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06 setembro 2015

yo (ll)ama escrever

Primeiro domingo do ano que não reclamo de ser um péssimo domingo, becaaaaause é véspera de feriado, logo posso ficar da pá virada amanhã e não hoje e olhem só! É dia de 20 coisas para se escrever quando estiver em um bloqueio de escrita!

Hoje é o papo de: Write about something you love.
Escreva sobre algo que você ame.

Exatamente isso que estou fazendo: escrever.



Escrever pra mim é quase função involuntária de se fazer nessa vida, não de escrever estórias ou contos ou paródias ou coisas literárias, é escrever mesmo, o ofício de escrivinhação. Parte das minhas aspirações quando mais novinha eram voltadas para o aprimoramento dessa Arte tão linda, o mundo acadêmico comeu muito de minhas habilidades criativas e colocaram naquela forminha chamada padronização.

Vocês nem sabem o quanto amaldiçoo o povo da ABNT por contribuir com essa vilania.

Escrever faz parte da minha vida desde muito cedo, tenho cadernos aqui com coisas escritas (E descabidas) de quando tinha 11 anos e me impressiono como minha letra parecia ser legível. Agora não mais, mas hey! continuo no ofício e pretendo não largar nunca.



As fanfictions engavetadas estão todas aqui, projetos de mais de 300 páginas que não vão sair dali do armário por motivos sentimentais, tardes debruçada na mesinha nada confortável no quarto de minha mãe, escrevendo primeiramente com lapiseira 0.7 para depois ser adepta da BIC de ponta fina em folhas de caderno que me sobravam durante os anos de fundamental e ensino médio.

Fui começar a levar a sério meus escritos quando tentei emendar com a descoberta da Internet (2004) e começar a blogar exaustivamente desde então. As pessoinhas mais amadas de minha vidinha de escriba (viu? tem razão por esse nome no blog) eu conheci através da escrita, muitas experiências legais de troca de figurinhas entre escritores muito muito talentosos e leitores muito muito gentis vieram disso também, e apesar de ter largado de lado um pouco do modo fanficwriter em sites especializados - às vezes posto algo no AO³, o Nyah! tá lotado de coisas, o Fanfiction.net [1] [2] nem tanto - ainda rascunho coisas aleatórias aqui nesse blog e em arquivos particulares aqui.



A grande inspiração para tal ato de levar a sério e fazer a coisa acontecer veio do grande Professor Tolkien, após conhecer o trabalho dele e explorar lindamente todo o universo de Arda que ele concebeu em seus livros, quis embarcar nessa aventura também. lado bom e lado ruim: Fui pra Letras. Conheci a Linguística.

Cursar Letras foi um balde água gelada com cubos de gelo maiores que meu punho a cada semestre, mas me deu uma base muito interessante de escrita para adequar melhor minhas escrivinhações. Saber as regras é uma boa para fazer algo entendível, mas são desnecessárias quando a criatividade vem acima de qualquer coisa. E isso o curso me podou um bocado. Os anos na monitoria de produção textual e mantendo contato com todo aqueles textos acadêmicos meio que fez o meu cérebro calcular certas absurdidades de até onde o meu eu-lírico poderia ser utilizável (Chance nula). Escapar dessa forminha foi um tiquinho difícil, mas eu costumava escrever de vez em quando para poder me sentir melhor comigo mesma, com minhas ideias e meus pensamentos.

Boa parte de entrar novamente em uma Graduação como a Biblioteconomia é porque eu NECESSITAVA arduamente de voltar a escrever, nem que fosse academicamente. E estou sendo arremessada em um lugar bem diferente do que estou acostumada a produzir, a escrivinhação na Biblioteconomia é mais técnica, sem tantas experimentações, é o mostrar por A + B com o C e já lançar a conclusão e ver a solução. Enquanto na Letras eu precisava teorizar em 3 ou 4 páginas com todos os argumentos possíveis, aqui na Biblio tenho diversas argumentações, pego só uma, faço a festa em cima dela e se conseguir convencer que dá certo, beleza. É complicado pra não encher a linguiça - muitos professores não suportam mais que 1 folha garranchada, então aprendi a enxugar tudo.

