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26 abril 2015

como eu conheci a Bruna

Já pegando o embalo para a primeira postagem das 20 coisas para se escrever quando estiver em um bloqueio de escrita, bora então falar de uma pessoa que que tem o mesmo nome que eu xDDD

Write about what it was like when you first met your best friend.
Escreva sobre como foi que você encontrou sua melhor amiga pela primeira vez.

Oh well...
Era 1994, tinha acabado de mudar pro vilarejo brejeiro de Betinópolis, ainda carregada com o sotaque de manézinha da Ilha, sem entender porque pessoas seguravam minha mão, me abraçavam efusivamente e me tratavam como se fosse velha amiga delas.

Foi um choque cultural beeeeeeeeeeem demorado de se acostumar.

Estudava na 4ª série, com um sistema educacional totalmente diferente e a professora era uma senhorinha chamada Vânia (Sim, a mesma Vaninha da biblioteca!) que fez o possível para que eu me mantesse calada durante o tempo de aula e não fizesse bagunça por culpa do meu ligeiro probleminha de terminar tudo antes e pentelhar os outros.

Apesar de tentar enturmar com a turminha de meninas do voleibol e handebol, acabei grudada numa criaturinha loira, alta, de rosto redondo e risada alta. Único detalhe que me era estranho: ela era crente. Saião, cabelo enorme, roupas sóbrias, nada de TV em casa, não visitava amigos, no máximo fazer trabalho na escola. Supervisão maternal o tempo todo.

A mocinha tinha o mesmo nome que o meu e como uma boa aquariana orgulhosa de seu espaço, ela odiou isso hehehehehehehehehe... A Bruna A. se tornou uma companhia constante devido a proximidade no nome da chamada e por ter gostos peculiares sobre sacanear os outros - igualmente a minha pessoa, preferíamos fazer piada sem graça e rir de paródias musicais inventadas no teclado dela e minha voz esganiçada. Éramos as palhaças da turma, literalmente.

A afeição cresceu quando soube de como era a vida dela em casa - e ela soube como era a minha - imediatamente minha mãe superprotetora a adotou como filhinha do meio e por muito tempo ela passava lá em casa sem ter estranheza em ouví-la chamar minha mãe de mãe e eu de irmã.

Eu tinha 9, ela 11. A gente se entendia como podia. Muita coisa que ela sabia, eu nem passava perto, muita coisa que eu sabia ela bicava aos poucos. Nossos temperamentos sempre foram diferentes, nossos gostos musicais meio parecidos, mas a Bruninha era totalmente o oposto do que vejo em afinidade com alguém. Essa foi a base da amizade for real e bem, ela sempre foi minha melhor amiga.

A gente brigava mais por coisas bobas externas, por gente que tentava entrar na amizade, por ela ser mais velha, por eu ser mais nova. Foi ela a primeira pessoa que percebeu que era um problema eu dormir demais (Ela me cutucava nas aulas ou simplesmente jogava alguma coisa em mim), que eu falei que era lésbica, não media palavras pra me dizer o que sentia e de vez em quando (Assim raramente) deixávamos a fachada de "okay, somos birutas" e falávamos de coisa séria como relacionamentos, medos, certezas, vontades e etc. Spice Girls, Madonna, Fatboy Slim, muito da minha playlist recheada de pop e música eletrônica veio das tardes com ela.



Em 1999 a gente ficou mais uma perto da outra por termos mudado de escola, eu a via pouco durante a semana, mas os fim-de-semana eram praticamente dentro do quarto dela vendo MTV, ouvindo funk trash nas rádios clandestinas de Betinópolis, vendo Castelo Rá-tim-bum ou alugando filmes de comédia besta. Virou um ritual básico dela ir no Dia das Mães lá em casa, ficar com a gente no Natal e no Ano Novo.

A impressão que tive quando a vi pela primeira vez?


Não saberia dizer ainda, apenas sei que nunca havia visto uma pessoa evangélica na vida - o estereótipo evangélico pentecostal, sabe? - e isso me manteve um pouco afastada dela por um tempo até ganharmos confiança o suficiente em ficarmos juntas a tarde toda, falando besteira, indo pra Biblioteca Municipal à pé (Eram 2 horas de caminhada, sem brincadeira), saber os limites de uma e outra, apoiar quando o mudno tava desabando, fazer bagunça quando o mundo tava festejando.

Oh! Ela não me agarrou literalmente como os mineiros fazem com recém-chegados, poucas vezes ela me abraçou naquele tempo, tínhamos o costume de ligar uma para a outra de tarde mesmo estando há 3 quarteirões de distância uma da outra. Já disse que éramos birutas? Okay...

Essa foi uma das últimas fotos que tirei com ela quando ainda estava lá em Minas...

Tinha gente que realmente acreditava que éramos irmãs, lol

O tempo passou, cerca de 19 anos de amizade já contabilizando e a criaturinha que passava o tempo dela comigo por pura apreciação casou... E eu perdi o casamento (isso me arrependo pra cacete >______<), o contato ficou mais espaçado, mas o feeling? Bem, continua. Ela sempre vai ser a BFF forévis. Uma das poucas em que confiei muita coisa aqui engarrafada, provavelmente vejo nós duas daqui há 20 anos com um repertório bem mais extenso de piadas infames e zoeira sem fim.

E não, aposto que ela não vai ler esse post, ohohohohohohoho.
(Teria escrito as gafes que já cometemos, mas deixa pra lá...)

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