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05 outubro 2016

as cargas d'agua


Para constar, não tenho um coração gelado, ele só deixou de funcionar faz um tempo. Às vezes bate mais forte por uma coisa ou outra, mas volta ao ritmo normal (quase nulo, apenas bombeando sangue para onde deve suprir o corpo) quase que instantaneamente após o estímulo cessar.

É isso que o bode amarrado na perna causa em algumas pessoas. A apatia evidente costuma se manifestar em um conjunto de ações automáticas e repetitivas pra se dar a ilusão de que se está se mexendo, movendo, saindo da inércia. Mas os momentos de silêncio, os minutinhos de conversa interior, a indiferença que se instala após muito tempo, alguma coisa que atiça o bode a balir, aí sim, a apatia vem de com força.

Tenho impulsos destrutivos também. Acontece. Os pensamentos negativos e a análise exaustiva de situações que não vão ser resolvidas pela minha pessoa também é uma forma ferrada de me destruir.
Nutrir rancor e afagar mágoas antigas também me destrói também. Mas nada é mais eficaz que esse instinto imaturo e primitivo de torcer pro carma chegar bem rápido, tanto em mim (sim, eu peço pra ser punide quando reconheço que fiz algo errado, o que sempre acontece na maior parte da minha vida) quando nos outros.

E ai desse sentimento quase irresistível de ver alguém que me magoou, ferrou psicologicamente, prejudicou estar em situação parecida ou pior.

Admitir isso é horrível quando se tenta levar a vida no de bowie-ismo, porque de acordo com a lei e lógica de raciocínio e filosofia que sigo é de manter o Equilíbrio é mais importante que alimentar esse monstro.  Ouvi essa semana algo que me fez perceber esse meu lado destrutivo se manifestando e trazendo danos pro meu lado. O carma funcionando em sua alta performance, quiriduns.

Quando uma ideia se fixa por conta de uma lembrança ou imagem visual (que costuma ser o meu ponto de rememorar entonces mais ativo), vou querer dissecar o porquê. Mas literalmente destrinchar a situação é ideia toda, até deixá-las expostas em suas carcaças e apontar por A + B que em tal ponto eu fui inteiramente culpade daquilo e onde termina meu fardo. É ali que se desenvolve um serzinho miserável que por muito tempo achei que era meu auxiliar em escolhas nada convencionais na vida, mas que depois de disseca-lo descobri que é a maldita chama que Prometeu roubou lá naquele mito: insolência com qualquer tipo de lei que exista.

Os impulsos destrutivos começam nesse padrão, eu consigo, eu posso, eu tenho capacidade, eu aguento, eu faço, eu eu eu eu... E o bode amarrado na perna bale: "Ah é modafóca? Faz agora enquanto eu encho teu repertório com milhares de coisas pra se arrepender, dezenas de coisas para querer desistir de tudo e poucas coisinhas, bem minúsculas pra se lembrar que vale a pena acordar todas as manhãs."



Porque tem dias que não quero nem sair da cama, não dar satisfação a ninguém, me enterrar em algum buraco imaginário dentro do meu cérebro e ficar lá até meu corpo começar a gritar que precisa de fazer as coisas normais da vida. Tem dias que não quero ir pro estágio, ir à aula, desistir de qualquer interação social que me enfiei para provar a mim mesma e ao serzinho miserável que eu era mais forte e capaz de coisas legais. Tem dias que quero dar umas sacudidas em pessoas que considero e amo e dizer em alto e bom som: deixa de ser trouxa e vai viver a vida. Tem dias em que desejo terrivelmente que quem me fez chegar a esse ponto (inclusive eu mesme) tenha um castigo bem lento e deplorável. Piriri por 1 semana, perder o paladar, ser admoestado/passe vergonha publicamente, ter seu coração jogado no lixo, por aí vai. Minha imaginação é fértil para punições que não ameacem a integridade física, mas oh posso dar listas de como deixar impressões e lembranças amargas.

Mas aí vem a lei do carma e ela é infalível. Ter esses impulsos de pensamentos ruins me traz consequências, me faz perceber bem rápido o quanto não posso me deixar levar pelo balido do bode. Equilíbrio é o ponto chave da existência, manchar essa dádiva com rancor não me traz felicidade, apenas sofrimento. Óbvio.

A música e o trabalho (Ou estar produzindo algo como escrever nesse blog) me aliviam bastante dessa situação, estar perto da praia também, sexo também se provou ser um ótimo remédio (olá química e fisiologia básica? Ocitocina, adrenalina e serotonina?), por enquanto. Se a fórmula vai funcionar pro resto da minha vida de escriba, aí nem quero pensar muito não.

Algumas pessoas já me recomendaram praticar esportes, socar coisas (não coisas vivas), fazer academia, tomar remédio, parar de ser fresca, ter mais Deus na minha vida, parar de complicar tanto.
 
Vivendo um dia de cada vez. 
Eliminando um pensamento negativo a cada minuto. 
Tentando não completar o círculo vicioso da destruição.














