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29 agosto 2016

[interlúdio] não entregar os pontos


You sure you can take me in?
cause this is where the fun begins
I'm gonna feel your heart stop
in my hands

Como gosto de manter nas encostas ali pertinho do velho Barqueiro, apenas esperando a oportunidade de saciar a sede pelas lágrimas de Letes - valha-me os deuses se algum dia tenha tal pedido aceito, mas até lá, fico na sofrência de rememorar TUDO que acontece, como um castigo constante de ter uma memória de curto prazo mais prolongada que o devido - às vezes acontece de alguém decidir me empurrar para fora do buraco que cavo a cada hora mordaz sem o brilho do cavalo de Apolo.

Quem precisa de luz do Sol quando a Escuridão é mais amigável?

De mansinho, como um feixe de luz penetrando por uma fresta de uma armadura já envelhecida pelas intensas batalhas, os duelos sem sentido, as brigas internas, as porradas do cotidiano. Mesmo com a proteção invisível daquele que peço proteção todas as noites antes de dormir (Ou tentar), o escudo não aguenta quando há poderes mais fortes que a ponta da lança ou a base sólida de um escudo espartano. E de teimosia eu sobrevivo, da discórdia ando me afeiçoando demais, mais que demasiadamente demais. Um passinho para cometer aquele delito que tanto anseio, não, não é da hybris que tanto temo desde pequena criança que me firmei fiel a jornada tola do herói. É o "outro" tipo de delito que "outros pagãos de outrora" também se mantinham longe. Tem até mandamento pra isso em algum lugar.

Sim, tou levando demais esse trem de metáforas com o imaginário da mitologia grega, porque é a única forma de conseguir me expressar sem levantar suspeitas (ops, tarde demais).

Existem almas que percorrem diversos espaços e corpos e formas e olhos e mãos e lábios que expressam um pouco da divindade sagrada e puríssima daquela que não-deve-ser-nomeada. Prometi há um tempo atrás a não mais cruzar o caminho da intrépida deusa que nasceu das ondas e que tantos artistas ocidentais amaram (~ahem~) representar em todas as pompas possíveis.

O meu santo não bate com o dela. Nossos opostos não nos atraem. Minha metodologia desafia a emoção devastadora de sua compreensão. Eu fico na minha, porque preciso me proteger, já ela envia alguns sinais de que em uma ilha solitária, mesmo no meio do oceano, eu não posso viver. E ela já está me fazendo rimar. Oh damn, tá pior do que eu previa.

Se por um momento desejo intensamente me manter na letargia que nos acomete na entrada da fila interminável dos Ínferos - pois é esse nosso lugar como ledores da civilização, meros espectadores, não-protagonistas de épicas histórias, apenas observando o desenrolar dos eventos - em outro sobe a vontade desesperada/desenfreada de sentir novamente. Qualquer coisa, alguma coisa, apenas uma coisa.

E como a Justiça foi ligeiramente varrida para fora do recinto - não é justo, não é justo, não é justo me desarmar assim - eu mantenho a teimosia, mantenho o escudo já quebrado, mantenho os olhos vidrados no feixe de luz. Porque algum dia sei que há de me atingir em cheio. Não o feixe, mas aquela maldita seta que todos tanto almejam.

Em resumo, eu preciso saciar a curiosidade que a "injustiça" da discórdia me causou. E todos nós sabemos o que acontece com aquele que se atreve a ter curiosidade demais.

Ícaro é a prova ficcional disso.

Pelos deuses que me sustentam em pé as ideias tolas, que o chão tenha flexibilidade, que as minhas asas aguentem por mais minutos que o pobre filho de Dédalo, que o meu "santo" bata com aquela que tanto evito. Nessas horas é preciso se apelar até para quem não se quer ser assistido para ter algum tipo de iluminação ou revelação. Okay, revelação. Eu tou precisando de uma faz tempo.

[post criptografado para eu voltar daqui alguns anos e perceber que nem tudo estava perdido. Ser autômato pato panaca jacu cansa. Às vezes. Só às vezes.]

Lembra da resiliência? É nela que tem que se apoiar.

19 maio 2016

algo que não acredito mais

Tá, sério, acabei esquecendo de finalizar o desafio de escrever as 20 coisas para se escrever quando estiver em um bloqueio de escrita e vi que deixei o assunto delicado pra último e lá nos fundilhos da negação existencial.

