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27 março 2015

negação anulada

E depois de cerca de quase 7 anos de negação, a Entesposa fala explicitamente que me aceita como lésbica.
Gente, nunca pensei que iria chorar tanto sem motivo essa tarde.

23 março 2015

289 aninhos de puro charminho

Ponte Hercílio Luz, foto por Renato S. - fonte: TripAdvisor
 Aprendi a amar Floripa desde novinha (Eu, não ela.). Quando cheguei aqui aos 3 anos de idade, mal encostando nos joelhos de meus pais, vendo o mundo girar em volta da Felipe Schmidt lotada de carros no final do dia e as ocasionais visitas a pracinha para ver minha irmã mais velha voltar da escola.

Cheguei a andar na Hercílio Luz a pé, com dois tios me segurando pelas mãos, uma caminhada que nem lembro como tive pernas para continuar em linha reta, mas registrada em fotografias, a importância daqueles passos no cartão postal da cidade mais linda que já morei me faria pensar bem no que faria de meu futuro anos depois.

Florianópolis sempre me fascinou pelas suas luzes, muitas delas. As do centro histórico é que me puxavam como mariposa direto na lâmpada - galeria ARS, uma lotérica, uma loja de fotografias, uma policial militar e um tablete de chocolate Lolo, de nada mais lembro.

A figueira centenária que desafiando muitas leis estranhas aí no centro de tudo e referência para todos - Q-G oficial dos Changelings de Floripa, acha que não? Debaixo daquela árvore deve ter alguma taverna parada no tempo celebrando dia e noite a magia dessa Ilha - tudo ali está perfeitamente ajeitado, até os galhos mais frondosos que precisam de suporte para ficarem acima da terra.


Meu amor pela Ilha cresceu exponencialmente esses 2 anos em que estou aqui, desde o clima bipolar entre calor escaldante e o frio glacial, as praias lindas, o povo tão distante em seu tratar, mas sinceros nas palavras (Isso pra mim é perfeito!), a tradição que caminha com a modernidade sem agredir uma a outra, o sotaque parecido com aquele que jamais tive (Mas que o DNA tá entranhado de carioquês whatever), a falta de queijo de verdade (Isso dói às vezes), os encantos em coisinhas tão imperceptíveis (Tão pensando que não tou prestando atenção?).

Um feliz mais outro aniversário, querida Desterro. Agradeço cada dia por estar aqui te habitando e te descobrindo aos poucos. A cidade das luzes cegantes, é como chamei a Ilha da Magia desde então. Por quê? Porque DeU2s disse e se ele falou, tá falado...

dica de site - We See Magic


Sarah Jean apareceu na minha timeline do Twitter há muito tempo atrás quando estava me preparando para o show da Emilie Autumn aqui no Brasil (butthurt-butthurt-forévis) e por participar ativamente do blog da Veronica Varlow. O legal de ter lugares em comuns - VKA Veronica Kissing Army, Danger Dame Diary, Plague Rats, Fórum Asylum - é como a interação acaba se dando sem querer.

Lembro de ter comentado alguma coisa no Instagram dela sobre conchinhas do Mar (Que são difíceis de encontrar aqui nas praias do Norte da Ilha em tamanho considerável) e ela respondeu imediatamente. Ela mora em Adelaide, Austrália, do outro lado do mundo e é fascinante como um bendito fio de fibra ótica ou satélite teleguiado possa estabelecer conexões como essa, de poucos comentários, mas que algum dia faz algum sentido.

Comecei a fuçar o blog há alguns meses, e mais motivada ainda pelo #DangerDiaryChallenge que a Veronica postou no final de janeiro para então me deparar com um aspecto muito bacana dessa blogueira: ela é conselheira para jovens em risco lá na cidade dela. Dar palestras ou abrir rodas de bate-papo para pessoas em risco social, psicológico ou emocional, sobre as experiências ela deixa algumas coisinhas lá no Blog We See Magic.
http://weseemagic.com/
Adoro ver os updates sobre as coisas bacanas - principalmente sobre jovens desabrigados ou sem-teto - mas o último post em particular em chamou atenção - e também rodou a faca de ponta quebrada que tá aqui dentro faz tempo - por conta do assunto: Understanding Sadness.

