Em Hackers (1994) parecia ser tão fácil #SqN |
Pesquisar este blog
06 janeiro 2017
voltando a programação biblioteconomística
31 dezembro 2016
Antes do ano terminar...
Tem umas coisinhas que é bom manter um nível de respeitabilidade e tolerância, mesmo que não concorde. Desapegar de termos foi um dos desafios que mais me deram nó na cabeça nessa vida de escriba.
Então chuchuzinhos, mesmo que não concordem com os termos usados por um grupo específico ou ideologias ou até a questão do ponto de vista de realidades e vivências de outras pessoas, tudo bem, vocês têm todo direito de se expressarem sobre isso.
Mas apenas informando que isso não vai mudar as coisas assim no ato. Ler postagens sobre discussão de termos e conceitos e tudo ali envolvido e chegar a conclusão que nem as minorias são inclusivas (E esquece o papo de solidariedade aqui, Internet é um lugar essencialmente anarquico), as pessoas não são tolerantes e muito menos pode haver algum tipo de diálogo com quem não quer/sabe ouvir.
Humanos amam categorizar, fazemos isso o tempo todo, é uma forma estranha de se classificar quem, o que e porque as coisas são coisas, as pessoas são pessoas e todo status quo.
E a porra do status quo sabe como oprimir mais que criar entendimento.
Quando entendi logicamente que me enquadrava em um perfil de pessoa que chamam de não-binarie (Ou seja, alguém que não se compreende categorizada como feminino ou masculino, mas apenas sendo um pessoa) não foi idealismo universitário que me definiu assim. O termo sim, o enquadramento não.
E isso me deixa um bocado alerta com postagens da galera que entende bem o que é estar nesse enquadramento ou que entende que o status quo é que determina toda essa casca assimilada que tentamos mostrar pro mundo todos os dias. Se fala de corpo, de psicológico, de conceitos de gênero e anatomia, sexualidade, padrões hetero-homonormativos, de desconstrução, de reconstrução de corpos, de teorias genderqueer, de espectros e categorias dentro do ser transgênero (E aí fica mais e mais complicado de NÃO aplicar os conceitos já prontos do status quo heteronormativo, do dominador, da maioria, do socialmente aceito), nas vivências e socializações desde a infância até o ponto em que estamos. Me deixa alerta, porque leio muita babaquice, mas de babaquice estou bem acostumada desde que me entendo por gente, pessoa, pedaço de carne, nervos, ossos e fluidos que perambula por esse mundo estranho que gosta de categorizar/classificar coisas e pessoas.
Eu tou manjando das babaquices lidas, porque querendo ou não fiz/faço/farei parte desse discurso babaca em algum ponto da minha vida, querendo ou não. O importante nessa reflexão aqui é que tenho ciência de como a denominação de coisas, terminologias, conceitos, ideias e oras, postagens babacas mesmo com roupagem educativa pode causar em uma pessoa, uma realidade, uma experimentação de vivência.
Sei também que tudo é passível de múltiplas interpretações e entendimentos. Sei que se VIVER tal coisa é diferente de TEORIZAR tal coisa. Ser é diferente do estar. O separar disso também entra na forma que o status quo manda compulsóriamente pra gente fazer pra não dar tilt na cabeça. Creio que a maioria das pessoas tenha um carinho enorme por sua própria Sanidade, desafiar o status quo traz mais prejuízos que acertos.
E ler as postagens babacas (E digo aqui, nessa posição onde me encontro agora como pessoa não-binarie, ou seja lá qual termo decidam inventar para o que eu sou, não o que estou) me faz refletir até que ponto posso continuar lendo esses discursos que trazem a repressão e a contenção social que me sufoca todos os dias.
Como ninguém pode viver numa bolha blindada para não ouvir/ler/falar os discursos que podem ou não ferrar com a cabeça e as convicções que uma outra pessoa tem, o jeito é respeitar e tolerar. Não me custa nada, sinceramente.
Se o status quo ordena que haja contra ataque quando leio algo que me ofende no padrão da minha vivência (não-binarie, branca, classe média, universitária), a melhor forma de se rebelar contra esse sistema é quebrar o ciclo vicioso. Pra que entrar em discussão, se há uma marca textual discursiva clara de que a pessoa do outro lado não quer ouvir?
