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03 maio 2017
[contos] menina das estantes
Cenário: Original/Cotidiano.
Classificação: PG-13.
Tamanho: 352 palavras.
Status: Completa.
Percebo tímida no trato
Curiosa no olhar
Observa cada milímetro de poeira
Pregada na lombada do livro mais velho
No cheirinho novo do papel não usado
Livros são seu carinho diário
Provavelmente seu conforto
Material de estudos nas mãos
Lápis meio comido na ponta
Borracha riscada de tentativas
No fundo do estojo giz de cera
Lápis de cores incertas
Tem mais roxo que verde ou
Vermelho e um preto que confunde com lápis de verdade
Apaga apaga apaga com vontade
Outro problema do livro bendito
Cartilha de bons modos, impresso especialmente
Pra não dar voz aos seus
Apaga apaga apaga
Borra de borracha espalhando na mesa cheia de coisinhas
Tantos livros como aquele
Um caderno estufado de tanta escrivinhança
O apagar da borracha faz com que o papel engrosse
Página testemunha de um erro ínfimo do problema do bendito livro
Ou confundiu o lápis de cor com lápis de novo
Entre as estantes, caminha, observando atenta
Quem vem e quem vai
Livro qualquer na mão mesmo que não tenha idade pra tanta letra
Entre uma prateleira e outra descobre
Uma pequena miragem do que é ser gente grande
Apaga apaga apaga no caderno estufado
Nervosismo
O problema não é tão fácil assim
Vem ao balcão, tímida no trato, curiosa no olhar
Pede atenção, uma ajudinha,
Não liga pra minha letra não
Não olha meus desenho não
Não percebe nas páginas fofas de tanto esfrega borracha não
Nunca acerto de primeira
Nunca resolvo de primeira
Nunca consigo saber o que é coisa com coisa
O que você faz tanto lendo número nos livros?
Posso ajudar?
E o exercício esquecido com meia página já rabiscada de cálculos que são tão esquecidos quando se cresce
Na biblioteca ela vem todo dia estudar
Pra estudar a gente e mais gente
Observar cada milímetro de poeira, de grafite, de clipe solto, de bilhetinhos de lembretes, de canetas sem tampa, aqui ela fica
Percebo tímida no trato
Curiosa no olhar
Observa cada milímetro de poeira
Pregada na lombada do livro mais velho
No cheirinho novo do papel não usado
Livros são seu carinho diário
Provavelmente seu único conforto
01 maio 2017
28 abril 2017
[conto] a garota da gravidade
Cenário: Original/Cotidiano, Nova Orleans.
Classificação: 16 anos (distorção de convenções morais, confusão mental, uso de drogas lícitas).
Tamanho: 1.301 palavras.
Status: Completo.
Personagens: Joanne Ulhoa, Melinda Bretzer, Molly Bretzer
Resumo: Quando se troca os medicamentos, há sempre as consequências. Jojo sofre de um tipo de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e tenta conviver com isso da forma mais sadia possível.
Disclaimer: Mais sobre Forgiven Jojo Ulhoa tá aqui nesses links [x] [x] [x] [x] - A inspiração pro conto veio com a minha música favorita do Scalene (abaixo, com letras!) e foi um desafio que me dei ao escrever o esqueleto do enredo antes da música acabar :)
Jojo era bem controlada na maior parte do tempo.
Tempo
Tempo
Tem-
Quando tinha tempo, passava mais tempo pesquisando os efeitos colaterais daquele histamínico que todo mundo tava falando bem. Experimentou um deles com os remédios atuais.
Só pulou o tarja preta.
Não era bom arriscar com a tarja preta.
Tarja preta
Tarja vermelha
Tarja preta
Vermelha
Pre-
Começou o dia assim.
Desligou a luz do banheiro, foi para a sala.
Pílula das 6h com o intervalo da pílula de 6h25.
Os passarinhos lá fora estavam bem animados para aquele dia tão normal.
Sem problemas
Sem ataques de pânico
Sem achar que alguém iria aparecer do nada a acusando de cada detalhe esquecido por ela enquanto estavam juntas
Sem cismar com a limpeza excessiva
Sem rasgar a própria pele por esfregar demais ao se lavar
Sem problemas
Desligou a luz da sala, ligou a do banheiro.
