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22 julho 2015

sonhos estranhos e com detalhes: La Muerte

Para comemorar mórbidamente o post 566 desse blog guardado por entidades inanimadas, submersas e sonolentas nas profundezas do Mar-sem-fim, o assunto veio a calhar.

Muerte Blanca
Muerte Blanca (Photo credit: Wikipedia)
Eu respeito a Morte, a Morte é legal, é sensacional. A única coisa que a gente tem certeza nessa vida (Nem mais os impostos, señor Franklin!), a inesperada esperada notícia que todos vão ouvir algum dia. A Morte me fascina de jeitos peculiares, desde sua compreensão nos povos antigos até os dias atuais de pura confusão e nonsense. Mas quando se sonha ou vivencia demais, dá um nó danado na cabeça.

A Morte com M maiúsculo, pois é seu lugar incontestável ser a dominante entre tantas divindades. Onde termina, onde começa, o ciclo está ali com a mocinha vestida de capuz escuro, cadavérica e carregando a foice na mão. Alguns a vêem com esses olhos caricatos de a Ceifadora, já eu costumo ter sonhos inusitados com ela de mochilinha rosa das meninas superpoderosas e andando num triciclo de plástico da Estrela. Não saberia como explicar essa imagem que tenho da linda dama sempre pontual, mas algo me fascina sobre a figura daquela que tantos evitam de mencionar por acharem que seja mau agouro e tudo mais.

Celebrada e afastada em diversas culturas, a Morte traz um bocado da História da Humanidade em sua formação como aquela que é responsável pelo seu último suspiro, tudo de certa forma em nossa sociedade é ligada a ela: I hope I die before get old, o verso tão famoso do The Who não falava da fuga adolescente de se querer viver jovem para sempre, mas sim de reconhecer que a juventude acaba e a velhice precede a esse estado irrecusável. Na Irlanda (Ainda chamada Eire) antes da romanização de ritos, era comum ver famílias inteiras desenterrando os mortos mais recentes, darem uma voltinha ou uma dançadinha com eles e depois colocá-los no caixão de novo. Na Índia se banham com as águas turvas do Ganges, lotada de restos mortais em cinzas de pessoas falecidas. Na Inglaterra Vitoriana colocar moedas acima dos olhos de um morto era sua garantia de travessia para o outro mundo, na Grécia Antiga o pagamento era feito com uma moeda debaixo da lingua, o símbolo máximo do Cristianismo, Jesus Cristo, ressuscitou da Morte após 3 dias e assim vai e vai e vai.

Inúmeros exemplos de como a vida é permeada pela fuga contra a Morte é ilustrada bem nas teorias de Freud sobre libido, pulsão de morte e de vida. Muito do que passamos em nossas vidas são experiências entrelaçadas com o morrer diário. Estamos mortos a cada instante com a mudança de células em nosso corpo, a Arte, a Violência e o Prazer estão ligados à Ela igualmente.

Medicina Legal sempre me chamou atenção (Tanatologia era meu tópico favorito de correr atrás), cuidados e prevenção ao suicídio fizeram parte da adolescência trash de pesquisa intensa, pensar na Morte nunca me foi tabu, nunca me foi vergonhoso, mas expressar isso com clareza para o exterior pode parecer insensato. Alguns dias atrás postei uma animação irlandesa CODA sobre essa temática, tão delicada em sua composição que me trouxe bons momentos filosóficos sobre como é esse processo de nascer, crescer, desenvolver, morrer, renascer. Não é a toa que um dos meus cenários favoritos de RPG se trate justamente de pessoas que encaram a Morte quase todos os dias.

(Para posts que já argumentei aqui, vide aqui, aqui e aqui também)

Não encaro a Dama Branca como um monstro horrendo que deve ser mantido à distância, ao contrário, ter um diálogo aberto sobre a Morte (E qualquer outro tabu social que impomos nas nossas vidas) é saudável para se ter uma vida mais sã e salva. Assim como creio que se falarmos mais sobre Ela para nossas crianças, não vai ter tanta gurizada desmiolada fazendo coisas sem noção para provar que são adultos, né?

Ter sonhos com Ela costumam ser esporádico, mas semana que se passou foi diferente. É a quarta seguida vez que sonho com a Dona Muerte (Yep, é como eu a chamava no sonho). Impávida e nada colossal - ela era baixinha, aterrorizante, mas vairy vairy cute and tiny - se aproveitando do ensejo de minha mente lesada e levando essa beeeeeesha lôca aqui a ter mais impressões estranhas dela.

Já havia tido um sonho parecido, com a mesma personagem, só que ela era a Nêmesis linda do meu s2. Claro que nesse veio a inovar, já que se é para ficar ao lado da Muerte durante um sonho inteiro e sentir aquele comichão de questionamento vir a cada 5 segundos, o sonho a seguir consegue ser mais maluco que o anterior.

Debaixo do link, a doidice master que me acompanha já faz uma semana.

14 março 2013

As Doutoras da Morte dos Seriados



[Texto originalmente produzido e publicado para o blog Nerdivinas no dia 13 de fevereiro de 2013. Reprodução total do conteúdo com permissão da autora]

Para quem é ligado em seriados de investigação criminal sabe do papel importante dos médicos legistas no desenrolar das tramas dos episódios. Em muitas das vezes esse profissional forense é retratado como sendo um excêntrico e desajustado do time de investigadores, mais difícil ainda é imaginar que uma mulher poderia gostar de ocupar esse tipo de cargo tão funesto. Ledo engano, caros mortais.

Vemos cada vez mais a presença de mulheres nessa área, tanto na vida real quanto sua representação em seriados de investigação policial. Muitos seriados têm em seu elenco de apoio médicas legistas, cada uma com suas particularidades e demonstrando estarem muito bem adaptadas a essa rotina mórbida no necrotério, desde a revista nos corpos e avaliação de cena de crime, assim como tratando de assuntos delicados como abuso em vítimas vivas. Tudo isso com o belo toque feminino, é claro. Vamos relembrar de algumas personalidades femininas no cargo de "Doutoras da Morte":

Dana Scully de Arquivo X
Dana Scully de Arquivo X