O processo de escrita vem sendo o mesmo desde os 11 anos, creio eu. Preciso estar completamente sozinha, focada, música de acordo com o que quero escrever, sem intervenções externas, sem pensar no que vou fazer daqui a 5 minutos e com um suprimento de nomnomz por perto para não esquecer dos horários de se alimentar, ir ao banheiro, respirar, fazer fotossíntese, essas coisas. Me isolar costuma ser eficaz para poder produzir algumas coisas legais que ando fazendo, mas como a vida anda exigindo, ser sociável parece ser um meio termo para eu não me sentir que estou entrando na conchinha do Gary again. Eu produzo melhor à tarde, as melhores ideias vem sempre dentro do banho ou no percurso do busão pra faculdade/casa e geralmente só consigo fazer tópicos com as ideias gerais no meu celular antes que a memória de peixinho dourado apague tudo.

Gosto de fazer as tabelinhas de "E se?" também, muitas de minhas histórias têm essa temática das possibilidades ilimitadas, porque quando estou para escrever algo, vou dar a uma cena umas trocentas versões até chegar a uma que faça sentido pro enredo todo. 2 disciplinas que fiz na Federal de Minas me deram um embasamento muito legal sobre um assunto que amo trazer de volta: o Tempo e o Espaço. (Nem falo que Mago - a Ascensão - é meu cenário favorito de RPG por conta disso...)

Essas 2 noções de metrificação que temos, as 2 constantes invariáveis são o que mais pesco quando estou lendo livros/fanfictions/textos/afins para poder determinar uma influência nos personagens. Nem digo que viajantes do Tempo são meus favoritos né?

Jaime Murray como Doctor? Yeah, o fandom tentou fazer campanha disso no Twitter. Fonte: [x]
Jogar RPG também ajudou um bocado em colocar as ideias para fora quando não dava pra parar e escrever, a interpretação às vezes ajudava a ver as possibilidades do enredo, sonhar com cenas ou plots inteiros também costuma acontecer, o problema é fazer o trem mesmo. Escrever é difícil.

O Escrever também me deu a habilidade de lidar com alguns demônios guardadinhos dentro da minha cachola, botar toda a frustração e o teenager angst até os 19 anos ao passar horas e horas escrevendo até meus dedos adormecerem pelo esforço foi a única terapia que eu tinha em mãos (Literalmente) para me livrar de muita coisa ruim da vida. Negação era uma delas, e foi nela que me foquei por muito tempo para produzir muita coisa. Para quem não conhece bem o que eu escrevo, já vou avisando, costuma ser com temáticas LGBT e há 10 anos atrás eu só conseguia fazer isso confortavelmente culpada quando era anonimamente pelas interwebs, poucas pessoas chegadas a mim sabiam que eu produzia esse tipo de literatura e bem... Tem hora que o monstro quer dar umas voltinhas e derrubar alguns vilarejos né?

Me sinto mais segura para escrever agora - na parte técnica, na forma, no andamento - mas não me sinto tão mais feliz com a minha falta de disciplina e empolgação para manter a escrita por horas. Acho que o último projeto que realmente tomou meu tempo por muitos meses foi o de Shindu Sindorei - baseado no MMO World of Warcraft (Crack is Waaaack!) com longas sessões de jogo online e depois alguns dias desaparecida para escrever tudo que podia sobre o assunto. Saiu bem, me sinto feliz por esse projeto, mas eu queria mais...
(Não voltar a jogar WoW, isso vai arruinar com o pouco de vida social arruinada que já tenho)

O projeto dos Feéricos veio um tempinho depois, cerca de 3 anos atrás e está estacionado quase pelo mesmo motivo daqueles fanfictions ali no ármario, ele virou um arquivo de muitas lembranças e mexer pode ser bem perigoso dependendo do dia. Vai ficar ali quietinho no cantinho até eu superar umas coisinhas e voltar a mandar a brasa, sei que algum dia ele vai ser algo muito bom não só para mim, mas para quem for ler.

Algumas mini-histórias que posto aqui são aqueles escapes ocasionais que preciso ter para não adoecer de tanta minhoca Wanderléica na cachola, ontem foi um dia desses. Passei uma madrugada inteira entre um texto sobre a Biblioteconomia (post anterior a esse esse) e um projeto que já tinha postado aqui [PROJETO REVERSO]. Escrever enquanto estou no ápice de ter alguma explosão de humor sem necessidade alguma é o melhor que posso fazer nessas horas.
(Psicólogo é muito caro, enlouquecer não é uma opção válida no momento)

Eu gosto muito de escrever nesse Blog, de compartilhar teorias absurdas, de falar bobagem, de fangirling, isso tudo vai ajudando que a Arte não morra aqui nessa escriba ferrada de meia-idade. 

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