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02 junho 2022

junho chegou! os boletos também!


Chegamos naquela época do ano:

- JUNHO LGBT+ e a falta de noção de pessoas ao nos chamar para falar/palestrar/oferecer nossos serviços - e achar que fazemos isso de graça.

Pessoas LGBT+ tem boletos para pagar também.
Pessoas LGBT+ não conseguem se inserir no mercado formal de trabalho com tanta facilidade assim.
Pessoas LGBT+ estão mais em vulnerabilidade social do que vocês imaginam.

Quer que a gente participe de seu evento/palestra/aula?

Pergunte disponibilidade.
Seja educado ao fazer o pedido.
Não fique insistindo e usando carta de "aliado da luta" pra pressionar barganha, forçando a barra.
Combine os horários direitinho.
Pague o cachê combinado.

Se para os outros você faz isso, por que com a gente tem que ser de graça?
E galerinha LGBT+, não aceitem menos ou migalhas.
Chega de gente se aproveitar do nosso trabalho, nossas vivências e nosso tempo e não dar um centavo de volta.

(A única coisa gratuita aqui é o livro "A primavera não-binárie: protagonismos trans NB no fazer científico” publicado pelo Selo Nyota)









alguns pensamentos aleatórios

Tem uns rolês dentro da minha cabeça que só foi possível perceber na terapia quando le psicólogue me levou à sério.Ter TEPT e amnésia dissociativa no mesmo prato pra comer todos os dias me faz revisar hábitos que tive e tenho pra sobreviver às situações estressantes.

E às vezes é revisitar o passado e lembrar que toda negligência que tive é dei em relacionamentos diversos foi por ficar fazendo manutenção forçada da sanidade pra não ter apagões, esquecer metade de 1 dia inteiro, não cair no sono no meio da situação estressante.

Me é esquisito ter amigues agora que não só compreendem minhas limitações como me fazem sentir confortável o bastante para sentir o que preciso sentir pra não forçar a barra da manutenção e provocar um apagão ferrado.
Sou muito sortude por encontrar essas pessoas <3

Me é super esquisito receber afeição e empatia por essas pessoas quando estou quase beirando ao colapso, quando por anos passei sendo pressionade a "fazer o meu melhor", "aguentar o tranco" pra não demonstrar que estava quebrade por dentro.

O feeling de esquisitice me é bittersweet, tem dias que não sei se é mais confortável não demonstrar nada ("Tá tudo bem! Tudo sob controle!") ou ser vulnerável para não deixar esse trem me atropelar de supetão.
Ter amigues que me apoiam nessa caminhada ajuda pacas a entender.

Que por mais que antes o mundo me disse que meus sentimentos e minha existência não era válida, posso contar com essa galerinha linda glitterosa pra botar uma plaquinha de "Em manutenção" na minha porta quando preciso recarregar as pilhas.

Obrigadão gente boa que está sempre comigo!
Vocês sabem quem são 🤩
É Junho e como Gezuis Ruiva cantou:
"in those heavy days in June/when love became an act of defiance/Hold onto each other..."


27 abril 2022

diagnonsense

"Garota, interrompida" é meu filme favorito de todos os tempos não porque Angelina Jolie ganhou o Oscar com ele (bem merecido, aliás), mas por me fazer entender que havia algo de errado no meu modo de ver o mundo. Não "errado, errado", mas distorcido, diferente do que costuma ser usual. E morrer de medo de instituições psiquiátricas como diabo foge da cruz.

Apesar de me interessar por assuntos psicológicos - inclusive com a feitura de uma personagem por anos com problemas de TOC severo, mesmo sendo técnica de legista por anos a fio - o meu pavor por pessoas psicólogas aumentou consideravelmente após os 11 anos.

E o filme é bom, açucarado no teor Hollywood baseado na memória escrita por Susanna Kaysen, mulher cis branca, classe média alta, norte-americana que se internou em uma instituição psiquiátrica de luxo nos anos 60 quando ingeriu uma garrafa inteira de remédios contra dor e dali em diante teve um diagnóstico de Transtorno de Personalidade Borderline que era pessimamente compreendido pela área da Medicina e Psicologia na época. Ver o filme (muitas vezes) e ler o livro me trouxe algum senso de que:
1) "tem algo errado, preciso consertar";
2) dá pra fazer isso sem ninguém perceber, afinal não quero ser internada.

Estamos falando de cidade do interior de Minas Gerais, se adaptando a uma nova política de ressocialização do SUS que não comportava a quantidade de gente com problemas psiquiátricos e em tratamento psicológico. Estamos falando de uma colônia de gente louca e leprosos instalada em um bairro distante e que recebia todo estigma da população. Estar na vizinhança de um dos hospitais psiquiátricos mais requisitado da região sudeste depois do Pinel no Rio de Janeiro também reforçava que qualquer movimento errado poderia ser desastroso.

