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24 fevereiro 2017

o santo que não existe, o publicitário e o do consórcio

Esse post tá atrasado uns 10 dias, mas vai mesmo assim!!

Há esse meme que brasileiro deveria ser estudado por conta das absurdidades que conseguimos produzir tão bem (pro bom ou péssimo lado) e por ter passado a data especial para o resto do mundo ocidental - hello dia de São Valentim? - ia ter brasileirice no meio né?

Ao pesquisar sobre a data em específico, indo nos lugares mais óbvios possíveis pra depois aprofundar os dados - até porque não tenho interesse em escrever uma dissertação sobre, logo não vou procurar artigos na Web Of Science, pow! Esse é um blog informal, pelamoooooor - descobre-se o origem do feriado mais romântico do planeta Terra. Ou não, depende do ponto de vista.

São Valentim era supostamente um padre/bispo romano gente boa que ficou conhecido por celebrar casamentos mesmo após a proibição do Imperador Cláudio II por alguma razão idiota. Senta lá, Cláudio!
(Sério? Quando mais gente sendo produzida, mais força de trabalho escravo, romanos? Vocês eram loucos mesmo!)


Valentim foi preso, sentenciado a morte (porque romanos não sabiam fazer mais nada além disso e micareta no coliseu... Oh oh!! Pavimentação de ruas!!) e pessoas apiedadas pelo pobre cara jogavam flores, bilhetes e orações para ele partir em paz. Não sei quanto era dos bilhetes, já que no mundo antigo era raro alguém da classe mais pobre saber escrever, mas bem... Vamos relevar a Wikipédia, porque ela salva! 
Ela e o Ctrl+S!


Aí o Valentim foi morto de algum jeito especial que os romanos deveriam gostar e após fazer algum milagre aí, Igreja Católica canonizou. O legal é que não tem registro disso em lugar algum, nem que na época do Carlinhos havia um bispo chamado Valentim.

A versão em inglês do artigo da Wikipedia¹ é tão mais lindo que dá pra entender a precariedade de informações sobre o suposto santo. Tem pelo menos 4 Valentins na mesma situação, que morreram em épocas diferentes e faziam os mesmo esquemas, e tem sincretismo com uma festa pagã romana chamada Lupercália que caía na mesma época. A máquina de marketing da Igreja Católica Apostólica Romana sempre me impressiona!

14 de fevereiro ficou pra ele no calendário insuportável de feriados católicos de 365 dias (Aliás, sabia que existe um santo para CADA dia do calendário? O panteão católico é uma máquina de fazer feriado, adoro!) e sendo assim a marca registrada de ser o Dia dos Namorados veio daí.

Aliás, o feriado foi descontinuado em 1969 pela Igreja, por conta da falta de comprovação quanto a existência do benedito, quer dizer do Valentino, mas a tradição perdura. A indústria de cartões e ursinhos de pelúcia adoram, creio que as de chocolate também.
(BTW 1969? Tipo, homem à Lua, volta dos sidhe para Arcadia, isso dá um plot lindo pra Changeling que...)

Mas o que tem a ver Santo Antônio? Não sei, tou pesquisando ainda e não achei nada de relevante para acrescentar no dia.

O jovem inquieto como Agostinho, ganhou o notório título de santo casamenteiro - porque atribuir isso a um cara que fazia consórcio para angariar fundos pra nobreza do clero é uma ótima ideia. E o cara era intelectual do baraleo. Com um santo guiando, menino JC no colo, ovelha do outro, Santo Antônio recebe a maioria das preces até hoje pra arranjar a metade da laranja, a tampa da tabela, vocês entenderam... Óbvio que tenho que postar NOVAMENTE o stand-up que mais adoro no mundo:


No resto do mundo, porque aqui no Brasil não entramos na brincadeira do possível sincretismo com religião pagã (diga algo que não saibamos, ahem) e santo fictício. Mas por que não? Por que somos espertos o suficiente nessa educação cristã-judaica a entender que contestar uma data do restante das outras datas no calendário de feriados católicos seria o mais ético a fazer? Procurar mais fontes? Não cair nessa? Nope.

Foi marqueteiro nos esquema.

João Doria era o nome do publicitário que cunhou o 12 de junho como Dia dos Namorados aqui no Brasil em 1969. Com a profunda consciência que deve ter sido abençoado, ele fez campanha para sua empresa para homologar o dia 12 de junho como Dia dos Namorados porque era o dia antes de Santo Antônio - que é o santo casamenteiro da mitologia, oooooops do canônico católico apostólico romano. Não foi por causa de um buraco no cronograma anual de altos e baixos de vendas no comércio, não, não, imagina.