Write about something you no longer believe.
Escreve sobre algo que você não acredita mais.



É disso que esse último tópico fala : algo que não acredito/tenho fé mais é no Amor Romântico

Aquele maldito Eros que confunde minha Sophia e a adorável Psiquê. Esse vendido já atingiu o limite de dados usados comigo, logo decidi entregar as funções corporais aos seus devidos lugares e tratar de cuidar da minha cabeça (falha, mas única confiável nessa altura da minha vida de escriba) para tornar o mundo em que estou inserida um lugar mais legalzinho e suportável de sobreviver. 

Que seja por trollando o curso, fazendo parte do movimento estudantil, rolando no chão de casa com gatos ou conversando com pessoas queridas que não me sufocam emocionalmente, assim vou deixando a Razão tomar mais conta que a Emoção.
(mas se falar do meu fandom, vai ter ranting emotivo até dizer chega - isso meu miocárdio não endurece) 

Como uma vez certa criatura élfica disfarçada de cantora inglesa cantou: "se eu não acredito no Amor, nada é o suficiente para mim",  e não é, não está sendo, dificilmente será algum dia. A cobrança pelo perfeito aqui é constante, mas calibrável. Não vou deixar o monstro da ansiedade comer meu fígado (só um certo pássaro pode fazer isso e ele ultimamente tá digerindo outro órgão invisível meu), até porque não há mais razão para tal. 

Tou pagando minhas contas, estudando o que amo, trabalhando onde queria estar - pelas diretrizes curriculares do capitalismo neoliberal, tou nos padrões de aceitação como cidadã de bem. Tá certo que não tá bom, mas gente a coisa já foi muito pior. 

A crença pelo Amor (seja lá qual instância) se tornou sem sentido quando se tranca suas emoções a sete chaves e joga o molho fora. Realmente não me é mais necessário entrar nesse ciclo novamente.  Apesar que parece não estar mais apta (ou de saco cheio das firula por N motivos) não me livra de certas manifestações. 

Ainda sinto desejo por pessoas. Ainda tenho devaneios impróprios. Ainda sou humana, mas não quer dizer que isso signifique muito no grande esquemas das coisas. O amor incondicional se tornou presente na minha vida através da admiração que nutro por pessoas que me inspiram, o moleque teimoso e sua mãe impiedosa? Nopes, passam longe porque minha devoção foi para outra entidade (Hello? Patrão Morfeu, câmbio?)

Ainda há Amor, mas ele se tornou nessa pasta de "coisas que não preciso mais me preocupar". E véi de Bowie: se o trem tá te prejudicando com emoções negativas de si mesma e do resto do mundo, desapega. Apenas. Algum dia o mecanismo se ajeita, mas não precisa vir do s2 - aquele idealizado tão fervorosamente outrora. Já vi isso acontecer na família e creio que é satisfatório viver sabendo  que não se seguiu a mesma regra de sempre. 

Talvez seja isso, você nasce, cresce, percebe que tem emoções que mais te destroem do que trazem algo de relevante e decide seguir com um plano alternativo de felicidade.

Podia ser pior.
Eu podia ser fanática religiosa. 

06 março 2016

vislumbres



Beneath the noise
Below the din
I hear a voice
It's whispering
In science and in medicine
"I was a stranger
You took me in"

The songs are in your eyes
I see them when you smile
I've had enough of romantic love
I'd give it up, yeah, I'd give it up
For a miracle, miracle drug

Às vezes te descubro em lugares onde supostamente alguém como você não deveria estar. Já é o começo do questionamento: é realmente alguém para se acreditar ou apenas uma ilusão concreta o bastante para me dar vislumbres de que essa situação tem jeito?

Às vezes é no meio de uma conversa despretensiosa, entre as palavras em um livro antigo, em uma anotação sem sentido escrita há muito tempo, às vezes é antes de dormir, ao colocar a cabeça no travesseiro, respirar fundo para imergir no Reino dos Sonhos (que pelo que tenho idéia, continua sendo sua casa), às vezes é em lembranças de outros rostos queridos, eu meio que te reconheço sem precisar de muita investigação. 

E dói. 

