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20 janeiro 2017

incapacitação da epopeia estomacal

Como é estar nesse calor da powha, sofrendo de intoxicação alimentar há 6 dias?

Uma aventura.

Primeiro porque há responsabilidades e ofícios que preciso deixar em segundo plano, pois o meu aparelho digestório parece não concordar com o fato de que posso ingerir comida. Na verdade ele até deixa, mas me faz pular de onde estou para correr pro banheiro.

Segundamente há os gatos. Enquanto Zé Bunito se mantém fresquinho e bem alimentado lá na varanda, fazendo poucas aparições na sala, dona Bete Balanço virou um grude incompreensível de tanta fofurice. Se estou passando mal de dor, ela pula no meu umbigo, se tou tendo crise aguda e voando pro banheiro, ela não liga se a atropelo no caminho. Está sendo uma experiência cativante.

Aí vamos aos downsides. Eu preciso trabalhar e voltar pra rotina, não posso. Eu quero comer coisas gostosas de novo, não posso. Tendo pavor de ficar na minha cama por longos períodos de tempo? Óbvio! 17 dias de tornozelo ferrado me deram uma boa ideia de que nutrir amor pela cama pode se transformar em um pesadelo quando não se pode sair dela.
(boa ideia para plot de terror...)

E há a situação incômoda de alternância de líquidos: soro, chá preto, suco de goiaba, água muita água. Não tá ajudando. Pra piorar, parece que o volume de marcações no meu nome no Facebook e Instagram que incluem desconto, sorteio, amostragem de comida pornograficamente awesome vem aumentando. Isso não é legal, isso é minha ideia pessoal de castigo pós-moderno. Isso e ficar de cama.

Em 6 dias de contemplação de minha existência ínfima nos esquemas do universo, deu para se notar:

1) são 101 azulejos inteiros dentro do meu banheiro, o que coincide com o número do meu apartamento. Uma boa coisa.
2) foram 6 dias de pedir arrego (literalmente) e perdi 2,5kg. Não é uma coisa boa.
3) maratona de Supergirl sei lá porquê (sim, eu sei, Katie McGrath!), pra emendar com Merlin da BBC (Malhação Medieval) - veredito: esperando os próximos episódios de SG, não me empolguei com Merlin.
4) a escolha de quitutes para comer!! Muita calma nessa fucking hora!! Nada com laticínios, nada com fritura, nada com muitos açúcares, preferência para coisas que hidratam. Sinceramente, já me sinto no purgatório.
5) se completar 7 dias, é porque perdi a aposta com a Samara Morgan, minha maninha dark imaginária que só as piadas internas entre Trentonildo, tio Mary e Evil D podem decifrar.
6) as crises agudas são de madrugada, logo adivinha quem está no regime de cochilos de 20-30 minutos? Adivinha qual cérebro já fritou no 2° dia ao ter os esqueminhas de vigília bagunçado? Olha só como estou feliz em não dormir direito?

Para ficar melhor, os servidores municipais de greve (e dou toda razão e apoio a todos!), logo os postos não estão funcionando como esperado. Tentei não deixar o lado hipocondríaco dar o ar das graças e só googlei sobre como fazer soro caseiro e manter repouso em crises de dor. É bem provável que essa *bleeeeep* toda se vá da mesma forma que costuma ir, pro vaso, depois descarga. Agora que dia que acaba, eu não sei mais. Tava otimista ontem, e hoje de madrugada senti as dores voltarem. É a fucking vida tirando os limões.

Tive uma dessas em 2011, longe de casa, na ocasião descobri a minha alergia a bacon de forma nada agradável. Vamos ver se agora o corpo vai dizer: "nope nope nope fucking nope!" pra alguma coisa, tá entre miojo, queijo canastra e molho de pimenta. Purgatório? Aqui estou.

Post sem gifs ululantes ou piadinhas sem graça, tou aqui na cama tentando me manter zen pra não entrar em modo rage berserker que me acomete quando estou incapacitada de alguma coisa.

Notícias dadas, soro tomado e metade de um dramin ingerido. Hora de voltar a bater cartão com patrão Morfeu.


13 janeiro 2017

[interlúdio] se acostuma com isso

Lado bom e ruim de chegar num ponto da vida que nada mais te surpreende:
Lado bom = evita muita fadiga e perda de tempo.
Lado ruim = nada mais te surpreende mesmo.

É só aceitar o Caos e seguir o fluxo.


06 janeiro 2017

voltando a programação biblioteconomística

Tenho ideias para app pra Android de controle de acervo para Bibliotecas Comunitárias, tudo otimizado pra usuário de boinhas, sem firulas, integração com Facebook, conta Google, código API pra Organização da Informação vinda da LoC, Google Books (são os únicos abertos que conheço), Amazon. Adicionar livro num clique só (código de barras do ISBN), pesquisar/adicionar por autor ou título título. Empréstimo com recibo via WhatsApp pro leitor, aviso de data limite de devolução também, serviço de disseminação de informação no mesmo esquema, super facim, sem complicação, tudo free e só pedindo uns likes no Facebook e avaliação no Google Store.