08 agosto 2016

bola de canhão



Stones taught me to fly
Love taught me to lie
Life taught me to die
So it's not hard to fall
When you float like a cannonball
(Lisa Hannigan cantando Cannonball do Damien Rice)

Crescer é uma coisa bizarra que acontece com cada criatura desse universo, não tem como escapar mesmo com síndrome de Peter Pan que seja. O trem das células e elasticidade dos tecidos? Bem isso.
Sobreviver ao processo é legal se encontrar uma lógica nesse negócio todo, alguém tão centrada na powha do funcionamento total das engrenagens como eu fico feliz de ter essas pequenas demonstrações do Universo de "Hey amontoado de átomos insignificante que acha que tem crânio propenso para abrigar um órgão primitivo com capacidades únicas de raciocínio, você é um amontoado não tão idiota assim!".

A descrição da fala do Universo é linda, porque dentro da minha cabeça soa como o Morgan Freeman, logo precisa ser mais longa.

Perder meu tempo na adolescência trancadx no meu quarto, escrevendo incessantemente sobre personagens que encaravam a Dona Muerte como algo trivial anda me ajudando em muitas coisas que estão seguindo um rumo inesperado.

02 agosto 2016

[eu não sei fazer poesia] sem título 2

Talvez vá chegar esse dia, em que a troca de olhares seja diferente
O gosto no paladar não mais acrescente
Enquanto uma alma está pronta pra se entregar
A outra queira dizer que não há mais nada
Que o mundo lá fora é sua morada
E que não há nada aqui dentro que a prenda no corpo

E quando esse dia chegar
Espero dessa vez ser apenas espectadorx
Não mais notar que o brilho nos olhos abrandou
Na verdade, gelou
Para um pálido cinza nevoento que não quer espera nada

Porque é isso que talvez esse dia seja
Quando se está totalmente preparadx para dizer o que mais importa
Para as palavras serem trancadas pra sempre antes
De subir pela garganta, encontrar os lábios
Sussurrar com a certeza de que fez o certo

E esse dia, espero que seja, eu esteja
Apenas na plateia, vendo o desenrolar
De um conto de fadas que poderia ser perfeito
Quando uma alma quer se doar com o que tem
E a outra que prefere ignorar

Talvez o dia chegue e as palavras jamais saiam
Se engasguem entre os pulmões e ali fiquem
Sem cano de escape, cirurgia ou exorcismo
Para que na próxima vez (Se tiver) seja breve
Não vá além do que deveria ser
Não se atrever a ir longe demais quando não se sabe o caminho direito

Talvez vá chegar esse dia, em que outra alma irá fazer companhia
Na figura curvada de 97 anos, cadeira de balanço e dentadura na gengiva
Ou na pequeneza em quatro patas, focinho gelado e longos cochilos
Talvez chegue, talvez não. Talvez nem tenha existido, ou tenha sido em vão

E esse dia, espero que seja, eu esteja
Apenas de soslaio de olho, cara enfiada em um miolo
De um livro bem grosso e interessante
Pra eu dar a devida atenção ao que é mais relevante
E parar de pensar por um instante que contos de fadas existem

22 abril 2016

o morgan mais velho


Eu poderia começar a escrever um livro infantil com a temática sobre a minha família por parte de pai. Daria uma estória e tanto!

Créditos da foto: Marlon Gaspar pelo Panoramio
Então hoje, após 19 anos sem uma conversa franca com o Morgan-mor, sentamos perto da Figueira Centenária, olhamos um pro outro e fomos conversar. O grande problema aqui é que a falta de comunicação perpetua dentro da família, sempre com a omissão de saberes, conhecimento, passados e lições. "Não faça o que eu faço, mas também não vou te explicar como não fazer o que fiz de errado, então é provável que você erre da mesma forma, se não mais epicamente". 

Mazomeno isso.

Já tava sentindo o comichão de ver os mais velhos por determinado assunto não-falado entre os familiares (um dos muitos), e crendo que as respostas viriam naturalmente, assim se foi.

[EDIT] OMFG havia esquecido que amanhã é dia de São Jorge!! E putz, Lua Cheia?! Resolução tava pedindo pra ser atendida prontamente!

25 fevereiro 2015

orestes feelings

Yo dude! I know the feeling bro!

O Remorso de Orestes - William-Adolphe Bouguereau - Fonte: Meu Caderninho Verde
Ia escrever outro texto, aí lembrei que precisava fazer meu almoço pra amanhã.
Algumas prioridades na vida precisam ser consideradas.

Ps: depois da notícia de final da noite, era pra mudar a powha da figura pra uma do Édipo arrancando os próprios olhos, aí sim ficaria bem ilustrativo. Aliás, tem essa cena? Não, não tem...