Porque eu me afastei e não espero voltar a me dar bem contigo. "Amor deve ter confiança!" - você uma de suas versões clássicas uma vez gritou achando que poderia dar alguma lição de moral na minha eterna ancestral. Não é porque o Amor é cego que sou obrigada a não te reconhecer. 

Talvez seja essa a maldição. Te reconhecer em outras formas ao invés da verdadeira (e aí entramos numa discussão acirrada do que é verdadeiro e falso, real e imaginário, concreto e não-tangível, forte e frágil) parece ser uma sina perpétua que mesmo me negando a voltar para dar uma espiada no caminho de pura areia branca de milhões de conchinhas dilaceradas pelo tempo, fui feita pra perseguir o fio de prata enroscado no meu calcanhar e bem preso nessa coleira de normas e leis que mantenho desde pequena. A coleira é boa, me faz me manter lúcida, ou parcialmente convencida disso.

A areia do seu caminho é gostosa debaixo dos meus pés machucados, mas guess what? O preço é muito alto (um coração em estado aproveitável para ser arrancado da normalidade) e o meu custo é bem humilde. O meu só faz o que tem que fazer e nada mais (até bacon cortei da dieta pra não prejudicar tanto), não me preocupo tanto e queria que soubesse que entulhei ele com outras caixas pesadas de valor inestimável por uma razão: é pra não enlouquecer. 

Entre ficar biruta ou virar a tia ermitã da biblioteca, prefiro ir com o que me deixa feliz da vida. Parece justo né? 

Depois de tanta gritaria, ranger de dentes, palavras que viraram ecos insistentes dentro da cachola e desencontros, creio que seja o mais justo para ambas as partes (bem, só sei da minha, você nunca foi muito de falar francamente e você sabe como sou péssima em entender sinais truncados). Mas mesmo assim sei que vou te reconhecer pro resto da minha vida de escriba. 

Talvez algum dia, atrás dos balcão cheio de tranqueiras, entre as prateleiras da vida, entre uma correria de um setor a outro, ou até mesmo na ida ou volta pra casa eu te veja ao vivo - e pode apostar cada fiozinho de cabelo desse seu cocuruto magnífico e rostinho que nunca consegui ver direito quando criança ou enquanto dormia que você não vai me ver ou reconhecer. 

E talvez eu diga olá e pergunte porque não podia esperar a hora do café ou algo do tipo, mas vamos dizer que hipoteticamente nesse cenário já hipotético, eu vá apenas me esconder. Vamos ser sinceras?

Você não precisa de mim.
Eu preciso de você.
Mas nessa vida acho que não mais, então se a relação já não está sendo igualitária nesse plano, me cobre veementemente no outro quando eu chegar. Se eu chegar, pretendo ficar aqui por um bom tempo, sabe?

E vamos conversar sobre todas as coisas que poderíamos ter criado, vivido, descoberto juntas. Me questione sobre cada dia em que duvidei que você existia, pergunte me se cada ação na minha vida não  era uma prova de que a nossa conexão nunca se foi, mas só era sublimada por esse imperativo do medo de estar ficando louca.

Não sei se você vai entender dessa forma que escrevo. Ultimamente ando tão calada para poder dar explicações ou justificativas (Calada? tou é cansada), então caso houver alguma dúvida quanto à isso que estamos passando, fica tranquila. Estarei sempre à sua disposição, como uma colaboradora, não mais como protagonista.

Cansei do Amor romântico, querida. Ultimamente desisti por uma droga milagrosa (e se chama Biblioteconomia).

04 fevereiro 2016

FYI

I still miss you dearly every fucking day and I kind hate to feel it when my heart just sinks into my belly of thinking of you. I still miss you even of all these years
posted from Bloggeroid

15 dezembro 2015

A slip of the tongue



Para todxs que me mostraram que amor romântico é legal, amor é sensacional, um recadinho: ouçam essa música e leiam esse texto.

Disclaimer: vou voltar nesse post amanhã para escrveer com mais calma.


E pode culpar a sociedade moderna e os escambau, até entendermos que amor não é possuir ou sentir, mas sim um instante bem pequenininho de nossa existência, fragmentado em diversos setores da nossa vida, aí sim o trem anda. 