Aí lembro que não sei lhufas de programação...

Em Hackers (1994) parecia ser tão fácil #SqN

Fiz um teste com o LibraryThing e TinyCat para um trabalho de Indexação junto com a beeeeesha leeeeenda magnânima da Beadrade Antrice (WTF?!) e até que foi, só que não é tão funcional e simples como eu tava planejando.
(aí chatonildo vai perguntar: "e a organização da Informação?! E as métricas?! E a manutenção do acervo?!" - respondo com um sonoro escrito em letras garrafais no boldinho: não leu direito que é pra biblioteca comunitária não?!)

Eru Ilúvatar não dá asas às cobras D:

31 dezembro 2016

Antes do ano terminar...

Tem umas coisinhas que é bom manter um nível de respeitabilidade e tolerância, mesmo que não concorde. Desapegar de termos foi um dos desafios que mais me deram nó na cabeça nessa vida de escriba.

Então chuchuzinhos, mesmo que não concordem com os termos usados por um grupo específico ou ideologias ou até a questão do ponto de vista de realidades e vivências de outras pessoas, tudo bem, vocês têm todo direito de se expressarem sobre isso.

Mas apenas informando que isso não vai mudar as coisas assim no ato. Ler postagens sobre discussão de termos e conceitos e tudo ali envolvido e chegar a conclusão que nem as minorias são inclusivas (E esquece o papo de solidariedade aqui, Internet é um lugar essencialmente anarquico), as pessoas não são tolerantes e muito menos pode haver algum tipo de diálogo com quem não quer/sabe ouvir.

Humanos amam categorizar, fazemos isso o tempo todo, é uma forma estranha de se classificar quem, o que e porque as coisas são coisas, as pessoas são pessoas e todo status quo.

E a porra do status quo sabe como oprimir mais que criar entendimento.

Quando entendi logicamente que me enquadrava em um perfil de pessoa que chamam de não-binarie (Ou seja, alguém que não se compreende categorizada como feminino ou masculino, mas apenas sendo um pessoa) não foi idealismo universitário que me definiu assim. O termo sim, o enquadramento não.

E isso me deixa um bocado alerta com postagens da galera que entende bem o que é estar nesse enquadramento ou que entende que o status quo é que determina toda essa casca assimilada que tentamos mostrar pro mundo todos os dias. Se fala de corpo, de psicológico, de conceitos de gênero e anatomia, sexualidade, padrões hetero-homonormativos, de desconstrução, de reconstrução de corpos, de teorias genderqueer, de espectros e categorias dentro do ser transgênero (E aí fica mais e mais complicado de NÃO aplicar os conceitos já prontos do status quo heteronormativo, do dominador, da maioria, do socialmente aceito), nas vivências e socializações desde a infância até o ponto em que estamos. Me deixa alerta, porque leio muita babaquice, mas de babaquice estou bem acostumada desde que me entendo por gente, pessoa, pedaço de carne, nervos, ossos e fluidos que perambula por esse mundo estranho que gosta de categorizar/classificar coisas e pessoas.
Eu tou manjando das babaquices lidas, porque querendo ou não fiz/faço/farei parte desse discurso babaca em algum ponto da minha vida, querendo ou não. O importante nessa reflexão aqui é que tenho ciência de como a denominação de coisas, terminologias, conceitos, ideias e oras, postagens babacas mesmo com roupagem educativa pode causar em uma pessoa, uma realidade, uma experimentação de vivência.

Sei também que tudo é passível de múltiplas interpretações e entendimentos. Sei que se VIVER tal coisa é diferente de TEORIZAR tal coisa. Ser é diferente do estar. O separar disso também entra na forma que o status quo manda compulsóriamente pra gente fazer pra não dar tilt na cabeça. Creio que a maioria das pessoas tenha um carinho enorme por sua própria Sanidade, desafiar o status quo traz mais prejuízos que acertos.

E ler as postagens babacas (E digo aqui, nessa posição onde me encontro agora como pessoa não-binarie, ou seja lá qual termo decidam inventar para o que eu sou, não o que estou) me faz refletir até que ponto posso continuar lendo esses discursos que trazem a repressão e a contenção social que me sufoca todos os dias.

Como ninguém pode viver numa bolha blindada para não ouvir/ler/falar os discursos que podem ou não ferrar com a cabeça e as convicções que uma outra pessoa tem, o jeito é respeitar e tolerar. Não me custa nada, sinceramente.

