Pesquisar este blog

14 fevereiro 2015

considerações no dia de são valentim

Possivelmente um dos dias mais estranhos desse começo de ano, com direito a dobradinha especial da sexta-feira 13 de ontem com a Lady Murphy me cortejando divinamente. E a chuva.

The fucking chuva.

O importante é que durante o período de claustro em que me encontro devido fatores climáticos e emocionais, mesmo estando bem equipada com gaterapeuta, chocolate, playlist musical boa (Apesar de ter um pequeno probleminha com Bonnie Tyler no começo da manhã até a tarde), artigos bons para se ler, chá quente e muito pensamento positivo, deu para se perceber que não precisa de muito para ser felizinha aqui na conchinha do Gary.

Na verdade faz tempo que não passo um dia quietinho na minha, cuca meio fresquinha e acordada (Graças a Eru,sem mais caídas de sono bruscas) para aproveitar o dia. Faz tempo que não sinto que os pensamentos estão em ordem, que posso sentir um pouco do controle voltando, que posso fazer algo que preste de minha vida sem incluir absolutamente terceiros em minha vida. É um pensamento bem egocêntrico, mas talvez estivesse precisando ter esse momento de clareza para notar que não estou perdida: só meio que desviei do caminho novamente porque a pedra gigante sempre estará lá, só precisava decifrá-la sem pegar atalhos na floresta escura.

A vida circula como a espiral que supostamente deve ser. Muita coisa a ser feita.

12 fevereiro 2015

acerca 50 tons de cinza

A BDSM-style collar that buckles in the back. ...
(Photo credit: Wikipedia)
 Com toda a controvérsia sobre 50 tons de cinza - o filme - causando por aí, tive a oportunidade de deliberar wtpowha devo me posicionar quanto a isso (hehehehe trocadiiiiilho):

Méh.

Vai ser um daqueles filmes que terei o prazer (mais outro trocadilho) de baixar ilegalmente sem sentir pena alguma da distribuidora, estúdio e salários dos envolvidos.

Na época em que "li" o livro - ler é uma expressão razoavelmente parecida com o exercício monótono e rápido que fiz até quase a metade, passando os olhos entre página e outra pra vasculhar se havia algo realmente interessante e apenas ver que é inner-dialogue O TEMPO TODO e descrito de forma nada criativo - meu interesse principal eram os parâmetros usados em relações BDSM. Mas aí quando fui pesquisar o histórico do enredo, deixei de lado e fui fazer algo mais interessante.

Não desmerecendo o trabalho árduo da autora E.L. James em escrever uma fanfiction A.U. de Crepúsculo - o que me dá uma oportunidade boa para explicar o que é fanfiction para as pessoas que desconhecem! E hey, até seus desdobramentos espaço-temporais dá para se discutir - mas sério, amiga, que lesse um pouco mais da cultura underground, faz bem pra escrita pesquisar ANTES, vivenciar talvez (Nunca se sabe). E yep, quando o assunto é polêmico como tabus sociais, tem que ter cuidados extras. Não é questão de moral, cívica e toda essa bobagem, é questão do dever glorioso de ser escritor

Povo estadunidense tá ameaçando boicotar o filme por vários motivos: violência contra mulher, relações afetivas com abuso psicológico, porque vai te levar pro Inferno, porque vai influenciar a quiançada fazer a mesma coisa (As if) e a lista vai aumentando. Aqui no Brasil a classificação indicativa ficou para maiores de 16 anos, o que me dá uma esperança que alguém lá do Ministério da Justiça LEU a fanfiction, depois o livro, achou uma porcaria e julgou bem o quanto de zoeira isso pode causar.

Well done Coordenação de Classificação Indicativa, vocês às vezes acertam na limitação da zoeira - apesar de que classificação +16 não vai resolver coisa alguma nesse país.

Esse tipo de livro me deixa no muro inquietante dos "nãos" e "sims", pois há tantas nuances de o que fazer e o que não fazer. Não vou mentir: ver esse reconhecimento de 50 tons de cinza me dá esperanças como fanficwriter, como escritora amadora, oh hell, se essa criatura escreveu algo assim e foi reconhecida, eu que escrevo BEM MELHOR posso ir longe. #HýbrisEmAltaHoje

Mas o lado de ser humano racional e emotivo também me deixa em completo estupor por tudo que isso pode desencandear em uma geração que tá cheia de informação sobre tudo, disponível a hora que quiser, mas que não sabe lidar com os filtros. Meu lado bibliotecária apoia ter essa trilogia em uma biblioteca pública ou universitária, mas não se sente feliz se estivesse em uma biblioteca escolar. Meu lado anarquista quer espalhar conhecimento pra tudo quanto é canto, sem me importar com quem esteja captando as mensagens, mas for crying out loud, se os "adultos sérios e responsáveis" tratam os jovens como se estivessem nos anos 50 ainda, como isso vai ser possível?!

A powha do pensamento crítico não ajuda nessas horas.

07 fevereiro 2015

coisas do facebook

Calvin manda aquele abraço.


No passinho da Elvira pro sabadão

Sábado começou tão bem, tão legal, tão zen, aí acordar com sonho angst não é legal. Porque a Dama Ironia da Vida está sempre ativada quando se trata de sonhos vívidos com pessoas que NÃO se deveria mais sonhar.
(E o pior o não querer se preocupar por achar que a pessoa está precisando de alguma coisa)

Obrigada Universo, muito obrigada.