Debaixo do link tem algumas considerações sobre o filme favorito e diagnósticos dados recentemente.

18 abril 2022

[Contos vampirescos de 2003] Como tirar uma vampira da fossa por Derek Silva Souza.

Sobrado Histórico de Anna Daniela Ruão, 01 de março de 2003, 04h15 da manhã.

Anna Daniela após conversar com Rudy, sabendo que Astrid está de olho nela, fechar a porta da mansão e escorregar dramaticamente na porta em prantos. Tocando Total eclipse of the Heart de fundo.




Derek vendo a cena enquanto está tirando um picolé vermelho de uma forminha em forma de ursinho.

 - Que qui foi aí Chefia?

Anna levando um susto enorme e se recuperando do breakdown, levantando rapidamente:

 - Derek o que você está fazendo?!
 - Pegando um picolé, uai.

Mostrando a forminha de ursinho, Anna indo para estapear a mão dele para tirar o picolé.

- Ai Chefia, quê isso????
 - Isso não é para você, seu tonto!
 - Qualé? Picolé de morango! 

Derek dá uma lambida e se arrepende amargamente do feito. O picolé não é de frutas e não tem gosto doce algum. Ferroso, viscoso. Nada bom. Ele arregala os olhos e olha para Anna, ela dá de ombros.

 - Uma garota precisa variar a dieta, oras!
 - Porra Chefia, que treco horrível!!

Derek dá outra lambida sem perceber. Anna vai até ele imediatamente e rouba o picolé de sangue das mãos dele.

 - Derek, me dá isso aqui!!
 - Cê colocou do Reino ou Dedo de moça?

Anna toda envergonhada, indo abraçar o Espaguete.

 - Aquela que estava no armário... Era a única que tinha!
- Pô Chefia, aquela é rombuda é malagueta! Coragem sua, hein?
 - Para de ficar fuçando na geladeira por comida que não é sua!
 - Tá, Chefia... Relaxa! Peraê que vou ver se tem pimenta preta e experimentar com ela, ok? Não, pera, você experimentar. Eu não.
 - Bom mesmo.

Derek indo pra cozinha e se vira para a Chefe antes de entrar:

 - Quer que eu deixe tocando a música de sofrência, aí?

Algumas horinhas depois, Derek está no telefone da cozinha, passando manteiga no pão e segurando o gancho no ombro e cabeça.

 - Ah Môzi, sei lá, sabe? Ela tá jururu desde ontem à noite, não sei o que fazer... Sim, já tentei conversar com ela. Esses papo de mulher, né? Não Môzi, não tô dizendo que... Não, não! Ela não gosta de falar dessas coisa... Essas coisa do coração, do coração, sabe? É... Mó ruim isso aí... Ficou lá, chorando as pitanga, tadinha... Sei lá... Môzi o Joberto já tá acordado? Já? Deixa eu falar com meu sabichão? Sim? OH JOBERTO QUERIDÃO, BÃO DIA FILHÃO!! Quê esso rapá, tem dessa de corpo mole não, estudar pra ficar sabido, meu velho, cê sabe? Isso aí, come direitinho, obedece mamãe que logo papai tá chegando em casa e ajeito o DVD do Chiréqui. Urrum... Isso aí, nada de sono, papai tá aqui no trabalho, acordadão pra chegar em casa e cuidar das coisas. Quê? Ahn? Peraê, oh Joberto meu filho, beijo nocê e boa aula, tá ouvindo? Escuta a fessora direito! Nada de malandrear! Escuta ela e brinca com seus amigo na hora do recreio... É, isso isso... Da hora, da hora, filhão! Se cuida. Oi Maricotinha Môzi do meu coração... Digue... Também te amo... Já vou voltar pra casa, só esperando ela terminar de arrumar as coisas pra dormir... Não Môzi, já te falei... A dotôra aqui, ela... * suspiro cansado * Ela tá ruim tá? Assim, ruim da cabeça e do coração também... Alguém tem que cuidar dela, ver a casa... Ela paga bem, dá as coisas pra nóis... Eu sei, eu sei... Também sinto sordade suas... Ficar de conchinha e talz... Mas ela... Ela chegou chorando ontem. Ela nunca chora. A bicha é fortuda e seca, não chora, aí chega chorando, o que vou fazer? Conversar com ela? Sim, Minha Vida, já fiz isso... Dona Anna trata bem a gente, dá as coisas, sabe? A kombi, a escola do Joberto, os médico da Maria Tonha... Sim, sim, vou pegar os remédios quando sair daqui, lá no postinho... Pego sim, sim... Cê quer patinho ou chuleta? Beleeeeeezzz, dá-lhe ensopadinho de Môzi! Hehehehehehehe, te amo também Môzi... Mas cê entende né? Dona Anna precisa de nóis... Manda um mimo pra ela depois, ela gostou dos seus bordado... Sim! Sim! Tá tudo aqui na cozinha e lá no escritório dela... O bordadinho de marcar página de livro? Uuuuuuh ela só sabe falar dele pros colega da biblioteca lá... É Maricotinha a gente ajuda quem precisa, porque as pessoa precisa de ajuda né? E a gente ajuda. Tá bom... Batatas também... Cenoura... Peraê, xô anotar aqui, mulhé!

