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14 janeiro 2012

Riese: The Kingdom Falling - SyFy

[originalmente postado em 26/03/11 16:04]

A Websérie agora televisionada pela SyFy Channel foi na minha opinião como um projeto piloto do que pode ser uma ótima série sci-fi/steampunk. Os reviews do povo do IMDB não ajudam muito em manter o otimismo em continuar a ver caso se houver uma 2ª temporada, mas vamos ao que interessa: Os malditos 9 minutos.



Riese: Kingdom Falling conta com o enredo típico de conto de fadas – mas com o trágico ruleiando o tempo todo – uma princesa sem família, vagando pelo um Reino decadente usurpado de sua família por sua tia (Era a tia mesmo? É tão novinha!) Amara, agora Imperatriz Amara. Riese – a princesa abandonada – viveu como indigente por muitos anos desde sua infância, sobrevivendo nas florestas e pequenos vilarejos do Reino sem ninguém saber se ela estava viva. Ou pelo menos era o que ela imaginava.

Seu fiel companheiro e amigo é o lobo Fenrir, que a achou nas Florestas de Eleysia quando ela era pequena, desde então ela a protege e luta por ela quando a oportunidade aparece. O doguinho cinzento causa maisdamage do que ela, então posso garantir que Riese é uma Hunter n0ob com um pet muito overpower. Ou uma rogue que ganhou um companion.

Caçadores de recompensas costumam aparecer no caminho dela de vez em quando e aí a gente desconfia que sim, o povo lá da Capital sabe que ela está viva. Aí aparece esse ser mutante meio shinobi andróide chamado Magistrado Herrick (Isso é tão bélfico) que brota do chão em alguns episódios, fala em voz robótica, assassina metade dos figurantes da cena, faz algum gesto robótico e depois some assim como chegou. Até agora ele parece ser o vilão supremo da história, já que a Imperatriz Amara não é lá essas coisas. Ela até daria uma boa vilã, mas revelou-se mais como a menininha boba que colocaram no trono pra ocupar lugar.

Alerta de Spoiler = Isso é bem verdade lá nos últimos capítulos.




Em um momento de epifania social, Riese decide se vingar de todos que a machucaram durante esses anos, começando com as injustiças cometidas pela Seita (Siiiiiiim tem que meter a Religião no meio!!), uma congregação de politeístas estranhos de se definir, mas que se fosse transportados para o Mundo das Trevas teríamos a versão imaginada da Ascensão feita pelos Verbenna. É. Com Deusa Suprema e tudo. E rituais de sangue e lavagem cerebral em crianças para conseguirem a “iluminação” mais rápido.

Sabendo que sua missão é extensa – e não dá pra se fazer em episódios de 9 minutos – Riese vai comendo pelas beiradas e deixa muito buraco no enredo. Sua primeira parada é no Vilarejo de Helmkin onde experimentos estão sendo feitos com mulheres grávidas e seus bebês recém-nascidos sendo encaixotados vivos e enviados para algum lugar desconhecido. O Hospital foi um dos cenários mais bem feitos do seriado! Uma mistura de corredores e armazéns e galpões cheios de leitos e salinhas escondidas e obscuras e putz! O branco imaculado das paredes e dos uniformes? Esquece, o pessoal daqui tem muita fuligem nas vestimentas.

O grande problema em se desenvolver personagens carismáticos e que prendam o espectador por um bom tempo querendo saber dos mínimos detalhinhos misteriosos que possam ter no enredo é exatamente o tempo em que eles aparecem na tela. 9 minutos em cada capítulo foi brutal para um mundo tão complexo de Riese: Kingdom Falling. Muitos personagens que pareciam ser interessantes se tornaram previsíveis após alguns episódios – Trennan, o conselheiro da Rainha, a própria Rainha Amara, a coitada da Riese, até o doguinho dela Fenrir – mas não estragaram a diversão de visualizar um cenário steampunk com toques medievais.

O mapa que aparecia entre uma virada de cena e outra ajudou bastante a não perder o fio da trama, mas alguns cortes foram tão bruscos que às vezes eu parava de ver o episódio na metade, ia fazer outra coisa e voltava só depois. Era como “tá ficando bom, eba tá indo bem, whooooooa o que é isso, mas-mas-mas Riese, se esconde se… *corte de cena* QUÊÊÊ??? Nãããããããããããooooo!! *desliga o player*“. Anti-climax total e atrapalhou o andamento das coisas.

Chega uma parte em que você já está de saco cheio de voltar para Asgard (A Capital) e ver cenas do Palácio e a Imperatriz Amara – muito sem sal e deslocada – prevendo essas cenas chatas de política, intrigas e joguetes reais, eu passava sem ter medo pra frente. Fui perceber meu erro tarde demais:


Eu a vi em alguns takes e depois tive que voltar quando descobri quem era: A única atriz de Smallville que não arruinava a temporada!! Allison Mack está aqui em Riese: Kingdom Falling como a Sacerdotisa (Hmmmm) Marlise da Seita, pronta para tramar coisas cabulosas contra o Reino e sair rindo maléficamente por isso.

