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21 maio 2015

o "santo" é forte - e o vaso aqui ruim de quebrar

Alguém disse full combo DPS/herbalista? 
Larguei de lado algumas coisas que eram essenciais na manutenção da minha cachola, a espiritualidade ficou um pouco em segundo plano quando coloquei o coração na frente (e aí a briga eterna de prioridades nos três sensos), deixei de fazer as rotinas costumeiras por alguma razão besta, mas também nunca me senti obrigada a fazer certas coisas para agradar seja lá quem for que esteja me protegendo nesse mundo maluco aqui.

Durante essa semana ouvi muita gente comentar o quanto foi "sorte", "graças a Deus" e outras atribuições para eu ter saído bem do acidente, implicitamente algumas desas pessoas meio que me empurraram o velho discurso de "Agradece que é mais que sua obrigação!". Isso me deixou um bocado inquieta na verdade.

Alguém me disse uns dias atrás que quando essas coisas aconteciam era pra gente sossegar o facho e ver o que andou se perdendo na pressa de tudo. E foi o que fiz.

É porque quero acreditar que o pior não aconteceu por ter apelado pra Ciência no último instante quando senti a roda bater na minha perna. Usei a gravidade ao meu favor (Não bati a cabeça, não perdi a memória, não morri), as 3 Leis de Newton tudo ao mesmo tempo, segui o reflexo da sinapse da dor imediata - retirei meu pé debaixo da roda a tempo. O fato de ouvir o rapaz da moto quase entrar em desespero por ter me derrubado é que me incomodou, o fato dele ficar chamando o nome da divindade que ele cultua várias vezes também não me deixou segura, são e salva. Alguém ali tinha que manter a compostura e fazer algo, eu só queria que a dor parasse, só queria sair dali, sinceramente, só queria mandar todo mundo shut the hell up e me deixar em paz em um espaço pra sentar e esperar a ambulância. Às vezes manter a calma é mais enervante do que entrar em pânico.
(E olha que entro em pânico por pouca mixaria...)

No Hospital ouvi a tal da "sorte", também os "graças a Deus" (O cristão, sabe?), e quando repliquei que o santo aqui era forte - e quando digo "santo" é um conjunto de coisas inexplicáveis, entidades que devo respeito, me sinto confortável em agradecer por terem me protegido da casualidade que as Leis de Newton podem causar, é santo, é santa, é orixá, é anjo da guarda, é ninfa, é força de antepassados, é tudo - me olharam com uma cara de fuinha. Às vezes esqueço que catolicismo tá ficando pra trás, pegar termos deles pode parecer ofensivo aos ouvidos dos pentecostais.

Sem nem estar concentrada nisso esses dias - porque há outros pormenores chatos que ando batalhando, incluindo os pesadelos que prejudicam a recuperação de XP em paz - acabei deitando a cabeça no travesseiro ontem e pedindo pelamordequemmeprotege pra parar de pensar que o remédio ia fazer meu cérebro virar mingau (O post de ontem tava tão tenso?).



Omolu/Obaluaê - orixá de dupla identidade
Então...
Sonhei com esse cara a noite toda.
Srsly, a noite inteira. Cerca de 10 horas de sono.

Ele estava do lado de fora da minha janela em uma casa que morei lá em MG. Eu deitada perto do vidro da janela e vendo direitinho a figura parada, sem se mexer por muito tempo. E aí percebi que eram dois dele e mais outro cara com um chapéuzinho de coco que na hora eu falei: "Rááááá sabiiiiia que cê ia aparecer alguma hora, lol". Claro que às vezes falar no modo mais informal possível com figuras representativas do panteão que eu sigo espiritualmente pode não dar muito certo.
(Não, ninguém ficou ofendido, mas foi awkward virar pro orixá que é teu patrono e dizer algo do tipo, modos Elza, apenas modos.)

Primeira noite de sono tranquilo, aliás. Foi bom receber visitas conhecidas enquanto sonhava para aliviar toda a bagunça da semana. Estou até feliz por saber que de certa forma a imagem da entidade se fixou tão bem no meu subconsciente que me transmitiu paz, não estranheza.

Como se era de esperar vi a minha vózinha também, mesmo de longe. Se era pro sonho me dar certeza que eu ia melhorar, com certeza me deu uma ideia boa assim que acordei de manhã, trocar o bendito tramadol por torsilax já que a dor no pé estava localizada e só precisava ficar quietinha pra fazer os hematomas irem embora (A dor não vai, isso tenho certeza, tem coisa que a gente precisa sofrer pra lembrar do porque está na tal situação em primeiro lugar).

Fui atrás né? Não custa nada, conhecimento é a única realidade estabelecida que consigo imaginar.

O Orixá Omolu/Obaluaê é mais cultuado aqui no Brasil pelo lado do Candomblé e foi sincretizado como São Lázaro - aquele que JC ressuscitou dos mortos e por muito tempo achei que era uma parábola para uma RCP bem feita - costuma ser uma entidade dupla, Omolu o velho e Obaluaê o jovem (Aí fui saber agora que São Roque é o sincretismo dele? Whoooooa!). As atribuições para ele(s) costumam ser o de curandeiro de doenças contagiosas, pragas, na party ele seria o full healer FTW.

O legal de voltar a pesquisar sobre ele foi ver essa dupla identidade velho/jovem, Oxalá também tem (Oxalufan/Oxaguian) e que algumas religiões antigas também seguiam quando o panteão tinha mais de um deus para a mesma atribuição. Então... O aprendizado via sonho para aqui na Realidade Estática está voltando a aparecer, isso me alegra imensamente (E de certa forma vai ser o meu motto de não endoidecer por ficar mais 5 dias tranacada em casa).

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