Cessando os barulhos de passos no andar de cima, Derek olha pro teto da cozinha, enquanto pega caneta e papel.

 - Batata, cenoura, beterraba... Qual nome daquele trem verdinho... CHUCHU!! Isso, chuchu... Vou pegar uns abacate na casa do Seu Manél pra vitamina... Patinho... Que mais? Ovo! Isso, ovo! Açúcar... Os remédio de Tonhinha... Belezzzzz... Môzi, vou desligar cá, Chefia tá descendo pra querer alguma coisa. Tá, te amo também, bejo, tchau. OH DONA ANNA DANIELA?
 - O QUE FOI DEREK?! Caramba me deu um susto!!
 - Cê tá muito assustada hoje, que couve, hein?

Anna desvia da pergunta com um gesto amplo e aponta pro telefone.

 - Era Teodora?
 - Sim, sim. Perguntou se você tava bem. Tá fazendo uns crochê novo, vai querer Chefia?

Anna apenas concorda e senta na mesinha de canto da cozinha. Solta um suspiro (Mesmo não precisando, afinal está morta) e bota a cabeça entre as mãos.

 - Derek, era hoje a consulta de Maria Antônia?
 - Não, não, é amanhã. Hoje é os remédio. Vou buscar lá no postinho daqui a pouco.

Anna vai até sua bolsa de trabalho no quartinho ao lado da cozinha e coloca um envelope na mesinha para Derek.

 - Compra os remédios a mais. Pega no postinho também, não deixa faltar. Dentro tem uma carta de recomendação pro Instituto Neurológico de Alto dos Juncos, lá tem especialista pra ela.
 - Oh Chefia, não precisava fazer isso não. Ela tá sendo cuidada no SUS, mó firmeza!
 - Eu sei, Derek, e o SUS é a melhor coisa que surgiu nesse mundo, acredite. Mas Maria Antônia precisa de acompanhamento, de diagnóstico, de mais cuidados. Vai lá hoje, ou amanhã, o dia da semana que você quiser, só me falar antes que eu me ajeito por aqui.
 - Quero deixar você sozinha não, Chefia. Mó vibe ruim aí que cê veio...

Anna olhando para ele com cara de "OH REALLY?!". Derek levanta as mãos, desistindo do argumento.

 - Okay, okay, sem um pio... Levo ela amanhã, vou deixar um lanchinho extra hoje de noite procê. E pra menina Chacal também... Criança precisa de sustança.
 - Derek...
 - Que couve.
 - Como é que você aguenta?
 - Aguento o quê?
 - Isso tudo... Comigo...
 - Sei lá, Chefia, você me paga bem.
 - Era um picolé de sangue de porco, Derek.
 - Com pimenta malagueta. Trágico.
 - Será que você pode... levar isso à sério...? Por um minutinho só?
 - E eu levo! Você é você e você é isso aí agora. Desde que te conheci lá no Hospital! Cumé que posso não ver que você tá ruim aí?
 - É complicado...
 - E eu imagino que seja. Mó nóia pesada, patroa! Cê não dorme direito, come esses tréco aqui.
 - Eu só quero um minuto de paz.
 - Beleza. Eu garanto.
 - Garante o quê, Derek?
 - Seu 1 minuto de paz. Tá precisando, cê parece uma morta-viva com essa cara aí.

Anna ri com tristeza e se encaminha para as escadas.

 - Fecha as janelas e as cortinas, tá?
 - Beleeeeezzzzzz.
 - Deixa comida pro Espaguete.
 - Beleeeeezzzzzz.
 - Me diz de noite como tá a Maria Antônia e Joberto.
 - Sim, chefia, tudo na ordem.
 - Pede pra Teodora fazer mais daqueles marcadores de página? Pessoal da biblioteca amou.
 - Bom dia Chefia.
 - Bom dia Derek e... obrigada por tudo.

24 fevereiro 2022

tem um tempinho...

 

Como nossa sábia camarada comunista falaria

Este hiatus tem sido uma reviravolta na ficha de personagem da pessoa escriba que vos escreve, muita coisa aconteceu desde sempre.

O bom foi descobrir que a minha obsessão em escrever neste blog se revelou como uma fonte muito boa para o tratamento psicológico que estou me submetendo durante esses últimos meses. Yep o diagnóstico foi dado e não me surpreende que um Transtorno de Estresse Pós-Traumático com Amnésia Dissociativa tenha vindo com tanta rapidez.

