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11 julho 2013

a questão da felicidade instantânea transparecendo

Depois que você vai ficando velha é que percebe nas diferenças mínimas entre um conceito e outro. Felicidade por exemplo é algo muito difícil de se distinguir devido a diversos fatores. Você pode estar feliz por motivos nobres ou não, ter feito algo de bom pra Humanidade e se sentir grato, ou feito maldade e tido sua pequena revanche contra o Destino, pode muito bem só ter acordado de bom humor e pretende se manter assim pelo resto da semana até encontrar algum motivo sério para se preocupar com alguma coisa, ou simplesmente se afundar mesmo na preocupação e na ansiedade para poder "apreciar" o momento trágico mesmo.

O grande problema é quando você é educado para seguir os grandes heróis da Grécia Antiga, esse sentimento de "felicidade" por gratuidade é mais controverso ainda, porque nada vem de graça e definitivamente sentir felicidade grátis não é algo louvável para um guerreiro/soldado/herói/lalalala. Esse dilema me pegava sempre no traseirinho por ter essa percepção estranha de Realidade em que a Felicidade mesmo está totalmente atrelada a gratuidade do serviço legal do destino na nossa vida, só não percebi isso até então.



O se sentir culpado por estar feliz é clássico principalmente se souber que há pessoas ao nosso redor que não estão felizes coisa nenhuma e pouco de nossa felicidade irá afetar efetivamente as vidas delas (Até pode prejudicar conforme o grau de intensidade da conexão discada entre mundos e afinidades. Sim pessoas são filhas da puta assim mesmo, graças a Eru!). Então se sentir culpada por estar feliz por absolutamente nada sempre foi um mote que tive que aguentar por um bom tempo. Isso e as perguntas, ficar feliz costuma acarretar dúvidas nas pessoas. "Por que você sorri por qualquer coisa?", "Por que está tão radiante?", "Como você consegue ver o lado bom das coisas se o mundo tá todo errado e você supostamente deveria consertá-lo pelo menos um pouco?", "WTF você tá bem se tá toda ferrada dentro dum poço abraçando a Samara?" (Para essa tenho resposta: A Samy precisa de Amor também) são essas perguntas bobas que costumam passar pela minha cabeça ou ser ouvidas quando a felicidade instantânea costuma aparecer de modo bem diferente da normal - a felicidade cautelosa de olhar por trás do ombro a cada 5 minutos para se certificar que não receberá uma bela panelada do Destino gritando seu nome e dizendo: "Entrega erada! É pra outro pobre coitado!".

Evito ao máximo de demonstrar qualquer coisa até para fugir das perguntas idiotas ou das marcações insensíveis em perceber que finalmente, depois de um bom tempo, consegui me livrar do fantasma do "Se não der certo, tudo vai desmoronar.", porque não vai.

Tem uma pilha de contas para pagar aqui na mesa, não sei como vou pagá-las até final do mês, mas tou feliz por tê-las comigo. Quer dizer que elas existem para validar a realidade que vivo, não? (Tecnocracia chatonilda!) Se não fossem essas contas, eu certamente não estaria aqui, correndo atrás de meus sonhos para conseguir algo que preste de minha vida que era, foi, e substancialmente não continua sendo tão vazia e sem sentido. Todo mundo chega ao ponto de exaustão, o meu já deveria ter ido há uns anos atrás, mas chegar agora foi bom e perceber que depois de alguns anos essa culpa maledeta tá dando espaço para uma felicidade boba, segura e gratuita tem me deixado mais aliviada.

Afinal de contas: o que eu tenho a perder? A minha Sanidade já foi embora no 2º semestre de 2004 mesmo.

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