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18 agosto 2017

essa é a minha vida de cdf since 1986

Apenas para dizer que eu AMO voltar a ter aulas, porque o ambiente universitário é coisa que me relaaaaaaaxa (irmã Selma feelings).

E agitar pompons para professoras que não só admiro como quero tudo de bom nessa vida é muito, muito bom. É a perspectiva de que posso ter diálogo com elas sem firulas que dá esperanças na vida bibliotequera. São esses os exemplos que a gente pode levar pro resto da carreira e criar lacinhos fofuxos de dominação mundial via bibliotecas.

No evento em que fui hoje sobre algo que me fez refletir sobre o que raios faço todos os dias desde 2013 e quero fazer o resto da vida, foi overload de pompons internos, tipo cheerleader mesmo gente, não vou negar.



Quando é pra dar apoio pra quem me inspira todo dia, pode apostar que farei de um jeito esquisito. Ou sei lá, sair no meio da palestra pra abraçar muito a pessoa que me ensinou sobre a importância de uma gestão focada no serumaninho do que em dinheiro. E que foi muito muito muito gentil comigo em tempos difíceis de superação de crises existenciais sobre o curso (já tive duas esses 4 anos, firme e forte nas estantes!).

Aí a minha mestre Jedi senta no fundão e já me enche de orgulho por ela estar ali compartilhando as ideias e que sim, vou poder sentar e conversar sobre trocentos planos para o futuro.

E a pessoinha mais sorridente e awesome que senta ao meu lado e que me dá aula desde começo do ano que não faz ideia do quanto me ajuda a fazer o que mais amo nesse mundo (Biblioteconomia) de um modo em que posso ter certeza que não tou fazendo bobagem, não tou errada por pensar fora da caixa, que querer fazer um mundo mais legalzinho não é ideia de jerico, por me dar uma força (mesmo não sabendo lalalalala) quando me vejo fora dessa universidade, atuando na profissão que escolhi pra mim.
(A única decisão própria acertada na vida, lembram?)

A cerejinha do bolo é receber um abraço de esmagar as juntas e um presentão incrível e do coração da molieeeeer virginiana mais interessante e idealista que conheci - obrigada ACB por isso - me vejo muito nela e também presto bem atenção no que ela faz pra ter uma base de como continuar nessa vida de escriba.

É muito pompom pra quem não consegue conter o fangaling quando precisa. É mazomeno assim:


Apesar de saber que não posso transparecer o quanto fico em um estado de euforia frenético quando vejo tanta gente awesome que me inspira tanto, escrevo essa postagem mesmo assim, porque sério? Desde a Letras aprendi a valorizar meus docentes decentes como eles merecem, só faço em silêncio pra não me chamarem de cdf.
(Tá, pode chamar de teacher's pet também... Nem ligo mais, há coisas na vida que a gente esquece de agradecer por essas pessoas pertencerem a um continuum espaço-tempo mesmo que o nosso e expressar gratidão da forma mais sincera possível vem sendo minha resolução desde que saí da primeira graduação.)

Obrigadão pessoas lindas, vocês sabem quem são. E prometo não causar muito distúrbio ao agitar os pompons!
(Onde será que vende um par desses hein?)

16 agosto 2017

Log de 616 8 009 836.12 no logoff do sistema

Tenho um arquivo em txt aqui no celular com os episódios de sono repentino que tenho desde 2014. O que me acompanha desde a adolescência, virou quase rotina de cuidados pra me manter longe de encrenca e de me machucar inconscientemente. Legal comparar os logs - e o trocadilho é lindo por isso, faço logs do meu logoff pro mundo - é que ocorrem em sua maioria de tarde ou começo da noite. Sempre quando a pilha está meeeeeesmo indo pro limbo cósmico. Situações de estresse ou emoções muito fortes provocam a mesma reação, e aí pra refinar melhor o log, comparo a listinha:

( ) deu cataplexia? (Caiu no sono do nada) 
( ) teve perda de tonus muscular (controle dos movimentos em membros ou do equilíbrio físico) 
( ) por acaso movimento involuntário motor pós-sono (continuar realizando uma tarefa motora mesmo dormindo, escrever, movendo a mão, balançando a cabeça) 
( ) os trem do movimento REM (isso alguém teria que acompanhar com a mexida dos olhos depois de alguns minutos de sono abrupto) 
( ) aconteceu sonolência diurna excessiva (aconteceu durante o dia, hora de vigília) 

O legal é que só não sei sobre o REM (O movimento ocular, a banda estadunidense sei bem!), porque o movimento involuntário acontece às vezes, o resto está presente em 90% das vezes em situações de extremo estresse ou emocional abalado. 

