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26 abril 2018

devagarinho prá poder caber

O cuidado consigo mesmo é algo que se conquista com alguns entraves e engasgos. Mais tentativas e erros que acertos. Até chegar a uma fórmula ideal de manter a calma, ser paciente, estar em equilíbrio. Enquanto essa hora não chega, o que faço? Sim! Escrever é a única terapia gratuita que vem me ajudado por anos.


Debaixo do link, coisas para não me esquecer e sem alarmes e sem surpresas.
(OK computer é o álbum mais fodástico do Radiohead)

Esse mês tem sido um bocado difícil de tirar algumas questões da cabeça por conta de repetidas situações. Não parece, mas me afeta muito quando vejo ações do presente sendo repetição de um passado nada feliz. Não tem como manter o modo blasé, mesmo que seja o default desses dias - e culpar a distração imediata ou dar evasiva pra ser menos complicado de explicar.

Venho me afastado de um bocado de coisas e pessoas por questão de saúde mental e maturidade emocional. As duas coisas andam juntas, porque uma não aguenta a outra, sinceramente. No dia em que haver plenitude entre as duas, tipo, chegarem a um level equiparado, aí sim vou festejar. Por enquanto, é balir junto com o trasgo, ou o bode, o sempre astuto bode amarrado à perna. 

Chegou uma hora em que é mais necessário fazer a manutenção de algo que ainda resta do que desperdiçar e saber que não vai ter volta.
E não vai.
4 anos aprendendo todos os dias que não vai.

Pode parecer insensível da minha parte ou apático, mas essas marcas já me sinalizaram crises de ansiedade piores que foram contidas com muita força-ação de barra, do tipo engolir o choro, me retirar do recinto, ser ninja, nunca mais aparecer. É uma boa tática, o saber ignorar e fugir, mas não é eticamente aceitável nessa altura da vida. Muita coisa que eu nem pestanejava em fazer há 10 anos atrás me causam muitas náuseas e pesadelos hoje. Ultimamente nem estou me esforçando mais para entrar na conchinha de Gary, então é provável que algo estranho aconteça. 

Essa prática nada feliz já me arrancou pedaços que não recuperei e acho que nem vão ser recuperados, além de me causar mais dor que um ciático dando sinal de vida (ou inflamação, tanto faz). Não tou mais com paciência pra isso, não outra crise interna e não saber a quem pedir ajuda. O isolamento total me deixou com um borrão aleatório na memória entre 2009 e 2010, uma confusão cronológica em 2011 e pelo jeito não se foi pra poder dar um oizinho em 2018 com um repeteco. Se é pra ter arrependimentos foi o de forçar tanto as caraminholas a não sentir nada que o corpo sentiu, e a memória foi pro saco. 

Se foi bom ou ruim? Não tenho lembranças ruins daquela época. Eu não lembro de absolutamente nada e entre essa sensação de que há algo espreitando no fundo da cachola só esperando uma outra oportunidade de rasurar um pedaço da minha percepção de mundo já me deixa ansiose e irritade pra cacete. Não há momentos verdadeiros de relaxamento, apenas aqueles segundos de alívio, pra depois voltar tudo de novo em um eterno ciclo de coelho branco.


Aí hoje aconteceu algo que não experimentava há um bom tempo em situação tranquila. 
Tava sentada nas escadas de onde estagio, copo de chá na mão, ouvindo o som ambiente de uma rotina escolar e apenas isso. Por uns 5 minutos consegui colocar a respiração no lugar, arejar os miolos e não pensar em mais nada, a não ser o chá, o som ambiente, minha bundinha no concreto da escada. E por segundos foi reconfortante, porque não precisei explicar pro meu próprio cérebro que "Hey modafóca, descansando,ok? Dá uma pausa aí!"
Cês não sabem o quanto isso é difícil de se fazer.

Tou escrevendo agora, porque preciso lembrar posteriormente que não sou de ferro e que a dor física tá voltando aos poucos, assim como uns monstrinhos danadinhos fdp que nem mais escondo debaixo da cama ou dentro do armário, tou deixando eles soltos e dispostos na mesa da sala em forma de caixas e sacolas de mudança. 

E gatos mijões.
E não vou me alongar aqui, vou voltar pra escrita literária que é ela que me salva desde sempre...

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