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18 abril 2016

acontece sempre essas quebraduras

A grande vantagem de ser uma pessoa altamente inacessível emocionalmente (oia como florear é chique!) é que na maior parte do tempo não me sinto compelida a experimentar a vida como supostamente o status quo manda. Tipo ter skill pra baladinha, paquerinha, ficantes e tudo mais.

Tenho a impressão que nasci no século errado. E por ter esses padrões bestas de tentativa de aproximação amorosa tão bem delineados, isso acaba me fazendo ser vítima daaaaaa: "Paixonite platônica".

Ou como comunamente a quiançada de agora chama: as crushes

Vamos dizer que não me escondo nada bem

A platonice me segue desde pequena, desde os tempos em que achar que a admiração habitual por pessoas com mais bagagem cultural, acadêmica e potencialmente mais responsáveis e experientes que eu, não causava tanto estrago do que declarar a paixonite aguda abertamente.

Lulu Santos tava certo, barroquismo barato de pecar o dia inteiro pra rezar mil (N)Ave Maria à noite antes de dormir parece ser menos doloroso. Então as quebraduras ocorrem. 
E parece ser bem menos horripilante.

Pelo menos sei que me movendo estou, e que meu músculo cardíaco serve para mais alguma coisa além de bombear sangue pras extremidades de meu corpo. Felizmente ter um coração batendo pode trazer possibilidades de movimento que no meu caso são nulos. Platonice é coisa para se guardar no peito e não deixar escapar de jeito algum. É um modo de dizer à Razão que: "Oh, não tenho as skill, vou deixar assim quietinho, mirradinho e sem esperança alguma. Faz bem até certo ponto." - eu tou curtindo ter as funções secundárias, apesar dos tipos de reações sintomáticas que podem ocorrer, me sinaliza que ainda estou viva :)
(Síndrome de Cotard bejas, weeeeeee!!)

Que seja nulo, no miudinho, no meu mundinho então. Nem precisa chancelar e passar pelo cartório imaginário que institui aqui na minha cabeça - para fiscalizar, catalogar e arquivar tudo que me acontece, a bendita da caixa que disse em outro post - porque não vai acontecer nada.

Vai resgatar a porcaria do sagrado e profano lá nos confins de Ouro Preto viu? O que posso dizer? Fui criada no estado mais homofóbico e tradicionalista do Sudeste, com direito a ouvir histórias de pessoas com opiniões diferentes (imagina de sexualidade fluída) serem literalmente exorcizadas de seu modo de pensar, intolerância religiosa e de diversidade, é óbvio que mecanismo de demonstrar afeto e flerte com o mesmo sexo era impossível e passível de punição.

Se vocês acham que vim de uma época assim meio que medieval já digo que viver em General Chickens me ensinou que o comer quieto é a melhor forma de você não acabar sendo execrado ou linchado. Super empolgante para minha adolescência em um armário feito de concreto, ferro e cheio de sinalizações de emergência!

Exercícios de amar já tive muitos, até porque essa de ficar caída por gente mais velha e com degraus acadêmicos mais avançados não me é novidade. Problema ou "probrema" é lidar com isso. Se é que já um karma envolvido nisso, mas a atração já começa pelo impossível, de meta sem esperança alguma e hey, não seria o máximo ter paixonite aguda justamente por quem jamais vai sequer te olhar?!

A história mais velha do livro.

Apesar disso me alertar que posso estar pisando em território desconhecido e proibido, o maldito s2 fala mais alto quando não há prejuízo para o outro lado. Até porque não haveria muito o que fazer. Até porque o que tenho a oferecer costuma não ser o bastante em todos os relacionamentos em que já estive. Talvez a monotonia em que eu esteja sintonizada não seja tão atrativa assim. Talvez eu deva parar de esperar alguma coisa quando não há nada para se esperar. Talvez eu deva baixar um pouco os itens da lista de "coisas que gostaria em uma amante".
(e se você não entendeu a referência a música da Alanis, deveria clicar nesse bendito link aqui)

Bem, na atual conjectura do cenário acadêmico, é nesse dilema que vivo desde começo do ano. Sim, pelo jeito voltei a ter 13 anos e meio de novo, mas não é isso que o bendito Eros causa na gente? Pois então, vou agora ir pesquisar uma forma de aplicar injeção de benzetacil no moleque arteiro de asas e levar uns papos com a mãe dele.
(Não dá pra me concentrar nas aulas, véi! Tá tenso pra caramba de sequer prestar atenção quando tou perto da pessoa! Aaaaaaargh!) 


Mas as quebraduras continuam, seria bacana se houvesse um estudo científico especificando até qual idade esses trem acontece, porque eu ficaria mais aliviada se houvesse data de validade. Dá mais seguridade entre o beirar a ser uma completa idiota sentimental e o estar pronta para um casamento político de pura conveniência acadêmica. 8 ou 80, lembram? Essa é a vida de um virginiano.
(menos gente do CTC, ok? Povo do CTC apenas não)

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