Não é de hoje que visito blogs de dominatrixes para investigar ingenuamente o discurso delas - geeeeente quanta coisa interessante para Análise do Discurso que vou te contar... Pronomes principalmente! - e às vezes me deparo com discussões muitos bacanas sobre relacionamentos e sentimentos dessas mulheres com uma percepção do mundo um bocado diferente do que costumamos ver por aí. Mesmo que não tenha muito o compromisso de informar totalmente sobre o que fazem entre 4 paredes de uma dungeon, as femdoms que acompanho tem um domínio bem bacana de extravasar em literatura o que sentem no momento. O blog Domme Chronicles é o exemplo lindo que une informações instrucionais para os que não estão acostumados com o mundo BDSM, mas também dar aquele toque pessoal da blogueira e domme Ferns.

Esse texto "I love you / Now I don't" me impressionou devido a familiaridade da situação - o dizer "eu te amo" e depois voltar atrás por ter dito fora do tempo, cedo demais, tarde demais. Chega a dar uma chacoalhada emocional ao perceber que outras pessoas tem a mesma percepção do assunto tão delicado assim como eu.

Amar socializa (vide fandoms), amar une grupos, amar é a cola universal invisível disfarçada de um fio prateado enroscado nos pés de todos. Amar é aquele nó na colcha de retalhos que cobre a gente nessa Realidade. Amar é apenas um verbo, gente. Não um objeto, um sujeito, nem predicado, muito menos adjetivo.

O mote de deixar os outros viverem e amarem, assim como viver e amar também, não parece ser tão difícil de seguir, problema é quando se há muitos poréns na vida passada para poder realmente se sentir segura em seguir. Aquele achievement de desapego demora a chegar (quase 30 e esperando). O amor próprio, a apologia ao Ego, o narcisismo costuma se disfarçar como Amor. A emoção pode virar uma catástrofe na vida de quem não consegue balancear as balanças (Oh well Emoção vs Razão).

As três palavrinhas podem ser infelizes quando dizemos por obrigação, por costume ou por qualquer outra desculpa. É bisonho como a gente se obriga a demonstrar o quanto ama uma pessoa com essas palavras sem realmente ter pensado sobre. O direito reservado (e velado) de se questionar o "eu te amo" e admitir que não foi verdadeiramente honesto com seu próprio coração e com a pessoa é um grande passo para se conhecer a si mesmo.

A Oráculo tava certinha, Neo. E não tem colher alguma!
Conhecer-me a mim mesma me dá a consciência dos limites meus e do Outro. Logo parece bem drástico, mas quando falamos "eu te amo" de forma em que realmente não se irá levar à sério, é melhor retirar o que disse e se retratar. Difícil pra baraleo, gente!

Uma coisa boa desses textos é que elas falam bastante de limites, aquilo que se é permitido a fazer e aquilo que você se sente confortável em fazer. O que teu corpo rejeitar não deve ser incentivado de maneira alguma, tanto na parte mais... ahn... bem, cês sabem, elas são dominadoras... quanto do modo de se relacionar com o mundo. Saber recuar e rever os próprios conceitos e pensamentos também é uma boa, não um sinal de indecisão.

De acordo com minha vivência, falar essa frase tem se tornado um problema de proporções homéricas. Tenho uma mãe que resmunga às vezes por não dizer mais isso como antigamente. Chegar ao ponto de falar isso para alguém que gosto muito é deveras raro, e houve muitos mau-entendidos, oh se houve! O falar antes e me deparar com o peso das palavras nas vidas das pessoas, o dizer tarde demais (Ou nem dizer, o que é pior) e receber uma resposta recheada de puro rancor e insegurança. Ou receber um feedback bonito! Ou simplesmente ser questionada horas depois do porquê não repetir a frase novamente.

(Gentem não é obrigaçãooooooo, é sentir que se quer expressar o mundo com essas palavras)

Como fui criada com essa noção romântica ultra-paradoxal do século 18: chegar à essa máxima requer treinamento e muitas reflexões de chuveiro (Porque as melhores ideias e os pensamentos mais profundos sempre acontecem quando estamos no banho...), sem contar que me pesa como uma responsabilidade esmagadora. Isso tava me destruindo, sério. Decidi dar um breque para não alastrar demais pela minha esquálida pessoa sem muita paciência para amor romântico (o tempo passa, o tempo voa, e as ideias mudam, faz parte).