O que pode ser confundido com hipotireoidismo ou falta de vitaminas, até mesmo o diagnóstico brilhante de queridos professores desde a quarta série - preguiça e falta de uma louça pra lavar - talvez seja um problema de ordem neurológica que nem sei como começar a investigar direito sem ter rios de dinheiro. Só um exame de polissonografia custa em média uns 2 mil e os remédios que são necessários pra botar o cérebro a funfar são de tarjinha preta com propriedades bem interessantes. Sem contar a miríade de problemas sociais que acompanham o diagnóstico (trabalhar em certos locais e situações? Nopes. Não entendimento da sociedade sobre o assunto? Yep, vou ouvir muito que sou dorminhoque, preguiçose, mandrione, lalalalalalala). Atrapalha um bocado nas aulas, pode me fazer cometer erros em tarefas intelectuais como redigir textos. Maravilha.

Por enquanto, maneiras alternativas de me prevenir, mas é cansativo manter essa rotina de auto-disciplina extra-curricular. Ou pode ser o inferno astral chegando com tudo nesse menos de 15 dias pro meu aniversário. Tá uma maravilha com o começo de semana do pesadelo. Parece que vai haver reunião dos dois até setembro.

[conto com angie] tesouros

Título: tesouros (por BRMorgan)
Cenário: Projeto Feéricos.
Classificação: PG-13.
Tamanho: 3.070 palavras.
Status: Completa.
Disclaimer: Esse conto faz parte de algum rascunho perdido meu do Projeto Feéricos que vocês podem ver os pedaços sendo costurados aqui nesse post [x
Personagens: Angie, a Fúria, Quentin, Raine, Smithens, Nakitsumoto, a prodígio mais-nova.
Resumo:

Sentou no sofá, desconfortável por estar ali tão exposta. Bege e colcha de retalhos no chão, palco de brinquedos de madeira pintados a mão espalhados, um brinquedo de pelúcia branco encardido de muitos pelos (parecido com uma peruca esquisita que já vira em uma corte do Oeste) estava ali também. Fungou para disfarçar a timidez, a apreensão, a expectativa, tinha muita coisa ali para se registrar. Um breve toque em seu ombro, café quente. Forte, extra.

Olhou para a mão que segurava a caneca e viu uma pista. Lembrava de algo pintado na mão da mesma pessoa.

- Desculpa a demora, fogão está quebrado e fazer café esses dias tem sido um martírio... - disse a anfitriã com um sorriso largo e voz que reconheceria de longe desde sua infância conturbada no Posto 2.
- Obrigada assim mesmo... - já levando a xícara morna aos lábios. Realmente estava muito frio aqueles dias.
 - Abençoado seja o pó venenoso causador de gastrites... - respondeu a mais velha, tão antiga quanto qualquer um que já havia passado pelo seu caminho.
 - Pensei que vocês não tinham essas coisas. - o tom em sua voz deixou de ser sério para o curioso costumeiro. Ao deixar escapar a pergunta/afirmação, se arrependeu de ter dito. O olhar que ultrapassava carne, mente e ego foi para ela, mais um gole do café. Forte, muito. Por suas orelhas, muito!
 - É difícil dizer, vai ver que exagero na dose desde sempre e assim acho que está bom... - a mais velha deu de ombros, levantando bruscamente ao ouvir um apito do microondas. Particularmente não tinha receio dessa invenção dos Mais-Novos, microondas eram legais, sempre saía comida gostosa de dentro deles (Apesar de terem um gosto artificial e de pura máquina). Lembrou-se de bebericar o café forte (Muito!), ser educada, lembrar que seu estômago não vai girar só de estar ali. 

O brinquedo felpudo se mexeu, cutucou um bloco de madeira, voltou a ficar imóvel. 
Tudo isso em meros segundos. Olhando para a xícara de café morna em suas mãos geladas, perguntou-se "Okay, o que esse café tem a mais?!".