Ela faz seu papel bem feito e é convincente ao ponto de fazer o restante da Seita parecer ser um bando de idiotas fanáticos (Talvez eles sejam isso mesmo… Quem vai entender?!). Menos o andróide mutante com voz bizarra, ele eu sei que vai ter uma parte incrível nesse enredo todo. E a máscara foi… de tirar o fôlego. Allison Mack você salvou o seriado, obrigada, obrigada, obrigada.

Mas voltemos ao Mundo de Eleysia… Como disse antes, a falta de tempo atrapalhou a construção mais detalhada de personagens bons de se divagar. O andróide Magistrado é um deles que estou doida pra saber que raios ele se tornou aquela coisa estranha que brota do chão. A sacerdotisa ali acima também me fascina (E se ela se mostrar extremamente sádica, pérfida e cruel, gostarei mais ainda!), mas nada se compara ao pobre experimento mal sucedido Prototype Merrin.

Um dos objetivos da Seita era de “doutrinar” as crianças no caminho da Luz e Ordem e lalalala através de escolas preparatórias espalhadas pelo Reino. Bem, em Vidar eles usaram um internato de garotos para tal experimento. Dentro das salas de aula, os garotos eram presos as carteiras enquanto eram submetidos a lavagem cerebral com aparelhos ópticos. Símbolos da Seita e seus preceitos passavam pelas imagens horas a fio até a exaustão. O principio de tudo era manter os garotos em um estágio de agressividade controlada para o serviço da Seita. Um dos garotos foi usado para testar o “protótipo” de guerreiro da Seita – que tardiamente seria feito no próprio irmão mais novo da Riese, Arkin, incógnito até então. O garoto foi amordaçado, teve uma imensa placa de metal com um engenhoso sistema de respiração artificial implantado no peito – ele vivo e bem consciente enquanto faziam a cirurgia – seu rosto amordaçado a uma máscara de ferro interligada a essa placa peitoral, impossibilitando que ele gritasse ou falasse.



Os cientistas envolvidos – muuuuuuuito parecidos com certos professores por aí, hahahaha – ficaram maravilhados quando o garoto parou de gritar de dor e se comportar passivamente. E o que acontece quando você faz um experimento biológico/científico e a cobaia fica quietinha por um bom tempo? Desconfie. Elas podem estar planejando te matar cruelmente.

O que acontece depois? Merrin sai em uma matança desenfreada junto com as crianças e diziam parte da população da aldeia. Merrin se torna o líder de um grupo de garotos bestiais – as crianças souberam encenar isso bem viu? Achei por um momento que eram canibais e iam nomnomnom a Riese – que controla secretamente a aldeia de Vidar e matam qualquer um que apareça por ali – inclusive todos os habitantes e os “professores” do Internato. O carinha virou um serial killer e isso é bem interessante em se discutir.

Percebemos que a Humanidade não foi totalmente extinguida do Prototype, ele continua a viver em bando – com as outras crianças de Vidar – e até conquistou um lugar de liderança incontestável. A comunicação é feita através dos chiados cricrilantes que ele produz pelo buraquinho na traquéia do aparelho peitoral + máscara, mas há uma certa interação verbal ali. Ele se faz entender e é entendido pelos outros. Não chega a ser desumano se há convivência social e diálogo. Só a forma de viver das crianças ali que realmente perturba – podemos culpar a Religião por isso? Transformar nossas crianças em Inquisidores instantâneos em um estalar de dedos?

O modo como Merrin mata o “professor” que o fez é comovente. Eu fiquei pregada na cadeira ao pensar nas palavras não-ditas entre ele e seu “criador”. Enquanto o maldito cara balbuciava que ele estava errado, que o caminho da iluminação não era esse, o garoto chiou alguma coisa e retalhou o cara todo. Várias e várias vezes sem pestanejar. Não era comportamento selvagem de uma mente perdida, era vingança. Se fosse selvageria pura, ele teria matado Riese no primeiro momento, não ficar ali apreciando o momento de desespero do professor.

Não achei fotos que prestassem do Merrin, mas ele conquistou meu coração angst. Ele tinha uma ótima história para se desenvolver, mas infelizmente foi cortado (Literalmente) do seriado, logo não espero muito sobre isso.

Riese se vê em um duelo com o pobre garoto perturbado e o mata – e essa cena realmente me emocionou, estava torcendo para Merrin a derrubasse e mostrasse sua realidade para ela compreender o que a Seita arruinou em sua vida, mas bem… – mas isso há conseqüências na jornada da moça. Percebemos alguns momentos depois que ela sente por ter matado um garoto deturpado pelo poder de influência da Seita. Um bom motivo para continuar sua vingança? Sim, sim, um bom motivo, mas mesmo assim o final da 1ª temporada acaba com um imenso WTF? bem ali no último quadro.

Eu ficaria feliz se tivesse terminado ali em Vidar, depois do duelo. Mas não: Preferiram colocar aquela batalha ridícula entre os Rebeldes – ecos de Star Wars? – e os Caçadores de Recompensas de Magistrado Herrick.

Vamos ver se eles renovam e fazem outra temporada.
Trivia: A fonte do Logo de Riese é “Ringbearer”, a mesma usada nos posteres de Senhor dos Anéis xDDD
Trivia 2: Vamos ver se a Emilie Autmun não reclama de terem pegado a fonte dela xDDD

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