(Só me incomoda quando vem em forma de xingamento, não precisa xingar a mãe ou mandar bebericar em algum orifício presente na anatomia humana pra validar argumento)
É aí que pode-se inferir: não importa a militância que sigamos, as ideias, conceitos, termos, toda essa parafernalia que o status quo aprontou em milênios de convívio humano = todos somos excludentes, todos praticaremos algum ato de pura babaquice para mostrar ao mundo exterior que somos passíveis de validação.
Porque é na validação de quem sou é que estou, certo? Nossa sociedade vive inteirinha no modo cartesiano "Penso, logo existo" daquele zezinho da matemática.
(opinião pessoal: Descartes também era bem babaca, assim como todos nós. Ele só foi mais reconhecido por TEORIZAR sua babaquice em público e ser aceito pelo status quo como normativa)
Essa chatice de textão é pra me lembrar e também para quem precisa, de que você ou eu não somos obrigados a nos definirmos conforme a normativa. Mas se quiser, tudo bem, não é algo catastrófico concordar com os acordos tácitos de convívio aqui nesse plano material que estamos perambulando. Não há problema algum.
Inclusive vou ter respeito e tolerância com as postagens babacas, com os comentários beirando ao catastrófico quadro de fobia e também a agressividade já tão presente em discursos de diversas manifestações linguísticas por parte das pessoas. Esse próprio texto aqui já tá desdenhando de quem não tem ideia do que seja os conceitos e palavras que mencionei. Eu possa estar sendo babaca pra quem não concorda comigo. Infelizmente a linguagem é a arma mais eficaz e poderosa que o ser humano teve a capacidade de aperfeiçoar para controle social, dominação e retenção de vivências.
Acostume-se com isso, é inevitável.
Não quer dizer que eu vá parar de tentar hacker a linguagem e me apropriar daquilo que é meu, minha identidade, minha particularidade, minha vivência, minha realidade, minha alteridade (E usar muito pronome possessivo é algo que não me sinto confortável, assim como ler que travesti não pode/deve ser não-binarie por trocentos motivos que se peneirar cai justamente na caixinha de categorização, dominação, repressão, eliminação). E de quebra ajudar quem precisa de uma orientação mais de boas sem cair na babaquice.
2017 tá aí, bora ser um pouquinho mais compreensivos?
Eu já tou sendo demais ao ler postagem babaca atacando o direito de se expressar e se representar das pessoas lindas que interajo aqui nessas interwebs. Tá foda ver isso transpor pra fora do ambiente virtual quando os tempos pedem por mais tolerância e empatia.
Conversem uns com os outros, ouçam, dialoguem, tenham ciência na cabeça e no coração que o pedaço de carne, nervos e ossos perto de você tem o mesmo sistema de funcionamento que o seu (emoções, sentimentos, ideias, modos de ver a realidade, tudo isso), só não seja babaca.
Tá aí uma boa resolução de ano novo: ser menos babaca com as pessoas que não concordam com nossas opiniões. Parece algo louvável que o status quo aprovaria né?
Afinal, estamos todos amarrados na mesma coleira.
(e se você ainda não se atentou disso, sortudo você é!)
28 dezembro 2016
Interlúdio - Rememorando o memorando
Coloca aí na lista, seu dotô!
(Singularmente chamada de conchinha do Gary)
Se até o final do ano chegar aos 100% consegui me livrar de metade dos meus problemas.
(Aaaaaaand economizar o dinheiro que pago em terapia).
22 dezembro 2016
Zé Walter entalado
Atenciosamente,
a ética internética de todo dia
Minha reação exata ao fazer pesquisa exaustiva e o resultado vir de um jeito que eu não esperava ter visto |
(E na minha área tem uma chatice de dado que constitui informação que produz conhecimento)
Onde entra a ética nisso? Bem, é o saber como manejar isso de forma em que não cause nenhum prejuízo pra pessoa e também pra você também. E saber respeitar o Outro com o limite/fronteira entre o que se deve saber o que se pode descobrir.
Sabe o Grande Irmão? 1984 me ensinou tantas coisas, gente! |
E refletir sobre todo esse esforço maluco de catar informações daqui e dali para se obter um fato concreto ou se de acordo com o timbre da voz da pessoa é possível associar com o gosto musical dela.
---------------------------------------
Até porque isso me consome tempo. E tempo é dinheiro.
O meu tempo já é desperdiçado demais com coisas que não produzem dinheiro (tipo 3 a 4 horas enfurnada em ônibus, terminal, fila, trânsito), logo a deliberação final se resume a isso.