Se o status quo ordena que haja contra ataque quando leio algo que me ofende no padrão da minha vivência (não-binarie, branca, classe média, universitária), a melhor forma de se rebelar contra esse sistema é quebrar o ciclo vicioso. Pra que entrar em discussão, se há uma marca textual discursiva clara de que a pessoa do outro lado não quer ouvir?
(Só me incomoda quando vem em forma de xingamento, não precisa xingar a mãe ou mandar bebericar em algum orifício presente na anatomia humana pra validar argumento)

É aí que pode-se inferir: não importa a militância que sigamos, as ideias, conceitos, termos, toda essa parafernalia que o status quo aprontou em milênios de convívio humano = todos somos excludentes, todos praticaremos algum ato de pura babaquice para mostrar ao mundo exterior que somos passíveis de validação.

Porque é na validação de quem sou é que estou, certo? Nossa sociedade vive inteirinha no modo cartesiano "Penso, logo existo" daquele zezinho da matemática.
(opinião pessoal: Descartes também era bem babaca, assim como todos nós. Ele só foi mais reconhecido por TEORIZAR sua babaquice em público e ser aceito pelo status quo como normativa)

Essa chatice de textão é pra me lembrar e também para quem precisa, de que você ou eu não somos obrigados a nos definirmos conforme a normativa. Mas se quiser, tudo bem, não é algo catastrófico concordar com os acordos tácitos de convívio aqui nesse plano material que estamos perambulando. Não há problema algum.

Inclusive vou ter respeito e tolerância com as postagens babacas, com os comentários beirando ao catastrófico quadro de fobia e também a agressividade já tão presente em discursos de diversas manifestações linguísticas por parte das pessoas. Esse próprio texto aqui já tá desdenhando de quem não tem ideia do que seja os conceitos e palavras que mencionei. Eu possa estar sendo babaca pra quem não concorda comigo. Infelizmente a linguagem é a arma mais eficaz e poderosa que o ser humano teve a capacidade de aperfeiçoar para controle social, dominação e retenção de vivências.

Acostume-se com isso, é inevitável.

Não quer dizer que eu vá parar de tentar hacker a linguagem e me apropriar daquilo que é meu, minha identidade, minha particularidade, minha vivência, minha realidade, minha alteridade (E usar muito pronome possessivo é algo que não me sinto confortável, assim como ler que travesti não pode/deve ser não-binarie por trocentos motivos que se peneirar cai justamente na caixinha de categorização, dominação, repressão, eliminação). E de quebra ajudar quem precisa de uma orientação mais de boas sem cair na babaquice.

2017 tá aí, bora ser um pouquinho mais compreensivos?

Eu já tou sendo demais ao ler postagem babaca atacando o direito de se expressar e se representar das pessoas lindas que interajo aqui nessas interwebs. Tá foda ver isso transpor pra fora do ambiente virtual quando os tempos pedem por mais tolerância e empatia.

Conversem uns com os outros, ouçam, dialoguem, tenham ciência na cabeça e no coração que o pedaço de carne, nervos e ossos perto de você tem o mesmo sistema de funcionamento que o seu (emoções, sentimentos, ideias, modos de ver a realidade, tudo isso), só não seja babaca.

Tá aí uma boa resolução de ano novo: ser menos babaca com as pessoas que não concordam com nossas opiniões. Parece algo louvável que o status quo aprovaria né?
Afinal, estamos todos amarrados na mesma coleira.
(e se você ainda não se atentou disso, sortudo você é!)


28 dezembro 2016

Interlúdio - Rememorando o memorando

Antes de fazer a retrospectiva linda do blog pra esse ano f*****, vai o último interlúdio do ano.

Coloca aí na lista, seu dotô!
"Como você pode estar em depressão se você tem tudo o que quer?"
"Você é só uma menina mimada que não sabe o que quer e fica reclamando à toa"
"Você só está assim porque decidiu se afastar de mim"
"Você estaria mais feliz se tentasse ser normal"
"Monstro"
"Dissimulada"
"Prepotente"
"Preguiçosa"
"Só está triste hoje, daqui a pouco melhora"
"Não posso segurar a sua mão, porque as pessoas não iriam gostar disso"
"Gosto de você, mas você não é o suficiente. Tenta melhorar"
"Fria e calculista, egoísta incapaz de amar alguém direito"

E ao pesquisar direito sobre as pessoas que têm problemas parecidos com os meus, há uma constância bem bem chatinha ali no gráfico: relacionamento abusivo.

Ou atitudes expressadas em situações adversas que caracterizam a desnecessária força de vontade de algumas pessoas em me lembrar que não presto pra muita coisa, mas hey! Pras poucas coisas que me garanto sem humildade alguma, sou demais. Sou melhor que o esperado. Eu faço diferença.
É nessas poucas coisas que me asseguro a manter a Sanidade.
(E hail Cthulhu!)

Nelas que vou me manter, porque é nelas que faço coisas muito boas não só pra mim, pra quem está ao meu redor. Relacionamentos abusivos e amizades beirando o possessivo me ensinaram que quebrar regras que ninguém gosta de dialogar, ter curiosidade, ser pró-ative não é um defeito, é uma arma pra aguentar o tranco depois.

