Pesquisar este blog

18 dezembro 2020

responsabilidade emocional nessas paradas é necessária

Postei no FB, vale a pena postar aqui também.
É para não esquecer.
Porque sou idiota, ainda sou trouxa e vai demorar para isso sair do meu sistema.

Mas... PESSOA CISGÊNERA, seguinte:
(Você sabe muito bem quem é você)

Debaixo do link tem o recadinho especial, e junto vem esse gatinho zangado com um pedaço de pão de forma em volta de sua cabeça para ilustrar essa postagem.




Não tenha relacionamentos com pessoas trans se você ainda não largou de seus preconceitos anteriores enraizados pela sua cisgêneridade binária. Já cansei de ouvir que fui um erro, um band-aid, um consolo, um passatempo. EU SEI DISSO, não precisa me atestar com 3 vias no cartório daquela-que-não-deve-ser-nomeada que você é uma pessoa escrota e transfóbica, a minha pilha de processos tá ainda no fluxo de documentos em que o SEU nome está na papelada de "status: ainda tendo sentimentos por xx seu nome aqui xx" - me livrar desse processo DEMORA!

Não tenha relacionamentos com pessoas trans se você tem receio, medo e/ou pensa duas vezes em demonstrar/mostrar essa pessoa que a ama/adora. 

Não tenha relacionamentos com pessoas trans se você não estiver preparada psicológicamente para se envolver com alguém - seja de identidade de gênero que for. Há uma diferença enorme entre ter problemas emocionais demais na bagagem para curar e tentar qualquer coisa para ver se sente alguma coisa. O meu tempo é precioso, o seu deveria ser, desperdiçar o meu foi a coisa que eu mais me arrependo - eu poderia estar fazendo algo de edificante da minha vida agora (E você da sua).

Não tenha relacionamentos com pessoas trans se você não está preparara para compartilhar um pouco de sua vida. Porque eu tento compartilhar a minha de forma que eu não me sinta desconfortável, intimidade, invadide, culpade, segure porque foi SEMPRE ASSIM que você e mais pessoas cisgêneras me fizeram sentir em relacionamentos a minha vida inteira.

Não tenha relacionamentos com pessoas trans não-binárie se você está na binariedade e na cisgeneridade e afirma que NÃO TEM "paciência com esse papinho" que insiste em dizer que não existimos. Teoria do simulacro é na outra porta, eu EXISTO e SOBREVIVO, assim como você fez a sua vida inteira, e adivinha a outra opção já tentei e não deu certo.
(Aliás, mais outra falha miserável para a lista de falhas na vida - inclusive a de me relacionar com pessoas como você - a de tentar morrer de algum jeito e não conseguir)

Não tenham relacionamentos com pessoas trans se você não souber o que está querendo da vida - ou sabe muito bem o que quer e isso não inclui a gente nesses planos. Avisa também que não quer a gente nos planos, é mais fácil desapegar quando não há nada para se agarrar emocionalmente.

A nossa vida já está uma merda (provavelmente a de você também, em um level diferente por assim dizer, afinal não deu tempo para saber qualquer coisa sobre quem você era), então não complica mais ainda. 

Responsabilidade emocional nessas paradas é necessária.
Use a responsabilidade emocional mais vezes.
Eu usei a minha e estou colhendo as consequências disso.

Pessoas trans não são curadoria para "desconstrução" pessoal/reforma íntima (Sei lá como você chama isso). A gente também não está disponível para conserto ou para afagar ego fragilizado, fazer você se sentir melhor consigo mesma, por experimentar um pouco do "outro lado" e se sentir bem por isso. Eu não sou seu experimento e definitivamente não sou passível de descarte. Porque é isso que você e toda pessoa cisgênera faz com que a gente se sinta é exatamente isso: descartável.

Recomendo expressamente que direcionem sua afeição para outras pessoas cis e se juntem na bagunça fudida de preconceitos com sua galera, aqui não mais. A gente não é obrigade a aguentar transfobia de quem a gente ama/adora, dói, dói fundo, faz a gente querer desistir de qualquer tipo de emoção a florescer, faz a gente não acreditar mais que existe Amor que sirva para nossos corações.

Repetindo, a nossa vida em sociedade já é uma merda: NÃO PIORA ESSA BAGAÇA, CARAMBA!


Nenhum comentário:

Postar um comentário