Abriu o armarinho do banheiro e cuidadosamente escovou os dentes carinhosamente com sua escova de dentes especial, cerdas macias e creme dental eficaz.
Tudo seria sem problemas hoje.
Seu reflexo no espelho mostrou um cenho neutro, como sempre, sem o sorriso excessivo de sempre, sem os músculos doendo no pescoço
Sem problemas
Como sempre
Sempre
S-sem-
Desligou a luz do banheiro, ligou a da sala.
Tomou o de 06h45 e anotou religiosamente em sua tabelinha perto do armário de remédios na cozinha.
Menos um dia do tarja preta, mais um dia do tarja vermelha.
Organizar por ordem de hora e de cor.
Tarja preta
Tarja preta
Tarja Ver-
Vermelha
Tarja vermelha!
Desligou a luz da sala, ligou a do banheiro.
Lavou as mãos novamente.
Com menos força, mais concentração
Os cantos das unhas, passar álcool naquele arranhão de ontem, não esfregar tanto pra não arranhar mais, se machucar mais, não, não, não pode mais aparecer assim no hospital. O que diriam? Que estava precisando de férias? Que não estava bem? Que os remédios não funcionavam de novo? O que diriam? O que diriam?
Os passarinhos lá fora, nesse astral em que viviam bem, ainda felizes com um dia desses, um belo dia, um ótimo dia, seria um ótimo dia, tinha que ser um bom dia
Um bom Dia
Um bom Dia
Um bom Di-
Óbvio que o efeito não foi o esperado, sentiu o corpo mais letárgico que o normal, a gravidade a chamando devagar, desligando a chave que mantinha sua lucidez, uma felicidade esquisita se alojar em suas entranhas, uma nova sensação que os outros remédios não davam.
Era natural ficar assim tão feliz?
As pessoas normais eram assim?
O tempo todo?
Não sabia
Não sabia
Não sabia
Não sab-
- Não tô bem... - disse para si mesma, mas quem respondeu foi seu colega de trabalho perguntando sobre o próximo paciente.
Uma típica segunda pós-feriado, homem jovem, branco, classe média alta, lacerações nas mãos, torso estourado, pescoço quebrado em ângulo errado, estilhaços salpicando um rosto sem mais estrutura óssea que lembrava um ser humano, cheiro forte de bebida, asfalto e decomposição. Pra um dia desses, seria um dia bom, um dia bom, tinha que ser um dia ótimo.
Viraram pra ela no plantão das 4h
- Oh doutora, eu não tô bem... Faz um favor me deixa zen.
Não era psiquiatra, muito menos clínica.
Assistente de médico legista.
O bendito nem ficava na cidade e só passava uma vez por mês pra assinar óbito.
O resto? Era ela.
Ela e a equipe.
E o zelador.
Senhor bacana.
Bem bacana.
Limpava bem os cantos e a maca e a pia de metal e sabia mexer na estufa, a estufa, não deixa a estufa parada muito tempo
Tempo
Tempo
Temp-
O paciente já era outro, não deu tempo de responder o que pediu medicação.
Alguém deve ter tirado ele dali, só pode, quantas horas?
Qual hora?
- Pronde foi o cara do acidente?
- Você liberou hoje cedo, Ulhoa...
- Mas... Eu nem vi o tempo passar!
- Hey, Jojo! Como vai?
- Eu? Pois eu vou bem! - pra onde foi seu tempo? Pra onde foi o cara acidentado? Quem era que estava pedindo remédio pra ficar zen? Havia alguém pedindo remédio mesmo?
Tarja preta das 06h
Tarja vermelha das 06h25
O remédio novo (tarja preta) às 06h40
O sem tarja das 06h45
Ou era o novo a essa hora e o sem tarja...
Desligou a luz da área de trabalho com os "pacientes", maca grande, ocupante de tamanho pequeno, que seja desmembramento, não violência infantil, que seja acerto de contas dos traficantes, não atentado ao pudor contra menor, que seja...
Desligou a luz do corredor, ligou a do banheiro.
Repetiu as doses do começo da noite para garantir, sem problemas, sem problemas, nada iria atrapalhar aquele dia, esse dia, não esse dia.
