Pesquisar este blog

14 agosto 2016

canned heat?


Começando o post com um gif nada a ver com o pensamento racional em que tento me pautar para escrever, mas que com certeza tem tudo a ver com o que meu corpo tá querendo extravasar.

E como a vida é cheia de disciplinas, normas, padrões, legislações e bastante, mas bastante cuidado aqui na conchinha do Gary (meow meow), às vezes acontece de um comportamento escapulir do modo "normal" de atividades.

Obrigada meus pais por me conceberem em dezembro/janeiro para mamys me parir em setembro, Virginianxs são criaturas adoráveis quando domesticados e ainda mais quando esse processo é mediado por um sociedade altamente preconceituosa, que pressiona padrões de comportamento tão f****** para a gente interpretar como deve que chega em certas situações em que o corpo fala mais alto que a consciência.

E aí tá o dilema de qualquer virginianx que se preze: a gente NUNCA deixa o corpo/coração/emoção vencer. Podemos dar o braço a torcer em situações de risco pessoal, para o auxílio de alguém, mas para satisfazer algo que está remoendo nossas entranhas e só sossegará se tiver esse ato egoísta terminado? Nope. Vai ver que é por isso que nos chamam tanto de chatos.
E somos, não vou mentir, eu gosto de ser chatx, porque isso me torna uma pessoinha muito, mas muito feliz em sacanear com todo mundo que encontro e não consegue se controlar em instintos básicos. Aí a coisa vira quando a situação acontece com você mesmx.

Debaixo do link tem coisas que me sufocam já faz um bom tempo. E dessa vez são da parte física.





Essencialmente o meu corpo é uma peça da engrenagem que deixo na esfera doméstica, pois não tem como ser sedutorx com a quantidade de ideias malucas que passam pela minha cabeça. Seria um completo desastre, o que estou bem acostumada e de boas por não tentar ser esse tipo de pessoa. Aprendi com a vivência/sofrência que às vezes o corpo, esse pedaço imperfeito de engrenagem da grande máquina que é nossa existência, não é necessariamente a melhor forma de se expressar o quanto você adora/ama/deseja uma pessoa.
(Não coloquei os gifs do Napoleon Dynamite à toa, aliás, quem dançar desse jeito pra mim já ganhou meu coração)

Até entendo que dar uma requintada nas roupinhas e fazer carão para conseguir dar aquela impressão boa na pessoa até serve pra alguma coisa, mas srsly? Entre isso e enviar mensagens com coisas indecorosas no meio da noite, fico com a 2ª opção. 

Então o probleminha de manter o corpitcho no doméstico é que ele não tem muita experiência em ser tratado lá fora no mundão. Eu me escondo literalmente atrás de uma mochila (ajuda no equilíbrio dentro do ônibus, sabe?) e as roupas de nerd/workaholic que preciso para passar o dia, não tou muito assim visível para outras atividades a não ser estudantis e acadêmicas quando na rua. Até porque eu não me permito, até porque entre quebrar essa barreira entre o Eu-Morgan com o eu-lírico doméstico demora um bocadão.
(A gente aprende que se expressar demais corporalmente pode ser um belo tiro na culatra quando as pessoas com quem estamos não são/estão muito a fim de entender o que raios acontece)

E diferente do que muitos estudos comprovam, a depressão não tirou essa parte da engrenagem que me deixa em apuros em situações específicas. Apuros? Eu disse apuros? Eu me sinto completamente envergonhada de ter o comportamento de um garotinho de 14 anos ao estar assim... bem... com hiperatividade na via mesolímbica.
(Yep, eu fui atrás pesquisar o que raios acontece com o corpo humano ao estar em estado de excitação, é bem interessante os resultados e a química envolvida. E essa via cuida de como é recebida os estímulos de dopamina/seratotina para efeitos de recompensa, como satisfação sexual, adrenalina, uso de drogas e hey! Esquizofrenia tem a ver com essa via também, que legal... Só que fucking no.)

E partindo daí, eu me sinto extremamente envergonhada em ficar na presença de certa pessoinha. Não olho mais para ela e muito menos tento ficar muito perto. O que é óbvio, não irá acontecer, porque a Lady Murphy é minha amigona e vai aprontar para certas situações acontecerem. Mesmo estando numa fossa f***** de não conseguir levantar de manhã e fazer minhas coisas direito, estar distraída pra cacete e perdendo a vigília do estado de sono perpétuo que me acomete todo Inverno, estar perto dela chega a ser intoxicante.

Por mais racional que eu tente ser, tem umas sinapses estranhas do tipo: "Ok, um ótimo momento para virar pra ela e falar algo sutilmente indecente e ver se ela pega o gancho." ou "Oh olha, muito, muito perto, quase encostando, vai e beija." - mas isso não é permitido no mundo real, né? Tem regras e leis e tudo mais. Tem compromissos e relações de poder e aquele medo surreal de estar fazendo de novo o que fiz anos atrás e arruinar com tudo e ter que carregar um karma lindo de uma porção de coisas feitas/não feitas, então... Não.


E antes que alguém fale do Carpe Diem e de "você é novx ainda, tem muito o que aproveitar", já rebato com o "Tenho uma memória ROM que dura por muito mais tempo que queria e vou lembrar de cada coisinha, querendo ou não." - então entre o fazer e o não fazer, fico com aquele arrependimento de não ter tido pulso firme e não feito absolutamente nada. Conselho que, aliás, eu com 25 anos, você DEVERIA TER seguido, sabe? Isso e jamais volte a ficar na presença de alguém que está perdidamente crushada enquanto houver bebida ou chocolate por perto.

Ter disciplina para essas coisas é essencial para um transcorrer de vida parcialmente normal, até porque ser normal na superfície parece ser menos doloroso que se deixar levar pelas químicas estranhas que são produzidas ali dentro do miolinho do cérebro.  Ficar na abstinência também é uma boa, já que se a libido é a fonte da extrapolação criativa, minha vida nas ideias loucas está muito bem, obrigadx, não preciso de mais nada se for assim.
(Mas aí lembro que é inevitável não desejar estar perto dela mesmo que nada aconteça - e não vai - porque ela tem um cheirinho muito gostoso e uma voz fofa e olhos que dá vontade de pegar a criaturinha no colo, levar pra casa, mimar pra sempre e fazer de tudo para ela ser feliz e sorridente e nunca mais sentir tanta dor e blergh... esquece isso aí...)

Sei que não tou preparada pra uma porção de coisa, o psicológico tá ferrando com tudo que possa ser de bom para mim (Mesmo uns peguinhas breves e sem compromisso), mas tem como fazer a engrenagem do excitamento sexual ir mais devagar? Ou simplesmente sumir quando ela aparece no meu campo de visão? Obrigadx, nunca pedi nada mesmo.
(Tá, pedi sim, mas não era isso...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário