda morava em Capoeiras, na rua Thiago da Fonseca, sabia escrever meu nome, soltar pipa, sabia a escalação do time do Botafogo todo, sabia o placar de medalhas das Olimpíadas de Atlanta (1992) e tinha uma irmã 6 anos mais velha que só escutava poperô – ou Eurodance como é chamada.

Todo mundo na rua era mais velho que eu, sem exceção, então eu meio que era a sombra da minha irmã por um tempo. Ela escutava muito Ace of Base, muito mesmo, escrevia o nome da banda em tudo quanto era lugar e vandalizou um guarda-roupa que sobreviveu por muito tempo com corretivo e estilete e o nome da banda e outras. Eu lembro disso perfeitamente. Da música tuntuntuntiz que era o tempo todo, de não entender parcialmente o inglês, mas saber que no LP tinha a tradução.

O LP era esse aí – Happy Nation de 1992 – srsly business entrou no Guinness Book como um dos LP’s mais vendidos na história fonográfica e fazia parte da rotina lá de casa, mesmo que eu não prestasse atenção naquela época – eu preferia prestar mais atenção em Ursinhos Gummy e Tv Colosso tá?

Então resgatando a Discografia vinda na última viagem a casa de minha irmã, lembrei de cada coisa anexada ao grupo sueco que agora posso afirmar que tenho memórias de infância incluindo meus 7 anos, Ace of Base era uma delas. Acho que a primeira música ouvida foi Happy Nation mesmo e a Jovem Pan era craque em colocar a música trocentas vezes para tocar até a exaustão, All that she wants que cantei a letra sem saber naaaaaada do que se tratava por pura força do memoramento infantil, Wheel of Fortune – que eu nem lembrava que existia, mas olha só!

A minha favorita é Beautiful Life pela letrinha chimfrim, mas que eu cantava muito bem aos 7 anos para alguém que mal sabia falar português direito xDDD





Uma das poucas coisas que recordo dos 7 anos era dos vídeos da banda que minha irmã gravava da casa da amiga dela – nossa vizinha – como Cruel Summer e The Sign – e a tiazinha loira da banda, chamada Linn, não gostava de ficar no primeiro plano. Esquisito isso. Depois fui ler que ela tinha pavor de câmeras e de se expor, fugia até de concertos ao vivo lolololol. Senti uma certa conexão com a situação xDDD

A lembrança que mais ficou foi a de uma noite ter pego o LP na mão e ler a tradução das músicas no encarte e ser impossível de identificar algumas letras – oláááá? Eu não sabia ler frases complexas naquela época – e minha irmã pegar o encarte da minha mão e desenhar uma rosa vermelha bem bordada no canto da página. E depois ela saiu pra dançar. Acho que essa era a motivação da Eurodance, o dançar em discoteca (New Time que ESTÁ lá em Santo Amaro do Imperatriz em SC conforme informações), o se perder na pista até se cansar.

A minha irmã acha um pouco ridículo isso agora, de ter sido tão empolgada quanto a isso, mas acho que realmente isso era como um cano de escape para muitas coisas, ela era 6 anos mais velha e tinha muita coisa para se preocupar. Já eu só observava uma inquieta e dançante irmã de quase 14 anos desenhando rosas em encartes de bandas suecas. Eu não entendia o fangirling dela na época, mas como a vida nos ensina, eu teia que passar por isso alguma vez para poder compreender a filosofia de tudo.

Só sei que era fofo, e que lembrar disso me fez um bem pra caramba esses dias. Eu gosto de dizer que é tudo culpa dela (Minha irmã) sobre meu gosto musical desordenado, ela tem uma parcela enorme de influência direta com as bandas que escuto agora.

Ah! Além de Ace of Base que me lembro e do dia em que estávamos jogando futebol um pouco mais acima da rua – a rua Thiago da Fonseca tem uma ladeira incrível de se subir a pé e se descer de bicicleta (Eu e meu queixo com 21 pontos aos 8 anos agradecem o rememoramento da curvatura da rua dita) – e um carro passar bem em cima do pé de um colega de time nosso. Ele era ruivo, muito alegre, falava pacas e era primo de um de meus melhores amigos daquela época – Leandro que já casou e teve filhos – e o carro passou em cima do pé dele porque ele ficou perto do meio fio e não em cima da calçada e a gente só entrou em pânico quando ele falou o que tinha acontecido com a cara mais natural do mundo.

Eu lembro nitidamente de perguntar: “Se ficar roxo a gente corre com ele pra casa?!“, mas o pé dele não ficou arroxeado imediatamente, mas quebrou muita coisa lá dentro no processo demorado de esmagamento de pé rápido e certeiro.

Eu gostava da Thiago da Fonseca. Continuo a sonhar com lá direto, de subir a rua pra ir pra Avenida da Escola, de descer correndo com os meninos – Igor, Leandro, Marcelinho e Tiago – ou de bicicleta sem freio. De observar o mundo andar devagar por cima do muro baixo da minha casa que meu cachorro Murphy – um pastor alemão capa preta maior que eu naquela época (Ele devia ter uns 1,50m) – se recusava a pular para fora. Ele sempre foi comportadinho assim. E lembro de brincar de Lego no gramado da frente e morrer de tédio esperando a hora da escola chegar e não poder sair de casa após ter tomado banho e colocado o uniforme do Edith Gama Ramos. A escola ainda tá lá. Eu a vi na última vez que fui lá e lembrei do quanto era feliz do modo mais idiota possível. Feliz por ir a escola para comer bolinho recheado e biscoito frito da Tony (Que não sei se ainda está lá), de estar sempre correndo atrás da minha irmã e dando susto nela quando me escondia na volta pra casa, de tomar óleo de fígado de bacalhau original e não chiar, de dormir com meus bonequinhos de Comandos em Ação do lado da cama e os de Lego debaixo do travesseiro e de ser livre mentalmente por não ter consciência de nada ainda.

Meu Eru amado! Eu ainda me lembro dos meus 7 anos!! Palmas para minha regressão individual!!

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