Sim, eu fantasio sobre coisas românticas como qualquer menininha da Clamp, mas me deixar submetê-las à Realidade, aí outra história.

11 novembro 2015

sobre relacionamentos (e os fins)

Olha que estranho! Eu sei dar indireta também!


04 novembro 2015

amor em suas particularidades - relacionamentos de longa-distância

Palavras sábias do @Berlin-artparasites.


I believe throughout our lives we meet more than one person who can be destined to be “the one”. I’m not preaching for...
Posted by berlin-artparasites on Terça, 3 de novembro de 2015

12 setembro 2015

[Direto do Tumblr] Emoção versus Razão



http://carmilla-feels-hq.com/post/128882234622/dinahkorbae-i-cant


Já havia comentado o quanto a escrita de Carmilla the Series é soberba. O modo como Jordan Hall e Ellen (anamatics) Simpson apresentam as cenas é inteiramente apreciável quando se está falando de storytelling. Há tantas conexões com diversas simbologias que já perdi a conta de quantas vezes fiquei babando/deliberando teorias.

Essa cena foi emblemática durante a metade da season 2, pois já estávamos ansiosxs para saber quando as duas iriam pelo menos ter uma conversa decente. Laura com sua personalidade teimosa, rígida e cheia de convicções fez com que Carmilla - extremamente emotiva, broody lesbian vampire, e filosoficamente profunda em seus 334 aninhos - a deixasse de molho após término angst. Muito chororô, muitas explicações, muito vida real nos esquemas, magnifíco!

Então ao rever o episódio novamente e essa cena em específico, me veio a velha conhecida estória da carochinha sobre Emoção versus Razão, aí vai:

Você quer um bom exemplo da eterna batalha entre Razão e Emoção e como eles se sentem?

Esta cena mostra exatamente como essas duas vias são uma combinação condenada desde o princípio.
A Razão é tudo isso, por isso, se concentrar em tentar consertar as coisas, fazer as coisas direito, manter o controle e explicar tudo em uma lógica perfeita. É um terrível erro pensar que a Razão irá curvar-se, submeter-se a qualquer outra coisa.

Oh bem, mas não há Emoção: ela não dá a mínima para razões e lógica, certo ou errado, bom ou mau, vivos ou mortos. Há apenas o momento e como pode ser desfrutado plenamente. A Emoção pode ser muito para frentex e direto ao ponto. É aí que reside a sua força. A Emoção não teme a Falha, o Desconhecido, o Caos. A Emoção é tudo isso e muito mais.

Por ser muito mais, a Razão não consegue explicar por que sempre acaba envolvendo seus braços em volta da Emoção, beijando-a tão desesperadamente, como se fosse o fim do mundo, o fim de sua própria lógica. E quando elas se separam do beijo proibido, Razão apenas sussurra: "Eu não posso ...", mas não importa o que ela acha, o estrago estava feito.

Emoção sempre ganha a batalha, não porque ela rebaixa a Razão em uma poça de bobagens e feelings, apenas porque nesse exato momento em que a Razão disse "Eu não posso" é exatamente quando ela desistiu de todo o seu mundo de perfeição e justificativas. O "eu não posso" é um sinal perfeito da vitória.

Emoções sempre vencem. Sempre.

28 agosto 2015

fechadura e a chave

http://morerevenge.tumblr.com/post/127660505513/im-drowning-in-my-feelings-with-that-phrase


Depois do episódio 2x22 o fandom do tampão se desmanchou em lágrimas eternas. Revendo o episódio, principalmente na parte da conversa entre Carmilla e Laura (#HollsteinFeelingsEverywhere) senti uma certa similaridade com a Laura no requisito de coisas que se encaixam para justificar a existência de outras.

Apesar de não concordar com a mini-jornalista e suas atitudes um tanto exageradas (Mas hey! Todos nós tivemos 19 anos, eu estava trancada em casa do mesmo jeito que a Laura e o pai superprotetor dela), devo concordar com o modo que ela vê a Realidade - tão diferente de Carmilla que já viveu mais de 3 séculos.

Uma fechadura e uma chave: essas duas ferramentas foram bem colocadas no diálogo e definitivamente me fazem ter devaneios filosóficos sobre o que raios deve encaixar e o que não deve. (É pra encaixar? tem que ter a chave e a fechadura? É melhor que seja assim e não apenas como sempre foi só a chave procurando uma fechadura?)

