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18 setembro 2016

The 13th step - the noose

So glad to see you well
Overcome and completely silent now
With heavens help you cast your demons out

Umas músicas que apareceram na minha vida de escriba ficam back and forth quando umas situações acontecem. Como esse setembro tá sendo de aguentar um tranco menor que antes por ter detectado a origem do suco de spleen, não quer dizer que não seja na intensidade acima da tolerável.

The Noose [x] é uma dessas músicas que voltam pros meus ouvidos com uma interpretação diferente da última vez escutada. Se há cerca de 1 ano atrás ouvia ela pra exorcizar algum feeling de sentir coisa alguma - o andamento da música é de um clima bem anestesiante, por isso Billy Howerdel é um gênio com aquela bendita guitarra dele - agora está sendo meio que um interlúdio entre minha indignação e ressentimento.

Porque ter um pulso de ódio veio com a caixa de Pandora de anos de repressão e autoflagelamento por sentir alguma coisa. O Sentir, experimentar o coração bater mais forte, ter as mariposas debaixo do diafragma (me recuso afirmar que sejam borboletas), perder a noção do tempo e espaço por conta de outrem.

A música foi escrita pelo Maynard com a perspectiva de mostrar os 2 lados da moeda na hora de uma recuperação de um vício, tanto de quem está sofrendo da abstinência física, psíquica, emocional, quanto de quem está participando da recuperação junto a pessoa. Maynard foi a uma reunião do AA com um amigo e ouviu de uma pessoa a seguinte frase: "Don't let you halo fall and choke you to death.", no comentário do DVD Amotion, ele se inspirou nessa frase para começar a formular a música. A metáfora entre auréola (halo) e a forca (the noose) se constitui dessa forma, em que não importa o que fazer para consertar o dano feito, haverá sempre aquele resíduo/ruído do erro.


But I'm more than just a little curious
How you're planning to go about making your amends
To the dead

A música trata justamente disso, para quem cometeu o erro não se esqueça do mal que fez, que mesmo que pedir perdão seja um alívio, não quer dizer que tudo vai ficar bem. A auréola que os redimidos usam para glorificar os seus feitos, o esforço de se sair de uma situação horrível de degradação psicológica não isenta absolutamente a pessoa. Na verdade a sufoca como uma forca. O 13° passo seria essa consciência de que causar o estrago é pra sempre, mas fazer o bem também.

A temática bate na minha porta por diversas razões, não precisa ser necessariamente como a retratada na música, mas de ordem emocional mesmo.

Como o mundo é pequeno e se isolar não é mais possível na altura do campeonato, fui entender como essa auréola/forca foi escorregada para o pescoço de algumas pessoas que passaram por mim. Eu também me sustentei nessa corda e provavelmente ajudei a fazer o nó, mas o mais estranho que a ironia do destino pode projetar, eu tava era treinando pra minha própria corda.

E a analogia com auréolas e forcas é péssima com tudo que está envolvido aqui, mas é preciso colocar pra fora antes que esse meu punho de ódio vá estrangular certa auréola de certo anjinho que passou na minha vida - e de outras pessoas como fui saber posteriormente - fazendo mais estrago do que eu mesma poderia causar sozinha. Essa música fica martelando na minha mente por alguma razão, finalmente fui descobrir só agora.

Ninguém é santo, ninguém é pecador. Somos imperfeitos como pedaços de narrativas rascunhadas em papel fino e frágil. Algumas pessoas insistem em ser aquela rasura mordaz, a borracha cruel de apagamento de um sujeito, porque não entenderam muito bem que ser responsáveis por aquilo que cativam não quer dizer que seja pretexto para arruinar a vida dos outros, física e emocionalmente.

Nunca fui feliz de acreditar em anjos da guarda, eles podem ser bem intimidantes quando se apresentam. Vocês sabem quem são. Cada um com sua culpa, seu fardo, sua pena e seu coração.

Apenas fiquem bem longe de mim.

With your halo slipping down to choke you now.

15 abril 2015

O décimo terceiro passo

Thirteenth Step
Thirteenth Step (Photo credit: Wikipedia)
Se há a necessidade compulsiva de ouvir o Thirteenth Step no repeat já desde cedo é porque há um problema. Ou demônio interno a ser exorcizado.

(pelamoooooor Mandos, seja o nono, ok? O nono é o mais brando.) 
 
Cismei com a Vanishing e The Outsider por longos minutos, até voltar pra Weak and Powerless e Blue (Que com certeza não é uma música boa para se ouvir quando se está com tanta caraminhola besta na cabeça).

E aí pra completar a cerejinha melancólica do bolo de bile esverdeada, The Noose me faz sentar nos fundilhos do ônibus, me escondendo atrás da mochila e pedindo pra Morfeu passar com a van de funcionários logo e me levar pra longe (Extremamente perigoso ficar matutando bobagem durante 1 hora e meia de percurso de ônibus, tem que dar um freio antes de cair no choro no meio de tanta gente).

Por que então ouvir o maldito álbum?
Porque é bom e ruim ao mesmo tempo.