E como ser neurodivergente no Brasil é mazomeno ser considerado um verme, eis a melhor forma de "sair do armário" no local que construo desde 2003/2004 para registrar passagens da minha vida que possam fazer sentido ao resgatar as postagens anteriores e botar alguns pingos nos is.

E como tem is pra botar pingos.

Para você que acompanhou essa verborragia até aqui, agradeço de coração, não precisava mesmo, esse blog era meu backup de memória - que é péssima por mais motivos de trauma do que de velhice ou genética, ufa! - e assim continuará sendo. Nada novo na real.

Os próximos posts provavelmente serão sobre como tá sendo caminhar nessa trilha tortuosa de descobrimento de diagnóstico e tratamento necessário pra ter um pouco de qualidade de vida aceitável (E ser funcional socialmente né? Afinal, minha profissão cobra isso.)

Deixo aqui então o que faço ultimamente da vida para aguentar o tranco:


10 dezembro 2021

it's supposed to be fun, turning 21


Fazer 35 fez as coisas se movimentarem bem mais devagar.
bem
mais
devagar

Quase parando.
Meio que parou, devo dizer, parece que 7 meses se transformaram em um looping temporal que ainda estou na estação de trem tentando entender qual é o vagão que devo entrar e não saquei ainda como fazer. 

E eu gosto muito de trens, são meu transporte favorito.


08 outubro 2021

bora falar de úteros


Fio original aqui no Twitter.





Bora falar de úteros? É como pessoas trans não-bináries convivem com eles? Se alguma radfem alegar que a gente quer roubar os delas, podem ficar com o meu, a criatura causa problemas desde meus 11 anos.

Vamos chamar meu útero de Gremlin. Pois ele era fofinho e cutch-cutch durante um tempo, para depois virar um serzinho caótico mau-mau-como-picapau na maior parte do tempo.

Eu tenho uma condição chamada endometriose - que basicamente faz com q as menstruações sejam mais problemáticas e fluxo intenso e as dores serem intensas ao ponto de pedir arrego. Haja remédio esses 23 anos. Eu achava a minha condição normal, até julho de 2020.

Junto a endometriose tem um combo genético de:
1) hipertiroidismo que eleva/abaixa taxa de hormônios no meu corpo - Gremlin ama isso.
2) disposição hereditária a miomas uterinos - Gremlin pipocado de mini-bolsinhas de inflamação a cada menstruação e maximizam a dor.

Como eu disse: Eu achava a minha condição normal, até julho de 2020. Até perceber que pessoas trans com útero como eu sofrem disso com bem mais frequência do q imaginava. Menstruação q adoecia todo mês, causava estragos permanentes e tchanan! Sem grana pra absorventes externos.

Com essa bomba-relógio alocada no colo, literalmente, Gremlin decidiu dar uma reviravolta em 2020. Ele decidiu juntar todos os anos de confinamento e me fazer desmaiar sem antes eu botar meus bofes pra fora por conta da dor excruciante.

Acesso ao ginecologista em pandemia foi assim: 1) fazer freelas toda semana pra custear os R$ 220 da consulta em particular. SUS não estava atendendo esse tipo de especialidade. 2) ter q encarar profissional cis fazendo especulação de algo q estava nas últimas consequências

Gremlin decidiu me dar anemia profunda e uma internação de 6 dias no Hospital Regional, lotado, na área da maternidade. Se eu tivesse disforia aflorada, com certeza não teria sobrevivido minha gente. Mas estadia foi boa, tentei tirar proveito da desgraça acontecendo.

Comecemos com o acesso à saúde pública/privada para corpos trans não-bináries: Inexistente. Vai ser o jogo de empurra-empurra - joga de um especialista para outro - e vai ter muitas perguntas indiscretas, sem dó. Sensibilidade na área da Saúde é algo raro. E a maioria de nós não temos recursos para particular ou estão perto de postos de saúde/hospitais. Auge de pandemia complicou também, profissionais impacientes e nada receptivos. Meu corpo era lido como feminino e bem... a gente sabe que feminino não presta e é descartável. A dor que eu sentia (De virar do avesso) foi minimizada algumas vezes. É comum sentir cólica. Não é comum você ficar paralisade por dias de cama por cause dela. Não é comum vc se entupir de remédios fortes pra apaziguar. Não é comum desmaiar do nada pela dor. 

Mas de acordo com a Medicina moderna, tá tudo certo!

O acesso à saúde inexistente já nos tira esse direito básico e coloca a seleção natural de corpos em evidência. A gente não vai ao médico pq morremos de medo de vcs tratarem a gente com lixo descartável. E guess what? É isso q vcs fazem.

