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10 maio 2015

onde as ruas não tinham nome

Foto extraída de: http://www.cityofsydney.nsw.gov.au/council/our-responsibilities/permits-and-notifications/busking
Então...
Desta vez foi melhor.

Foi em sonho.

Você estava lá me mostrando maquiagem.
Pura criancice de meninas que não sabem o que fazem com tantas opções.

Era pra eu ser a única opção. Ou não, talvez aquela opção daquela vez.

E foi em sonhos que você apareceu.
Continua
Aparece às vezes no rosto de alguém conhecido.
Na voz de alguém que admiro.
No perfume de dama-da-noite que não vejo.
Continua.

Receber sinais via sonho vêm se tornado uma constante.
Após o sonho bizarro de estar conversando com meu pai (E uma pancada de gente) vou saber que o velhaco tá são e salvo com a família lá nos Portos Cinzentos. E devem estar comemorando o Dia das Mães com a minha querida vózinha chuchu cutch-cutch salve salve. Good.

Dessa vez a coisa ficou menos séria, mas não deixou de chamar minha atenção.
Era uma busker - ou artista de rua, essas pessoas lindas e corajosas que tocam ou performam no meio da rua sem meod e serem felizes.

01 dezembro 2014

pó vir dezembro!

Fazia tempos que não visitava o Danger Dame Diary e me deparei com a última postagem do Thanksgiving lá nos estaites. Aí lembrei do porquê algumas coisinhas nessa vida ainda continuam me impressionando mesmo quando não dou bola pra elas.

Cerca de 2 anos atrás as palavras dessa moça mudaram um cadim da minha percepção de vida, deveria estar agradecida por isso.

E estou, sempre.


Life can be completely fucked sometimes.
Life can be muddled with regret and longing and sadness sometimes.
But I want …
for this moment….
I want you to look at this sunrise I found for you.
I want you to look forward to what you dreamed of….
Of what you deserve
and know that it always awaits you in any new day.
Pó vir dezembro. Imma fucking ready.

24 abril 2014

21 coisas que talvez eu vá fazer (se é que já não fiz)



Copiando e colando do Danger Diary:

"Here are my uncomfortable things no one should miss out on….


  • Start a blog and write your uncensored, honest views. - Bem... já estamos nele...
  • Take yourself out to dinner alone.
  • Stand up for something you believe in even when you might risk disapproval. - Ser lésbica e querer ser professora universitária ajuda?
  • Go and see live music in a genre you don’t normally listen to. - fui no Tom Zé, MPB pra mim não rola desde sempre.
  • Introduce yourself to someone you would like to know but have felt too intimated by. - *ahem* várias e várias vezes dentro do ônibus...
  • Learn a new language - pode linguagem de bibliotecário? Não entendi ainda o que eles falam...
  • Travel to the country where they speak that language and try it with locals.
  • Dress opposite for your comfort level.
  • Write a heartfelt poem and share it with someone.
  • Volunteer to help someone who is very different from you.
  • Give a compliment to a complete stranger.
  • Go on a polar bear swim (jump in a cold lake). - Opa, esse dá pra fazer aqui \o/
  • Make a “free hugs” sign, go out in a public place with your friends and go for it.
  • Order a strange new dish at a restaurant.
  • Explore an abandoned building or area that’s unfamiliar to you.
  • Go on a road trip without a destination.
  • Get naked in front of an audience (whether that’s burlesque or telling a personal story or sharing personal art that you created). - já fiz, várias vezes, minha vida é um livro aberto, só perguntar qual página que tá as coisas indecorosas...
  • Learn a new skill (take a dance class, learn a new musical instrument). - aprendi fazer paródias, serve?
  • Initiate a conversation with someone far younger or much older than you. - HAHAHAHA todos os dias pelo menos converso com pessoas 10 anos mais novas que eu. E creio que há uma pessoa muito especial na minha vida de pseudo-bibliotecária que tem 10 anos a mais e me influencia pra caramba.
  • Figure out something you really want to do that you feel timid about doing. - Tipo: get laid? Yep.
  • What are some things that you have heard your friends or acquaintances talk about and you think – i’d never have the guts to do that….But it would be awesome. - tatuagens, piercings ou terem relacionamentos rápidos e sem ficarem attached as pessoas envolvidas. Última parte? Sim, tou tentando. Tatto e piercings? Nope, nem cheguem perto de mim, agulhas!