Estar ou conviver com alguém encaixado nesse arquétipo e estar em um estado alarmante de depressão pode ser uma combinação muito ruim. Dá m****, sério. Algumas pessoas que amamos/gostamos/afeiçoamos conseguem ser tóxicas quando ultrapassam a linha entre o "Quero cuidar de você" com "Quero você numa redoma" ou "Espero você disponível o tempo todo, porque preciso de muletas". Essa linha costumava enroscar no meu pescoço a adolescência toda, com alguém muito possessivo e rancoroso cuidando de mim (e eu tentando ser a melhor pessoa do mundo pra dar certeza a pessoa que ela não precisava surtar quando eu queria ser como as outras meninas - e aqui trato no passado, quando a heteronormatividade me fazia acreditar que ser uma menina normal, comum, típica da família tradicional era bom, era seguro, não ia magoar ninguém, ia ser até divertido #SqN). Eu gritava pros cadernos, nos estudos, no violão. Era a única forma de escape. Continua sendo.

Ali alguns pensamentos muito ruins iam se mesclando aos poucos aos pensamentos bons. Talvez eu não fizesse muita diferença entre as pessoas em que vivia, talvez a dor de não conseguir me expressar devidamente passasse, talvez não tava certo para amadurecer de vez. A oportunidade jamais viria. Amigos ciumentos, amores tão imaturos quanto eu, familiares em negação. Isso tudo enche a cabeça de caraminholas... Vai dando a impressão que aquela tabela de autossuficiência não vai subir nunca.

A depressão (bode amarrado na perna) é um dos fatores que mais ocasionam óbitos autoinfligidos (é como alguns especialistas intitulam pomposamente no eufemismo científico o suicídio), fazendo com que muitas das rotinas de prevenção e contenção precisem ser firmes e disciplinadas.

É como viver numa gaiola aberta, porque cismou que suas asas não funcionam mais. Incrível que com esse estado - aqui minha teoria do que me acomete em dias horrendos, é um estado, não um "ser depressivo" - vem oportunidades únicas. Aí que reside a vontade de ultrapassar as limitações e fazer por onde, mas autossabotagem é uma das coisas que mais me perturbam no processo.

Estar com o bode sintonizado para alguns pensamentos desastrosos faz parte, evitar que eles se tornem planos ou esquemas intricados de execução também é um esforço danado. Mas graças a ironia do destino, a letargia que nos acomete a cometer coisa alguma acaba frustrando o caminho entre pensar e fazer. É um lugar muito tênue de se definir.

Nessas horas que tem que ficar mais atento a vida é aos arredores: nada de alimentar os monstrinho alojados na cachola e muito menos deixar que comam sua vontade de viver, se afastar de algumas pessoas é preciso para autopreservação. O desequilíbrio energético começa quando você serve de muleta para outrém. E acreditem, ficar de muletas é um saco: machuca as mãos, os ombros doem, tenho esse incomodo em um músculo das costas que me fisga até hoje por passar muito tempo na muleta literal. A muleta metafórica faz o mesmo com quem está se apoiando firmemente nessa coisa, não entendo o porquê de certas pessoas cismarem em usar muletas por mais tempo que o devido.

As coisas mudaram desde então, muita coisa mudou muito desde lá. Não há motivos para se sujeitar mais a comportamentos destrutivos, não faz coisas quando não quer fazer, limita-se o repertório de charminho para ocasiões raras, se aceita como é, se torna esse trem que batizei como "aquele pedaço da letra de Rebel, Rebel"Entender que isso, todo esse aperto, não é parâmetro para ritualizar tortura psicológica - por conta da percepção errônea de alguém não esclarecido, de mente fechada e incapaz de sororidade - não é necessariamente a verdade para se tornar cânone. Na verdade não existe verdade alguma. E mesmo quando se vai questionar a verdade, vai ter o questionamento de se questionar tal coisa. Deixa no embrulho pra presente e toca a vida. Desapego.

Percebi que com o desapego muitos dos demônios ululantes nos meus ombros meio que pararam de pular e viraram números estatísticos. Yep, eu reduzo meus inimigos internos através de números matemáticos - posso saber ler os sinais e signos (linguísticos, não... ah deu pra entender!), mas não farei esforço algum em compreendê-los. E as estatísticas nunca mentem e costumam só me causar dor de cabeça quando há comparação de dados. Então, estatisticamente falando, não fui a única idiota em me relacionar com pessoas que mais me tiraram o sossego e sair pedindo arrego pro Pinel. É, bem assim mesmo no teor mais tenebroso da capacidade humana de fazer o outro sofrer e se automutilar psiquicamente por erros que não cometeu. É bom sair do micro e apelar pro macro. É bom entender que há certas coisas na vida que precisam ser feitas para serem revistas. Desa-fucking-pego.

