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14 março 2013

As Doutoras da Morte dos Seriados



[Texto originalmente produzido e publicado para o blog Nerdivinas no dia 13 de fevereiro de 2013. Reprodução total do conteúdo com permissão da autora]

Para quem é ligado em seriados de investigação criminal sabe do papel importante dos médicos legistas no desenrolar das tramas dos episódios. Em muitas das vezes esse profissional forense é retratado como sendo um excêntrico e desajustado do time de investigadores, mais difícil ainda é imaginar que uma mulher poderia gostar de ocupar esse tipo de cargo tão funesto. Ledo engano, caros mortais.

Vemos cada vez mais a presença de mulheres nessa área, tanto na vida real quanto sua representação em seriados de investigação policial. Muitos seriados têm em seu elenco de apoio médicas legistas, cada uma com suas particularidades e demonstrando estarem muito bem adaptadas a essa rotina mórbida no necrotério, desde a revista nos corpos e avaliação de cena de crime, assim como tratando de assuntos delicados como abuso em vítimas vivas. Tudo isso com o belo toque feminino, é claro. Vamos relembrar de algumas personalidades femininas no cargo de "Doutoras da Morte":

Dana Scully de Arquivo X
Dana Scully de Arquivo X


Um dos primeiros exemplos de legistas femininas na história dos seriados seria a agente Dana Scully de Arquivo X, fria, impenetrável, cínica e extremamente competente, a agente Scully realizava autópsias como se fosse a coisa mais trivial do mundo, enquanto seu parceiro Fox Mulder se mantinha longe da mesa de necrópsia. Poderíamos até dizer que ela foi a primeira na safra de médicas legistas em seriados (meados dos anos 90), já que o papel da agente atingiu proporções mundiais com o sucesso de Arquivo X.

Crossing Jordan convivia com os dilemas éticos e profissionais, assim como os dramas da vida normal de uma jovem médica legista. Tru Calling trouxe uma realidade sobrenatural ao ofício de Assistente de Medicina Legal, já que Tru Davies (a protagonista) não se envolvia com a autópsia dos cadáveres, mas sim com o "trabalho limpo" de catalogar, limpar, cortar as unhas e aparar os cabelos dos corpos que apareciam em seu posto de trabalho (Ocasionalmente os "pacientes" mortos pediam para que ela voltasse no tempo para salvá-los da Morte.).

Com a chegada da febre em formato CSI (investigação de cenas do crime) - e suas vertentes CSI: Las VegasMiami e Nova YorkLaw & OrderBones e outros, temos as médicas Peyton Driscoll (CSI: NY) e Alexx Woods (CSI: Miami), a doutora Elizabeth Rodgers (Law & Order SVU) comandando o necrotério e auxiliando os agentes policiais com suas marcações precisas sobre os variados crimes, a extrovertida Lanie Parish (Castle) que mantém um bom humor sarcástico enquanto dá os pareceres aos detetives.  E como não citar Camille Saroyan (Bones) e sua colega de equipe a excêntrica Dra. Temperance "Bones" Brennan?

Dra. Temperance "Bones" Brennan
Dra. Temperance "Bones" Brennan

As duas protagonistas em séries que tem chamado minha atenção são as doutoras Maura Isles (Rizzoli & Isles) e Megan Hunt (Body of Proof), que praticamente fazem o serviço tão bem feito na maca do necrotério que deixa muito investigador no chinelo.

Maura Isles de Rizzoli & Isles
Maura Isles de Rizzoli & Isles

Maura Isles de Rizzoli & Isles é uma médica legista controversa. Intitulada pelos policiais da Polícia de Boston como a "Rainha dos Mortos" desfilar com seus modelitos fashion e sempre elegantes nas cenas do crime. Conforme sua melhor amiga, a detetive Jane Rizzoli, Maura é uma "Wikipédia ambulante", citando fatos e curiosidades científicas em horas nada apropriadas, dando um teor cômico a personagem por estar alheia a situação absurdamente anormal para seus colegas de equipe. A fascinação pela Morte é uma característica que Maura mostra em todos os episódios do seriado, instigando esse paradoxo de como uma mulher tão linda e estilosa que poderia estar em qualquer Hospital sendo uma excelente cirurgiã ou líder de uma equipe prefere se deslumbrar com um cadáver esfolado. Alguns trejeitos de Maura mostram que ela tem certa semelhança com a Dra. Brennan (Bones), sendo o modo de falar no sentido literal, não entendendo muito bem o sarcasmo dos outros e mostrando interesse quase obsessivo pelos mortos a pessoas vivas.

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Já Megan Hunt de Body of Proof é a típica cirurgiã de alto escalão despojada de seu cargo por um erro médico, agora vive como uma médica legista conhecida pelo seu temperamento volúvel, teimosia e a habilidade de sempre estar certa. Apesar do passado trágico Megan Hunt se destaca na lista de médicas legistas em seriados por ser, em minha opinião, a personagem mais aproximada do que seria de uma médica legista na vida real. Ela é uma profissional exigente e direta, não se amedronta com sua chefe - também médica legista Kate Murphy - chantagista emocional com seus colegas de equipe, cidadã da classe média alta, divorciada e mãe ausente de uma adolescente em conflito. Todas as facetas da mulher independente são exploradas nesse seriado, desde o equilíbrio entre o profissional e o ético, aos momentos mais íntimos em que família, sentimentos e amores estão envolvidos. A doutora Megan Hunt demonstra uma vontade inquieta em querer estudar e investigar, isso a leva acompanhar de perto os policiais que cuidam do caso de seus pacientes com certo exagero.

Se vocês ficaram curiosos com os médicos legistas fictícios, há uma pequena lista na Wikipédia sobre alguns seriados que têm em seu elenco um profissional tão complexo como eles. Para quem tem o interesse de conhecer mais sobre essa especialização médica na vida real, eis o link para a Rede Nacional de Tanatologia do Brasil. Textos explicativos sobre a profissão, vídeos interessantes, artigos científicos para um estudo mais apurado e a dica de médicos legistas sobre a profissão estão disponíveis no site.

Lembrou de alguma médica legista que não foi citada nesse post? Deixe sua opinião nos comentários e refresque a memória de muitos com exemplos de doutoras da Morte que já passaram pelos nossos seriados favoritos.

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