07 fevereiro 2015

No passinho da Elvira pro sabadão

Sábado começou tão bem, tão legal, tão zen, aí acordar com sonho angst não é legal. Porque a Dama Ironia da Vida está sempre ativada quando se trata de sonhos vívidos com pessoas que NÃO se deveria mais sonhar.
(E o pior o não querer se preocupar por achar que a pessoa está precisando de alguma coisa)

Obrigada Universo, muito obrigada.

24 janeiro 2015

o probrema com a ágave

(Vou ter que empacar na Guinness forévis pelo jeito)

Haha, agora vou ter que negar. Não consigo nem mais sentir o cheiro. Damn it!

20 janeiro 2015

[videos] Breathe Me por Sia

Apesar de estar com a trilha sonora de Penny Dreadful na playlist do PC o dia todo,chamou minha atenção no domingo essa criaturinha australiana chamada Sia. E essa música é perfeição!
(E não é que a bendita é em escala de Lá Menor? Voooooou te contar!)



Help, I have done it again - I have been here many times before
Hurt myself again today - And the worst part is there's no one else to blame

Be my friend - Hold me, wrap me up
Unfold me - I am small and needy
Warm me up - And breathe me

Ouch I have lost myself again - Lost myself and I am nowhere to be found,
Yeah I think that I might break - I've lost myself again and I feel unsafe

29 dezembro 2014

dica de site: Elephant Journal e artigo sobre Mother-wound

Vou deixar esse link de artigo aqui (aliás agradecendo muito a Ju Umbelino lá do Nerdivinas por compartilhar esse site), pois preciso me lembrar de ler pelo menos umas trocentas vezes antes de ter mais outra crise existencial.

Esse artigo em particular me chamou atenção devido ao fato de argumentar como os feelings ou a falta deles que rola em uma família - mãe passando para filha passando para neta e por aí vai - pode afetar as vidas de muitas pessoas (Principalmente as mulheres). Uma questão interessante que a autora deixou foi o fato do karma estar agindo nesses casos (pelo que dei uma pesquisada a autora também escreve muito sobre assuntos relacionados a saúde e bem-estar e yoga), ela deu o exemplo de sua própria família e como essa mother-wound (ferida materna?) atrapalha demais em certos aspectos da vida emocional de suas filhas - inseguridade na maior parte do tempo.


Fonte: http://www.elephantjournal.com/2014/04/is-the-mother-wound-ruining-our-romantic-relationships/

Freudianos freudianarão, e todo aquele papo de culpar exclusivamente a mãe pelos problemas subsequentes dos filhos não entra na minha cabeça como algo aceitável, mas sim como consequência de algo que já está enraizado na nossa cultura patriarcal. A repreensão vem desde criança, a submissão desde o berço, a escolhas baseadas em opções excludentes desde sempre e quanto mais o filtro vai afunilando, menos escapatória há para se ter uma vida saudável e psicologicamente estável.

O modo como somos criadas desde pequenas, com essas opções excludentes nos sufocando até as tampas, faz com que muita coisa se retraia e também se desenvolva em nossas personalidades. Infelizmente faço essas comparações quase o tempo todo devido a uma simples afirmação que constantemente me era colocada quando criança: "Não seja como (fulano/fulana de tal)", logo ter toda esse entendimento que "não devo ser como o outro" deixou um belo rastro de problemas não resolvidos.

Óbvio que no final do artigo eu fiquei WTF - oh a negação, a Santa Ana Negação de todos os dias - mas como disse anteriormente: guardando para posteridade. Se em 15 anos de intensa pesquisa sobre o que não devo ser ou quem não devo seguir me serviu pra alguma coisa, ter esse apoio discursivo é uma boa para deliberar o que raios acontece comigo quando tento ser um pouco mais afetiva.

02 novembro 2014

[video] The Greatest Bastard por Damien Rice

Tem hora que fico de cara como alguém consegue tirar todas as palavras exatas que tou esperando ter coragem de expressar alguma vez na vida.

Damien Rice lançou esse álbum anteontem (Halloween hmmmm?) e já está na minha top list de letras mais awesome que já ouvi.

Aí ouço o álbum e do nada vem essa aqui:


Powha irlandês! Ajuda aew no bendito do karma amnético!!

29 outubro 2014

[video] Down and out of time by Sixpence None the Richer

Adoro quando a letra da música é direcionada inteiramente pra me dar uma porrada bem dada no ego e no baço. E a quarta-feira chegou, yay.



I dreamt of something last night in my sleep;
I saw you sitting in a room without me;
You were smiling and you had a tattoo;
Of me, in a room without you.
I aim my cannon at you ready or not;
You're gonna feel my pain, like it or not;
You've got your debts to pay and you are one of mine
You're down and out of time.
And there is something I've wanted to say:
A simple rhythm I forgot how to play;
I wanna tell you that I've called off the dogs,
Your mystery is not worth being solved
I aim my cannon at you ready or not;
You're gonna feel my pain, like it or not;
You've got your debts to pay and you are one of mine
You're down and out of time.
I wanna tell you that I've called off the dogs,
Your mystery is not worth being solved
Down and out of time by Sixpence None the Richer