Vai tentar conversar com alguém que esteve em relacionamento abusivo e não sabe que esteve, ou tá chegando a essa conclusão? É o que ando fazendo - ou as pessoas aparecem aleatoriamente, acho o máximo Universo mandando uns sinais bem assim estampados na cara - e graças aos deuses que me protegem, as estatísticas que tanto me incomodam, agora me confortam, dão uma saída da porta de ferro, sólida e enferrujada na qual estava me trancando quando era pra reunir confiança e vontade de ser feliz de novo.
(Singularmente chamada de conchinha do Gary)

Rememorando o memorando de 2015: desapego loading 99%.
Se até  o final do ano chegar aos 100% consegui me livrar de metade dos meus problemas.
(Aaaaaaand economizar o dinheiro que pago em terapia).

22 dezembro 2016

Zé Walter entalado


Apenas para deixar registrado:

Hoje, às 8h17 da manhã fui resgatar um gato pseudo-siames entalado na estante de livros.
O dito gato ficou com metade do corpo pra fora das separações da estante - que na verdade é um estrado de cama de solteiro - impossibilitado de sair na hora do nomnomz.

O que o gato não esperava era que eu no impulso iria tirar fotos dele nessa situação, maaaaaaaas recorri ao meu bom senso e não tirei. Vergonha alheia, basta a minha.

O gato estava bem p*** quando foi retirado do entalamento, mas comeu tranquilamente e reassumiu o posto debaixo do sofá com um ar compenetrado e desconfiado.

Tal fato me deu crise de riso no meio do busão. E provavelmente dará mais pro resto do dia.

Atenciosamente,

xx Gateira tr0ll xx

a ética internética de todo dia

Há um consenso meio doido que todo mundo stalkeia na Internet, oh well, se você não leu as 100 regras da Internet, saberás que tal prática é necessária até pra saber se a pessoa que é alvo de investigação tão apurada possivelmente pode ser um serial killer
Ou um engenheiro. 
Não sei qual dos dois é mais amedrontador.

Não stalkeie, pergunte logo pra pessoa o que deseja saber ou sei lá conviva com ela tempo suficiente pra nem precisar perguntar. Volta e meia as informações saem naturalmente. Oversharing acontece nas melhores horas, tipo na fila do RU.

Percebo em colegas que essa sensação de não saber é angustiante ao ponto de fazer romaria em perfis de Facebook, traçar rotas em redes sociais, buscar o máximo de informações que possam levar a alguma conversa ou satisfação pessoal sobre um determinado assunto. Ou se for interesse romântico, é de catar todos os detalhes antes de ativamente fazer isso com o consentimento da pessoa.

Como meu interesse primário nas pessoas de level superior ao meu costuma ser o Lattes (sim, sou superficial desse jeito mesmo, mas é precaução: se rolou coisa com áreas que não bico de jeito algum, fecha a aba do navegador, não desperdiça tempo), é lá que costumo passar um bom tempo, seja fazendo revisão de bibliografia da pessoa ou dando uma lida no que ela produziu cientificamente.

Não há nada de mal nisso, já que é  o meu trabalho como pseudo-bibliotecárie saber fontes e referências sobre os assuntos. Se a pessoinha que me interesso está enquadrada nessa premissa, ótimo! Metade do caminho pra perguntar o que ela acha sobre a atual conjectura política de apatia dos bibliotecários e se prefere uva passa no arroz. Bem simples assim #SqN

Minha reação exata ao fazer pesquisa exaustiva e o resultado vir
de um jeito que eu não esperava ter visto
Aqui no meu lado é a ética capitalista (conceitos contrários, yey!!): Apenas pesquiso exaustivamente Currículo Lattes ou se preciso recuperar informação que seja importante.

Pra saber signo, sorvete favorito, cor que mais gosta e se prefere o café com ou sem açúcar ou é uma pessoa adepta ao chá ou sua visão de mundo, prefiro tomar coragem, deixar a bigorna da vergonha cair na minha cabeça depois e perguntar logo. Se as oportunidades aparecem, são raras. Logo não vou ficar forçando o descobrimento de informações se aquilo exatamente não será relevante pra mim se não tiver o esforço máximo de sair da minha zona de conforto. E sou tímide pra cacete, demora até eu perguntar o que a pessoa acha sobre a vida, universo e tudo mais, mas coisas básicas como se ela tem lóbulo anexado, se nasceu os sisos ou se é canhota e tem língua geográfica. Esses tipos de perguntas são com um level moderado de convivência.
(então, quem convive comigo sabe que minhas perguntas são bem esdrúxulas assim, sem sentido aparente algum, mas pra mim faz total sentido!) 

