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11 agosto 2016

le mimimi necessário miguxis

Algum gatilho deve ter sido puxado, não estou conseguindo identificar onde, mas já sei o porquê.

Tou cansada de ver omissão, falta de compromisso e batalha de egos. Eu não nasci pra essas porcaria não.

Ao invés de fazer algo pra mudar o curso das coisas, tou presenciando muito comodismo, muita briga de parquinho e muito "não mexe no meu status que haverá consequências". Isso me cansa de uma maneira tão grande que letargia é o estado atual. Ficar surda e distraída faz parte, manter a paciência no level considerável e forçar a barra pra me sentir mais útil nos lugares onde estou inserida é o processo diário.

Entre dividir a sala com gente que me é cara e mesmo assim ganhar um olhar indiferente ou cobrança, prefiro me fingir de véia doida, ficar no meu cantinho e fazer o meu trabalho. Não tenho mais paciência pra uma porção de coisa: tentar me colocar no lugar do outro já tá me irritando duma maneira que achei que não era possível.

E o bode amarrado, bem ele tá ali cantarolando enquanto bale bem faceiro. Nesse duelo deixei ele ganhar, mas a batalha começou há uns dias atrás com um simples telefonema.

Então se eu for rude, chatonildx, apáticx, sem noção ou demonstrar sarcasmo além do limite permitido, não venha me dar sermão, fazer reza braba ou querer que eu me explique, vai catar coquinho na entrada do barqueiro e deita no mármore branco do Hades. Poderia ser bem pior, poderia ser chão de brita.

Mais uma vez a Biblioteconomia meio que resgata minha vida de escriba, creio que o semestre vai render pra resolver a vida profissionalmente, mas tá difícil ver além de um palmo a frente quando seus colegas, professores, bibliotecárixs que conheço estão numa sucessão de mancadas federais. Brigar por um curso/carreira e suas melhorias é ótimo, mas topar com gente que só pensa em atrasar o processo por razões estúpidas? Dá vontade de dar uns chacoalhões nas criaturas.

Essa coisa toda junta e a única frase que está presa agora é: "Você não está sendo muito útil, vai sumir que é o melhor que você faz".

Autossabotagem: a gente vê por aqui.

Ps: eu precisava de uns abraços e momentos em silêncio pra me sentir mais segura e confiante, mas tá tenso. Deve ser a porcaria de idade... Tem que ser.


02 dezembro 2014

Bring dah kashasha

Porque né? Último mês para arruinar toda a base da Torre onde decidi deixar meu bode amarrado.
--- --- Enviado especialmente pelo WhatsApp, abençoado por Santa Amy da Casa de Vinho.

25 setembro 2015

as skills dos vinte e nove

"Altas skillz, yo tengo!"

A dos 26 foi de beber tequila sem ter um piripaque. A dos 27 foi sobreviver a idade maldita do Rock, dos 28 foi parar com a moto na BR, agora essa dos 29 tou desconfiando que seja começar a ter aquela delícia de amnésia seletiva que nos acomete após alguns anos de afastamento voluntário.

Talvez esse don't give a feck about seja resgatado em uma viagem de busão de meu talan para a casa de minha mãe (menos de 40km). O caminho traz boas e más lembranças, mas não tão fortes quanto antes, já que os fragmentos estão se perdendo. Passar por lugares que foram emblemáticos e ficar pescando lá dentro do sótão de paredes elásticas o que raios aconteceu em tal dia está ficando cada vez mais difícil.

Se devo agradecer a idade ou a codeína, acho que vou pelos opióodes. Algum efeito colateral permanente deve ter causado depois da semana absurda de pesadelos e alucinações.

Fazer aquele exercício legal de colocar o que é intermediário para descarte ou permanente é importante para podermos nos mover, algo como aquela catarse necessária para se livrar da hýbris que carrega a muito tempo. Sinceramente tou cansada da minha ficar me mordiscando no traseiro e me mostrando o quanto sou falha (Yep, admito, registra em cartório aew...). Ao invés de entrar em estado de posição fetal pelo passado (que me condena pra cacete por assim dizer), estou processando melhor as burrices que fiz e deixei de fazer - porque tudo é uma questão de ponto de vista - a paranóia de cometer as besteiras voltam de vez em quando, mas são controláveis. 