Vamos também não relevar o fato de João Doria ser pai do atual prefeito de São Paulo que pelas suas últimas notícias já mostram o quanto a família é honrada em suas ações e palavras. E que são super generosos e cheios de amor pra dar.

Resuminho da ópera: adoro você, Capitalismo dos Ínferos!

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N/A:
¹ - "É pseudo-bibliotequere e pegando artigo da Wikipedia?! Tem vergonha não?" - escuta aqui, por acaso esse blog vai pro meu Lattes e botar estrelinha da Scopus na minha testa? Há algum interesse sumário em fazer verificação de fontes bibliográficas de tal assunto? Só tou dissertando bobagem sobre um dia que obviamente foi fabricado, gente. Tou levando nada disso a sério não...
Ps: Wikipedia ruleia, julguem-me!!


13 fevereiro 2017

[eu não sei fazer poesia] testando 1,2,3...

Faço uns testes por aí
Uns mais sofisticados que os outros
Uns mais delicados
Oa resultados costumam vir imediatos
Uns testes aí
Pra não esquecer que viver é bom, navegar é preciso
(viver não é preciso, Fernandinho?)
Faço uns testes assim bem toscos
Aprecio mais que o devido
Tenho não muitas surpresas
Mantenho os relatórios
Nunca se sabe quando se precisa dos dados perdidos
Durmo menos que antes então
Não é por falta de sono, de cansaço, de lentidão
O mundo não me deixou respirar depois do safanão
É difícil
É uma pena manter o ritmo da música
Quando não se tem mais a partitura na mão
Às vezes faço uns testes pra ver como é que é
Você sem você como qualquer um outro ser humano normal
Quando se tem poucas horas pra si mesme
Quando se tem horário pra não se reprimir
Os testes que andei fazendo
Sempre acabam quando lembro de você
É batata o resultado quando tá doendo
Não tem onde mais a ferida crescer
Já fiz alguns testes, desses de desanimar
De te tirar de dentro do meu organismo
Pro sangue afinar e calibrar o que precisa ficar
O teste bem sucedido já foi, não tá mais doendo (mentira)
Mas aí lembro que há sempre algo a testar
Uma trilha, uma pedra, um canção, um fio prateado cortado antes da hora
Faço alguns testes por aí.
Ajuda a não cair mais no real momento
Deixa a vida seguir normal, é assim quando se tem ainda um tormento
Faço testes todos os dias
Parece que são mais
É um desafio vencido do absurdo
Um controle a menos na paz
O último teste que fiz foi até eficácio
Tinha mais etílico do que glóbulos vermelhos em minhas veias
E uma pergunta repetindo na cabeça
"Por que ainda se importa?"
Não vai ser o último teste, com certeza nem mais o primeiro, provavelmente será um intervalo junto ao interlúdio aqui.
Às vezes tentar dói mais
Do que se aprende

12 fevereiro 2017

bruxometria

Sonhos estranhos com detalhes de ontem:
Zé Bunito (pseudo siamês que tenho) se perde em uma fazenda meio assim estilo Tim Burton, extremamente sombria e de curvas em lugares nada a ver, mas de um colorido de machucar a retina.

Ele bebeu água de um riacho que o transformou em dezenas de versões dele mesmo, só que pequeninho e em cores mais escandalosas ainda. Lá vou eu caçar todos os Walteres (esse é o nome oficial do gato, mas ele só atende com Zé) e derrotar os contratempos que a fazenda tem pra me fazer perder eles de vista.

Numa dessas de ajuntar a gataiada arco íris perto de um celeiro (Ou era moinho? Dava pra fazer piada com Dom Quixote de boas) uma nuvem roxa carregada de raios e soando trovões chega, estaciona ali e já sei que é treta na certa. Peço pra gataiada se esconder no celeiro e ficarem quietinhos pra despistar seja lá o que vem na nuvem.

Desce uma senhora em vestimentas mais que espalhafatosas a la feiticeira do Castelo Rátimbum, pega um dos Walteres antes dele se esconder e está pronta pra abrir a boca para devorar o coitado.

Eu, babaca no meu modo, grito:
"Cê vai cumê meus gato non, tia! Pego meu breguete, taco na tua coisa, e te penabundeio!" - Sim, essa é uma das frases mais emblematicas que consegui dizer em sonho.

A tia devoradora bota o mini Walter no chão, cruza os bracinhos na frente só busto avantajado e responde:
"Tá achando que minha cara é o quê?! Eu faço contagem de gatos em periódicos!! Nem quero saber de conteúdo de qualidade ou relevância científica do tema, faço bruxometria."