Por exemplo, amiga tem um blog ativo pré-adolescente: aproveitei a piada e disse que ia atrás do link. Com o apavoramento imediato da chuchuzinha disse que não faria isso se ela não se sentisse a vontade. Eu poderia simplesmente ir lá e descobrir o link e ler tudo o que ela escreveu com sei lá 14/15 anos, mas não, é mais legal sentar com ela na cachoeira ou no chão do quarto bebendo vinho barato e comendo batata, ouvir os causos absurdos da vida naquela época dela do que vasculhar em cada canto da web sobre isso.

A gente passa muito tempo se enfiando em lugares que não tem propósito de o que fazer com a informação após o sofrido percurso de garimpo. O que adianta fazer uma pesquisa exaustiva se depois não sabe aplicar o conhecimento?
(E na minha área tem uma chatice de dado que constitui informação que produz conhecimento)

Onde entra a ética nisso? Bem, é o saber como manejar isso de forma em que não cause nenhum prejuízo pra pessoa e também pra você também. E saber respeitar o Outro com o limite/fronteira entre o que se deve saber o que se pode descobrir.

Sabe o Grande Irmão? 1984 me ensinou tantas coisas, gente!

E refletir sobre todo esse esforço maluco de catar informações daqui e dali para se obter um fato concreto ou se de acordo com o timbre da voz da pessoa é possível associar com o gosto musical dela.
(não gente, não é possível descobrir essas coisas assim, mas se por acaso em um artigo ou capítulo de livro que a pessoa tenha contribuído tenha um rodapé com a letra de uma música da Bjork ou Rionegro e Solimões, isso vai me sinalizar algo importante)

O trem da palavra stalker também é pesado. Amaciar essa prática nefasta com os níveis toleráveis e de ser politicamente correto pode ser um tiro no pé lindo. Ou um processo de assédio se a coisa ser invasiva.
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Fui movide a escrever esse texto ao perceber que meus blogs de preadolescente foram há eras deletados, o fotolog vergonhoso também, meu Lattes tá jogado às traças, há pedaços meus aí pelas interwebs, mas meu main default é deixar tudo concentrado aqui, pra zoeira ser maior e também ter uma organização no que faço de bom ou de ruim.

Até porque isso me consome tempo. E tempo é dinheiro.
O meu tempo já é desperdiçado demais com coisas que não produzem dinheiro (tipo 3 a 4 horas enfurnada em ônibus, terminal, fila, trânsito), logo a deliberação final se resume a isso.

E de me sentir com vontade de realizar um stalking básico, mas aí volto a premissa lá tão pegajosa em sua essência: tempo é dinheiro. E tenho bem pouco dos dois. 
(E respirar fundo e conseguir até final do ano pelo menos a informação de quais bandas a pessoa gosta de ouvir - não consegui em tempo hábil, logo semestre que vem há mais oportunidades!)

Disclaimer póstumo: eu falando de ética nas interwebs, mas sacaneando a torto e a direito o povo da engenharia, lalalalalalalalala...

11 dezembro 2016

[conto com angie] hora do chá


Título: Hora do chá (por BRMorgan)
Cenário: Projeto Feéricos.
Classificação: PG-13.
Tamanho: 1.010 palavras.
Status: Completa.
Disclaimer: Esse conto faz parte de algum rascunho perdido meu do Projeto Feéricos que vocês podem ver os pedaços sendo costurados aqui nesse post [x]
Personagens: Kristevá Todd, Raine, Angie, Tobby

Algumas coisas na vida mudavam. 
E outras coisas continuavam as mesmas. 

Angie observava a cena com um leve sorriso no rosto ainda marcado de tinta guache, canetinha hidrocor, a maquiagem meio borrada pelo turno vespertino na creche comunitária onde fazia voluntariado apenas pela merenda e nada mais.

Seus olhos cansados passeavam minuciosamente pela cozinha do hotel, aquele gigante animado de forma grotesca em seu entender, como um construto despedaçado e rebocado em cada pedaço e andar do prédio. Já havia se desentendido com o tal hotel (Ou seja lá o que o mantinha "vivo") e agora, exatamente naquele instante percebeu que tinha um cúmplice de intrigas.

Nesse caso, de sacanear a chefia o máximo possível.

O fogão que nunca pegava na primeira acendida de fósforo estava perfeitamente funcional. Aceitando o fundo da chaleira sem balançar e espalhar a água quente e apagar a chama ou queimar quem estivesse por perto. O segundo bocal enorme para panela grande nem cismara em se acender e causar um pequeno incêndio. O forno é que mais surpreendia, não jorrou nenhum objeto chamuscado, deixou um fedor empesteante de gás e muito menos fazia um barulho horrendo após alguns minutos aquecido.

A cozinha do hotel estava colaborando com a Rainha dos Feéricos, mesmo ela odiando esse título e o evitando como dava.

A observadora não tão distraída na porta da famigerada cozinha mortífera coçou o queixo com uma casquinha de guache seca, o sorriso cresceu ao ver o gesto pequeno de carinho trocado entre as duas ocupantes do pequeno espaço, o simples mover harmonioso de se dividir as tarefas, uma mão que complementava a outra, uma ação ainda não feita, mas pensada já sendo executada, a sincronia entre movimentos, e os fios prateados. Urrum, lá estava os dois, tão entrelaçados um ao outro que mal conseguia distinguir onde um começava e outro terminava.