A vida tem outras esfinges grandes pra se decifrar, elementar Édipo.

I mean, se a autoestima se encontra mais que enterrada com um caixão cheio de pregos, pode apostar que haverá uma sequelas boas pra aprender a lição de vez. Mas se estiver até felizinha, dá até para dizer a powha da sua consciência pesada que desta vez dá pra encarar a realidade sem surtar (por enquanto). 

Lembro desse episódio ao sair do busão no terminal central certa vez e ser obrigada a entrar no próximo, pois a crise de pânico (temporária, graças a Eru) me comandou a voltar imediatamente pra casa. O motivo? Até hoje tou em dúvida entre 2 coisas: encontrar quem não queria no meio do caminho, o de deixar a casa sozinha. 

Isso foi bem depois do assalto, mas muita coisa ficou no subconsciente buzinando, uma delas foi de que a minha capacidade de lidar com situações assim (de crise de pânico instantânea) é nula perto da minha imensa paciência cultivada com os anos.

Na verdade, acho que a impaciência decidiu dar oizinho do modo mais hardcore possível quando isso aconteceu, então se trancar os feelings faz mal pra saúde, quiançada, vocês só irão saber o quanto isso é ferrado de se lidar  quando estiverem no meio de um tanto de gente, se sentindo um vermezinho bem pequenininho e sua mente gostaria de repetir aquela sinapse do bode gritante:

Sim, 10 horas disso no looping é bastante divertido...

Lembrar disso dentro do ônibus não me fez quer repetir a experiência jamais, e os pulmões tomados por uma pressão absurda e o coração descer pra barriga e dar aquele alarme estranho de que a sua intuição - por mais falha que seja - está te obrigando a ceder ao medo, ao inevitável, aos instintos básicos de sobrevivência de fugir seja lá do que ou de quem. 

É interessante rever isso de um ângulo diferente, pois a última crise de pânico fudida que tive foi aliviada com um simples: "Pra quê isso agora? Vai mesmo se importar com o que dizem ou que deixam de dizer?" - detalhe que pra arrancar essa premissa acima foi necessário mutio autocontrole, é vivendo perigosamente com autoajuda, gente... Não tem como escapar do trabalho solo quando o bicho pega, é o bloco do eu e o tu sozinho.

A gente aprende com esses pequenos modos do corpo demonstrar que quando se vive 24/7 na ansiedade, alguma hora a coisa vai vazar. Então quando fico particularmente agitada e sem noção, recolho meus trapos, a minha insignificância e vou pro cantinho do castigo. As coisas tem sido melhores com a presença do Walter em casa, dá pra sentar com o senhorio e perguntar qual é a opinião dele sobre o assunto, sábio como ele é, um simples headbutt me mostra que o mundo aqui dentro pode desmoronar todos os dias aos poucos, mas tem um toquim de felino te lembrando que há esperança pra coisa toda ficar mais coloridinha, mais suportável, menos agitada.

Talvez se eu for uma boa menina consigo até um pouco de paz. 

Ou talvez não.

Postado via Blogaway

28 julho 2019

cuidados extras

Disclaimer: essa postagem é de 25 de abril e só fui ver que tava na fila agora!!

Percebi que meus baixos e altos durante a inconstância da vida de escriba nesses últimos anos coincidiram com algumas situações que me faziam entrar em desespero antes do tempo de desesperar.

Que novidade!
Óbvio que grandes mudanças irão desencadear reações diversas.

É o que dizem.
Mas quando se caminha na corda bamba por um bom tempo da sua vida, limitar as grandes mudanças são cruciais pra não sofrer uma portada bem dada nas fuça.

O importante dessa quest interminável de "não posso nem chegar perto desse poço e muito menos ouvir esse bode" foi de saber onde o ponto de limite aparece.

