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08 maio 2017

conselhos valiosos

Recebi os seguintes conselhos nessas 2 últimas semanas. Valiosos, só para constar:

1 - seja mais filha da puta.
2 - tem coisa que só você vai conseguir se levantar sozinha.
3 - você precisa pedir ajuda quando precisa pedir ajuda.

São meia noite e dezesseis de uma segundona, após domingo esquisito e surreal. Triste por assim dizer, foi um vazio oco bem no meio do estômago com uma ligeira sensação de dor no baço. E com esses 3 conselhos ecoando nas caraminholas, bora filosofar.


Item número 1: ser mais filha da puta.
Ser filha da puta é arbitrário. Até porque algumas atitudes que cometemos deliberadamente sendo enquadrado nessa definição, talvez não sejam em um outro ponto de vista. O que pode ser uma ofensa pessoal para alguém, quer dizer que pode ser um resguardo para mim mesme - a minha índole submissa passiva-agressiva não vai me fazer ter reações extremas como xingar ou destruir coisas/alguéns fisicamente, tem gente que reage assim. A pessoa que me disse isso estava querendo me abrir os olhos para certas atitudes que me desgastam emocionalmente e afetam meu psicológico, o se fechar para tais coisas e ser rude/babaca/sem graça nessas horas é essencial para não perder energia, tempo e noites mal dormidas com isso. Me afastar de certos comportamentos de repetição, padronizado e de destruição também ajudam no conceito do "ser filh@ da puta", pois não é todo mundo que concorda quando você larga de fazer certas coisas que pareciam normais e prioritárias pra você, para se dedicar a sei lá... Legislação Brasileira sobre Bibliotecários ou Livros Didáticos. 
E gente, parem de achar que filh@ da puta é xingamento, pra mim não é. Ser filh@ de político, sim.

Item número 2: tem coisa que só você vai conseguir se levantar sozinha.
Essa frase tem várias implicações, porque veio de alguém muito próximo e que continuamente - desde que me conheço como pessoa - tem tentado me compreender pra me ajudar a crescer. Crescer do modo que a pessoa quer/queria, agora que não participo mais da rotina dela, as dinâmicas mudaram. E ouvir isso novamente, em uma entonação diferente, com um propósito de me dar aquele tapa para acordar junto com o balde de água fria pela primeira vez na minha vida de escriba fez bem. Se eu não ouvisse essa frase - repetida por anos pela pessoa não entender que tenho uma dificuldade enorme de compreender o mundo como ele é quando tou no fundo do poço - essa semana, eu tava lascade. É o entender que a dura realidade te dá algumas opções, mas que na maioria das vezes o movimento de sair do poço é inteiramente seu e apenas seu. Uma conquista solo que tem que começar com a minha força de vontade. Foi como concordar com a Meritocracia por uns instantes, até lembrar que não estamos falando de fatores sociais/histórico/econômicos, mas sim de uma doença mental e desequilíbrio psicológico. Ouvir essa, sinceramente, foi um atestado de sanidade sendo pregado na minha testa: "Acorda pra cuspir!"

Item número 3: você precisa pedir ajuda quando precisa pedir ajuda.
Essa tentei decodificar como essa frase aí em cima, mas acho que de certa forma não captei direito o que a pessoa querida, linda e maravilhosa quis dizer. É pra eu pedir ajuda, certo? Sim, mas eu preciso saber como pedir ajuda pra pedir ajuda - novamente problemas discursivos de entender o mundo quando tá ruim. Então tenho que jogar o orgulho de lado e pedir arrego. O que se contrapõe ao item 2, que o que parece, se fiz bagunça, tenho que arrumar sozinhe (no neutro, porque ouvir isso com marcação de gênero foi o balde d'água). E não tanto quanto ao item 1, porque se é para ser filh@ da puta, o que considero incômodo e evito de deixar que os outros cheguem muito perto é a questão do não ficar incomodando ninguém com minha conchinha. Porque não quero que os outros venham me perturbar com as conchinhas delas (Opa! olha o item 1 aí!)
(Aí um debate básico entre alguns anos de terapia, muitos anos de autodepreciação e poucos meses de admissão de que HÁ um problema acontecendo há anos e que não vou conseguir fazer isso melhorar com fotossíntese, meditação, altas doses de açúcar ou estudar até me acabar.)
O mais legal disso é que por ser uma pessoa pragmática - e por vezes literal/mecânica - demais, vou acabar entrando em parafusos por planejar como eu devo pedir ajuda para pedir ajuda. Yep, examine bem o cérebro de uma pessoa ansiosa por natureza e verás engrenagens pequenas rolando rapidamente, formulando cenários, maneiras e métodos para chegar ao ponto de overthinking em pedir ajuda. 

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O benefício da escrita me ajuda a colocar alguns parâmetros em ordem.
(Arrá, jura que vou fazer organização do conhecimento nas minhas neuras, pelamoooooor!!)
Porque ao escrever e botar pra fora - nem que seja digitando e lendo depois - metade do caminho é liberado do HD mental para fazer algo e não me sentir tão culpade, ferrade, inibide e fora de sintonia com a realidade. Levar uns baques da Vida também ajudam, é essencial.

Estranhamente, mas não surpresamente (Essa palavra existe?!), estou produzindo mais literáriamente do que em qualquer outra fase da minha vida aqui onde estou. Só lembro de passar horas formulando histórias/contos/diálogos e afins com tanto afinco, dedicação ao ponto de dormir em cima do teclado quando era adolescente, no meu quarto na cidadezinha roceira, com um caderno de 500 páginas e lápis na mão. Bons escritos saíram dali, acho que me dedicar a espantar os males através da escrita pode ser um caminho pra ficar melhor.

Temporariamente. 
Até a próxima crise. 
Item 1 + 2 aí.



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