As duas pessoas não percebiam nessa ótica, estavam entretidas em fazer o ritual do chá da tarde e terem o momento silencioso de desfrutar a companhia uma da outra sem precisar tratar de negócios do Mercado Proibido ou de Quimeras rebeldes. 
- Abro esse pacote aqui ou...? 
- Abre dois que a menina chega esfomeada, como sempre... - riu Raine para a dificuldade em que Kittie tinha em abrir a embalagem de biscoitos. Angie quis intervir como sempre, dar sua opinião ferina era algo automático de sua índole, mas ali, naquele lugar, ela não iria interromper o que estava acontecendo. 

Os fios prateados sempre diziam o caminho.

A música na vitrola na sala da sinuca mudara para uma balada dos anos 80, algo bem melancólico de letra ambígua, mas que fizera muito sucesso na época (Angie lembrava disso muito bem, viveu intensamente os anos 80 como uma adolescente eshu que se orgulhava). Para Angie, a música era um código universal de alcance ilimitado aos corações, não importava como. O fato da vitrola pertencer a Raine e estar tocando sucessos dos anos 80 era algo a se relevar: a chefia não deixava ninguém tocar em seus pertences, muito menos mudar aquele disco pegajoso de música barroca, de concerto, sem letra alguma e tediosa depois do terceiro minuto. 
- As torradas estão prontas, chá também, faltam as sementes e o querido voltar com a geleia e manteiga... - organizou Kittie em seu modo metódico de viver a vida, sempre se disciplinando para não esquecer nada. Raine riu novamente, se aproximando da pessoa mais alta e tirou uma xícara de seus dedos sempre trêmulas. 
- Relaxa... É só um chá da tarde, estão todos acostumados com a bagunça. - O rosto de Kittie se contorceu em preocupação, mirando bem a xícara retirada de sua mão, os óculos de armação tartaruga escorregaram um pouco do gancho do nariz para serem ajeitados por Raine inconscientemente. As duas trocaram olhares novamente e riram. 
- É só um chá... - repetiu Kittie com certeza, a mão de Raine tocou seu rosto e a preocupação se desfez rapidamente. A troca de olhares foi confusa, Raine para a cicatriz ainda se curando no lábio de Kittie, esta focando sua atenção e miopia no topo da cabeça de Raine. 

Foi quando Angie percebeu no que Kittie também via, soltou um soluço de surpresa pela descoberta e atrapalhou o fluxo de energias que a cena doméstica produzia no ambiente (E pro hotel ter ficado a favor disso era porque as energias eram realmente poderosas). 
- Oh Angie, já chegou? Não pegou até às 18h? - disse Tobby chegando com sacolas de compras no seu andar desequilibrado. O momento ali se dissipou, Kittie foi supervisionar o forno, Raine pegou um pano de prato e o amassou nas mãos com certa violência. A interrupção não era nada perto do incômodo da dona do hotel ser vista em posição tão vulnerável. 
- Gurizada foi pro flúor e escovação de dentes, então... - Angie deu de ombros e refez seu jogo para amenizar a tensão. - Tá fazendo biscoito, é? 
- É bolacha. - provocou Tobby, ela abanou a orelha demonstrando o quanto se importava. 
- É semente de abóbora caramelizada... Receita básica de Dia dos Santos... - explicou Kittie abrindo o forno e tomando cuidado para tirar a travessa com o doce marrom e de aroma característico entre amendoim torrado e açúcar queimado. 
- Dia dos Santos é semana que vem, não? - Angie ajudou Tobby a tirar as compras e separar na bancada de mármore da pequena cozinha, Raine continuava em silêncio, observando bem a tarefa de Kittie com a travessa quente e uma espátula de teflon. - Pode pegar um teco? 
- Espera esfriar que vira torrão, calma. - Kittie avisou mantendo a travessa longe da menina eshu.
- Obrigada Tobby pelas compras... - Raine agradeceu polidamente e pegando com cuidado as bandejas com chá, biscoitos e utensílios.

Saiu graciosamente pela porta da cozinha e encaminhou-se para a sala da sinuca. Kittie brigava com a espátula, Tobby ajeitava as compras nos armários e Angie percebia que o fio prateado de Kittie e Raine lentamente se afinava para finalmente se separarem, cada um de seu lado.

projeto verão quebradeira 2017?!


Querida entidade do panteão que não gostaria de citar tanto em meus escritos,

Não lembro de ter assinado nenhum contrato ou aceitado algum termo de consentimento, mas tá parecendo que há umas forças estúpidas aí movendo uns palitinhos e enfiando em alguma trama da tapeçaria que as fiandeiras tão gerenciando desde meu nascimento.

