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12 julho 2020

expectorantes

Ainda me surpreende quando pessoas tem alguma expectativa sobre minha pessoa, gente eu nem esperava chegar aos 30 direito, ultimamente só tou aqui para tirar o CRB, ir pra um interiorzão afora, ajeitar uma biblioteca escolar da vida e ser a tia Elza da referência forévis nesse lugar.

Não tenho grandes aspirações ou expectativas justamente por não corresponder a maioria das vezes quando alguém demonstra interesse em saber o que quero fazer da vida. Sou bem lugar-comum e monótono nesses tréco, então já pra deixar bem óbvio, é isso aí em cima.

Ah! E manter meus pontos de sanidade no 1d20 que tirei desde que nasci. Minha saúde mental não troco por nenhum sonho, expectativa ou projeto aí não.

Teje dito.
Voltemos a programação normal.

10 julho 2020

os sem-tomas

Há coisas bem interessantes que a pandemia está me fazendo refletir intensamente - acho que todo mundo nessa pandemia - e estar de cama por conta de outra moléstia, me deu sensações extras de como rever muitos aspectos da vida.

Por exemplo a palpitação constante.
(Não leia abaixo se você não quiser ter imagens gráficas. É o que eu faço quando me sinto ruim fisicamente, eu descrevo pra ver se o mal que está assolando vai embora. Vai que dá certo)

04 julho 2020

o Tempo e o tempo

Ocorreu que em algum dia nublado naquele auditório da universidade dos Stormtroopers uma aula de literatura seguia com a excelente explicação sobre tempo e narrativas. Você veja só, o Tempo dito pela capeta-lismo é uma incógnita de 24 horas, 7 dias por semana condensada em 44 horas semanais de trabalho forçado para manter a máquina pulsando e jorrando óleo pegajoso na geração seguinte. Foi-se assim que na discussão entre as diferentes narrativas entre a africana e a ocidental, descobri que o Tempo era uma convenção não tão estabelecida assim.

Eu sempre tive a percepção dele em relação ao meu corpo como um eterno jogo de coelho branco da Alice no país das maravilhas - o camarada que vivia atrasado, sabe? - então desde que me entendo por ser autômato na máquina oleosa, o Tempo significou muito pra mim, ainda mais na questão de NÃO perdê-lo.
Creepy as fuck já te isso internalizado desde meus 11 anos.

Então naquela aula, ao quebrar esse paradigma que eu defendia com unhas quebradiças e dentes molares, saía das aulas com a impressão de que a Vida era um trem tão bizarro que eu deveria parar de contabilizar ela de alguma forma. Funcionou por um tempo, até a máquina oleosa cuspidora de peças me dizer que tava errada. Ela te engana fácil.

Tempo cortando as asas do
Cupido (1694), por Pierre Mignard


O Tempo em si pode variar em vários momentos da vida, os meus tem sido perceptíveis na mudança de ritmo em tempos em que fico doente, ou quando arranco aos poucos (aos murros ou com um canivete enferrujado) uma flecha desviada que o guri estrábico e sem noção, filho daquela que não deve ser nomeada no panteão helênico - que é totalmente oposto da explicação de narrativa que me livrou de protocolos em pensar o Tempo como um ser apressado, angustiado e devorador de seus filhos. Na doença, no desamor e na medicação forçada percebo que isso tudo cessa e um novo ritmo bizarro de vida se propõe sem pedir licença alguma. Apenas chega. Eu que me vire para tentar me adaptar.

28 junho 2020

cada um com seu jeito de se remendar

Ano Novo foi uma promessa que eu já tava devendo há eras pra mim: ter mais paciência comigo mesme.
Em todos os sentidos. 
E obviamente, por último, não mais importante, meu corpo decidiu colocar a plaquinha de prioridade over9000 pra me assustar de jeito.
Conseguiu. 
Nunca fiz a proeza de chegar a uma anemia beirando profunda e um problemão interessante que tem que ser resolvido com o quê?
Hormônios. 

