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10 dezembro 2015

[eu não sei fazer poesia] caídas e peixinhos


É como cair de uma muralha bem alta
Construída com todo cuidado para não ruir
Cair sem gravidade alguma, porque
Não há nada de errado em cair desse jeito certo?
Certo? Certo então

É como cair de um barco em movimento em alto mar e
Perceber que o tempo todo ele estava encalhado
Fazendo você de âncora e os
Sentimentos
Que
Nutria
Eram
As redes
De
Pesca
Com milhares de
Emoções comendo peixinhos
Coloridos, coloridinhos
Era para afundar
Mas você era a âncora e os
Sentimentos e a rede
E
Os peixinhos

É como cair sem ter algo para aparar a queda
Só um band-aid meio gasto como desculpa
Um tapinha nas costas
Um prêmio de consolação
"oh olha só como você aprendeu!"

É como cair, firme, direto, espalhando todo tipo
De seu interior no asfalto
Peixinhos lembra? Coloridinhos
E a cada fratura exposta cada nó desfeito, a rede
Ela se desfaz até sobrar apenas uma linha única
Não mais coloridinha
Não mais serve para prender peixinhos
Não serve de nada, nem para prender em volta da cintura por segurança
EPI
Só serve pra enroscar nas pernas e tropeçar
Ou em volta do pescoço para sufocar

É como cair em queda livre eles disseram uma vez
Caí uma, duas, três vezes
Não quero cair mais
Tá de boa pra essa vida não cair mais
Para quebrar a cara tem outros métodos, porque perder
O equilíbrio para cair é fácil quando se está bem de pé
Problema é quando percebe que vai cair de novo

É como cair daquela muralha ali no começo
Onde peixinho nenhum consegue entrar
Nenhuma rede fica pendurada
Nenhum coloridinho para enfeitar
É mesmo como cair.

Ruim é se erguer depois

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