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02 junho 2022
junho chegou! os boletos também!
alguns pensamentos aleatórios
"in those heavy days in June/when love became an act of defiance/Hold onto each other..."
27 abril 2022
diagnonsense
18 abril 2022
[Contos vampirescos de 2003] Como tirar uma vampira da fossa por Derek Silva Souza.
24 fevereiro 2022
tem um tempinho...
Como nossa sábia camarada comunista falaria |
Este hiatus tem sido uma reviravolta na ficha de personagem da pessoa escriba que vos escreve, muita coisa aconteceu desde sempre.
O bom foi descobrir que a minha obsessão em escrever neste blog se revelou como uma fonte muito boa para o tratamento psicológico que estou me submetendo durante esses últimos meses. Yep o diagnóstico foi dado e não me surpreende que um Transtorno de Estresse Pós-Traumático com Amnésia Dissociativa tenha vindo com tanta rapidez.
E como ser neurodivergente no Brasil é mazomeno ser considerado um verme, eis a melhor forma de "sair do armário" no local que construo desde 2003/2004 para registrar passagens da minha vida que possam fazer sentido ao resgatar as postagens anteriores e botar alguns pingos nos is.
E como tem is pra botar pingos.
Para você que acompanhou essa verborragia até aqui, agradeço de coração, não precisava mesmo, esse blog era meu backup de memória - que é péssima por mais motivos de trauma do que de velhice ou genética, ufa! - e assim continuará sendo. Nada novo na real.
Os próximos posts provavelmente serão sobre como tá sendo caminhar nessa trilha tortuosa de descobrimento de diagnóstico e tratamento necessário pra ter um pouco de qualidade de vida aceitável (E ser funcional socialmente né? Afinal, minha profissão cobra isso.)
Deixo aqui então o que faço ultimamente da vida para aguentar o tranco:
10 dezembro 2021
it's supposed to be fun, turning 21
08 outubro 2021
bora falar de úteros
Bora falar de úteros?
— morgan variante-141723 (@brmorgado) October 8, 2021
É como pessoas trans não-bináries convivem com eles?
Se alguma radfem alegar que a gente quer roubar os delas, podem ficar com o meu, a criatura causa problemas desde meus 11 anos.
Bora falar de úteros? É como pessoas trans não-bináries convivem com eles? Se alguma radfem alegar que a gente quer roubar os delas, podem ficar com o meu, a criatura causa problemas desde meus 11 anos.
Vamos chamar meu útero de Gremlin. Pois ele era fofinho e cutch-cutch durante um tempo, para depois virar um serzinho caótico mau-mau-como-picapau na maior parte do tempo.
Eu tenho uma condição chamada endometriose - que basicamente faz com q as menstruações sejam mais problemáticas e fluxo intenso e as dores serem intensas ao ponto de pedir arrego. Haja remédio esses 23 anos. Eu achava a minha condição normal, até julho de 2020.
Junto a endometriose tem um combo genético de:
1) hipertiroidismo que eleva/abaixa taxa de hormônios no meu corpo - Gremlin ama isso.
2) disposição hereditária a miomas uterinos - Gremlin pipocado de mini-bolsinhas de inflamação a cada menstruação e maximizam a dor.
Como eu disse: Eu achava a minha condição normal, até julho de 2020. Até perceber que pessoas trans com útero como eu sofrem disso com bem mais frequência do q imaginava. Menstruação q adoecia todo mês, causava estragos permanentes e tchanan! Sem grana pra absorventes externos.
Com essa bomba-relógio alocada no colo, literalmente, Gremlin decidiu dar uma reviravolta em 2020. Ele decidiu juntar todos os anos de confinamento e me fazer desmaiar sem antes eu botar meus bofes pra fora por conta da dor excruciante.
Acesso ao ginecologista em pandemia foi assim: 1) fazer freelas toda semana pra custear os R$ 220 da consulta em particular. SUS não estava atendendo esse tipo de especialidade. 2) ter q encarar profissional cis fazendo especulação de algo q estava nas últimas consequências
Gremlin decidiu me dar anemia profunda e uma internação de 6 dias no Hospital Regional, lotado, na área da maternidade. Se eu tivesse disforia aflorada, com certeza não teria sobrevivido minha gente. Mas estadia foi boa, tentei tirar proveito da desgraça acontecendo.