Rio tanto, mas tanto que o sonho se interrompe comigo acordando gargalhando na cama com essa de bruxometria.

Juro pra vocês que não comi nada estranho, não usei dorgas e estava devidamente hidratada na hora de dormir.

Bruxometria, é esses trem biblioteconômico me perturbando até nessas horas. Ah! Zé Bunito está bem, no último sono ali na sala,nenhum spell louco ou damage.

Voltando a estagiar com Morfeu, com licença.

07 fevereiro 2017

intervalinho sobre a tal da caridade no estágio obrigatório

Gente, uma coisinha que esquecem de plantar nos nossos coraçõezinhos biblioteconomisticos quando estamos na graduação, se for fazer estágio obrigatório, dê preferência pela biblioteca escolar ou comunitária da sua comunidade. Mesmo que não seja tua área, mesmo que você não goste de mexer com gente, se deixe ter essa experiência, preste mais atenção em como nossa profissão faz a total diferença onde a gente mora.

Não cai nas ideias que isso é "caridade", você tá ajudando quem algum dia vai pagar teu salário seja lá onde você estiver empregado, cê tá ajudando quem passou o mesmo aperto com falta de investimento em educação e cultura quando você era criança. Você tá fortalecendo um link tão forte que é provável gerar muita coisa bacana a partir da iniciativa. 

Faz por onde.

Biblioteconomia sem vivência em comunidade, sem conhecer gente, sem ajudar a galera se empoderar com a informação e cidadania, isso não é o que estamos lutando todo santo dia dentro de sala de aula.

Caridade biblioteconomistica é bambambam com 5 ou mais dígitos de salário no mês "doando" tempo pra descer do salto e subindo morro pra atender comunidade carente (o que é raro, sabe?).

02 fevereiro 2017

saindo dos trilhos para voltar pras trilhas


Voltando da Gira de começo de ano na praia dux Campechex e me sentindo renovade. 
A Roda voltou a girar e todo temor que deixei aglomerar no meu coraçãozinho rude, meio que se dissipou.

Meio porque vivo demais no pragmatismo, e já que meta-meta é a meta pra se manter no equilíbrio, aceito o chamado das boas novas novamente.

Plus, hoje me visitaram em sonhos e deram uns toques sobre como era pra voltar estudar, mas as três décadas de porrada me ensinaram que tá na hora de deixar o papel e lápis de lado e começar a vivenciar. Me lembraram que não preciso provar nada pra ninguém, não preciso pedir nada pra ninguém, apenas sentir. 

(Obrigade você que me fez desviar um bocado, às vezes os desvios é que fazem a gente ter mais maturidade e certeza do que quer, um muito obrigade, viva feliz) 


Agora é fazer alguns ajustes na rotina e adicionar novamente a incrível quarta-feira de volta, porque quarta é AWESOME, sempre foi e eu tinha esquecido disso.

Bejaaaaaaaaaaaaaaas, bas noche e muito axé e luz azul.





brb que não peguei no tranco



[EDITANDO: A força começou a aparecer hoje dia 02/02, eita coisa linda!!]

2017 já começou, mas o meu metabolismo não tá andando bem pra dizer que é um novo ano de um novo dia de um novo tempo (lalalalala).

Voltando no engarrafamento da SC pra subir pra casa, contemplando pela janela do busão - modo mais interativo de se filosofar coisas - percebi que a vida de escriba em projetos de curto prazo pode até ser menos estressante, mas um bocado perigosa. Porque meus short terms estão com data já marcada e me sinto como se entre os dias não há muito o que fazer.

Aquele tesão de aprontar novas coisas e ir atrás de possibilidades estranhas pra carreira futura? Nope, parece que foi embora com a empolgação de querer mudar o sistema. Até com algumas discussões da categoria não me sinto a vontade para refletir, reprogramar, sintonizar. Tá osso.

E nem é o bode amarrado na canela, é o slow down de não sentir mais a vivacidade de enfrentar aborrecimentos. Creio que com os 30 chega a falta de paciência de ter paciência, fui pega nesse caminho.

Quanto aos projetos acadêmicos, estão de fucking molho forçado, os de representatividade estão indo devagar, minha vida social se baseia em ir pro estágio, voltar pra casa, assistir alguma coisa no PC, dormir. E gatos. Estou tendo momentos preciosos com os dois. Mesmo assim, tá faltando alguma coisa que não consigo saber de onde vem.



