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14 março 2013

Esse trem da Narcolepsia: O que é afinal?


[Disclaimer: assim como a Wikipédia, aqui não é uma Farmácia ou Consultório Médico. Estou relatando minhas experiências com o que ainda não tenho conclusão científica e estou procurando ajuda médica para tratar disso. Nada que digo aqui deve ser repetido como tratamento por quem se identifica com os sintomas e situações. Meu melhor conselho é: Procura um bendito de um médico e veja o que raios tá acontecendo com teu corpo.]

Vou postar algumas considerações por aqui de estudos já feitos sobre a Narcolepsia - li pelas interwebs e em algumas revistas especializadas, perguntei para alguns médicos também, apesar deles não saberem nem o que se tratava - e relacionar com o que tenho vivido por esse tempo. Uma introduçãozinha básica do que pode ser o estágio hardcore de distúrbios de sono.



Narcolepsia vem do grego nárke = narco, estupor, sonolência + lepsis = lepsia, crise, logo crises momentâneas de intensa vontade de dormir e não conseguir conter. Os episódios costumam acontecer quando há emoções fortes envolvidas (levar um susto, chorar demais, rir demais, ver ou sofrer algum tipo de estresse, etc) ou situações de rotina geral. Pode variar entre as pessoas afetadas (E são poucas pessoas no mundo que têm o diagnóstico certo de narcoléptico) e os sintomas podem ser:

  • Sonolência excessiva durante o dia (Hipersonia): muita, mas muita vontade de dormir quase o tempo todo, mesmo tendo uma noite ótima de sono na noite anterior.
  • Perda de tônus muscular (Catalepsia): a súbita sensação de perder os movimentos do corpo imediatamente após a pessoa estar exposta a emoções fortes, podendo causar acidentes diversos como quedas, tombos, bater o carro (Caso a pessoa dirija), etc.
  • Paralisia hipnagógica do sono: paralisia temporária que acontece antes do sono.
  • Paralisia hipnopômpica do sono:  paralisia temporária que acontece ao acordar.
  • Alucinações hipnagógicas: como o nome já diz, a pessoa entra em um estado de alucinação auditiva ou visual no começo do sono para o sono profundo.
  • Alucinações hipnopômpicas: Mesma coisa que o de cima, mas antes de acordar (Saindo do sono profundo pro desperto).
As alucinações vêm sempre acompanhadas de uma das paralisias, já que um dos "pesadelos acordados" recorrentes é da pessoa achar que tem alguém em cima dela (sufocando, sentando em cima, fazendo coisas nada legais, etc) ou ter a impressão que há alguém no quarto a vigiando. A pessoa de certa forma está consciente que está acordada, mas não consegue se mexer ou falar. A sensação de não conseguir respirar também pode ocorrer, assim como querer gritar e não ouvir a própria voz.

Por mais absurdo que pareça, muitas raças de cães têm narcolepsia como poodles, bulldogs e rottweillers. Grande parte da pesquisa sobre essa doença crônica provém de estudos nos doguinhos que genéticamente estão dispostos a terem a doença.

Alguns estudos descreveram que a deficiência da hipocretina (ou orexina) - um hormônio produzido pelo hipotálamo, o centro da onde vem a produção de emoções no cérebro - pode ser uma das principais causas da Narcolepsia. Sem a hipocretina (Sua cretina! Hmmmpft!), o corpo não entende bem os sinais do cérebro para a vigília diurna, quer dizer: a falta dela faz com que você fique com sono o tempo todo, mesmo que você tenha uma noite de sono ótima. Cientistas ainda não chegaram a conclusão se esse desequilíbrio é hereditário ou por causas ambientais, mas costumam se manifestar na adolescência e perdurarem durante anos. Como o diagnóstico é demorado e cheio de margens de erro e coincidências, é importante que se você sentir os sintomas listados ali em cima em demasia (Tipo mais de 1 ano na mesma condição e já ter feito de tudo para melhorar as coisas e nada dar certo), consulte um médico rapidamente.

A Polissonografia é o exame master para descobrir as nuances da Narcolepsia. É algo meio intrusivo na minha opinião, já que vai pegar uma noite de sono sua - você vai ter que dormir em um laboratório (Que será parecido com um quarto normal), com eletrodos pelo corpo, ligado a máquinas, sendo monitorado com câmeras e gravadores, e provável do médico que acompanha o exame precisar entrar no quarto para intervir em alguma coisa (Arrumar eletrodo que saiu do lugar, ajeitar seu corpo caso esteja quase caindo da cama). Como eu disse: totalmente intrusivo, mas capta tudo.

Se constatado o diagnóstico narcoléptico, o jeito é adequar a vida do modo em que se evite a comportamentos que induzam o sono. Ter uma disciplina quanto aos cochilos diurnos - lembre-se que há o fator social aí que tem que pesar - dieta balanceada com comida leve (Comida pesada e difícil de digerir faz o corpo ficar lento no metabolismo), fazer exercícios regulares durante a semana para manter o pique (preferencialmente parte da manhã ou começo da tarde) são algumas resoluções para aliviar a Hipersonia e dar uma ajuda na Cataplexia

Por ser um distúrbio do sono novo na Medicina do Sono e Neurologia - e sem muitos especialistas preparados para atender sem antes da bateria de exames, polissonografia e tudo mais - a Narcolepsia tem seu tratamento baseado em medicamentos estimulantes - para assegurar que o organismo recupere a hipocretina e tenha a vigília desperta - e antidepressivos - para acalmar os episódios de alucinações e paralisia. Tudo deve ser mantido no equilíbrio porque conforme fui dando uma olhada, os medicamentos são fortes pra baraleo (tarja preta!) e podem levar à dependência se usados por muito tempo e sem acompanhamento médico.

Mais informações sobre Institutos de Sono e Departamentos de Medicina do Sono, o jeito é ir para o velho e o bom Google: https://www.google.com.br/search?q=institutos+de+sono+brasil 

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