Comecemos com o acesso à saúde pública/privada para corpos trans não-bináries: Inexistente. Vai ser o jogo de empurra-empurra - joga de um especialista para outro - e vai ter muitas perguntas indiscretas, sem dó. Sensibilidade na área da Saúde é algo raro. E a maioria de nós não temos recursos para particular ou estão perto de postos de saúde/hospitais. Auge de pandemia complicou também, profissionais impacientes e nada receptivos. Meu corpo era lido como feminino e bem... a gente sabe que feminino não presta e é descartável. A dor que eu sentia (De virar do avesso) foi minimizada algumas vezes. É comum sentir cólica. Não é comum você ficar paralisade por dias de cama por cause dela. Não é comum vc se entupir de remédios fortes pra apaziguar. Não é comum desmaiar do nada pela dor.
Mas de acordo com a Medicina moderna, tá tudo certo!
O acesso à saúde inexistente já nos tira esse direito básico e coloca a seleção natural de corpos em evidência. A gente não vai ao médico pq morremos de medo de vcs tratarem a gente com lixo descartável. E guess what? É isso q vcs fazem.
Se a gente não tem o básico, o que fazemos? Alternativas. Uso de drogas lícitas e ilícitas pra apaziguar a dor. Se deixar entrar em depressão profunda por conta da dor. Internalizar q tá exagerando na dorzinha. Até saber q ela não é normal. Aí alia isso a uma política de extermínio de nossa gente em diversos âmbitos. Não é q quero roubar úteros das radfem, quero ter condições de cuidar do meu sem perturbar ninguém. Mas perturba.
Nossos corpos trans não são para existir nessa realidade. A cisgeneridade não quer nossos corpos existindo. E os mata conforme as oportunidades aparecem. Eu quase empacotei por anemia profunda (olha o ponto q cheguei) e não foi por falta de cuidados.
Acesso inexistente, atendimento cisheteronormativo sexista. Para quem já foi em ginecologista sabe as perguntas q fazem, sabe q o estranhamento vai ser visível, sabe q sempre vai ter constrangimento de dar o mínimo de informações pra evitar mais constrangimento. Não é todo profissional da saúde q tá preparado pra atender fora dos padrões vigentes de binaridade de corpos. É inadmissível boycetas, mulheres com necas, batatinhas como eu sermos assexuais. Fica complicado quando Gremlin está para dar a cartada final de dor.
A condição q tenho piorou muita coisa aqui abaixo do umbigo. Inclusive me fez rever todos os conceitos e limites de relações românticas e sexuais q tive e estava tendo. Ser demiromantique/demisexual dá a "vantagem" de não passar tanta raiva com coito, mas afeta nossa cuca. Ter endometriose e o combo q tenho me faz impossibilitade de ter filhos (Graças, obrigade patrones!), mas isso não é a realidade desejada de mis colegues, amigues que sofrem o mesmo. Tem gente q quer família e gerar vida, sabe? Afeta a cuca e de com força
Aí eis o discurso médico para esses corpos com problemas de útero e sem acesso à saúde pública digna: "É só uma dorzinha, vai passar." "Toma esse anticoncepcional e vai resolver." "Eis as guias para 7 exames q se tornarão mais 7 exames seguintes e..." - ad nauseam
O circulo vicioso vai virando um looping bizarro de decisões vistas pelo ponto de vista cisheteronormativo, não sobre as condições e capacidade emocional/psicológica/física de se aguentar morrendo de dor.
Tomei remédios, fiz os exames, nada adiantou. Internação, transfusão de sangue, momentos constrangedores na maternidade, perguntas intrusivas de médicos homens cis. Uma autorização para "companheiro, conjuge ou pai" para assinar como responsável em realizar histerectomia. Yep histerectomia, ou raspagem ou retirada do útero. Quando nenhum tratamento adianta, essa é a pedida. Cilada. Muito! E as conversas tensas com médico cis (q "perdeu" meus prontuários e exames feitos meses antes) convencendo q eu não iria mudar de ideia em ter filhos
Esses embates na internação foram piores do q as dores q sentia. Ou o fato de minha fobia por agulhas ser totalmente descartada com a quantidade de coisa q levei nas veias. Ruim pra cuca, ruim pro corpo. Mandei o distinto médico se ferrar e exigir conversar com a supervisora dele. E a supervisora era mulher, cis, diretora da ala toda, idosa, chegou com meu prontuário (o "perdido), com a papelada de autorização pra cirurgia e: "Vc é casada? Não? Tem pai? Não? Assina aqui pra concordar com a cirurgia q vc precisa pra melhorar, tudo bem?" Beleza, simples.