A vida já tava péssima, agora botar mais química no caldeirão foi o toque final para me jogar de novo naquele poço vazio, onde Samara não se encontra. 
(Minina onde se encontra?)

De cama por 14 dias, nada de esforço contínuo, ingerir alimentos que recuperem parte do sangue que ando perdendo nos últimos dois meses, decisões e situações a serem reavaliadas, conchinha do Gary.

Mas devo dizer que mesmo ruim da cabeça (tava no estágio de perturbação de raciocínio e falta de concentração) os únicos pensamentos intrusivos que adotei foram:
1) melhorar nessa bagaça pra tirar CRB logo;
2) Jolene... Jolene... Jolene... Joleeeeeene...

Yep a introdução em lá menor da famosa música de Dolly Parton (adorando demais as músicas antigas dela) está grudada na minha cabeça como pensamento constante. Eu chego a sonhar com o riff do lá menor e não sei como vou tirar ele no violão - as extremidades minhas não estão funcionais 100%.

No mais, me afastando de tudo e todos, essa é a política da conchinha de Gary, carapaça pronta pra me manter bem segura de qualquer paulada vinda de fora e não deixar uns demonho aqui dentro escaparem. 
Cada um com seu jeito de se remendar.

15 junho 2020

como andar de bicicreta - de novo


Voltando a trilhar os caminhos escondidos/ocultos?
É que nem andar de bicicleta após anos sem saber.
Na hora do 1º tombo você reconhece o lugar onde parou.
(E dói, dói pra cacete)


06 junho 2020

interlúdio virado ao avesso

Como se não bastasse uma pandemia bizarra anunciando algo pior que o que o meu headcanon de apocalipses a se enfrentar., ainda preciso lidar com saúde mental e física de forma ostensiva agora.

Já que tá tudo virado ao avesso, inclusive o meu próprio corpo, deixo só o aviso que o hiatus vai continuar um bocado. Tou concentrando minhas forças em realizar o negócio do "por mais 1 dia" ou o tal do "1 dia após o outro".

Sinceramente estou mais pro "Menos 1 dia.", porque aí me dá uma sensação de alívio esquisita. Me faz lembrar de 2014, não foi um bom ano.

Quem quiser acompanhar a mobilização/movimentação na área biblioteconômica, reservei uma partezinha da minha mana pra lá: é o que anda me sustentando como ser humano útil.

Sim, agora tem site oficial. Tá uma porcaria, mas tou arrumando ainda. O que vale é a intenção (E mecanismos de enfrentamento para me impulsionar a continuar a ser produtiva em coisas que realmente adoro).

Ah! Espero que todes que leem esse muquifo aqui estejam bem, saudáveis e seguros. Aurora Nealand pra vocês conhecerem um pouco da trilha sonora do avesso.


23 maio 2020

dissidente, subversivo, indecente

No ensino fundamental em MG durante os anos 90 havia uma disciplina nos currículos de escolas públicas chamada "Práticas agrícolas e comerciais" que eram aulas rombudas (4 na faixa), dividas em 2 partes entre "práticas de agrícolas" e "práticas comerciais".

Ao chegar em Betim-MG em 1994 (De Itajaí-SC), me deparei com esse currículo e essa forma de ensinar aos pequenos objetos de perpetuação da Educação Pública tucaneira da época foi um marco em minha vida de estudante. A gente ia mexer com terra, pegar em enxada, fazer coisas crescerem da terra (Eu tinha esperanças com batatas e abóboras).

E mesmo aos meus 9 anos de idade, recém-transferida para outro estado, com outra cultura, outros costumes, outra visão de realidade, em uma turma que não conhecia ninguém e bem no meio do ano, alimentei um ódio profundo por essa tal disciplina. 