Encaminhei algumas reclamações na Ouvidoria do Olimpo por conta da incompetência de seu amado filho e colaborador vitalício, e também outra queixa enorme para o Departamento de Marketing de seu setor por fazer propaganda falsa durante 29 anos. 
(Amor é legal, Amor é sensacional) 



Tá na hora dessa gestão aí mudar, deixa alguém mais capacitado gerenciar os processos (teu meio irmão mensageiro parece um candidato a altura, esquece teus dois maridos, eles são babacas), vai tirar férias, vai pescar. Leva o pirralho míope contigo.

Já me foi jogado na cara algum tempo atrás que todo tipo de Amor que me envolvi seria e é um exercício pro teatro da vida (E já que estamos falando de mitologia e tragédia grega, oh divina!) e que definitivamente eu me sentia mais no backstage do que sendo protagonista.

E no backstage a gente puxa as cordinhas (a falsa noção de controle) , mantém o camarim livre, faz as trocas de roupas, ajuda na logística, não tem pretensão alguma de decorar falas e ir pro centro do palco.

Centro do palco é um horror. 
Há holofotes demais, muita encenação e pouca improvisação. E eu vivo praticamente disso. 

27 novembro 2016

[conto] a música do diafragma


Título: a música do diafragma (por BRMorgado)
Cenário: Original/Cotidiano - Nova Orleans.
Classificação: 18 anos. (linguagem inapropriada).
Tamanho: 3.412 palavras
Status: Completa.
Resumo
N/A: Como não largo as vibes de Nova Orleans e aproveitei o cenário que já tenho (Felicidade Adormecida, em breve um link prestável) para colocar essa pequena peça de diálogo. Faz parte desse cenário aqui também [x]
Trilha sonora:

 - Cê sabe que minha visão lá é lá boa...
 - Quantos anos você tem, moleca? - dou de ombros, o velho do meu lado parece irritado.
 - Pede pro guri ali, ele tem mais noção nessas coisas que eu, oras! - aponto para o primo do Cavillar, um adolescente chato que colou no grupo esses dias. Ele deve ter um olho melhor que eu, isso com certeza.

Fantasias de Mardi Gras não eram meu forte, vou ser sincera. Gostava muito da festa, demais até, como qualquer pessoa nascida aqui honra as calças que usa com a barra suja da lama do Mississípi, mas sinceramente a tradição das fantasias me assustavam. Culpe o catolicismo traumatizante na minha vida de viciada, qualquer coisa muito colorida e que trazia alguma simbologia cultural me fazia querer correr na direção oposta.

Vai ver que é isso que não gosto tanto de entrar nas casas de memória ou nos museus. Muita simbologia para decifrar. Ah! Ironia do destino: estar com alguém que é expert nisso. Que classifica essas coisas... culturais... sei lá o nome pra isso, sempre achei que ela tava zoando quando me disse que trabalhava em uma reserva indígena no oeste fazendo catalogação de objetos usados por índios há um milhão de anos atrás. Tá, um milhão não, centenas de anos atrás. Ela explicou umas outras coisas também que não consegui acompanhar, meu cérebro virou pudim depois desse último verão e a abstinência tava queimando o restante daquilo que eu já não tinha, então ficava assim: eu escutava, mas não entendia bulhufas. Ela na paciência infinita, me explicava de novo. A gente fazia umas comparações com as coisas aqui da cidade e aí nos entendíamos.

Melhor isso que aquele silêncio péssimo que tanto odeio.

Tava no semáforo quebrado da St. Charles essa semana (ou era hoje de manhã?), parada como sempre, esperando o verde aparecer. veio de novo, como quando eu percebi quando criança, compasso 4 por 4, valsa, rock, um pouco puxado pro country, deu para seguir o compasso com a cabeça, mas tinha que atravessar a rua, ir para o Centro Social, dar palestra sobre teoria musical, o ritmo do semáforo foi perdido. Antes isso me dava muita raiva, assim de surtar, mas agora como a medicação tinha voltado ao normal dava pra segurar a explosão de humor. Do 8 ao 800 em poucos segundos, agora demoravam horas. Seja lá o que colocaram na mudança de pilulas, nem sentindo dor no estômago eu tava mais.

Oh! Sim, palestra! O basicão pra garotada. Nada muito aprofundado, um pouco mais puxado pros sopros e as latas, eu queria achar um ali que entendesse de cordas, umzinho que respeitava o sagrado violoncelo, mas nadinha. Tudo vidrado na tradição do latão com o trio que a Big Easy perpetuou como a verdadeira música americana. Isso me cansa também, entendo só da teoria dos latões, não da espiritualidade. Pra tocar um trompete, um sax, uma tuba tem que ter a alma grudada na porra do latão, como uma parte do teu pulmão ali arfando, é essa a filosofia dos mais velhos. A única coisa que consigo sentir isso é com um cello no meio das pernas.