Se a gente não tem o básico, o que fazemos? Alternativas. Uso de drogas lícitas e ilícitas pra apaziguar a dor. Se deixar entrar em depressão profunda por conta da dor. Internalizar q tá exagerando na dorzinha. Até saber q ela não é normal. Aí alia isso a uma política de extermínio de nossa gente em diversos âmbitos. Não é q quero roubar úteros das radfem, quero ter condições de cuidar do meu sem perturbar ninguém. Mas perturba.

Nossos corpos trans não são para existir nessa realidade. A cisgeneridade não quer nossos corpos existindo. E os mata conforme as oportunidades aparecem. Eu quase empacotei por anemia profunda (olha o ponto q cheguei) e não foi por falta de cuidados.

Acesso inexistente, atendimento cisheteronormativo sexista. Para quem já foi em ginecologista sabe as perguntas q fazem, sabe q o estranhamento vai ser visível, sabe q sempre vai ter constrangimento de dar o mínimo de informações pra evitar mais constrangimento. Não é todo profissional da saúde q tá preparado pra atender fora dos padrões vigentes de binaridade de corpos. É inadmissível boycetas, mulheres com necas, batatinhas como eu sermos assexuais. Fica complicado quando Gremlin está para dar a cartada final de dor.

A condição q tenho piorou muita coisa aqui abaixo do umbigo. Inclusive me fez rever todos os conceitos e limites de relações românticas e sexuais q tive e estava tendo. Ser demiromantique/demisexual dá a "vantagem" de não passar tanta raiva com coito, mas afeta nossa cuca. Ter endometriose e o combo q tenho me faz impossibilitade de ter filhos (Graças, obrigade patrones!), mas isso não é a realidade desejada de mis colegues, amigues que sofrem o mesmo. Tem gente q quer família e gerar vida, sabe? Afeta a cuca e de com força

Aí eis o discurso médico para esses corpos com problemas de útero e sem acesso à saúde pública digna: "É só uma dorzinha, vai passar." "Toma esse anticoncepcional e vai resolver." "Eis as guias para 7 exames q se tornarão mais 7 exames seguintes e..." - ad nauseam

O circulo vicioso vai virando um looping bizarro de decisões vistas pelo ponto de vista cisheteronormativo, não sobre as condições e capacidade emocional/psicológica/física de se aguentar morrendo de dor.

Tomei remédios, fiz os exames, nada adiantou. Internação, transfusão de sangue, momentos constrangedores na maternidade, perguntas intrusivas de médicos homens cis. Uma autorização para "companheiro, conjuge ou pai" para assinar como responsável em realizar histerectomia. Yep histerectomia, ou raspagem ou retirada do útero. Quando nenhum tratamento adianta, essa é a pedida. Cilada. Muito! E as conversas tensas com médico cis (q "perdeu" meus prontuários e exames feitos meses antes) convencendo q eu não iria mudar de ideia em ter filhos

Esses embates na internação foram piores do q as dores q sentia. Ou o fato de minha fobia por agulhas ser totalmente descartada com a quantidade de coisa q levei nas veias. Ruim pra cuca, ruim pro corpo. Mandei o distinto médico se ferrar e exigir conversar com a supervisora dele. E a supervisora era mulher, cis, diretora da ala toda, idosa, chegou com meu prontuário (o "perdido), com a papelada de autorização pra cirurgia e: "Vc é casada? Não? Tem pai? Não? Assina aqui pra concordar com a cirurgia q vc precisa pra melhorar, tudo bem?" Beleza, simples.

Com 1 canetada a mulher resolveu 6 dias de impasse sobre oq fazer comigo (Ou com Gremlin) pq o Estado na figura do médico anterior não queria q Gremlin fosse extinto, mesmo q me causasse dor pro resto da vida. Gremlin é mais importante do q meu bem-estar e sanidade.

Nesse rolê todo eu tava conversando com pessoas trans (internet ruleia) q relataram o mesmo problema, as mesmas dores, as mesmas dificuldades de acesso, o mesmo descaso, o mesmo medo, a ausência de políticas para corpos trans e fora do padrão binário. E a powha da falta de informação sobre procedimentos simples e de manutenção de úteros Gremlin. Sobre humanização no atendimento. Sobre respeitar pronomes e nomes sociais. Sobre saúde mental e física em situações assim. Sobre extermínio lento de corpos fora do padrão.

Pq eu aposto q se fosse pra enfiar o dedo no cy de um homem cis pra fazer ele parar de sentir dor pro resto da vida, dariam todo apoio psicológico, anestesia geral, cafézinho e pedir desculpas pelo incômodo. Mas para nós? Corpos descartáveis.

Um DIU mirena implantado, uma dívida de cartão q não termina, sem cólicas, sem hemorragia bizarra todo mês, um prazo de validade (5 anos no máximo) e mais visitas ao ginecologista para verificar se tá tudo certo, afinal não há certezas quando é sobre saúde de corpos com útero. Ontem foi a visita anual e lá fui eu ter q passar por todo aperto de recontar oq aconteceu e quando chega na parte do "eu sou uma pessoa trans e assexual" a profissional ter um pane no sistema, por quê? Não tá acostumada a atender pessoas como eu

Porque nós não vamos aos médicos por isso mesmo. Vocês não estão acostumados. Vocês não estudam sobre. Não se interessam em saber sobre. Não dão muito a mínima para corpos com útero, afinal. 2 guias para 4 exames. Uma mini-palestra sobre pessoa trans.