Ligaram a luz do cubículo.
- Jojo, levanta. O intervalo acabou faz 15 minutos atrás, você pediu pra eu te avisar quando a paciente das 4h chegasse?
- Que paciente...? - a gravidade novamente a desligou do mundo ao redor.
Segunda vez só aquela semana. (Semana?! Quanto tempo estava tomando o novo remédio? Era ainda o novo?)
- Por favor minha querida não inventa de se medicar, a paz que procura não é química. - disse alguém um tempo atrás ou foi semana passada?
Quanto tempo perdera naquele consultório novo mesmo?
Por que foi lá mesmo?
Será que foi o tal do tarja preta que a deixou tão calma assim?
Tão feliz?
Tão...
- Eu não sei... Não tou bem... - respondeu a uma pergunta qualquer. Quem segurava sua mão grudenta de doce derretido pelo calor insuportável na cidadezinha era uma criança.
Menos de 6 anos, olhos vivazes, joelhos ralados, pé direito que não parava de se mexer pra cima
Pra baixo
Pra cima
Pra baixo
Rápido
Rápido
- Rápido! Toca no verde! Sorte hoje ou amanhã?
- Oi? - a calmaria de sempre (Sempre? Não era semana passada? Pronde foi seu tempo?!)
- Vamos Molly... Deixa a doutora lavar as mãos e aí vamos para casa.
- Oi?
- Vamos pra casa, não? Hoje é dia do filme?
- Eu não sei...
- Jojo, você tá bem?
- É natural se sentir assim?
- Assim como?
- Tão feliz...? Consigo ver beleza em nós... - a pessoa a beijou na testa, a menina abraçou sua perna, fazendo um barulho de balão furado com a boca.
Sem problemas
Sem neuras
Sem ataques de pânico
Sem medo de ir ao café para pegar algo pra comer e ver alguém conhecido
Sem medos
Desligou a luz da sala, foi até o sofá e se aninhou entre duas pessoas que a lembravam que logo a lucidez a desligaria mais uma vez, a gravidade que a puxava na órbita dessa família incomum era a chave para se encontrar novamente
Novamente
Novamente
Nova
Mente
Ment-
Abriu os olhos na manhã seguinte.
Sem luzes para apagar ou acender.
Apenas.
Sua respiração, seu batimento cardíaco, o ronco da barriga, o ressonar da criança tão agitada no filme agora dormindo o sono dos anjos (seja lá o que o padre quis dizer com isso).
Respirar devagar
Não acordar o anjo fragilizado
Por uma bronquite asmática
Dente trincado
Maxilar em formação
Bruxismo
Trincado
Trincando
Mordida errada
Ressonar baixo
E trincado
Baixo
Silvo
Um ronco
O remédio das 06h
O tarja preta das 06h25...?
- Antes que você acorde a criaturinha, são 9h10. Você dormiu como pedra. - a voz que a acalmava avisou ao pé do ouvido.
Dividindo a mesma cama
O mesmo lençol
O mesmo cobertor
O mesmo ar
O mesmo espaço entre o tarja preta e o vermelha, o antiácido, o histamínico, rotina
- É natural ficar assim?
- Assim como? - respirou
- Tão feliz?
- Eu não sei...
Será que foi o tal do tarja preta que a deixou tão bem assim?!
