Recebi os seguintes conselhos nessas 2 últimas semanas. Valiosos, só para constar:
1 - seja mais filha da puta.
2 - tem coisa que só você vai conseguir se levantar sozinha.
3 - você precisa pedir ajuda quando precisa pedir ajuda.
São meia noite e dezesseis de uma segundona, após domingo esquisito e surreal. Triste por assim dizer, foi um vazio oco bem no meio do estômago com uma ligeira sensação de dor no baço. E com esses 3 conselhos ecoando nas caraminholas, bora filosofar.
Item número 1: ser mais filha da puta.
Ser filha da puta é arbitrário. Até porque algumas atitudes que cometemos deliberadamente sendo enquadrado nessa definição, talvez não sejam em um outro ponto de vista. O que pode ser uma ofensa pessoal para alguém, quer dizer que pode ser um resguardo para mim mesme - a minha índole submissa passiva-agressiva não vai me fazer ter reações extremas como xingar ou destruir coisas/alguéns fisicamente, tem gente que reage assim. A pessoa que me disse isso estava querendo me abrir os olhos para certas atitudes que me desgastam emocionalmente e afetam meu psicológico, o se fechar para tais coisas e ser rude/babaca/sem graça nessas horas é essencial para não perder energia, tempo e noites mal dormidas com isso. Me afastar de certos comportamentos de repetição, padronizado e de destruição também ajudam no conceito do "ser filh@ da puta", pois não é todo mundo que concorda quando você larga de fazer certas coisas que pareciam normais e prioritárias pra você, para se dedicar a sei lá... Legislação Brasileira sobre Bibliotecários ou Livros Didáticos.
E gente, parem de achar que filh@ da puta é xingamento, pra mim não é. Ser filh@ de político, sim.
Item número 2: tem coisa que só você vai conseguir se levantar sozinha.
Essa frase tem várias implicações, porque veio de alguém muito próximo e que continuamente - desde que me conheço como pessoa - tem tentado me compreender pra me ajudar a crescer. Crescer do modo que a pessoa quer/queria, agora que não participo mais da rotina dela, as dinâmicas mudaram. E ouvir isso novamente, em uma entonação diferente, com um propósito de me dar aquele tapa para acordar junto com o balde de água fria pela primeira vez na minha vida de escriba fez bem. Se eu não ouvisse essa frase - repetida por anos pela pessoa não entender que tenho uma dificuldade enorme de compreender o mundo como ele é quando tou no fundo do poço - essa semana, eu tava lascade. É o entender que a dura realidade te dá algumas opções, mas que na maioria das vezes o movimento de sair do poço é inteiramente seu e apenas seu. Uma conquista solo que tem que começar com a minha força de vontade. Foi como concordar com a Meritocracia por uns instantes, até lembrar que não estamos falando de fatores sociais/histórico/econômicos, mas sim de uma doença mental e desequilíbrio psicológico. Ouvir essa, sinceramente, foi um atestado de sanidade sendo pregado na minha testa: "Acorda pra cuspir!"
Item número 3: você precisa pedir ajuda quando precisa pedir ajuda.
Essa tentei decodificar como essa frase aí em cima, mas acho que de certa forma não captei direito o que a pessoa querida, linda e maravilhosa quis dizer. É pra eu pedir ajuda, certo? Sim, mas eu preciso saber como pedir ajuda pra pedir ajuda - novamente problemas discursivos de entender o mundo quando tá ruim. Então tenho que jogar o orgulho de lado e pedir arrego. O que se contrapõe ao item 2, que o que parece, se fiz bagunça, tenho que arrumar sozinhe (no neutro, porque ouvir isso com marcação de gênero foi o balde d'água). E não tanto quanto ao item 1, porque se é para ser filh@ da puta, o que considero incômodo e evito de deixar que os outros cheguem muito perto é a questão do não ficar incomodando ninguém com minha conchinha. Porque não quero que os outros venham me perturbar com as conchinhas delas (Opa! olha o item 1 aí!)
(Aí um debate básico entre alguns anos de terapia, muitos anos de autodepreciação e poucos meses de admissão de que HÁ um problema acontecendo há anos e que não vou conseguir fazer isso melhorar com fotossíntese, meditação, altas doses de açúcar ou estudar até me acabar.)
(Aí um debate básico entre alguns anos de terapia, muitos anos de autodepreciação e poucos meses de admissão de que HÁ um problema acontecendo há anos e que não vou conseguir fazer isso melhorar com fotossíntese, meditação, altas doses de açúcar ou estudar até me acabar.)
O mais legal disso é que por ser uma pessoa pragmática - e por vezes literal/mecânica - demais, vou acabar entrando em parafusos por planejar como eu devo pedir ajuda para pedir ajuda. Yep, examine bem o cérebro de uma pessoa ansiosa por natureza e verás engrenagens pequenas rolando rapidamente, formulando cenários, maneiras e métodos para chegar ao ponto de overthinking em pedir ajuda.
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O benefício da escrita me ajuda a colocar alguns parâmetros em ordem.
(Arrá, jura que vou fazer organização do conhecimento nas minhas neuras, pelamoooooor!!)
(Arrá, jura que vou fazer organização do conhecimento nas minhas neuras, pelamoooooor!!)
Porque ao escrever e botar pra fora - nem que seja digitando e lendo depois - metade do caminho é liberado do HD mental para fazer algo e não me sentir tão culpade, ferrade, inibide e fora de sintonia com a realidade. Levar uns baques da Vida também ajudam, é essencial.
Estranhamente, mas não surpresamente (Essa palavra existe?!), estou produzindo mais literáriamente do que em qualquer outra fase da minha vida aqui onde estou. Só lembro de passar horas formulando histórias/contos/diálogos e afins com tanto afinco, dedicação ao ponto de dormir em cima do teclado quando era adolescente, no meu quarto na cidadezinha roceira, com um caderno de 500 páginas e lápis na mão. Bons escritos saíram dali, acho que me dedicar a espantar os males através da escrita pode ser um caminho pra ficar melhor.
Temporariamente.
Temporariamente.
Até a próxima crise.
Item 1 + 2 aí.
Mecanismos de enfrentamento, é o que há!
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