Talvez passar muito tempo fazendo trabalho burocrático esteja me deixando mole e sem perspectiva. Talvez a possível - torcendo que sim - volta para biblioteca ajude com a empolgação restaurada. Eu sinto falta de atender gente e ajudar no que dá, parece que ando em círculos pra mostrar validade alguma em tabelas de Excel. Isso dói o ego um cadim, o orgulho de ter escolhido essa profissão vai meio que embora quando não me vejo atuando como deveria.

Deve ser a morosidade das férias. 
Espero que não seja mácula de idade.


Tou esperando sinal de Rangs pra me levar de volta às estantes e as bagunças diárias de bibliotecas, estantes, pessoas e alunos. Tá fazendo falta. Muita. 

26 janeiro 2017

supercorp trash

Apenas deixando esse registro.
(Porque eu sei que vou voltar daqui alguns anos e desconfiar de onde veio o padrão...)

SuperCorp trash, presente aqui!





23 janeiro 2017

cristandade mutiladora

Reitoria, pessoas perdidas, "Onde é PRAE?", indico o lugar, vou junto (Vai que se perde né?), pessoa pergunta se já consegui algum beneficio estudantil com a PRAE, se é difícil conseguir, dou de ombros, quando tentei havia a regrinha do "se já tem 1 faculdade, nopes, cê não entra", mas tá valendo, muitos colegas comigo conseguiram, tão indo como dão, tão fazendo por onde.
Pessoa pergunta o que eu faço nessa escola, acho engraçado o uso da palavra, digo que sou do CED, ali atrás, prédio alto lá nos fundos, curso legal que faço, Biblioteconomia, pessoa não entende na hora, "é pra cuidar de gente e de bibliotecas", pessoa entende e sorri, agradece pela ajuda, diz que vou conseguir essas coisas da PRAE com o poder do sangue de Jesus.

Me encolho.
Dou meio sorriso, um tchauzinho, desejo um bom dia e "se cuide!".

Não quero "sangue de Jesus" envolvido, nem metaforicamente falando. É estranho, é intruso, é violento, me soa ruim e o que custava apenas dizer "se cuida também". Eu quero me cuidar, desejo isso pra todo mundo que passa por mim, cuide-se você também, tenha bons pensamentos, viva intensamente, seja feliz acima de tudo, não assim desejar que em nome de alguém que não acompanho muito (Ou pelo sangue dele, seja lá o que deva significar pra galera cristã).

Sei que não vou conseguir esses trem da PRAE, porque há a regrinha do ter feito já uma faculdade, mas mesmo com esse encontro aleatório com pessoa que jamais vi na vida, ainda me encolho.

Não quero conseguir nada na vida através do pensamento nos fluidos de uma pessoa talvez (Por que sim, por que não?) imaginária. Era mais fácil dizer que a Força estava comigo, sempre. Cresci com a máxima daquela cartinha linda pra galerinha maneira de Corinto (Que aliás, fica na Grécia, perto de Atenas):
Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? 
(I Coríntios 3:16)

Crucifixos me incomodam. A forma de retratar Jesus Cristo nos filmes de Páscoa e todo festival de martírio, dissecação e mutilação pra "salvação". Não me inspira nada ler um livro que termina no sacrifício de um cara bacana e gentil que pregava sobre o Amor e talz sendo severamente punido pelos romanos. Mesmo que seja historicamente refutável. Mesmo que seja estranho.

Tem muita coisa na simbologia cristã que não me desce mais por ser baseado em uma noção de vida de pura submissão e "é, méh, pode bater na outra face". Esse não é propósito de um ser racional aqui nesse plano terrestre, não pode ser só isso: ser servente de uma entidade imaginária.

Também não me sinto confortável quando dizem palavras assim, como se fosse o mais natural possível, sendo que carrega toda uma subjetividade dentro e fora, "sangue de Jesus", véi, sério?! Cês reclamam de religião que sacrifica animais como parte de ritual, mas continuam usando "sangue de Jesus", retratando ele pregado medonhamente em crucifixos, ostentando a tortura dele nos altares das igrejas e em suas palavras diárias de doutrinação. Isso não tá certo, viver a vida com medo da dor dos outros não é certo. 

Custava falar: "Que o sorriso de Jesus te ilumine!" ou "Que a sabedoria de Cristo guie teus passos!"? - assusta menos, ajuda mais, faz bem pro mundo. Não o sangue dele, metaforicamente ou literalmente dizendo.

melhor agora, obrigade


Podia ser pior.
Tá melhor.
Tinindo.
Tudo nos trinques.

Agora, alguém pode me tirar essa cena repetindo na minha mente depois de passar tão mal esses dias?