O episódio tá aqui, recomendável seria se vocês vissem TUDO, TUDO, TUUUUUUUUUUDO!!
(Sim, tem legendado em português.)





06 junho 2015

[videos] yann dall'aglio fala no TED Talks

Estava na pausa dos trabalhos estudantis para poder nomnom alguma coisa e me deparei com uma rodada de TED Talks bem bacanas para me inspirar no trabalho de Ética Profissional. 

Ainda na procura por um perfeito para a apresentação daqui uma semana, mas veio esse vídeo muito interessante do filósofo francês Yann Dall'Aglio falando um pouco sobre o porque do Amor na nossa época moderna está sendo feito de forma errada.



Achei pertinente dele retratar o modo de histeria da sedução como uma prática quase involuntária da nossa sociedade ocidental, o querer ser desejável e adorado ao invés de simplesmente ter a "ternura de amar".  Áudio em francês (Ulalalá) e legendado em português aqui do Brasil.

A carapuça serviu, tio \o/

04 novembro 2014

registros de breakdown

Já havia discorrido sobre a situação que acomete essa que vos escreve sobre a linha tênue entre Amor e Ódio.

Se há alguém que me cativa ao ponto de me fazer amar/odiar ao mesmo tempo, é costumeiro que eu vá manifestar algum tipo de emoção encostada nessa corda de bandolim desgastada que musica meu coração.
(Sim, isso foi poético e cafona assim como qualquer coisa que venha fora do meu sistema nervoso)

Mimimi, mimimi, mimimi, porque é isso que virginiano faz quando tem crise de choro no meio do nada, por motivo besta e sem sentido e que com certeza vai levar a culpa toda pra cama.

poesia de Rosie Scanlan - On missing them


Tradução mazomeno:
"As pessoas sempre dizem que dói à noite
e, aparentemente (acordar) gritando em seu travesseiro às 03 da madrugada
é o equivalente romântico de estar com o coração partido.
mas às vezes
é 9 horas de uma manhã de terça-feira
e você está em pé no banco da cozinha esperando a torrada subir da torradeira
E o cheiro de poeira (com) a luz do sol e chá earl grey faz com que você sinta muita falta deles
você não sabe o que fazer com as mãos."

Rosie Scanlan, On missing them (via lespizzasjoey)

===xxx===
TICAN lotado, lendo livro teórico, ansiedade subindo as tampas quando percebo que não restou mais nada. Pior que o repertório musical não foi nada favorável, o álbum novo do Damien Rice é fossa depressiva do começo ao fim...

(Detalhe, fui pesquisar sobre a autora, a guria é blogueira e deletou todos os posts)

27 outubro 2014

[eu não sei fazer poesia] empacotou

Empacotou tudo com o mais devido respeito,
Nenhum rancor, mágoa ou remorso
Arrependimento estrangulado lá no fundo
Não transparecendo nenhum Amor

Nenhum.

Enrolou as dobras com muito cuidado
Calculou cada espaço vago
Juntou tudo que havia de juntar
Lacrou com fita durex e empacotou

Ninguém.

O embrulho ficará ali por uns dias
Observando a rotina que não existe
Mais um único pacote triste
Nenhum rancor, nenhuma lágrima

Nenhuma.

Ps: Para ouvir no repeat até dizer chega - Smile Like you Mean It do The Killers

27 agosto 2014

Karma is such a bitch

Sempre é, Faith. Sempre.
Yep.

Não faça aquilo que não gostaria de receber dos outros.

Bem isso... e acabo esquecendo que na família rola o carma miojo (preparo em 3 minutos).

O mais legal de tudo?!
Prevejo uma linda crise de silêncio e recapitulação de cada errinho que cometi no passado até encontrar a resposta válida pra tudo.
(E não vou encontrar, quer ver?)
posted from Bloggeroid

18 agosto 2014

profecias que nem são metáforas assim

Gosto de voltar ao mito de Eros & Psiquê, porque esses dois vivem me perseguindo since descobri que raios serve a Vida, o Universo e tudo mais (E não, pode parecer ilógico, mas não é 42).

