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04 novembro 2012

Cidárea - A Senhora da Luxúria de Diablo 3.

Mais outro pseudo-artigo motivado pelo rage fangirl attack - estado primário de obsessividade por algo ou alguém fictício, imaginário ou idealizado que foi errôneamente interpretado além de nossas expectativas.
O assunto de hoje é Diablo 3, já que consegui chegar intacta ao Ato 3 sem ter tantas fortes emoções. Isso porque desde que as previews de D3 saíram nas Blizzcons da vida me deixavam tão nas nuvens que eu fazia planos de como seriam as masmorras e principalmente como seria uma certa female boss com corpo de aracnídeo e magistralmente vestida em um vestido vitoriano.

Mistress of Pain era o nome da criatura maléfica que povoava meus pensamentos e sonhos esquisitos.

Diz a história que certa vez alguém aqui foi cismar de ver a Blizzcon 2009 por conta de uma certa pessoa que ela admira muita. Sim a certa pessoa é imaginária e fictícia, mas no Concurso de Fantasias ela estava lá no modelo novo e o arco lendário. Okay, okay, a pessoa aqui ficou maravilhada quando viu a cosplayer desfilar em toda formosura ostentando a altivez de Sylvanas Windrunner, mal eu esperava que meu queixo ia cair por outrém


Lorraine Torres é a cosplayer mais genial do mundo na minha opinião. Alguns dias antes da Blizzcon 2009 acontecer, a Blizzard divulgou os primeiros rascunhos dos bosses dos Atos de Diablo 3, a galera pirou na soda com as artworks dos designers, especialmente por um rascunho básico de uma mocinha em vestido vitoriano, máscara, com corpo de aranha e dentes bem afiados. Estava ali a concepção de arte da "Mistress of Pain", uma boss secundária para qualquer Ato de Diablo. Gameplay revelado? Não, muito menos se o projeto iria para frente, então aí entra a genialidade de Lorraine.



Desse rascunho ela fez o pretenso cosplay da Mistress of Pain, foi com toda pomposidade pro palco da Blizzcon e desfilou por lá com cerca de 10 segundos fazendo todos na platéia pularem ao reconhecerem a personagem. Detalhe: A aparência para Mistress of Pain nem tava acertada ainda no departamento de animação.

Ela ganhou o prêmio de melhor fantasia, e com louvor. Como assim alguém que só viu o rascunho já sai fazendo um cosplay perfeito da possível-nem-quase-talvez-vamos-pensar-nisso boss do próximo jogo? A reação foi única, além da roupa tentadora da aracnídea mais dominatrix que já vi (E aí juntou duas simbologias chave para todo o entendimento da dominação), o povo da Blizzard tomou consciência: Sim, Mistress of Pain seria uma ótima antagonista.

E pelo jeito só ficou no papel, né?

A Artwork oficial postada no site do D3 meses depois foi essa aí ao lado, acompanhada de algumas outras como essa, nesse ponto os fãs já contribuindo ativamente para a galeria de Fanart. Pelos concepts dá para notar vaga semelhança com o cosplay de Lorraine, a disposição das patas, as ombreiras mais pomposas, o chapéu de cortesã. Sim, vemos nitidamente que a garota explorou ao máximo a criatividade de um rascunho para caracterizar uma personagem tão emblemática no Lore de D3.

De acordo com a Diablo Wikia, Mistress of Pain - renomeada posteriormente de Maiden of Lust ou Cydaea - é uma aracnídea totalmente sádica, amante da fina arte da tortura e dor, preferida de Azmodan e provavelmente sua concubina. Em seu covil secreto ela mantém escravos de diversos tipo, e também demônios encarcerados para se divertir as custas de humilhação, privação, depravação e principalmente da Dor.

Aí que a Blizzard pecou pela primeira vez. O título de Mistress of Pain remete exatamente a essa impressão que temos dela desde o concept art, pelo cosplay de Lorraine e principalmente seu enredo no jogo. "A Senhorita da Dor" tinha todo o potencial maluco de exploração de Lore todo virado para algo grotesco, proibido e de difícil entendimento que é o sadomasoquismo. Quantas possibilidades de se mexer com a cabeça dos jogadores no cenário confinado em Monte Arreat? Quantas provocações, pseudo argumentos implícito, quantas maneiras de se fazer alguém que se mostra sedutoramente voraz, inumana, mas ao mesmo tempo ter um carisma tão irresistível que não dá para negar o quão queremos ficar ao lado dela, para sempre.

Mas aí a Blizzard não estava apenas feliz em mudar o nome para Maiden of Lust - traduzido como Senhora da Luxúria por aqui - a colocaram numa parte do Lore pobre de detalhes e mais porradeira possível, além de colocá-la com guardinha pessoal dos Corações do Pecado? Peraí, né? Não tá forçando demais? A mulher é poderosa, tem a aparência dúbia, favorita do chefão do Ato 3 e vocês me dizem que ela ficou pra trás lá na Torre porque tinha que cuidar de corações amaldiçoados?

A desconfiança começou ali. Ao adentrar os níveis e mais níveis das Torres - e por Odin como Monte Arreat é chato, chato, chatonildo! - você se depara com uma carta de ordem de Azmodan solicitando os "serviços" da incrível nerubiana (Porque nada nesse mundo vai me dizer que não há crossover entre D3 e WoW.) para cuidar do(a) intrometido(a) herói(na) que se adentra em seu covil.

Pecado 3: O covil. É uma torre certo? Com muitos nível de subidas e descidas, por que raios me parece que tou andando nas nuvens? Não é um covil nefasto e pervertido de uma aracnídea não? O próprio Azmodan não é um cara meio aranha, meio alguma coisa? Por que está tudo tão cheio de fogo e carvão e parecendo com Minas Moria redecorada pelo Bob, o balrog...? Cadê as pessoas penduradas pelos calcanhares, as sessões depravadas de tortura básica (Dude, isso é Diablo 3, sempre tem coisas chocantes.)? Cadê os escravos tão hipnotizados pela Maiden of Lust? CADÊ O SPIDER PRIDE?

Uma teia sequer, um casulo sequer, nenhum explicação séria.
Você passa pelo cenário e se assusta com a imensidão que as Torres podem te levar, do gemido inconstante dos servos gigantes saídos sei lá da onde e bem ali perto do personagem quando se passa bem rente as beiradas. Okay, isso me comprou! Ela tortura até os grandões! Hell yeah! Gogogo domme, te obedeço de olhos fechados. Só que vai ficando boring, muito boring de só descer, descer, descer e nada de algo parecido com um covil de sadismo. Ela é uma dominatrix vitoriana, cadê a semelhança? Só nas roupas, no penteado bem exclusivo? Na provocação ao jogador em cada nível que passa para chegar ao Corações do Pecado?

Aí jamais saberemos se foi a censura ou a falta de senso e criatividade dos desenvolvedores, mas se você tem coragem de incluir uma personagem com estereótipo básico de dominatrix no Lore, respeita a psicologia do arquétipo!

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