Com 1 canetada a mulher resolveu 6 dias de impasse sobre oq fazer comigo (Ou com Gremlin) pq o Estado na figura do médico anterior não queria q Gremlin fosse extinto, mesmo q me causasse dor pro resto da vida. Gremlin é mais importante do q meu bem-estar e sanidade.
Nesse rolê todo eu tava conversando com pessoas trans (internet ruleia) q relataram o mesmo problema, as mesmas dores, as mesmas dificuldades de acesso, o mesmo descaso, o mesmo medo, a ausência de políticas para corpos trans e fora do padrão binário. E a powha da falta de informação sobre procedimentos simples e de manutenção de úteros Gremlin. Sobre humanização no atendimento. Sobre respeitar pronomes e nomes sociais. Sobre saúde mental e física em situações assim. Sobre extermínio lento de corpos fora do padrão.
Pq eu aposto q se fosse pra enfiar o dedo no cy de um homem cis pra fazer ele parar de sentir dor pro resto da vida, dariam todo apoio psicológico, anestesia geral, cafézinho e pedir desculpas pelo incômodo. Mas para nós? Corpos descartáveis.
Um DIU mirena implantado, uma dívida de cartão q não termina, sem cólicas, sem hemorragia bizarra todo mês, um prazo de validade (5 anos no máximo) e mais visitas ao ginecologista para verificar se tá tudo certo, afinal não há certezas quando é sobre saúde de corpos com útero. Ontem foi a visita anual e lá fui eu ter q passar por todo aperto de recontar oq aconteceu e quando chega na parte do "eu sou uma pessoa trans e assexual" a profissional ter um pane no sistema, por quê? Não tá acostumada a atender pessoas como eu
Porque nós não vamos aos médicos por isso mesmo. Vocês não estão acostumados. Vocês não estudam sobre. Não se interessam em saber sobre. Não dão muito a mínima para corpos com útero, afinal. 2 guias para 4 exames. Uma mini-palestra sobre pessoa trans.
"Você vai querer se hormonizar?"
- Dotôra tomo T4, tem um pedaço de plástico q custou caro enfiado no Gremlin pra regular meu sistema hormonal, tou hormonizando. Se vc tiver na pílula, vc tá hormonizando também.
"Testosterona eu quis dizer."
Eu apenas apontei pro Gremlin
"Menos mal né?"
- Não seria tão ruim de cogitar sobre se eu não sentisse desde meus 11 anos q convivo com um ser das trevas alojado no colo da minha bacia. E por negligência do Estado q não dá amparo para pessoas como eu a terem tratamento correto e de qualidade.
Então assim: Pessoas com gremlins no útero, procurem ajuda profissional q não sejam compactuantes com o projeto do Estado de necropolítica a corpos trans e também sejam aliades. É difícil encontrar, mas existe pessoas assim. A gente é importante, somos válides, resistimos.
08 julho 2021
[estudo de personagens] Jordana Margaret Raelsin - a bibliotecária
Eu tenho ideias de perosnagens, eu escrevo.
Usá-los em alguma campanha?
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA.
Pobres mortais, até parece.
Cenário de Múmia, a Ressurreição, com vocês Marga, a bibliotecária.
