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25 janeiro 2018

vigilância constante

Fui perceber o quanto tava difícil de manter a seguridade da cachola quando percebi que não queria escrever mais.

Sério. Não escrever mais.

Deixar as histórias que estavam na minha cabeça esvaírem, não descerem pela corrente sanguínea, encontrarem os dedos.

Essa é a minha bandeira vermelha de que algo muito muito ruim tá acontecendo e não tou conseguindo controlar como o devido no modo "mecanismo de enfrentamento" 24/7.

É exaustivo.

Aí é hora de reavaliar tuuuuuuuuudo que está na vida. Inclusive você mesmo. Essa parte é a mais chata, porque na coluna de contras tem mais que os prós, e aquela ideiazinha persistente de: "Vai fazer diferença?".

Estranho como essa pergunta pode assombrar os corações mais fortes, as mentes mais afiadas, os corpos mais sãos. Vai fazer diferença?

2017 fez diferença, muitas coisas aliás, coisas demais.
Foi de acreditar que sim, a vida seria awesome até chegar a conclusão que todo esforço não fez diferença alguma, tanto na minha vida quanto em outras envolvidas na situação. E é egoísta acreditar nisso com tanta veemência se era eu agitando os pompons desde o começo do ano para que tudo desse certo (E se não desse, é bola pra frente que não posso mais perder oportunidade e tempo com coisas que não edificam). Aí ser egoísta não bate com o ser egocêntrico, porque uma coisa, apesar de serem palavras parecidas, não anula a outra.

Sinceramente?
Na parte de profissão/carreira/vida acadêmica estudantil: não faz diferença alguma.
Chegou ao ponto que eu me preocupava ao ver algumas pessoas da área que eu admirava tanto = o ponto de exaustão. Quando aquela chaminha dentro do braseiro perto do órgão pulsante entre dois pulmões faz só mais um esforcinho pra fumegar e dizer "Oh, só tá funcionando porque a máquina não pode parar. Mas só vai até isso, ok?".

Não é por falta de Deus na vida não, tenho os meus deuses aqui pra benzer, orar, confessar, rezar and all the jazz que a forma ocidental gosta de forçar em nossos imaginários (E algo que é forçado não é necessariamente benéfico pra você, tá?), ser feliz é um detalhe quando a maior parte do repertório da vida é apenas repetir ações que favoreçam a manutenção de um sistema já vigente.
(Vá praticar um esporte, lalalalalala, como faz se mal quero sair de casa se não for por extrema necessidade? Fácil dizer, fácil demais...)

Falar fora disso causa dano permanente. Percebi isso desde começo do ano, em que a frase "Estudante não presta" anda circulando em muitos locais, falácias e outras rodovias em que me direciono na rotina diária. E incomoda, porque sou estudante, todos foram estudantes e desqualificar algo que você foi é quase dar um tiro no pé pelo que você decidiu ser depois (trabalhar na Educação, oras!). O que foi sentido por muitos alunos, decepção deve ter o feeling no topo da lista. No meu caso é ver a mesma história se repetindo, porque as pessoas não querem se ouvir, se falar, terem um momento de diálogo que não envolva egos e status. No final da saladinha toda, estudante não presta mesmo e é isso, coloca no cartório, chancela em 3 vias e vai repetindo isso a cada semestre até acostumarem.

Isso que me decepciona: a quantidade de pessoas que se sentem um lixo ao sair de uma graduação, porque não houve nenhum incentivo positivo de seu papel ali dentro e cá fora na sociedade. Isso porque nem tou tentando me envolver mais nas coisas aí afora, e nesse momento político desgraçado em que nos encontramos não dá muito ânimo para tentar coisa alguma.

Voltar pra rotina acadêmica no final do mês que vem é algo que não quero sequer começar a fantasiar, porque só com essa possibilidade de estar nesse estado e ter que voltar ao mesmo ambiente que me deixou no modo "desconfie de tudo e todos!" vai ser aquele momento em que a apatia vai atacar de com força. E junto dela vem outros bichinhos muito feiosos para interação humana, o que vai requerer mais vigilância, já que o mínimo de dano causado externamente é positivo para não remoer aqui internamente.

Talvez eu tenha esperado demais de algo que não valia a pena mesmo ter tantas expectativas. Mas não quer dizer que eu vá desistir integralmente, é só exaustivo. E estou cansade o tempo todo, e sair da cama tá sendo na base da negociação interna ou horários impossíveis, com as responsabilidades reduzidas a 1 ou 2 por dia, o que acontece?

Mente vazia, oficina para novas formas de se entrar numa conchinha e nunca mais querer sair.

E preciso de um estágio pra sobreviver. Como faz pra estar em condições normais de ir atrás de um estágio dessa forma? Legal que fazendo a recapitulação desde novembro tive os cinco estágios ao contrário ou tudo embaralhado, e com a ajuda de algumas pessoas cada uma foi intensificada por alguns dias ou horas, pra depois cair na velha e tradicional melancolia que desconserta esse sistema capenga.

Então, já que não tem como extravasar de forma criativa, me forcei a escrever isso pra ver se ajudava as células cinzentas a funcionarem mais um pouquinho para colocar algumas ideias em prática. Tem um parágrafo escrito no celular de madrugada, vamos ver se acontece algo até final da noite.

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