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14 junho 2015

O lugar mais bonito que já estive

Orla do Flamengo no bairro Catete.
A postagem de hoje está atrasada 1 semana, devido aos problemas musculares (A muleta ferrou com a minha mão direita por uns dias) e pelos trabalhos, afins, da faculdade que precisaram ser feitos as pressas. Dia de 20 coisas para se escrever quando estiver em um bloqueio de escrita, bora voltar a rotina, porque a vida é assim mesmo...

Write about the most beautiful place you’ve ever seen..
Escreva sobre o lugar mais bonito que você já esteve.

Sei que ainda não estive - o lugar tem nome, tem paisagem e vai ser o meu final de carreira com certeza, mas algum dia estarei lá - mas o lugar mais bonito até então foi não um lugar, mas um estado de espírito que fez a paisagem se tornar a boniteza mais linda de toda Arda.

Sempre tive fascinação pelo Mar e vir para Florianópolis foi uma das dádivas malucas que a vida pregou para o fëar Noldor aqui dentro da minha caixa toráxica sentir eterna vontade de ir ao Mar e apreciar cada momentinho perto das ondas, mesmo quando tá frio pra cacete. O Mar é meu bad bone e também meu coração, algum dia, eu sei que vou entender por que raios me sinto tão bem perto dele.


A foto ali em cima é da orla da Praia do Flamengo na região do Catete, nada glamouroso, mas foi ali sentadinha na areia úmida da chuvinha fina, um dia após o Ano Novo de 2011 que muitas decisões foram feitas. A boniteza do local se tornou simbólica, pois apesar de não ser um dos cartões postais da cidade do Rio Janeiro, era onde eu deveria estar, na hora certa. Muita coisa mudou pra mim em 2012, passar esse tempinho no lugar onde nasci - e que esqueço às vezes que sou carioca de tanto lugar que já vivi e não ter sotaque algum ou lembrança alguma de lá - foi como uma lição de casa bem feita, com direito a repeteco.

A minha família por parte de pai é realmente uma jóia rara disfuncional de tantas coisas. Todo mundo se ama tanto e não se separa nem a pau, mesmo quando todos estão saindo no braço um com o outro. Muito desa união vem da minha avó paterna, a verdadeira matriarca que não importa o que aconteça vai lá interceder a favor de todos. Se ela tiver que dar uns puxões de orelha em alguém, seja lá quem for, ela vai. Gosto muito disso na velhinha.

Algumas descobertas foram feitas ali naquela praia, uns insights bons que deveriam estar óbvios - mas eu faltei as aulas de muitas disciplinas da vida, então aprender no supetão é comigo mesmo - e algumas apostas para o futuro que viria. Foi ali que surgiu uma ideiazinha muito estranha de fazer uma segunda graduação pra pesquisa. Foi ali que mastiguei o sonho que tive dias antes sobre uma menina de rua que lutava magicamente contra um mostro metálico feito de vigas de um edifício velho ali perto da casa de meu primo. Foi ali que respirei fundo, olhei pro Mar Aberto e pedi a Mãe D'Água que se era a minha hora de abrir o coração, então eu iria encarar do jeito que viesse. Foi ali que muita coisa mudou e também teve que desaparecer.

Na época da ruivice e longos cabelos.
Ver as 3 fotos que tirei de lá me faz pensar em como estava MUITO confiante em mim mesma para realizar as tarefas planejadas - otimismo em alta naqueles dias - e apaixonada com a Vida em seus mínimos detalhes. Por um momento bem bom e feliz, esqueci que o mundo real é meu objeto de estudo eterno e deixar um pouco da magia dos ancestrais me dar aquele tapinha nas costas e dizer o que já tava bem na cara: "Demorou hein? Já tava na hora!"

Creio que ali, naquele dia pós-Ano Novo, consegui ter uma claridade sobre meu futuro tão boa que vendo o caminho que percorri de 2012 até agora, tudo faz sentido (Com alguns episódios borrados ou completamente cortados da minha memória, mas!). Foi bom ter aquele momento, não ter medo de ser feliz, de buscar a felicidade, de me conhecer melhor e ver como seria reagindo com as outras pessoas.

Todas as sentenças no passado, porque a vida é uma espiral em forma de funil (E assim também tem uma teoria de como o Universo se organiza) e parece que me encontro naquele local por baixo da roda em que toca o chão lamacento e faz todo um esforço de impulso pra frente para fazer a carroça andar. A carroça de quem, eu não sei, mas tou tentando ser uma boa roda pra ver o que tem do outro lado.

Esse espelho é mais velho que eu e minha irmã,está na casa da vovó
Foi nessa viagem também e no dia seguinte que fui visitar a minha avózinha cutch-cutch e ter a epifania familiar dos mistérios misteriosos dos Morgan, foi bão. Um feeling muito, muito legal que adorei poder sentir quando adulta - aquele tipo de coisa que você só experimenta quando criança por ter toda a inocência do mundo ao seu lado - e de esclarecer algumas coisinhas com a matrona espalhafatosa.

Foi ali na Praia do Flamengo que descobri quem eu queria ser - ou pelo menos fazer um rascunho bem grosseiro. Lembrando bem daqueles dias: parecia que nada iria me derrubar (E mesmo se derrubasse eu ia revidar na mesma intensidade). *suspiro* Não adianta nada levantar um escudo enorme se não se tem apoio bom nos joelhos (Os meus tão falhos desde muito tempo).

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