"Você vai querer se hormonizar?"
- Dotôra tomo T4, tem um pedaço de plástico q custou caro enfiado no Gremlin pra regular meu sistema hormonal, tou hormonizando. Se vc tiver na pílula, vc tá hormonizando também.
"Testosterona eu quis dizer."
Eu apenas apontei pro Gremlin
"Menos mal né?"
- Não seria tão ruim de cogitar sobre se eu não sentisse desde meus 11 anos q convivo com um ser das trevas alojado no colo da minha bacia. E por negligência do Estado q não dá amparo para pessoas como eu a terem tratamento correto e de qualidade.

Então assim: Pessoas com gremlins no útero, procurem ajuda profissional q não sejam compactuantes com o projeto do Estado de necropolítica a corpos trans e também sejam aliades. É difícil encontrar, mas existe pessoas assim. A gente é importante, somos válides, resistimos.

08 julho 2021

[estudo de personagens] Jordana Margaret Raelsin - a bibliotecária

Eu tenho ideias de perosnagens, eu escrevo.
Usá-los em alguma campanha?
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA.

Pobres mortais, até parece.

Cenário de Múmia, a Ressurreição, com vocês Marga, a bibliotecária.

Status:  Viva.
(Update 19/12/2020)

Personificação de Deus Quenúbis - o Modelador

ATRIBUTOS:
Nome Completo:
Jordana Margaret Raelsin  - nome registrado.
Marga - apelido de todos que trabalham com ela.
Idade:
2020: 11 anos (aparenta)
Nasceu em 1952 - 68 anos
Escolaridade e Profissão:
Professora primária (magistério antigo)
Bibliotecária de referência da Biblioteca Pública de algum bairro de periferia de Nova Orleans
Atualmente Bibliotecária-chefe do Lugar-Entidade chamado "A Biblioteca"
Situação:
Como este personagem entra na sua história?
Marga morreu ao ser atingida por um tamanco enfeitado em um Mardi Gras em Nova Orleans. Ela conheceu o seu novo propósito ao conhecer os Bibliotecários d'A Biblioteca e receber sua missão terrena: supervisionar os Amenti que apareciam. O único problema é que ela voltou como uma criança de 9 anos. Atualmente tem 11 anos e não cresceu, nem envelheceu.
Motivação:
O que este personagem quer?
Marga quer voltar a ser adulta novamente, em seus 68 anos de vida física. Ela também quer organizar A Biblioteca e ajudar seus "estagiários", como ela chama carinhosamente os Amenti que aparecem na Entidade para se prepararem para suas missões.



Aparência
Altura
1,47m (68 anos) - 1,10m (9 para 11 anos)
Tipo físico
Baixa, atarracada, ombros largos, pernas curtas.
Tom de pele
Pele negra.
Cabelo (estilo e cor)
Curto, bem rente à cabeça e cor preto.
Olhos
Olhos castanhos escuros.
Descrição facial
Rosto redondo, queixo mais para frente, nariz largo na base, olhos pequenos, bochechas ossudas e lábio inferior mais acentuado. Tem traços hispânicos e afro-americanos.
Características marcantes ou marcas diferenciadoras
Cabelos muito rente à cabeça, como se fosse uma peruca.
Em sua forma animística tem a cabeça de carneiro na pelagem preta como seus cabelos e olhos vermelhos.
Estilo de vestimenta
Aos 68 anos - roupas formais demais, com cardigã de cor neutra, saias fechadas e abaixo dos joelhos, meias escuras, sapatos fechados e sem salto.
Aos 9 e 11 anos - vestidos de cores escuras com um tema 1920.
Maneirismos ou gestos
Gesticula demais para se expressar como senhorinha, como criança e como sua versão anímica.



Fala
Tom de voz
(alto, silencioso, forte, etc.)
Fala calma, serena e bem soletrada.
Idioma ou sotaque
Idioma natal: inglês e espanhol.
Idiomas adquiridos acadêmicamente: nenhum.
Frases preferidas
"Hey calma, está tudo bem. A Bibliotecária chegou, eu cuido disso."



