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21 julho 2012

Diablo 3 - Considerações sobre o Ato I.


Okay, eu me rendo. Me deixei levar pelas emoções ontem e passei boa parte da madrugada fungando por essa cena pro Ato II de Diablo 3.



TL;DR se você não se interessar por coisas fangirlísticas de Diablo 3, pule essa postagem. Se sim, pode até estar interessado(a) por uma confissão de adolescente gamer sobre o jogo,continue, sente-se e escute um bocadim...

Quem me apresentou o Universo Santuário foi o incrível Arkakan com o Diablo 2 para PC - joguei uma vez para Playstation e blergh! - e me senti devidamente explorada intelectualmente no jogo. #1 porque era todo em inglês, sem tradução, #2 porque mesmo nos diálogos era um bocado difícil de compreender só ouvindo. Uma tradução de fã não oficial com erros terríveis de ortografia (Não costumo reclamar, mas era hilário ler as traduções à la programas de tradução simultânea) me serviu como base para certas situações.
(Nota: A parte de Kurast Docks, ato 3? JAMAIS ENTENDEREI!)

Não sei ao certo ano, mas lembro do primo Ark ir para a escola e eu voltar tremendo canelinhas para jogar com meu Necromancer nada perfeito no Ato I no Rogue Encampment. Sim, tremer, porque minha fobia por zumbis era tanta que ouvir os mobs de low level chegando e gemendo lamuriosamente era fonte pra ter pesadelos de noite.

E era lindo, tudo lindo! Os gráficos avançados para um top de linha Pentium 4, os efeitos sonoros, a trilha? Eu só sabia colocar a trilha no último volume e deixar o restante bem baixinho para não perder a misticidade da música lúgubre de Diablo 2. Você clicava e matava! OMG! Clicava com botão contrário e saía magia! E keybinds? Gente, colocar magias e itens nas barrinhas e numerá-las e poder usar quando apertasse o tal botão/número? Isso pra mim foi a revolução...



E minha primeira experiência com pseudo MMORPG por assim dizer, já que naquela época - acho que em meados de 2002? - o Battle.net estava começando ainda, com um sistema de rede LAN para multijogador ou conexão com os servers precários lá do EUA pra jogar com mais gente. Eu continuei no solo, mas mesmo assim dava vontade de saber como era o Multiplayer, se as missões mudavam (Não!), se os drops eram bons (Eram épicos) e se o Secret Cow Level existia mesmo (There's no Secret Cow Level!

O Lore (aka história/cronologia de fatos do jogo) foi o que mais me chamou atenção. O Universo de Diablo tem uma profundidade enorme para especulação, crossovers e teorias caóticas. Tudo pode acontecer - apesar de que muitos, inclusive eu reclamam da obviedade que anda perdurando no D3 - tudo é aleatório, o que é Mal é Bem, o que é Bem, pode ser Mal e por aí vai. Não há papéis definidos ali, não há final feliz, cacetada, NÃO TEM final feliz em nenhum dos 3 jogos! É a Realidade em uma época longíqua, não importa o quanto você luta com todas as suas forças, há sempre uma força maior que fará tudo ser aleatóriamente chaotic evil, sabe? É quase como viver a vida real, mas com leis estranhas e jeitos diferentes de se morrer/matar de maneira realmente brutal.

É desesperador pensar nessa perspectiva de uma vida em vão. E sim, se vc pensar literariamente no Lore de Diablo, vai perceber claramente que a linearidade daquele jogo ali é que não importa o que você faça: de bravo guerreiro que você era, logo será um doido de pedra.

Em Diablo 1 - que tive a oportunidade de jogar anos depois de jogar o 2 e finalmente entender o meu fangirl pelo Deckard Cain - é tudo um seguimento aleatório, é entrar na Catedral e sair debulhando monstros, catando itens, ocasionalmente vendo os NPC's e sabendo um pouco mais da história. Poxa vida, era o piloto da Blizzard praticamente - tirando Warcraft 1 e 2, mas completamente diferente de Diablo - não tinha muito o que desenvolver se a coisa toda pudesse ser um fracasso.