Esse cuidado extra me fez perder oportunidades de fazer mudanças grandes, mas ao mesmo tempo me manteve longe de perder total controle sobre minha mente.
(E quando falo que Literatura salva e ninguém acredita...)

Acho que tou no recorde de tempos sem pensar em algo autodestrutivo faz cerca de uns 5 meses, na intensa forma mais humilde de não se meter na encrenca de overthinking. Receber notícias boas de potenciais mudanças boas também ajudou, mas ainda assim, vigilância constante.

Parece estúpido colocar isso em palavras escritas, pois não parece algo urgente agora. Tô bem, nada está me afetando substancialmente (Carpe diem modafocas funciona com mentes ansiosas) e se começo a ver um padrão de entrar na noia novamente, meu corpo aprendeu a responder rapidamente com algo bem simples: substituir o pensamento repetitivo e destrutivo que se aproxima por uma canção.

Eu sei. É besta, mas tá funcionando.

Às vezes no meio da noite, quando acordo de um pesadelo em específico, acordo com a letra de alguma música tosca na cabeça. Quando estou particularmente estressada no estágio (porque me estresso com a negligência do governo atual com um lugar que poderia estar ajudando muita gente em um potencial enorme) é Take on me do A-Ha com direito a dancinha.

E ir para as estantes fazer leitura de estante. Acalma, porque livros e suas capas engraçadas com títulos diferentes me acalmam.

Chocolate também.
Pepsi também.
Assistir novela da CW também.
Matar pessoas imaginárias e históricas em games também.

Mas mesmo assim fico no modo cautela sempre. É algo que 20 anos de intensa experiência em se proteger de um colapso mental inevitável faz com você em algum ponto de sua vida. O meu maior foi aos 24 anos pra depois ter um pior aos 26/27 e se os 28 me ensinou é que (in)felizmente tenho que me alinhar comigo mesma para ter algum resultado que preste.

Me entender como trans não-binárie também ajudou pra caramba a não pensar demais em questões impostas pelo externo e que me perturbavam demais por não fazerem parte do meu conjuntinho fajuto de valores e moralidade. Me entender como profissional também ajudou mais ainda por saber que mesmo se eu perder isso que valorizo tanto (e não é o coração, pessoinhas, nunca foi), ainda conseguiria ser prestável guardando livro na estante.
(Aaaaaaaaaaaaah sarcasmo, como te adoro)

Se dá vontade de botar fogo no putero?
Dá.
Mas vai valer a pena?

A maturidade traz um dilema do "o que vai me beneficiar somente" com o "vai beneficiar o bem estar comum" - e (in)felizmente sigo isso a risca para não cair no meu limbo pessoal: estar sendo incoerente.
(Purgatório é refresco perto da minha versão ao vivo de portão do Tártaro)

Quando a gente encontra a Ética em nós mesmos, o de perceber o mundo de uma forma que não é necessário ter vantagem em qualquer coisa (FU Darwin e seleção natural) ou manter status para se ganhar alguém, isso já ajuda pra caramba.

O desapropriar a questão da propriedade da própria vida (???) foi um dos pontos-chaves de sacar que a valorização que tanto buscava não tava no Outro, mas naquilo que me mantém viva. Peguei o hábito de levantar me dando tapinhas imaginários nas costas por conseguir acordar mais um dia. E também de ao dormir me agradecer por conseguir chegar até o final do dia sem um pensamento ruim sequer contra mim mesma.
(contra as pessoas, outros quinhentos, todos temos nossos pecados internos)

Descobri nesse ritual de acordamento e dormitação que tenho direito em sentir coisas, que repreendê-las por tanto tempo não me ajudou crescer, mas sim de me afastar de algum propósito dessa vida. Ir ao psicólogo foi o necessário para manter a listinha de "tá tudo bem aí em cima na cachola" em ordem.

Autossabotagem é algo real e palpável.