Sadness does not diminish life – it doesn’t steal the good things. It steals your perception of them. It steals your vision. It does not touch your worth.

Entender a Tristeza - ou no caso dela como as pessoas que estão envolvidas em algum processo da depressão podem ajudar (ou não, o post é ambíguo) umas as outras. O bacana de notar no volume de postagens dela é que apesar de ser uma motivadora do bem estar de muita gente que está em contato com ela, às vezes é necessário falar da parte ruim, desagradável, que ninguém quer pensar que existe.


Deixando a dica para posteridade, pois sei que irei voltar aqui nesse post algumas vezes (Já fui ler o blog novamente e estou perdida em tantas palavras!).

16 março 2015

Síndrome de cottard disfarçada

Não me sinto mais a vontade com meu próprio corpo.
Tem esse feeling de meio de madrugada que tá me perseguindo faz tempo. As horas de vigília que se arrastam após.

Creio que certas palavras jamais vão sair do meu subconsciente e pelo jeito todo esforço de me sentir menos esquisita (e babaca) pode ter sido em vão. A incerteza da situação também vai remoendo as beiradas já danificadas e quando vou analisar se está tudo bem e em ordem, parece um pouco de síndrome de Cottard - aquela que as pessoas afetadas sentem que estão mortas, parecendo zumbi com as funções vitais anuladas.

Não sei se agradeço ou se amaldiçoo, de qualquer forma, a vida segue. Espero que isso vá embora algum dia, ou pelo menos adormeça, uma bela cãibra de consciência.

15 março 2015

dica de site - dommenique luxor [BDSM]

Ah as peripércias de recuperação de informação no Mistah Google...
Juro que estava procurando sobre Tremé, seriado da HBO, que me levou a uma página de seriados da HBO, produções nacionais, uma delas chamada Motel e bang! Aparece nos resultados uma entrevista feita por uma magazine do ClickRBS sobre uma dominatrix, Dommenique Luxor, aqui do Sul (!!!) que escreveu um livro de memórias sobre a rotina dela.

Google, seu lindo!
(Agora lá vou eu ler todas as postagens...)

prometeu alguma coisa hoje?

Prometeu por Gustave Moreau, (1868).
Esse cara? Totally awesome. Prometeu foi um titã da Mitologia Grega que escapou da penalidade máxima de ser colocado no cantinho do castigo lá no Tártaro quando a Titanomaquia aconteceu nos cafundó do Olimpo. Óbvio em dizer: o rapaix não só ajudou Zeus e cia. a se livrar dos "impiedosos" filhos mais velhos de Gaia e Urano, mas também ficou incumbido de realizar um dos feitos mais notáveis de toda Mitologia Greco-Romana: a invenção da Humanidade.

Com essa tarefa em vista, Prometeu modelou os humanos de forma que pudessem corresponder as expectativas do "patrão" do Olimpo. Beleza, só que as letras miúdas do contrato diziam que o titã não poderia se "afeiçoar" demais as criações... E aí começa a saga da Humanidade.

Assim que os humanos foram "criados". E pelo jeito deixados em uma caverninha (Cês acham que aquele diálogo do Platão sobre o Mito da caverna veio da onde?!), no total escuro, até Zeus terminar de fazer a varredura nos esquema e botar as quebrada na ordem para que então suas formigas, ops, humanos pudessem povoar a Terra. Okay, tudo certo. Só que Prometeu achou que não era o bastante.

Durante a fabricação, ele já via a potencialidade dos humanos e mesmo com os avisos de Zeus sobre isso - "Não sabe brincar, não deixa descer pro play!", "Dexa queto, rapá!", "Não dá tréla pra esses cabra safado!" - Prometeu foi lá, catou uma tocha do Olimpo e deu para os humanos. Yep, tocha para os humanos.