A passagem abaixo é o oráculo de Apolo falando ao pai de Psiquê qual era o destino da filha nos próximos dias depois da confusão toda com a galera a colocando como deusa de maior beleza do que a de problemas de autoaceitação da Afrodite.
(Oh srsly, ma'am! 1º inventa o pomo da discórdia pra um fiodazunha sem miolos do Páris pra saber que era a mais bonita do Olimpo e depois me vem com essa de perseguir uma humana só porque a pressão social de seus seguidores não mais espanaram e varreram seu templo? Autoconfiança, queridona! Couching com Atena, porque aquela não desce do salto não...)



As figuras de linguagem que o troll do oráculo traz à tona são definitivamente toda a personalidade e essência do deus Eros, filho de Afrodite com Ares (Ou Zeus em algumas versões), em botar lenha, gasolina e C4 na fogueira e assistir o circo pegar fogo, seja lá qual for, dos deuses, dos mortais, de absolutamente tudo (Óia a cola universal aí). O próprio Zeus admite de q muitos de seus casos amorosos foram instigados pelas travessuras do menino alado com sua flecha envenenada de luxúria, paixão e inquietude.

Tudo bem que a ingenuidade de Psiquê a fez ter uma atitude completamente wtf quanto ao despecho do mito, mas o importante desse parágrafo printado é que a situação é uma metáfora muito bem versada pelo oráculo para ilustrar o senso de humor perverso das Moiras (São elas que conduzem os destinos de todos no Universo, essas velhotas não dão ponto sem nó, oras!).

As bodas fúnebres remete a idéia de que Psiquê - não esquecer que a palavra psiquê em grego significa "respiração", "sopro de vida", "alma", "borboleta", o si mesmo. - VAI MORRER quando se encontrar com Eros, o amor carnal, avassalador, aquele que espeta os outros com suas flechas ao bel prazer, mas nunca o real protagonista desse mito. O si mesmo se esvai ao se encontrar o Amor, assim como as faculdades mentais necessárias parase racionalizar algo. Aí é a Morte de Psiquê, o ego, a razão se vai para alojar o emotivo, o coração.

Fonte:  SymbolReader.net
Genro de sangue não-humano: dããããããããããããããããããããn, tá na cara!
Voa e assusta todo mundo e quer pegar mulher a todo instante, um claro sinal de quem estamos falando realmente, não que é um monstro cruel e feroz conforme a descrição, mas sim como ele se comportava quanto aos demais, rosto e corpo de criança com asas, mas um avassalador de códigos de ética, morais, destruidor de conceitos e desconstruindo toda a hierarquia divina ao se empenhar em atazaná-los.

Claro que a Morte irá temê-lo, pois está passível de também entrar nesse ciclo de paixonite aguda e fazer as mesmas besteiras que seus amigos olimpianos.

Enquanto os habitantes da cidadezinha estão alvoraçados pela partida da menina, temos esse contexto da pressão social que não a deixava isso mesmo. Psiquê subiu as escadas atrás do "esposo", pois não tinha medo ou dúvidas quanto ao seu destino: se apaixonar perdidamente pelo Amor.

O mito não termina bem, se pode se dizer, há o endeusamento de Psiquê, o real casamento com Eros abençoado pelos deuses (tipo, sogra vingativa até dá umas dançadinhas depois, wtf wtf?), mas vemos que há uma perda da essência para ser elevada aos céus. A Psiquê é totalmente ignorada durante os seus trabalhos hercúleos de agradar a deusa Afrodite, mas ao se casar com o filho dela, as amarras estão ali: a Psiquê, a alma, o ego, a respiração, ela apenas irá sobreviver ao lado de Eros.

Bucado triste isso, viu?
Mas serve de uma lição tremenda para as peripércias do Amor...
E nunca confie em oráculos, eles fazem predições em criptografia que dá vazão pra muita coisa estranha (Vide Édipo, hello?!)

(Ainda tenho a teoria de que Psiquê fez tudo por Afrodite, não pelo moleque alado, maaaaaaas meu ship não vai sair da baía tão rápido hahahahaha)

13 julho 2014

A linha demilitadora

[post patrocinado por episódio estranho de sonho lúcido, gripélfica até as tampas e eventual silêncio reinando no mundinho azulado que tento manter intacto]

Lembro de um dia formalizar a metodologia de conhecimento para provar empiricamente que estou apaixonada a tal grau que seria impossível tomar algum tipo de atitude imatura.

