"Essa é a minha vida, comer miojo e tomar remédio..."
Fazendo alusão a uma das letras mais significativas do funk trash de intenções nada boas, começo o rambling da semana.
Tive que pedir arrego, voltei pra codeína porque a dor resolveu voltar com força total devido ao frio e a instalação dos updates no meu tornozelo, yep, meu pé tomou um rumo diferente quando fui comparar com o esquerdo. Algum osso ali deve ter ido pra frente ou pro lado, porque pisar pra dentro nunca foi meu caso.
O dilema monocromático disso tudo foi:
1 - ficar extremamente bitch e evitar todo mundo por um tempo;
2 - tomar o bendito do remédio e ser sociável.
É como uma metáfora de própria existência humana!
Já que a vida está nesse level de estranheza completa, algumas conclusões que foram deliberadas:
- Pelo bem de minha integridade física e mental, tenho que controlar melhor meu humor volúvel;
- Não esperar muito que as coisas melhorem num passe de mágica;
- Mandar algumas pessoas muito especiais pros quintos dos Ínferos pra Cérberos mascar;
- Parar de me sentir culpada pelo acidente;
- Procurar terapia de novo e de novo e de novo...
- Parar de ler Nietzche;
- Voltar a ter Disciplina.
Trentonildo salvando a pátria aqui!
Aí estava scrolling o feed de blogs e lá estava o texto awesome da tia Candye sobre o mesmo estado de espírito em que me encontro - leitura de mentes, telepatia coletiva, empatia? Chegou aqui tia Cléo!
(por CleoMachado)
A água que circula hoje é a mesma que molhou os dinossauros. A raiva que me consome, hoje, é a mesma que consumiu civilizações. Tudo volta. Tudo é cíclico. Mas tudo atinge as pessoas de diferentes maneiras. Tudo em mim transborda porque eu vivo no limite. A felicidade é urgente, mas a infelicidade é recorrente. A gente tem pressa para ser feliz porque sabe que a infelicidade nos segue de perto. A gente corre, mas, às vezes, ela nos alcança.
A gente já nasce com a corda no pescoço, mas quando é criança não percebe que a corda tá lá. Então, a gente começa a crescer, e a corda começa a apertar, e, pela primeira vez, a gente se dá conta de que não está livre. Debilmente, a gente coloca a mão na corda, e pensa que ela vai se romper sem oferecer resistência. A gente se desespera. Procura por uma tesoura, para poder cortar a corda, mas percebe que a tesoura está muito ocupada aparando as arrestas da nossa vida, está ocupada recortando as memórias e colando-as onde possamos vê-las e, quando necessário, esquecê-las. A tesoura está fazendo o que a gente não dá conta de fazer.
Nas mãos de quem está a tesoura, não se sabe. É mais fácil acreditar que as Moiras estão fabricando, tecendo e cortando o fio da nossa vida. Não é mais fácil. (Para ler o restante, clique cá)
A fineza da escrita me atingiu em cheio, e com a ressonância das palavras em meus olhos - oh sinestesia reinando hoje! - deixo a sabedoria mineira aqui.