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25 abril 2021

a tal da demi-identidade

Quando é pra entrar em alguma crise existencial, é bom focar os chiliques característicos no que pesquisar ara sanar as dúvidas - afinal o autoconhecimento é algo delicioso de se fazer quando sua cabeça tá uma bagunça generalizada.

Vamos falar de demissexualidade e seus desdobramentos como ser demiromantique?

Um dos problemas principais de alguém que está nessa berlinda de demi-coisas é que para se estabelecer um vínculo emocional com alguém demora um tiquinho, como exercícios de tentativas e erros, indo e voltando, se resguardando e se abrindo até chegar a um ponto em que o indivíduo começa efetivamente amar a pessoa com um level saudável de carinho, atenção e afeição. Às vezes esses tempos entre conhecer, aprender a gostar e se apaixonar não são instantâneos (aliás pra mim só existe antipatia à primeira vista, amor nunca).

Esse acostumamento é galgado como uma construção de uma escada resistente e com corrimão para segurança, talvez tenha até uma rampa do lado para acessibilidade. E cada degrau dessa escada demanda uma quantidade absurda de concreto que às vezes a pessoa demi não sabe direito misturar a massa cinzenta e fazer o acabamento. Às vezes a demora em se realmente conseguir colocar nome no sentimento que sente pode ser menos danoso que cair de gaiato em uma paixonite aguda.

Aí que entra a minha insatisfação como pessoa demi: além de eu demorar a me sentir com sentimentos amorosos, eu não aceito compartilhar meu corpo com alguém que não esteja no mesmo ou level parecido. E é difícil descobrir isso! Porque usualmente pessoas gostam que a gente adivinhe os sentimentos delas e já dando um spoiler aqui: nem todo serumaninho tem a capacidade intuitiva de descobrir o que outro sente por você.

Eu adoraria ser allo por razões de pensar demais nisso e em tudo. O estritamente platônico para mim se torna um sagrado a se proteger, como um escudo bem elaborado para ninguém entrar, justamente por não saber se a pessoa vai ter paciência para aguentar alguém que tem um ritmo emotivo e sexual diferente. Então as chances bacanas de me envolver com alguém se tornam quase nulas (atualmente totalmente nulas, por favor que fique assim) por deixar esse pensamento seguir.

Creio também que o que contribui para o desastre eminente é também o preterimento sobre corpos que muitas pessoas como nós estamos acostumados a desconfiar em receber. Não é que somos não desejáveis, somos, mas em um modelo estrito de afeto.

Quantas vezes não fui estepe para casal ou laboratório de pessoas cis?
Quantas vezes as barreiras do estritamente platônico me deram a impressão de que haveria algum futuro e eu colocar uma boa energia para que acontecesse em meios de sair da admiração de longe para algo concreto?
Em quais vezes esse afeto que eu estava disposta a sentir/doar foi colocado em banho-Maria por conta de omissão, medo e não compreensão de tempos de desenvolver o afeto e tempos para ter desejo sexual pela pessoa?

A sensação que tenho é que quanto mais passo pela raiva de me envolver emocionalmente e sexualmente com alguém, menos quero ter contato com qualquer que seja a pessoa, bem intencionada ou não. O banho-Maria é real, em um level que há um tempo atrás me fez matutar se realmente tenho o merecimento de receber essa afeição ou deixo no default do estepe.
(O orgulho noldorin não deixa o feeling de querer ser estepe vencer, afinal de contas, eu destruo templos daquela-que-não-deve-ser-nomeada com mais facilidade por voar demais com mi queride Hermes)

Com tantas idas e vindas de conexões mal sucedidas, a sensação amarga na garganta é de um desconforto alheio sobre como encaro a demissexualidade e projeto uma vida compartilhada com alguém.

Matutanto ainda em várias perspectivas de vida compartilhada e encontrando mais simplicidade e momentos felizes com mis amigues e família.

Nossa, esta postagem no Tumblr definiu exatamente o que me identifico na maior parte do tempo (Quando não estou fingindo ser uma pessoa funcional para a sociedade capitalista).

https://queenieofaces.tumblr.com/post/26414479948/can-anyone-explain-to-me-in-detail-about

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