Uma puta duma metáfora foda.
E aí a nossa querida Humanidade se tornou isso que somos agora, de acordo com os mitos gregos.
Culpa de quem? Desse cara acorrentado.

Como sempre, Zeus não gostou dessa atitude do titã - mas tipo, sequestrar garotas indefesas disfarçado de animais exóticos ou chuva de ouro tá liberado né? - e mandou Hefestos (Deus da Forja) acorrentar o rapaix em um rochedo lá em cima no Monte Cáucaso e colocou uma águia (ou corvo dependendo do autor) para devorar seu fígado durante 30 mil anos. Como o cara era titã, regenerava todos os dias, mas mesmo assim nomnomnom a águia fazia sanduíche com patê de fígado de Prometeu.

(Olha só hint para a punição de Loki com a serpente a gotejar veneno em sua boca?)

Em um de seus trabalhos de redenção, Hércules (filho de Zeus) soltou o moço e parece, não se sabe o certo, tudo ficou bem. De acordo com o Rick Riordan em sua saga Percy Jackson, tio Prometeu era um traíra, fiodazunha, muito bem resolvido e se escondeu do Olimpo após a grande batalha, lalalala lalalala.

Sinceramente meu apego a esse titã se formou por conta dessa pintura aí em cima, impressa no primeiro livro de Mitologia Grega que li na escola e que me impressionava com a quantidade de gente se ferrando em tempo recorde por conta de bichice extrema de deuses manés. O fato do fígado dele ser comido todos os dias também ajudou na fascinação, pois como é que pode alguém que ofereceu algo tão precioso a Humanidade poderia sofrer tal punição? Por que RAIOS então Zeus pediu pra ele moldar a Humanidade? Se eu fosse um deus infiel, tarado, déspota, patriarcalista, sem escrúpulo algum, não deixaria essa tarefa pra um cara idealista, mas sim pra um que seguiria minhas ordens até as últimas consequências (Vide Hefestos, por exemplo, oh carinha fiel que dói!). Segurança primeiro!

Com tantas perguntas na cabeça quando tinha 13 anos e meio, fui levando essa admiração a Prometeu comigo até hoje. Resolvi postar algo aqui sobre ele apenas para me lembrar que a águia pode gostar de patê, mas não quer dizer que eu tenha que servir com canapé ou pãozinho de forma, sabe? Já tou cansada pra baraleo de ficar negando meu próprio corpo.
(Obrigada modafoca, obrigada)

São Patrício 2015

Óbvio que quando cai dia de São Patrício no meio da semana, NÃO DÁ pra fazer nada memorável, a não ser pegar batatas em algum lugar e tentar não morrer de Homesickness de um lugar que nunca botei o pé.

Uma das minhas razões por me interessar tanto por Nova Orleans é justamente esse relacionamento próximo que eles têm com a Irlanda, parte da cultura do sul da Lousiana foi influenciada em peso pelos irlandeses. Lá o dia de São Patrício é comemorado desde a segunda-feira (12/03) e vai até a semana que vem (22/03) - bando de sortudos fiodazunha.





Como de costume, já que uma nerd sem money como eu não pode fazer muita coisa, o jeito é passar o domingo com ensopado gostosinho entupido de batatas e ouvindo uma das principais fontes de informação e música lá da Big Sin - WWOZ.

Apesar desse ano eles não transmitirem ao vivo as paradas, tão fazendo programas especiais sobre música de Nova Orleans influenciada pelo ceilli dos irlandeses. Eu adoro cada segundo, porque tem de tudo, desde tradicional, animadas, lamentos e as mais coisinhas que nunca ouvi (Vale pela experiência, hehehehe).

Quem tiver curiosidade, dá um pulinho aqui e passe um ótimo tempinho com as vibes célticas na cachola.