Status: Viva. (Update 19/12/2020) Personificação de Deus Quenúbis - o Modelador ATRIBUTOS: | Nome Completo: | Jordana Margaret Raelsin - nome registrado. Marga - apelido de todos que trabalham com ela. |
Idade: | 2020: 11 anos (aparenta) Nasceu em 1952 - 68 anos | |
Escolaridade e Profissão: | Professora primária (magistério antigo) Bibliotecária de referência da Biblioteca Pública de algum bairro de periferia de Nova Orleans Atualmente Bibliotecária-chefe do Lugar-Entidade chamado "A Biblioteca" | |
Situação: Como este personagem entra na sua história? | Marga morreu ao ser atingida por um tamanco enfeitado em um Mardi Gras em Nova Orleans. Ela conheceu o seu novo propósito ao conhecer os Bibliotecários d'A Biblioteca e receber sua missão terrena: supervisionar os Amenti que apareciam. O único problema é que ela voltou como uma criança de 9 anos. Atualmente tem 11 anos e não cresceu, nem envelheceu. | |
Motivação: O que este personagem quer? | Marga quer voltar a ser adulta novamente, em seus 68 anos de vida física. Ela também quer organizar A Biblioteca e ajudar seus "estagiários", como ela chama carinhosamente os Amenti que aparecem na Entidade para se prepararem para suas missões. |
Altura | 1,47m (68 anos) - 1,10m (9 para 11 anos) |
Tipo físico | Baixa, atarracada, ombros largos, pernas curtas. |
Tom de pele | Pele negra. |
Cabelo (estilo e cor) | Curto, bem rente à cabeça e cor preto. |
Olhos | Olhos castanhos escuros. |
Descrição facial | Rosto redondo, queixo mais para frente, nariz largo na base, olhos pequenos, bochechas ossudas e lábio inferior mais acentuado. Tem traços hispânicos e afro-americanos. |
Características marcantes ou marcas diferenciadoras | Cabelos muito rente à cabeça, como se fosse uma peruca. Em sua forma animística tem a cabeça de carneiro na pelagem preta como seus cabelos e olhos vermelhos. |
Estilo de vestimenta | Aos 68 anos - roupas formais demais, com cardigã de cor neutra, saias fechadas e abaixo dos joelhos, meias escuras, sapatos fechados e sem salto. Aos 9 e 11 anos - vestidos de cores escuras com um tema 1920. |
Maneirismos ou gestos | Gesticula demais para se expressar como senhorinha, como criança e como sua versão anímica. |
Tom de voz (alto, silencioso, forte, etc.) | Fala calma, serena e bem soletrada. |
Idioma ou sotaque | Idioma natal: inglês e espanhol. Idiomas adquiridos acadêmicamente: nenhum. |
Frases preferidas | "Hey calma, está tudo bem. A Bibliotecária chegou, eu cuido disso." |
Personalidade | Quando mais velha era uma senhorinha com muita paciência no balcão da biblioteca pública onde trabalhava. Era gentil e carinhosa com as crianças, atenciosa e prestativa com as pessoas de idade como ela e paciente com os adolescentes. Como criança de 11 anos é irritadiça, apressada, energética e costuma querer agir com impulsividade, mas algo dentro de si dos 68 anos vividos não a deixam realizar tais atos impulsivos. Como criança e adulta, Marga continua curiosa por conhecimento e sempre disposta a ajudar as pessoas que precisam de informações. |
Hábitos | Não olha as pessoas diretamente, fica encarando as mãos, a camiseta e às vezes finge que quer tirar uma poeirinha da roupa delas. |
Ambição | Seguir os Propósitos d'A Biblioteca. Ser uma bibliotecária boa. Ajudar as pessoas a terem informações. |
Maior medo | Ficar para sempre no corpo de uma criança de 11 anos. |
Maior segredo | Tem a desconfiança que é além de uma senhorinha de 68 anos de Nova Orleans e uma criança atemporal. Já pesquisou demais os arquivos sobre Quenúbis e deuses egípcios da 1ª dinastia e encontrou algumas coisas que não gostaria de saber. |
Como esse personagem se relaciona com demais personagens? | A cuidadora e tia bibliotecária do rolê. |
Interesses ou hobbies | Tudo que tem a ver com bibliotecas, livros e a sua cidade amada Nova Orleans. |
Eventos passados importantes | Idealizadora e principal mantenedora de um dos projetos de longa-data no bairro onde sua biblioteca fica - ajuda maternidade, crianças e idosos a se alfabetizarem e terem atendimento em saúde através de um coletivo autônomo de jovens estudantes negros e hispânicos - o "Asas do Saber". |
Família | Sem família e sem filhos. Seus estagiários são seus filhos e família, a comunidade do bairro também. |
Casa atual | Saguão principal d'A Biblioteca, nas ruas ao redor da Metrópole acompanhando os Amenti que chegam para buscarem informações. |
Situação financeira | Guardou uma poupança média dos tempos que trabalhava na biblioteca pública, mas havia um testamento seu que se morresse ou algo parecido o dinheiro iria para reconstruir a sede do Centro Comunitário que o projeto "Asas do Saber" era mantido. |
Saúde | Como senhorinha de 68 anos tinha dores musculares e uma hérnia na coluna na altura dos omoplatas. Como criança de 11 anos tem a saúde perfeita (Até demais!) |
Religião | A Antiga Religião dos Escribas do Egito na 1ª Dinastia, panteão Egípcio. Fiel à Ísis, Osíris e seu filho Hórus. Protetora e mantenedora das Múmias que chegam ou partem para Duat. |
03 junho 2021
[contos] Masks of Nyarlathotep (aka RPG de Tchuchucoooooo!!)