(Debaixo do link, mais alguns atos de subversão velados e mão na enxada)

12 abril 2020

Considerações sobre os livros d'O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares

Famoso TL;DR:

Acompanho os livros de Ransom Riggs - O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares desde 2015 (Quando anunciaram que a Eva Green estaria em uma adaptação do Tim Burton, eba!) e muitas coisas me foram apresentadas enquanto folheava os 3 livros que consegui durante os anos que passaram até o lançamento do filme (2016), como sempre, atenta na classificação dos livros como "Infanto-juvenil" ou "Young Adult" lá pros gringos e que nem sei como traduzir isso pro português.

São duas classificações diferentes por assim dizer.
"Infantojuvenil" é para a galerinha pré-adolescente e adolescentes pelo jeito que verifico em algumas livrarias e bibliotecas. "Young Adult" já estaria na prateleira ao lado de outros títulos consagrados da ficção que já passaram pela gente.

Enredo principal: Jacob descobre depois da morte do avô que tem um poder especial de ver monstros. Pais nada sensíveis mandam ele pra uma ilha no meio do nada em Gales para ele "descansar a cabeça", Jacob descobre uma Fenda Temporal que está datada em 03 de setembro de 1943, 1 dia antes de um ataque aéreo da Alemanha Nazista contra a Inglaterra.
(Estranhamente não há nada histórico datado nesse dia que chegue perto de Gales, MAS HEY! Meu aniversário foi no dia anterior, então yey!)

A Fenda Temporal é feita e protegida por uma ymbrine chamada Miss Peregrine, que mantém um orfanato de crianças peculiares, com poderes diferentões assim como Jacob. Ela protege a criançada do mundo frio cruel lá fora e também ensina cada um a dominar sua peculiaridade.

Essa é ela no filme (Uia!)
A mulher é tão foderosa que consegue manter aquele dia rodando no looping por décadas (Cerca de 60 anos) e pode se transformar em um falcão peregrino - um dos seres vivos mais rápidos do mundo. E ela se veste como se estivesse indo a um funeral vitoriano e há razões para isso. Prefiro a personalidade dela no livro, pois é aquela pessoa dominadora sem ser estranguladora. A Eva conseguiu pegar essa parte do maternal e esquisita, mas o visual ficou nos anos 40.

E essa é ela no livro.
Coisas acontecem.
Coisas ruins.
Jornada do herói, procura e resgate, um romancezinho adolescente no meio, descobertas sobre a história secreta da família Portman, coisas que eu esperaria de um livro para pessoas entre 13 a 17 anos.

Só que não.

Algumas considerações que me chamaram atenção ao ler os livros:

08 março 2020

ideias promissoras que não servem pra nada - paródia de dracula

Sou muito frescolina com adaptações de Drácula, de qualquer espécie. Até a do Coppola tenho críticas sobre algumas licenças poéticas.
(Mas o meu perfeito, perfeitoso é o Bela Lugosi, é isso gente)

Desisti de assistir qualquer coisa com tio Vlad após aquele de-sas-tre do "A história nunca contava antes" (aff).


Mas ainda tenho esperanças vãs de que o Taika Waikiki faça uma versão comédia crítica social, com um Van Helsing e Drácula no eterno jogo de caça e caçador, um pregando peças letais um no outro, até chegar ao ponto dos dois chegarem ao ponto de "WTF a gente tá se matando sempre?!" e abrirem um escritório de consultoria sobrenatural. Ou uma lojinha de muffins. Sei lá, eu só queria esse tipo de resolução esdrúxula pros dois. Tem muita tensão envolvida em todo filme, seriado, whatever...

O outro headcanon é os dois ressuscitarem como amantes, velhinhos, com Patrick Stuart Van Helsing e Sir Ian McKellen Drácula, bem divones, glitterosas enfrentando as peripécias da vida moderna...

Sir Patrick Steward como Abraham Van Helsing

Sir Ian McKellen como Vlad Tepes Drácula


Quer saber duma coisa?!
VOU ESCREVER ESTA POWHA DE FANFIC SIM!!
E vai ter referências pro Mundo das Trevas adoidado tá pensando o quê?

(que Taika Waikiki me abençoe, porque vai ser nonsense)