02 fevereiro 2017

brb que não peguei no tranco



[EDITANDO: A força começou a aparecer hoje dia 02/02, eita coisa linda!!]

2017 já começou, mas o meu metabolismo não tá andando bem pra dizer que é um novo ano de um novo dia de um novo tempo (lalalalala).

Voltando no engarrafamento da SC pra subir pra casa, contemplando pela janela do busão - modo mais interativo de se filosofar coisas - percebi que a vida de escriba em projetos de curto prazo pode até ser menos estressante, mas um bocado perigosa. Porque meus short terms estão com data já marcada e me sinto como se entre os dias não há muito o que fazer.

Aquele tesão de aprontar novas coisas e ir atrás de possibilidades estranhas pra carreira futura? Nope, parece que foi embora com a empolgação de querer mudar o sistema. Até com algumas discussões da categoria não me sinto a vontade para refletir, reprogramar, sintonizar. Tá osso.

E nem é o bode amarrado na canela, é o slow down de não sentir mais a vivacidade de enfrentar aborrecimentos. Creio que com os 30 chega a falta de paciência de ter paciência, fui pega nesse caminho.

Quanto aos projetos acadêmicos, estão de fucking molho forçado, os de representatividade estão indo devagar, minha vida social se baseia em ir pro estágio, voltar pra casa, assistir alguma coisa no PC, dormir. E gatos. Estou tendo momentos preciosos com os dois. Mesmo assim, tá faltando alguma coisa que não consigo saber de onde vem.



Talvez passar muito tempo fazendo trabalho burocrático esteja me deixando mole e sem perspectiva. Talvez a possível - torcendo que sim - volta para biblioteca ajude com a empolgação restaurada. Eu sinto falta de atender gente e ajudar no que dá, parece que ando em círculos pra mostrar validade alguma em tabelas de Excel. Isso dói o ego um cadim, o orgulho de ter escolhido essa profissão vai meio que embora quando não me vejo atuando como deveria.

Deve ser a morosidade das férias. 
Espero que não seja mácula de idade.


Tou esperando sinal de Rangs pra me levar de volta às estantes e as bagunças diárias de bibliotecas, estantes, pessoas e alunos. Tá fazendo falta. Muita. 

19 setembro 2018

bode balindo e altamente funcional

Fonte: Tumblr - Viagem de Chiriro - No Face

Existe isso?
Existe pessoa depressiva altamente funcional?
Pegando emprestado o termo de um episódio de Sherlock (que não vi e nem sinto vontade), essa é a questão pra hoje.

Será possível que se possa se manter funcionando de forma satisfatória para o mundo externo e ainda assim poder dizer que está nada bem dentro de você?

Porque a percepção que o senso comum costuma ter é de um ser doente e de cama, impossibilitado de fazer coisa alguma ou entulhado de remédios - e quase disfuncional (do prefixo dis "não estar mais").

Hoje no cardápio da ruminação houve troca de palavras nada bonitas entre eu e uma pessoa que tento internalizar que pode ser minha amiga novamente e não apenas mãe. A falácia de quem tem depressão precisa de algo pra fazer - pegue seu predileto, lavar roupas, louças, cuidar da casa, sair mais, ter mais Deus no coração... - não passou pelo escudo costumeiro de ignorar total e seguir o bonde do eu, eu mesme e tudo mais.

Tentei explicar que para as pessoas que tinham depressão as coisas não eram assim, o mundo gira de um modo diferente e se ela conseguiu viver tanto tempo de maneira saudável mentalmente, parabéns, seja lá qual mecanismo de aguentar o tranco você tenha feito valeu a pena. Só não desvalida o que pessoas depressivas tão passando no pior de seus momentos. Inclusive a pessoa que você divide o teto e as contas.

Percebi naquele momento que todo trabalho feito para que ela compreendesse que é esse tipo de discurso que assusta e afasta as pessoas que ela gosta ou tem alguma consideração. Em outros casos é o que faz eu nem querer sair da cama, porque ela não é a única a me dar essa certeza verbal de que gente como eu não estaria tão ruim da cabeça se estivesse "fazendo algo",

Acho que informar a ela que há outros "fazeres algos" que pessoas instáveis psicologicamente podem cometer após terem um belo empurrãozinho familiar seria uma boa. Só para título de disseminação de informação, meu trabalho né?