Passinhos atrás de si, um corpinho miúdo que se colocou em pé apoiado no braço da poltrona. A menininha nem estava com os olhos abertos direito, bocejando largamente (Um pouco da fisionomia da mãe, creio), um pedaço do curativo abaixo do queixo solto. A timidez inicial infantil ao ver que foi descoberta em seu esconderijo, ou talvez por ter sido pega bocejando (Uma fraqueza! Que fraqueza?).

Leite frio pra pequena.
 - Querida, onde você estava? - perguntou a mãe zelosa, a pequenina tomou cuidado com o copinho de leite em suas mãos quentes.
 - Passeando Momz... - A menininha bebericou o conteúdo também, trocou de olhares com a visitante, olhou para a xícara de café dela e assim que a mãe virou para pegar mais biscoitos para a mesa cheia de comida típica de um café da manhã de reis, colocou um pouco do leite de seu copinho no dela. Sorriu cansada para a visitante esquisita, sorriu como sorria anos antes.

Antes de tudo, antes de decidir como seria o futuro dali por diante. Um sorriso quebrado é devolvido, não conseguiria enganar uma criança nem aqui nem lá em Hibérnia. Não quando a criança era um espelho de si mesma em um outro nó do Destino.

15 agosto 2017

[eu não sei fazer poesia] soltas cobra-ideias

Menos mais um dia
Menos inspiração
Deuses não deram as musas o privilégio
De serem donas de seus próprios desejos
A mão inútil que não escreve
Não cria
Não-vida
Acorda nervosa, punho de ódio de noite
Sonâmbula, distraída de dia
Rabisca um verso ali e aqui, pragmatismo
Arrasta a caligrafia, determinismo
Garrancha alguma hipocrisia, mimetismo

Os deuses não deram asas as cobras por ser uma péssima ideia.
Já ideias soltas foram uma ótima solução.
Às vezes tocando em nossos rostos como veludo, para depois
Ah depois no rasgar pele-carne-osso com suas escamas porosas.
Asas felpudas não são garantia de bondade
Ideias soltas são como anjos disfarçados dos piores demônios que guardamos num dedo
De prosa ou outra
(Um dedo não)
Outra mão

A mão que não escreve
Que não produz
Que cheia de dedos cerra um punho
Serrar meu punho seria um alívio em horas como essa
De ideias soltas
De anjos felpudos
De demônios guardados

Cobras essas que cobram por mais vítimas
Em suportes de papel, barro ou telas lúcidas em plasma
Entupidas de veneno, a respingar, no alto de nossas cabeças,
Esperando as próximas vítimas
Infligindos pequenas mordidas
Lacerações de intensa agonia
Menos mais um dia
Um pulo, um bote, uma constrição

Deuses não deram aos homens a graça
Desprovidos de entender as musas
Roubaram o fogo e trouxeram a desgraça
A caixa com os males do mundo não é aberta por ninguém
Não há caixas, não há faixas, apenas cobras
De asas felpudas, ideias soltas de demônios guardados

A mordida parece leve no começo
Como anestesia aplicada direto na dor
Não se cria nada sem destruir o Outro
Não se consegue prosseguir no caminho sem tropeços
Tropeçamos
Tropegamos
Trepassamos

Os deuses não deram asas as cobras por ser uma péssima ideia.
Já ideias soltas, ah essas cobras-ideias, foram uma ótima solução.

14 agosto 2017

[Projeto Reverso] a última mensagem

Título: A última mensagem - parte 1/12. (por BRMorgado)
Cenário: Original - Projeto Reverso.
Classificação: 18 anos (violência, linguagem imprópria).
Tamanho: 841 palavras.
Status: Incompleta.
Resumo: A viajante acidental no tempo pensou que havia parado no presente, mas uma surpresa a aguarda na porta da geladeira.
N/A: Projeto novo na área, Reverso será uma compilação de 12 contos pequenos sobre uma mesma situação, ambientada em um mundo atemporal ao nosso com um grupo de pessoas tentando escapar de alguma catástrofe eminente, o básico de sempre, sabe? E viva os universos paralelos que os sonhos nos proporcionam! Sim, a ordem dos contos está toda embaralhada \o/

A ÚLTIMA MENSAGEM [1]MÁ REPUTAÇÃO [2] - SEM TÍTULO [3] - A GELADEIRA [4]
SEM TÍTULO [5] - SEM TÍTULO [6] - COMO ANDAR DE BICICLETA [7]
A CONTRABANDISTA [8] - SEM TÍTULO [9] - SEM TÍTULO [10]
SEM TÍTULO [11] - SEM TÍTULO [12]

Trilha sonora:



"Querida criaturinha que criei como se fosse da minha espécie, 

Quando você ler esse email será tarde demais. O armistício era uma grande mentira, o que nos prometeram jamais irá acontecer, não há lugar seguro para ninguém, nem mesmo para sua espécie tão cuidadosamente criada para sobreviver a qualquer situação de risco. 