Verificando os níveis de Amor e Ódio em um mesmo ponto.

Se a linha tênue delimitadora marca um começo de Amor, paixão, luxúria, prazer, ternura, carinho, altruísmo, empolgação - há também ali, entre 3mm da mesma linha uma demarcação para o ódio, ou a ira, a hybris, a cegueira da Razão, a universal torturadora de nossos desejos mais íntimos. Se você ama uma pessoa ao ponto de odiar isso ou odiar uma pessoa ao ponto de amá-la é que vai chegar a conclusão que tento sabiamente me acalmar durante esses dias de falta de bom senso.

Estão tão juntos que é bem fácil pular de uma para outra, quase como uma faceta da mesma moeda a girar.

Então, hoje, digitando meus medos pra fora em um gesto mecânico de meus pulmões, a conclusão vem, gaguejante, inocente, sentando-se em meu colo, saboreando cada palavra defensiva, borbulhando o caldo de suas frases, chorando e rindo ao mesmo tempo, como se nada importasse além desse sentimento de pássaro enjaulado, mas a gaiola sempre esteve aberta.

Amor e Ódio são praticamente gêmeos, nascidos de quase mesma intenção, mas desviados um do outro por situações. Encontrar o equilíbrio entre eles é um bocado dificil, mas experimentá-los de forma abrupta pode ser um passaporte para a perdição. 

Às vezes é preciso colocar essas coisas em ordem antes de se adiantar em qualquer movimento.
E damn! Nunca a letra e clima de uma música fez tanto sentido!



Posted via Blogaway


23 março 2014

a procura

Só para constar: eu sonhei com você hoje.
Você está do mesmo jeito como eu te conheci quando era criança, sem mais, nem menos. o rosto me pareceu mais nítido, o sorriso está mais radiante, os olhos claros e ao mesmo tempo escuros também me fizeram ter ecerteza que você é real.
Possivelmente também é exatamente o que as cartas me descreveram um dia. Terei mais certeza quando fizer mais estudos sobre - se Tarot é a manifestação mais lógica que consigo perceber na Espiritualidade, então talvez seja uma boa saber no que estou mexendo antes de criar expectativas (novamente).

Sei também que você tem o pavio curto e não leva desaforo pra casa, se irrita fácil com muita enrolação e odeia que façam hora com a sua cara. Perfeito, porque sou exatamente a pessoa mais indicada para não atrasar o processo caso algum dia nos encontrarmos. Tá certo que desentendimentos irão ocorrer, mas acredite, consigo ser bem paciente quando a causa vale a pena esperar.
(E já que tive que esperar uma vida inteira antes e mais 27 anos nessa, creio que é sim algo que se valha a pena muito esperar para acontecer.)

Soube também que nós já nos trombamos por aí nessa vida aqui, brevemente, talvez tenha sido tão breve que nenhuma de nós duas percebemos o que era, e isso meio que me assusta e me alivia ao mesmo tempo já que o que as cartas disseram estavam de acordo com essa premissa.

Só queria dizer que ainda não coloquei a placa de neon certa na minha testa, talvez por precaução e/ou por medo, de qualquer forma, voltar pra conchinha não será uma opção até 2015, então quando o Destino (E a Lady Murphy que adora brincar com ele) decidir de vez, sei que vai acontecer.

Mas só para constar mesmo: sonhei com você hoje.
E era você mesmo.

24 novembro 2013

percepções familiares nos diversos Amores

Gosto de metáforas. Elas me são úteis no futuro quando preciso revisitar aqui para entender porquê raios escrevi tal coisa em tal tempo e em tal situação, é um exercício de autoconhecimento que pratico desde os 13 anos e mesmo com a interrupção por conta de Sumo-sacerdote de Deus Ancião nas Profundezas do Mar, creio que voltar ao seu próprio texto pode trazer benefícios para a saúde mental.

Para mim, em minha opinião afetada pelo imperceptível joguinho cósmico de emoções e razões, o Amor seria representado como uma reunião familiar bem desconfortável.

Afrodite: "Vai lá, apronta mil confusões com uma turminha do barulho e
volta pra casa pra me contar os babados, ok fiote?"
Eros: "Mas mainha, e o estrago? E minha merenda?"
Afrodite: "Isso fala com teu pai, ele que cuida disso..."