Para Masks of Nyarlathothep, o terror rastejante, surgiu esse headcanon de que Isobel, em sua candura e pontos de sanidade já reduzidos por estudar/trabalhar na universidade mais interessante e esquisita dos yankees, estaria seriamente e platonicamente caída pela investigadora particular, cherrybomb, british-femme-fatale com passado angst, Katherine Knight.
Chapters: 3/?
Fandom: Call of Cthulhu (Roleplaying Game), Cthulhu Mythos - H. P. Lovecraft
Rating: Mature
Warnings: Graphic Depictions Of Violence
Relationships: Katobel, Whiskey and Chocolate Bar (Isobel/Kat)
Characters: Isobel Wayland Atwood, Katherine Knight, Billy Wen-Lin, Maria Consuelo Iguarán, Cris Velázquez, Felicity Fraser
Additional Tags: Miskatonic University, Cthulhu Mythos, Masks of Nyarlathotep, Alternate Universe
Series: Part 2 of Seguir a Corrente - Call of Cthulhu RPG
Summary: Um grupo de estranhos se encontram em Londres para investigarem as intrigantes pistas que o escritor e explorador Jackson Elias, assassinado de forma brutal, deixou para trás sobre um culto antigo e secreto. Beta Reader: Cakkes.
23 maio 2021
gestão de sanidade é o que há
18 maio 2021
Namárië melin Ammë
Não, você não leu errado, eu estou lidando com isso, pois a perspectiva de Morte chegou muito perto da gente alguns anos atrás, em julho do ano passado (eu) e nos pegou de surpresa, mas não despreparades.
I mean, a parte racional dentro de mim tá focando no entendimento, na compreensão, nas longas conversas que tínhamos sobre o que faríamos quando a Dona Muerte chegasse perto demais - afinal, experiência com a Ceñorita estavam acumulando nas nossas fichas - nosso temor era o de falar tudo que queríamos para quem a gente amasse, então todos os dias a gente trocava as baboseiras mais melosas entre Ammë e yendë, duas criaturinhas que a Internet abençoou em cruzar nossos caminhos e daí construir uma história juntes.
Foram 18 anos, Driel.
Mais da metade da minha vida.
Eu sinto como se tivesse sido uma Era inteira em Arda.
E cada segundo no mesmo plano em que você habitava valeu a pena, foi necessário, essencial, fora dos padrões de Amor que esse povo aí gosta de taxar.
A gente era mãe e filhote, nessa Vida e na próxima com certeza.
Eu vou sentir saudades suas, como todos os dias eu sentia por não estar morando na mesma cidade, com tudo que está ocorrendo, mas acho que o que vai doer mais é saber que nunca mais - pelo menos nessa estadia temporária aqui - vou poder ouvir a sua voz. E a sua voz me guiava dos buracos mais profundos e das tocas de aranha lendária que nem o frasco que a sua contraparte élfica ofertou para Samwise Gamgi.
Ah! Mais uma coisa: tá de buenas puxar meu pé à noite, caso faça alguma visita extracurricuclar (Não sei como funciona aí do outro lado, burocracia much?) - até onde nós conversamos sobre Morte e a Vida após Ela, nós sabíamos que haveria conforto e menos dor do que aqui. Sinceramente, que você esteja dando uns rolês no Submundo e batendo papo com Senhora Perséfone e dando uns afagos em Cérberus ao lado da Pippin e da Giselda, se Patrono Bowie aparecer, diz que o Drácula buzinou 3 vezes e vai nos buscar no ônibus dos mortos-vivos...
Te amo.
No Passado, Presente e Futuro.
Inyë tye méla, melin Ammë Driel.
Você era o meu coração.
Continuo a jornada, porque o orgulho nessa família noldorin não dos deixa desistir tão facilmente de dominar o mundo ou arrumar confusão por conta de brilhinhus. Mandos precisa saber que tem alguém causando fudido aqui em nosso nome.
Namárië.