Comportamento
Personalidade
Quando mais velha era uma senhorinha com muita paciência no balcão da biblioteca pública onde trabalhava. Era gentil e carinhosa com as crianças, atenciosa e prestativa com as pessoas de idade como ela e paciente com os adolescentes.
Como criança de 11 anos é irritadiça, apressada, energética e costuma querer agir com impulsividade, mas algo dentro de si dos 68 anos vividos não a deixam realizar tais atos impulsivos. Como criança e adulta, Marga continua curiosa por conhecimento e sempre disposta a ajudar as pessoas que precisam de informações.
Hábitos
Não olha as pessoas diretamente, fica encarando as mãos, a camiseta e às vezes finge que quer tirar uma poeirinha da roupa delas.
Ambição
Seguir os Propósitos d'A Biblioteca.
Ser uma bibliotecária boa.
Ajudar as pessoas a terem informações.
Maior medo
Ficar para sempre no corpo de uma criança de 11 anos.
Maior segredo
Tem a desconfiança que é além de uma senhorinha de 68 anos de Nova Orleans e uma criança atemporal. Já pesquisou demais os arquivos sobre Quenúbis e deuses egípcios da 1ª dinastia e encontrou algumas coisas que não gostaria de saber.
Como esse personagem se relaciona com demais personagens?
A cuidadora e tia bibliotecária do rolê.



Pano de Fundo
Interesses ou hobbies
Tudo que tem a ver com bibliotecas, livros e a sua cidade amada Nova Orleans.
Eventos passados importantes
Idealizadora e principal mantenedora de um dos projetos de longa-data no bairro onde sua biblioteca fica - ajuda maternidade, crianças e idosos a se alfabetizarem e terem atendimento em saúde através de um coletivo autônomo de jovens estudantes negros e hispânicos - o "Asas do Saber".
Família
Sem família e sem filhos. Seus estagiários são seus filhos e família, a comunidade do bairro também.
Casa atual
Saguão principal d'A Biblioteca, nas ruas ao redor da Metrópole acompanhando os Amenti que chegam para buscarem informações.
Situação financeira
Guardou uma poupança média dos tempos que trabalhava na biblioteca pública, mas havia um testamento seu que se morresse ou algo parecido o dinheiro iria para reconstruir a sede do Centro Comunitário que o projeto "Asas do Saber" era mantido.
Saúde
Como senhorinha de 68 anos tinha dores musculares e uma hérnia na coluna na altura dos omoplatas.
Como criança de 11 anos tem a saúde perfeita (Até demais!)
Religião
A Antiga Religião dos Escribas do Egito na 1ª Dinastia, panteão Egípcio.
Fiel à Ísis, Osíris e seu filho Hórus. Protetora e mantenedora das Múmias que chegam ou partem para Duat.

03 junho 2021

[contos] Masks of Nyarlathotep (aka RPG de Tchuchucoooooo!!)

 

Após pirar na soda com o trailer do game baseado no universo de Lovecraft, The Sinking City (Frogware Games - 2019), resolvi voltar lá pros primórdios da minha escrita secreta.

Escrevia muita coisa estranha antes de entrar na Universidade dos Stormtroopers (aka PUC-MG), pena não ter a vergonha na cara de guardar elas comigo, lá em 2018, em véspera desesperadora de entregar projeto de TCC o que veio? Um conto estruturado sobre Cthulhu Mythos. Inspiração de sobra para escrever algo sobre esse cenário que admiro tanto e bem, por que não dizer que faz parte de meus sonhos mais cabulosos.

No começo desse ano (2021) entrei em uma mesa de RPG de Call of Cthulhu, na campanha supercult de "Masks of Nyarlathothep" (1984) para transportar esse mundinho que já rodada dentro da minha cabeça para o ano de 1925, em Londres, com a mesma protagonista, dona Isobel Wayland Atwood.

Para dias em que meus pontos de sanidade evaporaram com a perda de meu coração, a escrita tem sido o meu refúgio e minha força de entender esse processo de luto forçado e feito entrecortado (Afinal noldor que é noldor não tem sossego nem quando a Maldição de Mandos vem bater na porta). Tenho sorte de conhecer o pessoal da mesa de RPG e me abraçarem nesse momento em que estou.

Mas vamos ao que interessa?
Para Masks of Nyarlathothep, o terror rastejante, surgiu esse headcanon de que Isobel, em sua candura e pontos de sanidade já reduzidos por estudar/trabalhar na universidade mais interessante e esquisita dos yankees, estaria seriamente e platonicamente caída pela investigadora particular, cherrybomb, british-femme-fatale com passado angst, Katherine Knight.

E o headcanon virou canon ;)
E encontrei a Beta Reader (Thanks for sailing the ship with me, Cakkes!!)mais empolgada com TV tropes muuuuuuito clichés que ando escrevendo nesse conto a seguir. Com vocês: 

Por: brmorgan
Chapters: 3/?
Fandom: Call of Cthulhu (Roleplaying Game), Cthulhu Mythos - H. P. Lovecraft
Rating: Mature
Warnings: Graphic Depictions Of Violence
Relationships: Katobel, Whiskey and Chocolate Bar (Isobel/Kat)
Characters: Isobel Wayland Atwood, Katherine Knight, Billy Wen-Lin, Maria Consuelo Iguarán, Cris Velázquez, Felicity Fraser
Additional Tags: Miskatonic University, Cthulhu Mythos, Masks of Nyarlathotep, Alternate Universe
Series: Part 2 of Seguir a Corrente - Call of Cthulhu RPG
Summary: Um grupo de estranhos se encontram em Londres para investigarem as intrigantes pistas que o escritor e explorador Jackson Elias, assassinado de forma brutal, deixou para trás sobre um culto antigo e secreto. Beta Reader: Cakkes.

