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29 agosto 2018

A proteção necessária

A política de manter distância das pessoas com no mínimo um braço de distância tem sido uma das consequências de período ruim de vida.
Eu fazia isso quando criança pra não me aproximar demais de quem já sabia que ia sair de meu convívio - família nômade, muitas mudanças, amizades ralas para não se apegar demais e mudar de cidade e bem... - isso foi se tornando útil para evitar agressões seja nos esportes, ou na escola. Crianças podem ser ruins as vezes. No que eu via coleguinhas destratando outros não desejava me ajuntar a patota por razão óbvia.

Melhor sozinho que mal acompanhado.

Na adolescência o claustro foi algo básico na rotina, raros eram os abraços e mais raros ainda o tocar ou deixar alguém tocar. Mas ruim admitir a violência tava presente em muitas socializações em que estava incluída. Desisti dos esportes por conta tá disso, o contato corpo a corpo que machucava, independente do gênero que se encaixassem. Levei mais bordoadas em times de handebol feminino que em futebol com maioria masculina.

O medo de sentir dor também era real.

Nunca fui de me ligar muito em alguns assuntos da maioria, mas assim como o futuro irônico de ser uma pessoa acadêmica e me fazer mais observar ações e tirar conclusões dali foi moldando o afastamento necessário de pessoas. Elas são esquisitas quando motivadas por emoções extremas.

E mais esquisita sou eu quando tento fazer algo pra chegar a esse level de contato mesmo não me sentindo bem.

Engraçado ver todas essas observações empíricas de quase 30 anos de ter noção de quem sou e verificar que atualmente tenho uma pontada de horror ao saber de casos de violência perto de um círculo que convivo. Horror mesmo de perder pontos de sanidade, mermão que Cthulhu tá no comando faz tempo.

E enquanto violência física não costuma ser minha resposta como a mais sábia (correr na direção oposta sim), a violência psicológica foi o que sobrou pra assombrar algumas partes dessa mente já nada otimista com as últimas notícias. O medo de me machucar e a política da distância a um braço vieram com toda força após alguns eventos infelizes. E estavam atrelados a emoções extremas igualmente, então parece que meu cérebro automaticamente entende que se me aproximar demais ou deixar alguém chegar perto, logo haverá porradeira psicológica que meu emocional nunca foi bem preparado por falta de prática.

Houve uma ocasião que me obriguei a testar uma teoria para saber até que ponto estaria disposta a me deixar soltar um pouco, o resultado foi uma noite mal dormida em completo estado catatônico forçado pra não encostar ou me mover do lado da pessoa que tinha um crush danado (admiração, respeito e carinho foi o que ficou. Não me atrevo a voltar a sentir coisa alguma com tanta incerteza rolando). Hoje eu rio comigo mesma, porque foi uma besteira imensa de minha parte em relação a situação, poderia ter dormido que nem faço com cartão VIP pra rave de Morfeu, mas preferi ferver meus neurônios com nervosismo e ansiedade.

Acontece com a gente extremamente preocupado com o que vai acontecer no futuro e não aproveita o presente.

Carpe diem my butt.

22 março 2018

aquela epístola do templo e o corpo

De uns dias pra cá venho percebendo que todo aquele aprendizado disciplinar em igreja protestante meio que moldou algo que pode ser (ou não) o início de toda a solução ou a problematização do final dos esquema.



E como a semana tá muito dolorida, literalmente, bora assuntar sobre...
Debaixo do link tem aqueles assuntos que deixo sempre debaixo do link, porque bem... É pra isso que serve o "debaixo do link"...

31 outubro 2016

reações químicas parte 1


Não, não é sobre como é descobrir que crush perfeita de C. Lattes impecável e do signo se Touro (*insira um gritinho beeeeeeem histérico aqui*), mas o de experimentar um processo químico desencadeado desde março do ano passado.

Meu cérebro não funciona mais como antes. O acidente me mudou em diversas maneiras de comportamento, expectativas e funcionamento corporal. Se o psicológico foi abalado por um fator de coisas, o meu corpo também seguiu a mesma linha.

Como por exemplo, tolerância a efeitos de analgésicos.

Créditos: A Brief Guide to Common Painkillers (Clica que aumenta!)

Então se eu sinto cólica, não adianta  Buscopan ou Atroveran, vai continuar doendo. Se for dor muscular, NOPE, Torsilax ou Dorflex vai só aliviar um pouco por um tempo mínimo. Dor no coração?

Quem disse que tenho um?

Anyway, a culpa principal disso, sinalizada na bula do bendito remédio que me acompanhou por quase 3 semanas foi a codeína. Sim, a linda e brilhante medicação receitada que além de me fazer beber água como camelo, aumentar minha libido em 333%, também me causou problemas de despersonalização (aka sentir que saí do corpo, hello?), e tchanananan! A tolerância a qualquer remédio contra dor que não seja mais forte que a própria.

O que isso implica, chuchuzites?

É que arranjei uma puta dor nas costas, que está indo para a perna esquerda e tomar Torsilax a cada 4h não está adiantando. Tomar codeína de manhã e fazer o restante com Torsilax não está adiantando, logo há de se pressupor que um dos pesadelos listados na minha lista de pesadelos voltou à tona. O medo da dor. Ou melhor o medo de não sentir mais dor, porque meu cérebro decidiu shut down as conexões nervosas pra autopreservação.

Uma coisa interessante que a Psicologia explica sobre o motivo do homo sapiens ter medo de altura, escuro e fogo vai da noção de autopreservação. Se eu perder algo disso tou lascade. Sério, parte da manutenção da minha Sanidade se deve a se fator.

Já que não posso ficar sem trabalhar e estudar, tou enchendo os cornos de remédios e pedindo a quem me protege uma ajudinha em me lembrar o que devo fazer pra não abusar demais do privilégio de não sentir tanta dor quanto antes.

Pelo menos uma coisa boa dessa experiência: meu cérebro não tem tempo de computar as bad vibes do ambiente, logo não afeta nadinha na depressão, na verdade até me ajuda a ficar mais ative (ui) durante a maior parte do tempo.



Intolerância a dor, anotando nova skill na ficha.