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10 abril 2013

[crônica] A saga do pombo rude

Era alto o Sol do meio dia, areia fervilhando de emoções perdidas, um parquinho infantil jogado aos detritos, poucos vultos se atrevem a passar pelo portal enferrujado, nenhuma criança visita o local de mau agouro e nenhum mendigo reivindica o espaço coberto do poleiro com o escorregador.

Ali reside o mais vil e perigoso animal de toda a fauna da Praça de nome de algum presidente perdido. O pombo rude reina sobre todos os outros Colombos, sem medo de ser destronado ou oportunado, afinal de contas, ele é um pombo e é rude.

A saga começa com um simples almoço bem feito, barriga cheia, consciência esvaziada, coração nulo e o calor bendito de um dia de outono na capital catarinense. Sento-me ao banquinho encardido sem me importar se está úmido ou não, creio que devo me contentar com o Sol a pino, já que o assento que recebe meu traseirinho está seco e conservado. Apesar do calor, há o que admirar na Praça velha e largada, toda a decadência de um parquinho infantil, com seus brinquedos descascados, mecanismos falhos, e cordas bambas me remetem a uma lembrança bem doentia de minha infância em algum bairro do continente: pombos.