23 maio 2021

gestão de sanidade é o que há

Fazer gestão de manter a sanidade é um porre, mas o que é mais tenso de fazer é gestão de preciso continuar existindo, porque tá se tornando inviável. I mean, os motivos tão minguando, as vontades acabando, os olhares estreitando. Eu pensei que tinha ido pro fundo do poço em maio do ano passado, mas tou de parabéns por aguentar a cara corajosa (fachada) por tanto tempo.

Tá foda.
Eu só quero parar de sentir dor.

E eu sei qual é a maneira mais rápida, mas não quer dizer que seja a mais acertada. Afinal de contas, agente do Caos sempre estarei/serei - e ideia errada costuma ser sufocada por ideias grandiosas de feitos aleatórios.
Desistir de tudo não é uma opção viável.
Não seria isso que você gostaria de ver seu filhote fazendo pra botar ordem em coisa alguma.
Eu quero continuar, juro!

Mas tem dias...
Tem dias que só quero ter paz.
Estar dopade ao ponto de não sentir nada.
Ser um balão vazio pra não ser preenchido com coisa alguma.
Não precisar cumprir as minhas obrigações como pessoa física normal.

E aí milagrosamente esta música começa a tocar em meus ouvidos e eu sinto que é um recadinho especial seu pra eu não me sentir tão imprestável assim... 



18 maio 2021

Namárië melin Ammë

Tem um tempinho que não escrevo aqui.
A vida ficou difícil, muitas coisas ao mesmo tempo.
E o meu coração morreu ontem de madrugada.
A principal pessoa que me apoiava em tudo, que estava ao meu lado para o que der e vier, que tinha o coração mais precioso desse mundo e em Arda se foi e eu estou sabendo como lidar com isso.

Não, você não leu errado, eu estou lidando com isso, pois a perspectiva de Morte chegou muito perto da gente alguns anos atrás, em julho do ano passado (eu) e nos pegou de surpresa, mas não despreparades.

I mean, a parte racional dentro de mim tá focando no entendimento, na compreensão, nas longas conversas que tínhamos sobre o que faríamos quando a Dona Muerte chegasse perto demais - afinal, experiência com a Ceñorita estavam acumulando nas nossas fichas - nosso temor era o de falar tudo que queríamos para quem a gente amasse, então todos os dias a gente trocava as baboseiras mais melosas entre Ammë e yendë, duas criaturinhas que a Internet abençoou em cruzar nossos caminhos e daí construir uma história juntes.

Foram 18 anos, Driel.
Mais da metade da minha vida.
Eu sinto como se tivesse sido uma Era inteira em Arda.
E cada segundo no mesmo plano em que você habitava valeu a pena, foi necessário, essencial, fora dos padrões de Amor que esse povo aí gosta de taxar.
A gente era mãe e filhote, nessa Vida e na próxima com certeza.

Eu vou sentir saudades suas, como todos os dias eu sentia por não estar morando na mesma cidade, com tudo que está ocorrendo, mas acho que o que vai doer mais é saber que nunca mais - pelo menos nessa estadia temporária aqui - vou poder ouvir a sua voz. E a sua voz me guiava dos buracos mais profundos e das tocas de aranha lendária que nem o frasco que a sua contraparte élfica ofertou para Samwise Gamgi.

Ah! Mais uma coisa: tá de buenas puxar meu pé à noite, caso faça alguma visita extracurricuclar (Não sei como funciona aí do outro lado, burocracia much?) - até onde nós conversamos sobre Morte e a Vida após Ela, nós sabíamos que haveria conforto e menos dor do que aqui. Sinceramente, que você esteja dando uns rolês no Submundo e batendo papo com Senhora Perséfone e dando uns afagos em Cérberus ao lado da Pippin e da Giselda, se Patrono Bowie aparecer, diz que o Drácula buzinou 3 vezes e vai nos buscar no ônibus dos mortos-vivos...

Te amo.
No Passado, Presente e Futuro.

Inyë tye méla, melin Ammë Driel.
Você era o meu coração.
Continuo a jornada, porque o orgulho nessa família noldorin não dos deixa desistir tão facilmente de dominar o mundo ou arrumar confusão por conta de brilhinhus. Mandos precisa saber que tem alguém causando fudido aqui em nosso nome.

Namárië.