29 novembro 2013

[conto] conversações com alguém em particular


Os biscoitos delicados se esparramaram do pratinho decorado com entalhes prateados para o chão de cascalhos, pétalas de ipês roxos e areia fina e perfumada. As mãos desajeitadas que deixara cair o complemento daquele chá costumeiro antes do anoitecer não conseguiram alcançar o chão e limpar a bagunça feita, o nervosismo aparente da pessoa mais alta, suja e de aparência maltratada pelo tempo não deixava sua coordenação motora muito boa.

Quem apanhou os biscoitinhos delicadamente foi sua eterna musa, donzela tão afável e fagueira que o acompanhara desde criança quando ainda era uma pequena criança inocente no velho Eire. As mãozinhas delicadas da ninfa recolheram os fragmentos dos biscoitos finos e os colocaram de volta ao prato de onde haviam caído. Após um breve momento de silêncio constrangedor, o gesto convidativo da ninfa para o pratinho decorado foi aceito com um rápido gesto, mãos desajeitadas que trituravam o alimento, levando todos os biscoitos diretamente a boca. De boca cheia e mãos descoordenadas por muito tempo atadas às costas, mãos que não serviam mais para fazer absolutamente nada que prestasse quando era vivo, apenas o agarrar grotesco e trêmulo em cima do alimento que o serviam para aliviar sua doença.

A ninfa, graciosa em seu jeito de ser, perfumada naturalmente com uma fragrância de morangos e vinho branco, sentou-se a frente dele, serviu uma xícara de chá para si e em um pote de madeira entalhada serviu o de seu convidado inesperado. O suspiro satisfeito dado pela linda filha da Grande Floresta chamou atenção do mais alto - desconfiado do jeito que sempre fora - agora tentava se lembrar como era o comportamento de um gentleman que fora antes. Seu rosto quadrado e muito desfigurado dos séculos de castigos corporais, sol, tempestades de areia e destroços tombou para um lado, decifrando aquele suspiro vindo dela, a pessoa que mais confiava dentro de seu coração.
 - Não seja tímido... Vamos, beba... - ela anunciou indicando o chá servido no pote. Ele titubeou na resposta corporal, poderia estar delirando novamente como muitas vezes delirara em sua prisão. Poderia ser uma armadilha e aquele pote fosse o seu passaporte para o tormento temporário de muitas dores infligidas e que seu corpo cansado jamais se acostumava. - Ou poderia ser só chá de morango, Annami... Vamos... Beba…
 - O nome é Willian... - ele resmungou pegando o pote como conseguia e surpreso ao ver a mágica feérica tomar conta daquele objeto emadeirado se encaixar exatamente nas curvas nodosas de suas mãos atrofiadas. O segurar na mão esquerda estava firme pela primeira vez em 125 anos, um sorriso surgiu debaixo da barba espessa e irregular, lábios ressequidos alcançaram a borda do pote e beberam todo o conteúdo sem derramar uma gota fora, um risinho amigável vindo da ninfa encheu seu coração de novas energias.
 - Você pode mudar de nome, de rosto, até de corpo, mas para mim sempre será Annami... - ela bebericou o seu chá com uma fineza impecável, ele recuperando um pouco das forças, forçou os ombros para trás para ficar ereto na postura, mas os ossos doloridos de estar sempre nessa posição no cativeiro, o fizeram mudar de ideia. Curvado ficou, mas entendeu que deveria se portar como um moço de família, como um cavalheiro, estava na presença de uma melíade, não poderia se envergonhar com suas maneiras primitivas. - Você pensa demais... - ela disse pegando um morango açucarado e retirando um pedacinho da pontinha. Com a destreza de uma elemental da terra (E mais por ser uma criatura travessa), apontou o fruto no nariz do homem turrão a sua frente e o acertou em cheio.