26 abril 2017
Interlúdio - horas de dormência
Nas horas da dormência Entre uma injeção de cafeína e outra Direto na veia Navegando entre as veias subindo Contra a maré subindo Para onde é o centro de todo mal Martelando no fundo Um eco eco eco eco em larga escala Martelando algo do passado Que não tão passado assim Acontecendo agora em plenos Em frente ao Bem diante de Acontecendo agora mesmo Martelando mais alto que os Sons da cidade Das máquinas barulhentas Dá música alta entupindo ouvidos Boca Ouvidos Nariz e garganta Entorpecendo aos poucos a sensação Sem ação O eco vai diminuindo a cada passo Nem parece que estava em crise alguns minutos atrás Nem parece que estava para perder qualquer resquício de humanidade Racionalidade Civilidade Moralidade Onde foi que perdeu as Forças Correias Correntes Na jaula continua a sombra Ou a sombra escapou e deixou o Corpo escapar por um momento breve pra sentir o gosto Que nunca vai poder ter Perder as estribeiras Afrouxar as correias Quebrar as correntes Perder um pouco de si No próximo Próximo da fila, por favor! No próximo escapar da jaula Quem vai ficar vigiando as grades? Quem vai ficar de olho na fechadura? Quem vai olhar olho no olho e dizer com todo desgosto É hoje que é o próximo? O próximo gosto? O próximo gasto? O próximo olho Por pouco É só um pouco pra perder mais outra Outra jaula Outra corrente Outra correia Outra estribeira Outro eco Outro prego impiedoso achatado por Outro martelo Outro passado pra escapar Outra injeção de cafeína por favor? Subindo contra a maré Devagar com a dormência
(até a crise cessar e sobrar euforia)
aprendimento no agradecimento
Uma coisa que aprendi de uns anos pra cá foi de agradecer as pessoas que me deram oportunidade de crescer como ser humano, como profissional, como estudante e tal.
Os altos e baixos que já havia escrito em alguma postagem anterior mostrou isso, ontem eu tava em péssimo estado, hoje trmho mais lucidez graças a algumas pessoinhas que brotaram ontem e foram ao meu encontro.
Uma delas faz aniversário hoje e com o pouco tempo de convívio já me mostrou que muita coisa da vida se conquista com insistência e sensibilidade com o próximo. Ela é um dos exemplos mais admiráveis de vivência na carreira onde tou me enfiando e isso significa muito pra mim.
Agradecer faz bem, sabe?
Ter essa gratidão por quem te apoia, tem um carinho especial e te deixa feliz por saber que essa pessoa existe no mundo.
É meio isso.
Escrevi pra não perder esse fio da meada dentro do ônibus e não conseguir resgatar o feeling do dia de hoje.
19 abril 2017
[interlúdio] as pequenas ofensas diárias
Tem os altos e baixos
Tem os altos volumes dentro da cabeça, girando ao redor dos ouvidos, até quando estou ouvindo música no último volume, porque é preciso se distrair do que ouvir a autosabotagem esperneando com o bode balindo na perna
É uma questão de aguentar o tranco
Vai tudo pro tribunal das causas realmente pequenas
Aquele júri que fica calado, tenso
Esperando a próxima testemunha botar a mão no livro
Jurar que vai falar a verdade somente a verdade e nada mais que a verdade
Tem os baixos e os altos
Queria um lugar no meio pra me encaixar normalmente nessas parada
Não é só de categoria que tou falando
É de estar enquadrada em algum lugar
Não no alto
Ou no baixo.
Nos altos e nos baixos
Os altos e baixos
Aquela palavrinha bendita
Direcionada a esmo
(nem tão a esmo, tem autoflagelação aí)
Atravessa o ar como um silvo
Tiro certeiro em quem não precisa ouvir
(precisa, não precisa, precisa? Fui bem fui mal fui rude fui benevolente fui alto fui baixo os altos e baixos)
Ninguém realmente precisa tomar a dor dos outros
Mas tem os baixos, que tá ali só esperando
Os silvos, os tiros, as pedras, as ofensas veladas
Os altos os baixos os altos essaporranuncavaiparardeoscilar
Para de comer
Se nega
Se esquece
Não tem vontade
Nos altos e baixos
Chega a ser um castigo pro pouco prazer que pode obter
Nos altos e baixos
Tou sendo preguiçosa demais
Tou empolgada demais
Tou fora da casinha demais
Tou fugindo demais
Tou me escondendo demais
Tou prestando atenção de menos
Tou sendo menos amigue
Tou sendo menos acessível
Tou menos online
Nos altos nos baixos
Tou demais tou de menos
Odin de saias, preciso de um diagnóstico?