Aí voltemos ao depressivo altamente funcional.

Porque não parece que estou, mas tô. São dias e dias. Tem dias que esse tipo de fala não passa pelo filtro auditivo (obrigadão fones de ouvido) e há dias que só não cava um buraco, como me dá a pá pra eu fazer isso eu mesme. E eu sei muito como cavar uma cova emocional que é uma beleza. Pessoas já elogiaram como consigo manter bem as caixas separadas. Outras me odiaram por saber tão bem, estranho que na ridícula comparação com outros desastres emocionais, até que manter a fachada de inacessível continua sendo mais rentável do que transparecer e entregar as caixas etiquetadas pra quem seria da rede se apoio local. 

Entendo quando alguém não quer falar de suas experiências e muito menos de sua rotina. Eu entendo completamente. Já eu preciso fazer isso para que o controle social padrão saiba que continuo funcional, que pode sim me manter na coleira, que vou cumprir minhas obrigações até o humanamente possível, que dou aviso prévio quando estiver realmente ruim. Eu sei quando está e quando vai piorar, é questão de treino e perceber os padrões (o que mais me mata é o que me salva também) e desespero. 

Agradeça ao treinamento intensivo de sobrevivência em cidadezinha vilarejo brejeiro preconceituoso e extremamente tóxico. É de lá que aprendi a separar quantas caixas fossem possíveis pra não cair tudo de uma vez só. Não espero pelo dia em que tudo vai desmoronar novamente, muito agradecide, mas pelo menos até lá tenho preparação pra não arruinar com tudo. 

A questão da rede - que me parece um conceito muito válido e o empirismo ajudou a entender que pedir arrego é necessário às vezes - também tá abalada. Porque dessa vez encontrei um jeito de me manter em um esconderijo que me dá a vantagem de rememorar o que NÃO DEVO fazer e acabar fazendo besteira. Na outra casa não tinha tempo pra sentar e pensar, mesmo minha cabeça não parando o dia inteiro. E é nessas horas entre o não pensar e o simplesmente fazer que me são mais alarmantes. 

A rede era mais presente, mas me afastei por conta de não conseguir mais suportar ficar muito tempo com pessoas em volta. Os horários também não me ajudam mais a socializar com o mínimo de esforço e às vezes quando consigo reunir a coragem de estar presente, ainda assim vou pedir pra sair Capitão, porque a barrinha de mana já fritou faz tempo. A de HP tá muito boa, e quero que permaneça assim. 

Teve essa hora ao sair pra ser funcional na sociedade e tive que voltar pra abraçar a mãe sem noção e dizer pra ela que não tinha mais tempo pra ficar guardando mágoa. E realmente não tenho mais. Não sei o dia de amanhã. Me envolver em atropelamento também não ajudou com essa percepção de durabilidade. E chegar aos 32 também tá ajudando na paranoia estatística. E o clima em alguns lugares onde frequento também não tá ajudando eu ligar o modo "seja feliz e faça piada". E desculpas, desculpas, desculpas, mais desculpas para não me aproximar de qualquer motivo que faça minhas caixas desmontarem. 

Tá na hora de voltar pro divã né?
Pelo jeito sim, agora é trabalhar pra pagar minha solução de pontos de sanidade já bem baixos.

26 dezembro 2015

Natal como em 1997

Voltar da casa da Entesposa após feriados sempre me deixa numa vibe meio "méh", felizmente nenhum bode veio amarrado na minha perna, pois o processo de encarar certas situações na vida familiar fazem parte do meu incrível plano de entender melhor as pessoas para me entender de vez.