Aí você imagina, todos se deram bem por lá, o Guerreiro, o Mago, a Arqueira, lalala, tudo é lindo e maravilhoso até alguém perder a sanidade. E aí começa Diablo 2 e temos essa história amarrada em tantas subestórias que dá um nó no cérebro só recapitular.

E sabe os detalhinhos que vemos e não damos importância? Pois é, deveríamos ter percebido! A perna de pau do garotinho Wirt encontrada em Tristam arrasada no Ato 1 de D2, o Ferreiro que era o querido ferreiro (?!) que era um dos poucos vendedores no D1. Blood Raven - primeira boss elite da primeira quest em D2 e para os fanáticos por dublagem é a mesma voz da Sylvanas Windrunner - é a Arqueira que você jogou no D1! O Sorcerer maluquete do Arcanum Sanctuary lá de Lut Gholein (Aquele que você entra através de um portal dentro do arrãm... harém do "prefeito" da cidade) é o Mago! E caçambinha esse Andarilho Misterioso tá parecido com o... o... Oh holy crabs, sério que é o guerreiro?!

Há quem diga que os demônios de Diablo fazem parte da Legião Flamejante de World of Warcraft (!!!) e aparições de itens, piadinhas internas e personagens do Santuário para o Lore de Azeroth são comuns. Como não deixar a imaginação trilhar pelos caminhos do crossover? Tudo vai se interligando e fazendo sentido. Até aquela vaca morta do lado de fora do acampamento das Rogues faz sentido.

Nesse 1º ato do Diablo 3 estou a engatinhar quanto ao Lore, perdi um bocado de coisa pela ansiedade de sair completando as fases, mas Deckard Cain me parou um bocado. Ver o bom velhinho novamente no Lore foi impactante para mim e muitos jogadores saudosos dos conselhos proféticos do Último dos Horadrimm. Como fui bem lembrada ele era um simples velho perto do poço identificando itens por um módico precinho camarada, naquela época não havia nada a se desconfiar do potencial enorme do personagem. Da tamanha sabedoria e persistência de um senhor de idade em resgatar um conhecimento oculto de sua família e repassar para os pobres mortais.

Deve ter sido por isso que caí no choro ao ver a cremação dele. Por isso tive que admitir o quanto esse Lore ainda me faz ter vontade de jogar mesmo com tanta gente desistindo... Há tanto a se explorar! Há tanto a se cogitar! Por Odin de saias, preciso voltar a escrever!
Deckard Cain significava tudo que eu já almejei em minha vida literária, o escriba com uma missão solo para a vida toda: Repassar conhecimento sem julgar ou ocultar fatos. O velho maluco que todos zombam por deter mais informações que qualquer um ali, aquele que no final mais terrível que seja, estava com razão o tempo todo.


O clima de terror até que foi amenizado com a ironia dos diálogos e infelizmente a mesmice das missões - não há o que mudar muito em entrar na caverna, sair batendo nos bichos, pegar os itens, pronto acabou - mas a carga emocional do jogo está no limite praticamente. Estamos perdendo a referência dos principais personagens que costumávamos acreditar que trariam a tão boa e buscada Paz em Santuário, Tyrael desistiu da Imortalidade e Imparcialidade, Aidan (O guerreiro de D1) era o Andarilho Misterioso, a Igreja de Zakarum indo pro saco, os Visjerei maluquetes, etc. A morte do bom velhinho me tirou um pouco o sossego (E vai ver que é por isso que estou escrevendo este post) sobre o futuro dos próximos Atos.

Não que espero que sejam ruins, mas para juntar as peças que faltam, para finalmente dar mais margens de interpretação além do costumeiro "Matei o Lorde do Terror, salvei o dia." náh! Isso nunca deveria acontecer no Universo de Diablo. Por favor que não aconteça... Minha veia fanfística agradeça!

A grande pergunta desse próximo ato é: DA ONDE ESSE CARA SURGIU?!
Sou só eu que estou achando ele encrenca? Encrenca em dobro? Olha só o elmo dele! É parecido com o do Sauron!!


Ah sim, e a Lady Annie pediu para dizer que se encontrarem a contraparte angelical da "tutora" aracnídea dela, para terem cuidado!

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