03 fevereiro 2015

[video] Elastic Heart - Sia - e considerações

Já havia comentado da Sia por aqui, australiana, escreve letras bacanas para artistas consagradas, um rumo totalmente diferente de se aproximar do mainstream (Ela não mostra o rosto de jeito algum, ou faz shows de costas pro público). Acabei topando com ela em algum link estranho do Daily.Dot com esse vídeo aqui por conta da chamada do artigo: algo como Sia pede desculpas sobre vídeo controverso com Shia LeBeouf e Maddie Ziegler.

Fui ver.

Foi desconfortável.

Me interessou.


É creepy pra cacete você colocar um cara como o Shia numa jaula com uma garotinha que parece ter molas ao invés de articulações - fui ver algumas performances dela no Dance Moms (Reality show sobre dançarinas mirins e suas rotinas familiares) e a guria é fantástica! - e depois cobrir com essa camada que compõe a letra mais metafórica possível.

Tive que ler umas trocentas vezes pra ver se entendia direito, evitei de ir nos comentários para não ler coisas inflamatórias sobre o que raios se trata a música - pqp poesia é uma arte tão abstrata que teve gente que tirou recalques freudianos do fundo do baú pra justificar a intensidade do vídeo, não, apenas não.

O interessante desse vídeo foi a concepção da coreografia que parecia um bailar interno entre 2 lados de uma moeda. As impressões que eu tive foram que Shia era o centro protetor, o cuidador, aquele que mantinha a jaula em silêncio, enquanto Maddie é essa criaturinha selvagem, parecida com um lobo desembestado, não consciente de sua "prisão" (Ela até sai da jaula sem dificuldade em algumas partes do vídeo) e determinada a deixar o ponto de equilíbrio em um estado de vigilância eterna.

Por um tempo assisti esse vídeo quase todos os dias - escutava a música incessantemente pra poder descobrir o porquê me cativava tanto - até que ao ver hoje o making of e algumas considerações dos envolvidos no processo artístico do vídeo. Algumas certezas sim, outras dúvidas não. O mistério da letra que ainda paira sobre minha cabeça, até eu conseguir colocar isso em uma situação "real" de vida e que se encaixa perfeitamente com essa dinâmica imperfeita de Razão e Emoção.

Um sorriso bobo deve ter passado entre meus lábios, mas ao olhar novamente para Maddie pulando de lá para cá e dançando frenéticamente como se não houvesse amanhã, e a contraparte centrada, determinada em suas decisões, dotada de todo saber (E ironia!) contido em suas ações e palavras. Só pude remeter a uma dupla de changelings que mantenho um vínculo literário bem pitoresco.

O mestre silencioso com uma cicatriz no rosto, a menina que se veste como um acidente de carro.
E sim, os dois têm corações elásticos.

(Letras debaixo do link)

menos de 1 semana

Saudades desse lugar, vixe.
(Tou perdida...)


01 fevereiro 2015

Como se recuperar de bodes: vá a Rave Metal

O humor estava péssimo ontem durante o dia todo, até me arrancarem de casa pra me levar na Rave Metal. A vida não poderia ficar mais surreal ainda!





O Blues Velvet aqui de Floripa tem umas festas muitos estranhas com gente mais esquisita ainda, entre elas tem a famosa Rave Metal, conhecida pelo nome ambíguo, mas que esconde um repertório de tanta música trash por metro quadrado que dá orgulho de saber a maioria das letras daqueles clássicos dos anos 80/90 que passava no rádio (E que obviamente hoje todo mundo tem vergonha de dizer que conhece).

O bar fica ali no centro de Floripa, grudado com os prédinhos de mais de 40 anos perto da avenida, com vista para a vida noturna misteriosa das esquinas e no andar de cima de um casarão meio capenga que é quente pra caramba. Tudo começa assim na Vida Loki, certo?

O melhor foi a seleção musical, pois fizeram o favor de lembrarem que funk é cultura, funk é legal, funk é sensacional! Logo a dobradinha "Atoladinha" (A subversiva ode comparativa a bossa nova, aleluia!) com "Rap das Armas" (Enciclopédia rápida de tipos de armas que você possa compreender) e "Dako é bom" (Calm down, people!) e "Éguinha Pocotó" (Vai Serginho!) foi o ponto alto da festa, sem tirar nem por. Outras tranqueiras também tocaram e já que o dia era do É o Tchan, viu-se muita rebolagem - não minha, sou uma negação quanto a isso (Mas sei fazer passinho de rave desengonçado sem estar alta de ácido ou shrooms).

Fiquei uber-feliz por se lembrarem de Lua de Cristal e me escandalizarem com uma letra da Rita Cadillac que era MAIS explícita que as letras de funk que estou acostumada. As pessoas me surpreendem ainda.

Aproveitando as vantagens de se ter um blog para posteridade, vou deixar uma playlist básica (Que será editada conforme meus neurônios voltarem pro lugar e eu lembrar de tudo que tocou) debaixo do link.

FÉ EM DEUS, DJ!!



Menção honrosa que me deixou boquiaberta - meu primeiro CD comprado foi da Fernanda Abreu e a vida era legal aos 13 anos e meio ouvindo no último volume:


Alô PULIÇA! Queu tou usaaaaando Exocet CALCINHA!!