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20 agosto 2020

é o hiatus, ele tá aqui, calma que logo voltemos

É muito miserável passar parte da vida pensando que tudo é culpa sua quando na verdade, lá no fundo, não há culpa alguma pra ninguém. Na real, nem estão dando a mínima se você morre ou se vive, se está feliz ou triste, se tem futuro ou não.

Tô muito feliz em saber que aquela culpa toda, absurda em seu tamanho de dobrar joelhos, arranjar umas hérnias, arrebentar com uns músculos das costas e tirar sono, se foi assim que fui internada.

A gente sabe muito bem que tá no fundo do poço, abraçando a Samara e fudida no final de carreira quando observa uma bolsa de transfusão gotejando algo de volta pro teu próprio corpo (perdão, validação, paixão?!), algo que eu não deveria ter deixado vazar assim tão facilmente.

Seja lá o que tinha naquele pacotinho de B+, obrigada pessoas anônimas que me doaram esse pedacinho de vida e uma nova chance de fazer algo que preste na vida: não desperdiçar ela com culpa. 

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