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15 junho 2017

sobre burnouts


Here I go, here I go...

Mente vazia, oficina da queridona Lady Ansiedade, do meu coração <3
Como mãe de todos os pavores, fico no aguardo pelo próximo momento lindo de dorzinha localizada. Os neurônios estão trabalhando em outras áreas pelo jeito. O legal de ter uma mente hiperativa é que mesmo quando tou lesada pela dor, vai vir coisa, sei lá, alguma coisa, tipo ontem foi ideia rápida e improvisada na apresentação do trabalho, até que deu certo - no susto, mas deu. O ruim de ter mente hiperativa enquanto se está com dor é que não dá pra executar as coisas que quer fazer. 

É um belo círculo vicioso dos Inferos pra enfrentar. E a Ira costuma vir junto.

A dor nas costas anda me fazendo relevar muitas questões na vida de escriba, até o ato de escrever já está se tornando um exercício difícil - a escrita entra como solução paliativa, um band-aid para uma fratura exposta, um "Calma, vai melhorar" - já que não posso ficar muito tempo sob meus quadris. Hips don't lie, o meu pelo jeito deve estar com uma ficha criminal bem extensa ou é fã do Pinóquio.

E aí escrevi um post angst ontem voltando no busão - porque a menininha mágica da Clamp caótica no meu sistema nervoso me lembrou assim que senti aquela fisgadinha delicinha no ciático - mas fui deletando as coisas mais blergh e coloquei piadinhas toscas e humor dos anos 90.

E uma história bem legal que ouvi/presenciei durante o estágio há uns 2 anos atrás.


Em um momento de sorte (no sentido de sorte voltada para o destino, eis uma pessoa socrática aqui), acabei indo para uma biblioteca escolar muuuuuuuito querida e que a experiência foi uma das melhores em toda minha vida acadêmica. E nessa biblioteca awesoooooome havia alguém que eu bati o olho e respeitei na hora por afinidades na luta pela categoria. A pessoa era ativa na organização de sindicato, de cobrança de direitos trabalhistas, de nunca baixar a cabeça, de fazer a profissão com Amor e acima de tudo: Ética. Se era pra ser bibliotecária, entonces let the bibliotecária ser.

Biblioteca escolar, uma das escolas mais antigas da região, quiançada de tudo quanto é canto e backgrounds, estrutura precária em certos aspectos, ela fazia o que podia e conseguiu muitas coisas,
inclusive uma enfermidade de longa duração, hérnia de disco, ou como ela relatou certo dia "ficar travada na cama". Eu gosto de ficar na cama, mas que haja atividades produtivas e bater cartão pro estágio extra no Sonhar, mas não quando se está sem poder se mexer e a cada virada o corpo sente um backstab digno de rogue no WoW.

Essa pessoinha me orientou no que eu podia fazer lá e também me deu uma dica valiosa que ignorei até agora - Não gaste sua energia toda em algo que o restante não dá a mínima. Se cuida primeiro, respira, faz o que der.

Isso bem sendo repetido pra mim desde que entrei na Biblioteconomia, ir com menos entusiasmo (De modos diferentes, tipo: não se esforce tanto que alguém vai puxar teu tapete, não se esforce tanto porque se não puxarem o corpo vai cobrar depois e ninguém vai ligar), não ir com tanta sede ao pote, não ter burn out

Mas como fazer isso quando se encontra a paixão da sua vida?
A vida não é 8 ou 80?
Na hora do filosofamento, tudo bem, racionalidade tem 50 shades of nuances para se esmiuçar, mas Amor? Amor? Afrodite não vai com a minha cara, Eros é um moleque, não um caveira, Sofia é cutch-cutch e Ágape parece ser interessante na questão do Equilíbrio que tanto quero. Mas Amor não dá para ser assim, ser méh.

Isso é um méh. E um méh é cruel quando aplicado de forma intensa.

Como é que vou ficar no modo blasé quando o que mais quero é abraçar essa bendita Biblioteconomia, enrolar plástico bolha em volta dela e protegê-la a todos os custos?! Porque infelizmente quando se trata de Amor e suas particularidades, sou tradicionalista e extremamente sem noção. Se o mapa astral servir de consolo, Vênus em Libra é aquele sujeito babaca que vai dobrar meio mundo pra se adaptar ao ser de afeição (Não objeto de afeição, porque parece que a Biblio é palpável, mas não é e como se encontra num estado incorpóreo de providências táteis, vai ser mesmo). E se dobrar causa dano físico quando o ser de afeição - nesse caso - é a profissão que meu coração decidiu bater mais forte. Não é Nutella, não é gatos, não é outras coisas.

E amar a Biblioteconomia - essa entidade incorpórea que tem proporções além da minha compreensão - tá me custando um corpo já meio descartável por medicação ferrada utilizada para aplacar dor infligida por acidente de trabalho. Então é como se houvesse um quê de autoflagelação aí.

Mudar de prioridades?
De ser de afeição?
Parar de ser workaholic? 
Aí começa o mapa da problemática. 
E eu amo essa música do Muse com todas as forças.

Todo serumaninho babaquinha em sua existência até então vazia (Oi niilismo miguxo, bejasnaummeligatchau) quando finalmente encontra algo que vai dá sentido a sua vida, não vai largar o osso tão cedo. Não vai desistir da única coisa que por um momento, por mais rápido que seja, satisfaça a barra que é ser esse automato aqui. Essa foi a única decisão feita por mim mesme que me trouxe Amor & Poder. É, bem estilo música da Rosana nos anos 80. E já fazem três anos e meio, não me arrependi. De todo o resto que já escolhi na minha vida, estar nesse fucking curso pra ser bibliotecárie é de longe a única coisa certa que fiz na vida. 


(O que me faz pensar em um pararelo com a paixão ou amor por outro serumaninho, estamos vulneráveis de qualquer jeito, o burnout é previsto em algumas parte da vida, ou se entregar a apatia e a dissociação)

É o treco do religare
É estranho. 
Não sei como explicar sem soar fanatismo ou maluquice. 
Mas não é isso que toda paixão excessiva faz com qualquer um?

O mapa da problemática começa no modo em que o burnout tá se instalando aqui comigo, se eu me ferrar corporeamente por conta (mais uma vez, com emoção) de algo/alguém que amo profundamente, desisto dessa porra toda. Ou seja me tornar aquilo que é meu pesadelo formal: funcionário público de saco cheio.

Medidas drásticas, tenho essa tendência.

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