10 novembro 2013

[sonho estranhos com detalhes] os dentes, as fotos, os guarda-roupas e a melíade

Às vezes ter uma melíade como guia inspiradora durante toda sua vida é um bocado complicado, o motivo: ela dá avisos estranhos em horários mais estranhos ainda quando eventos estranhos acontecem.

A coincidência toda faz parte do pacotão de maluquices que esta escriba não desvenda muito para muitas pessoas, mas acaba se tornando comum quando acontece. Hoje Morfeu decidiu atacar logo no meio da tarde, me fazendo cair literalmente de sono no teclado do Major Tom, me arrastar o mais rápido possível para a cama e dormitar lá até alguns minutos atrás. Se segue o sonho maluco e com detalhes a seguir:


09 agosto 2013

vaga-lumes, mangueiras sem frutos e melíades

[Esse post está full de spoilers sobre meu processo criativo, peço encarecidamente que não zombem da maluquice envolvida]

Uma das coisas que constatamos quando crescemos em uma Sociedade pirada e tecnocrática como a nossa é a ausência de Sonhos. Depois que você entra na escola e começa a ter convívio com outros humanos como você (uns nem tanto quanto os outros) todo aquele mistério infantil se esvai assim como começou. Não há mais brincadeiras no meio da tarde nos fundos dos quintais, ou na graminha da frente, mas sim há a profusão de atividades esportivas e recreativas lá na rua, no asfalto, na calçada, no concreto, na companhia de outros como você e que aparentemente também perderam aquele quê misterioso das brincadeiras perto de árvores frutíferas, mato ralo, caminho de terra com pedrinhas e vaga-lumes.

Mesmo se fosse sozinha ou acompanhada por um bichinho de estimação (No meu caso era um pastor alemão enorme duas vezes maior que minha diminuta pessoa) havia diversão de sobra atrás daquela casinha de madeira na Tiago da Fonseca, perto da mangueira que não rendia frutos, com formigas dançando na pele quando se subia nos galhos mais baixos e vaga-lumes. Yep, eu via alguns quando era criança e até durante o dia quando não se é costumeiro ver, mas vaga-lumes me interessavam quanto Física Quântica para Stephen Hawkins. Tão fascinada eu era que por muitas vezes, desobedecia as ordens de ficar no calçadinho do lado da casa durante as noites quentes (Quente quer dizer mais que 20º, sem vento plz?) que Florianópolis poderia proporcionar para uma criança de 5 anos.


Não tinha como não querer ir perseguir aqueles pontinhos de luz que apareciam principalmente perto da estação mudar de Primavera pro Verão. Eu sempre gostei de coisas piscantes (#fëanorfeelings) e sempre gostei de brincar com seres imaginários. Ter um amigo imaginário fazia parte de toda a diversão, mesmo quando havia amigos concretos por perto: o grupo não pode ser só healer, dps, dps e não ter tanker né? No meu caso era uma healer druida, hehehehehe. E mesmo que ninguém percebesse que havia mais alguém ali (Mesmo que na minha imaginação fértil de criança mais nova que amava vaga-lumes), ela era uma pessoinha muito difícil de perceber. Os vaga-lumes ajudavam, o cheiro de flores em um quintal sem flores também, uma trilha de formigas subindo a mangueira enorme lá nos fundos e evitando passar pelos doces que ocasionalmente eu deixava cair (destreza manual nunca foi meu forte), brisas quentes quando se estava imersa da cabeça aos pés dentro de uma piscininha de plástico, brincando de batalha naval com Lego, barcos de papel e folhas das árvores levadas pelo vento. Era meu momento mágico.

Era quando eu acreditava que havia algo além de mim naquele mundo estranho além do portãozinho de ferro e muro baixo que me separava do mundo de asfalto lá fora.