Muita comida, muita risada, muito vazio. Não há mais o Hank, a varanda ocupada de coisas, muitas coisas, a chuva forte, os raios (dá um tempo Thor!), os trovôes, as mudanças de humor de todas, a paciência infinita. Aquele sentimento de não mais pertencer aquele núcleo me fez querer dar meia volta volver e correr para casa, mas na segunda hora alojada na casa da mãe, resolvi observar melhor o que estava acontecendo.

Já havia falado antes de como ela havia envelhecido nesse espaço de tempo em que não participo mais da rotina dela, como isso me deixava assustava, mas o que mais me impressionou foi o ver ela e minha irmã mais velha conviverem de um modo estranho que me pareceu familiar (???).

Foi como voltar ao ano de 1997, Betinópolis, vilarejo-brejeiro, calor dos caramba em cidadezinha do interior de Minas, só eu, mãe e irmã. Sem avós maternas, tios, progenitores que não faziam parte desse núcleo familiar que formamos durante anos. Por muito tempo, acho que desde que nasci, o trio sempre foi esse, na maior parte do tempo de minha vida eu só via minha irmã e minha mãe como participantes da rotina, ir à escola, voltar da escola, almoço, lanche da tarde, antes de dormir, sempre as duas ali. Não tenho muitas lembranças de estar perto de outras pessoas da família e isso meio que afetou minha recepção quanto à eles por muito tempo (Tios diziam que eu me escondia por horas quando eles visitavam, oh well...).

A presença de minha irmã e minha mãe na mesma mesa me amoleceu um bocado, como se 1997 não tivesse sido um dos piores anos para todo mundo ali naquela mesa, mas como voltar ao trio de uma forma diferente de olhar para as duas. A dinâmica entre inha irmã e mãe costuma ser na base do confronto direto com palavras ou piadinhas sarcásticas. O que pode ser facilmente resolvido com um: "Gente, calma, não precisa isso não...", acabou se tornando algo normal. Não porque eu estava ignorando o fato das duas trocarem farpas o tempo todo, mas porque eu não lembrava desse detalhe em 1997. Sinceramente antes de 1999 não lembro powha nenhuma da minha vida, apenas uns flashes ocasionais de coisas, mas nada muito assim concreto.

O jantar de Natal foi bem nisso, conversa paralela aqui e ali, a quantidade de passas, maçã na maionese e empadão de legumes, isso tudo para mim era suficiente, sinceramente se todas ali fossem surdas e mudas, esse momento especial de estar juntas novamente só nós três na mesa já teria sido mais que especial. E foi, de um jeito bem perturbado de perceber a briga eterna de dominância entre as duas.

Vendo especiais de Natal, mãe conversando com a vizinha gente boa que a ajudou com o Hank, minha irmã vira do nada e me diz que não sabe como lidar com isso. Isso o quê? eu pergunto e ela aponta o celular: era uma mensagem do progenitor desejando boas festas e dizendo o quanto a amava. Ele também mandou isso para mim minutos atrás e não me afetou nem um pouco. Tento compreender que certas ações das pessoas podem me ajudar a construir ou a me destruir, logo deixar alguém me afetar vem sendo difícil ultimamente. Digo que ela não precisa se preocupar mais com isso, ainda a afeta de alguma maneira? Ela diz que sim, que construiu o caráter dela e aí a minha bandeirinha vermelha de alerta. Estamos no mesmo barco, então.

Isso me fez ficar sem muito o que falar, apenas a cutuquei com o pé e disse que ela não tava sozinha nessa. Talvez seja isso que nossas vidas tenham se tornado: um belo festival de desconfiança quanto à relacionamentos, porque lá no fundo sabemos que vai dar errado. Algo. Qualquer coisa.

Saber isso de antemão ajuda bastante, mas atrapalha também.
Então me contentar com o que tenho me parece o mais lógico a fazer.
Quando eu tiver vontade de me ferrar bonito, tento de novo, não é?

E essa música é da Taylor Swift      ^____~
(E voltei a viagem com a letra dessa música na cabeça - "Clean" da Taylor Swift com a Imogen Heap do Frou-Frou - fez total sentido mesmo...)