11 dezembro 2016
[conto com angie] hora do chá
Saiu graciosamente pela porta da cozinha e encaminhou-se para a sala da sinuca. Kittie brigava com a espátula, Tobby ajeitava as compras nos armários e Angie percebia que o fio prateado de Kittie e Raine lentamente se afinava para finalmente se separarem, cada um de seu lado.
projeto verão quebradeira 2017?!
27 novembro 2016
[conto] a música do diafragma
- Cê sabe que minha visão lá é lá boa...
- Quantos anos você tem, moleca? - dou de ombros, o velho do meu lado parece irritado.
- Pede pro guri ali, ele tem mais noção nessas coisas que eu, oras! - aponto para o primo do Cavillar, um adolescente chato que colou no grupo esses dias. Ele deve ter um olho melhor que eu, isso com certeza.
Fantasias de Mardi Gras não eram meu forte, vou ser sincera. Gostava muito da festa, demais até, como qualquer pessoa nascida aqui honra as calças que usa com a barra suja da lama do Mississípi, mas sinceramente a tradição das fantasias me assustavam. Culpe o catolicismo traumatizante na minha vida de viciada, qualquer coisa muito colorida e que trazia alguma simbologia cultural me fazia querer correr na direção oposta.
Vai ver que é isso que não gosto tanto de entrar nas casas de memória ou nos museus. Muita simbologia para decifrar. Ah! Ironia do destino: estar com alguém que é expert nisso. Que classifica essas coisas... culturais... sei lá o nome pra isso, sempre achei que ela tava zoando quando me disse que trabalhava em uma reserva indígena no oeste fazendo catalogação de objetos usados por índios há um milhão de anos atrás. Tá, um milhão não, centenas de anos atrás. Ela explicou umas outras coisas também que não consegui acompanhar, meu cérebro virou pudim depois desse último verão e a abstinência tava queimando o restante daquilo que eu já não tinha, então ficava assim: eu escutava, mas não entendia bulhufas. Ela na paciência infinita, me explicava de novo. A gente fazia umas comparações com as coisas aqui da cidade e aí nos entendíamos.
Melhor isso que aquele silêncio péssimo que tanto odeio.
Tava no semáforo quebrado da St. Charles essa semana (ou era hoje de manhã?), parada como sempre, esperando o verde aparecer. veio de novo, como quando eu percebi quando criança, compasso 4 por 4, valsa, rock, um pouco puxado pro country, deu para seguir o compasso com a cabeça, mas tinha que atravessar a rua, ir para o Centro Social, dar palestra sobre teoria musical, o ritmo do semáforo foi perdido. Antes isso me dava muita raiva, assim de surtar, mas agora como a medicação tinha voltado ao normal dava pra segurar a explosão de humor. Do 8 ao 800 em poucos segundos, agora demoravam horas. Seja lá o que colocaram na mudança de pilulas, nem sentindo dor no estômago eu tava mais.
Oh! Sim, palestra! O basicão pra garotada. Nada muito aprofundado, um pouco mais puxado pros sopros e as latas, eu queria achar um ali que entendesse de cordas, umzinho que respeitava o sagrado violoncelo, mas nadinha. Tudo vidrado na tradição do latão com o trio que a Big Easy perpetuou como a verdadeira música americana. Isso me cansa também, entendo só da teoria dos latões, não da espiritualidade. Pra tocar um trompete, um sax, uma tuba tem que ter a alma grudada na porra do latão, como uma parte do teu pulmão ali arfando, é essa a filosofia dos mais velhos. A única coisa que consigo sentir isso é com um cello no meio das pernas.
25 novembro 2016
[conto] erros de comunicação NSFW
19 novembro 2016
[os escorregadios] in manus dominum
Cenário: Original - os escorregadios.
Classificação: PG-13.
Tamanho: palavras.
Status: Incompleta - 1/?
Disclaimer: A escrita de EngeL começou há muito tempo atrás e como um elemento de ligação fez a união entre os cenários (a Morte de Triciclo), resolvi juntar tudo no masterpost de Feéricos [x]. EngeL agora foi rebatizado de Os Escorregadios. Quem acompanha o que escrevo sobre Feéricos vai ver algumas alusões aqui. Sim, é de propósito lol
Personagens: Morgenstern, Micaela, Catherina "estrangeira pintora", Abraham "Bram-bram", enfermeira Carlson, enfermeira Woöls, zeladora Todd
“Just one medicated peaceful moment.” : A Perfect Circle – Orestes.