Os cornudos estão mais do que certo em encher as nossas boas de drogas sintéticas, abrir nossos corpos, pesquisarem o quanto quiserem até desvendar todos nossos segredos. Acho que ainda não entenderam que somos os seres mais medíocres na cadeia alimentar, vermes e parasitas ganham da gente no requisito "servir para algo que preste". 

É por isso que estou aqui, nos meus últimos momentos lúcidos, antes da doença dos cornudos atingir meu cérebro de vez. Quero ter certeza que minha cria ficará longe de toda essa insanidade que se tornou as províncias. 

Entenda, cria, quando você nasceu, tão frágil dentro daquela jaula fedorenta, eu tive que perder um braço pra te tirar da selvageria dos seus. Sei o quanto te faltou alguém do teu tipo, do teu sangue para fazer companhia, tudo o que você teve a infância toda foi esse velho carrancudo aqui, com cheiro de repolho e roupa enxovalhada. Queria poder ter te dado mais, feito você conhecer mais dos seus, não feito você se misturar com os genuínos por medo deles te repudiarem. Alguém sempre irá, não duvide disso. 

Tudo que é meu deixo para ti, meus planos, minha parafernalia, meu trailer. Jogue os experimentos que fizemos fora, não quero que caiam em mãos má intencionadas. Esvazie as gaiolas de cobaias, incinerei parte dos meus papéis e livros. Há apenas esse cel-smart contendo essa mensagem e um espaço suficiente para você preencher com o que quiser. Há uma pasta que fiz para você, são nossas fotos, aquelas que tiramos nas feiras itinerantes nas fronteiras, recordações bobas você irá resmungar, mas uma coisa é certa: aquela foto no stand dos Patriotas foi e sempre a minha favorita. 

Você é especial, melhor que eles, a criaturinha mais perfeita que tive a audácia de manejar e criar conforme a lei da fraternidade. E não se preocupe, eles jamais saberão de você se assim quiser, és o meu trabalho magnífico de anos, te ensinei tudo que precisava para não confiar nesses putos. 

Já estou velho demais para ser piegas e pedir desculpas pelo que estou fazendo, mas não quero deixar a incumbência de sacrificar o bode infectado para mais uma memória ruim para sua cabeça. E sua mente é o seu maior trunfo nesse mundinho de merda que os antigos construíram. Você é mais do que eles, nunca duvide disso.

Lembre-se que para cada desejo do coração, nasce um ideal a se fermentar aos poucos, a cada ideal crescido, há a responsabilidade de ecoar sua vontade, e que sua vontade seja feita sem atrapalhar o Fluxo, os Nós e a Teia. Outros como você saberão de seu nome, seu poder, sua luta, és cria de minhas entranhas ciberespaciais, em teu corpo perfeito corre o óleo que bombeava meu coração, os seus olhos veem a luz e a escuridão, não há nada que o Sol e a Lua esconda de tua presença, os verdadeiros milagres acontecem quando o Equilíbrio é atingido. 

Não confie essa vida a ninguém, a não ser quem viu a face do Ceifador nas areias infinitas. Você nasceu no cativeiro, mas não teve dono algum. Você é livre como uma folha ao vento. Que a sua vontade seja feita e transforme esse mundo. 

Mantenha o senso de direção sempre aguçado, que prevaleça o orgulho de seus ancestrais, fique bem longe daqueles com a marca da rosa negra no ombro, quando for sua hora (e certamente ela chegará um dia) estarei aqui, no calço junto ao Barqueiro a te esperar de braços abertos para um novo início. 

Sinceramente, 

Adrian. 

Ps: lembra quando eu disse que a minha maior invenção estava escondida em um lugar onde eu nem conseguia mais saber? Pois então: a curiosidade matou o gato. Não seja esse maldito gato.