Mais fácil mais difícil
Mais fácil de lidar
Mais difícil de entender
Mais fácil de arranjar uma medicação
Mais difícil se se manter equilibrade
Mais fácil de se desculpar por omissão
Mais difícil de se encontrar na bagunça
Nos altos e baixos
Aqui do alto (onde estou hoje)
No baixo que vai ser (quando acordar amanhã)
Vai separando nesse abismo de palavras vomitadas
Unindo todo a a mágoa não processada
Junta, separa, junta, separa
Odin de saias esse binarismo que me mata Todos os dias no alto no baixo
Quando tou no alto
Quando tou cavando pra baixo
Tribunal das causas realmente pequenas que não dá um veredito
Queria poder... No encaixe
Ou o meio
No alto e no baixo
No meio me encaixo
Será que fui rude demais
Será que me empolgo demais
Será que devo ser menos
Nos altos e nos baixos
29 março 2017
espírito cibernético do Natal passado
1) deixar esse link pros episódios de Aquateen Hunger Force;
2) relatar algo bem interessante que ocorreu dias atrás.
25 março 2017
vivências maternas
Ela faz 66 anos hoje, bem vividos, sem muitas pendências, criou as filhas como dava, sobreviveu a casamento sem amor assim oooooh nossa vai ser pra sempre que romântico. Pela vivência dela me deu muitos exemplos do que fazer e não fazer, a principal referência profissional que tive dentro de casa foi ela, e agradeço bastante o apoio que ela tem me dado quando escolhi a Biblioteconomia como minha paixão. Creio que a lucidez dela me trouxe muitos caminhos para trilhar, mas também muitas dúvidas (aquela dependência nociva de achar que sempre estará no colo da mãe? Yep, me livrando aos poucos para meu bem e o dela), a força dela em batalhar todos os dias pra se superar perante uma porção de dificuldades também.
Então desejo a Karolent, a Entesposa um belo dia de Lite (Quem é nerd demais para decorar datas comemorativas na Terra-média, sabe do que tou falando), e que ela possa continuara florescer nesse mundo. Eu não sei o que faria sem uma mãe dessas.
23 março 2017
[conto] a cidadezinha
Esquina da Bourbon Street no French Quarter - Nova Orleans |
- Arram...
- Pensei que o DJ ia só tocar paiera.
- Oi? Parceira?
- Paiera! É tipo, música tosca!
- Mas é música tosca tocando!
- Quê?
- Trash dos anos 80 é música de qualidade pra ti?
- É classicão da
- Nossa, nunca pensei que você tinha a capacidade de xingar... Estou impressionada.
- Tem umas coisas que cê precisa saber de mim antes né?
- Qual tipo de coisas?
- Cê sabe, essas coisas que só gente como a gente costuma trocar...
- Acho tão fofo esse teu jeito de confiar sem antes de saber as intenções da pessoa...
- Uai, não rola isso a esse ponto não?
- Dividimos a cama uma vez...
- E outra vez sem a cama... E mais outra sem ter divisão alguma... Eu diria... NOSSINHORA DEPECHE MODE!!
- Uau, meu ouvido?
- Foi mal, mas!!!
- É, eu sei... É a nossa música...
- Se chegamos ao ponto de ter uma música só nossa, por que não poder contar segredos?
- Sei lá, a gente tava meio que...
- Dividindo cama?
- Isso.
- Trocando DNA?
- Okay.
- Dando uns pegas?
- Certo, já colocou seu ponto de vista bem nítido sobre esse assunto.
- Se te incomoda, tudo bem. Deixo baixo que é melhor, né?
- Música tocando, bico fechado.
- "Nossa" música tocando.
- Nossa...
- Aí cê tá pedindo demais... Vou ali com a turma.
- Beleza. Te vejo depois?
- Urrum... Nada de ir pra roda punk, maluquinha...
- Mas nem vai tocar punk.
- Quem disse?
- Você acabou de dizer?
- Não acredite em tudo que digo, pode ser bem perigoso...
- Beleza.
os filtros de culpabilidade para o sistema limbico foram atualizados
Clica cá [x] pra entender o que um filtro de sonho faz energeticamente na sua vida. |
Culpa de querer desejar, de se querer ser desejade, uma culpa extra por deixar o corpo (consequentemente as emoções) controlar o racional e bota mais uma pitada da culpa capital pela luxúria acima do socialmente aceitável que já fui repreendide algumas vezes. Tem culpa em tudo aí, dilema barroquista do pecado versus redenção.
(A repetição da frase "aceitável socialmente" para fins educativos. É pra grudar na cachola e não sair, tá?)