===

O trailer estava deplorável com os restos de fluidos cerebrais, sangue e tufos de cabelo grisalhos. A parafernalia já havia sido saqueada horas atrás, os experimentos quebrados e espalhados junto com os dejetos do cadáver de seu dono. Antigo dono, quase pai, chato pra caralho, mas fazer o quê? 

Ali estava sua herança: uma bagunça dos infernos para limpar e tocar a vida pra frente. Não era assim? 

Passou pela porta do trailer e fazendo o reconhecimento do que poderia levar ou não, pegou tudo que era seu, enrolou firmemente na rede que usava de cama quando estava muito frio lá fora, deu pulos no assoalho de madeira e metal para não macular o túmulo do velho que a criara desde sempre, antes de sair daquele veículo maldito viu de relance uma alavanca que nunca estivera ali, perto da pia da cozinha. 

Sem pensar duas vezes, puxou a alavanca com toda força até ela ficar rente a parede. 
Viajar no tempo era como andar de bicicleta.

12 agosto 2017

Sonhos estranhos com detalhes: tenho uma alma faltando

O mito mais awesoooooome na minha opinião é o de Psique e Eros. Não, não é pela história "romântica" (o level de fofurice se dá entre inveja divina, tortura psicológica familiar, ameaça matrimonial e o que mais? Oh sim! O moleque estrábico enganou ela o tempo todo?!), mas por toda a noção simbólica ali desenvolvida. Algo estupendo que os gregos faziam ao interpretar seus mitos como possíveis racionalizações de seus atos - e tudo que poderia ser construído a partir de uma narrativa literária simples de uma mocinha que atraiu a atenção da deusa que não irei nomear aqui por sua beleza, mandou o filho moleque estrábico e sem noção pra dar uma lição nela e acabou se ferrando, porque o babaquinha se feriu na própria flecha que ia atingir a mocinha. 

Psiquê revivida por beijo de Cupido por Canova (ano de 1.793)
Escultura em mármore, Museu do Louvre, França.

É fucking complicado! 
Deuses gregos são mais estúpidos que nós no requisito de causar fu**** federal. Sério. 
Galera do panteão celta, viking e sumerio se reuniriam pra dar #EpicFacepalm com os absurdos. 

Para os gregos Psiquê, em sua etimologia quer dizer "Sopro de vida", o equivalente de alma, na qual toda a criação racional do ser humano surge e afeta o exterior. Eles não tinham ainda o conceito de espírito como temos (obrigadão seus pulhas, por separarem entre espírito e alma e confundir a cabeça do povo!), mas concordavam que a alma é imortal. É ela que fica quando o corpo morre e é ela que se encaminha pro Hades pra além vida. 

Mas voltando a personagem e ao mito, Psiquê se tornou minha chuchuzinha, pois é de longe uma das poucas pessoas a causarem tanto estrago no Olimpo sem fazer absolutamente nada. Tipo Helena de Troia, que poucas vezes é citada na Ilíada, pessoas, então não achem que a briga de 10 anos foi pra reaver a filha de Zeus (era pra concretizar 2 destinos inevitáveis: vai ler Oresteia que tem lá, mmmmkay?).

Debaixo do link, o tal sonho estranho e com detalhe...

O bleep da semana













...

10 agosto 2017

Miopia latente


Miopia latente 

Ter miopia é um vaca de dois legumes. 


Você pode aceitar essa deturpação ocular como status quo na sua vida - e sofrer as consequências de esbarrar em coisas, trocar letras, ter visão turva, dobrada, não ver cores direito, aturar dores de cabeça constante, MAS você não necessariamente precisa enxergar o mundo como ele supostamente é. Bônus pra vivência. 

Ou você pode optar em fazer um óculos, com lentes que "corrijam" esse pequeno detalhe imperfeito da maquinaria que se constitui o corpo humano e sofrer miseravelmente de que por anos preciosos foram tirados de você. 

A questão é: eu vou continuar a ser míope, as lentes vão ajeitar meus olhos, mas a consciência é madura o suficiente para compreender que nem tudo que a lente focaliza é exatamente o que a realidade é. 

Lembram dos esqueminha do Platão e a caverna? E as sombras e as pessoas que viam os vultos e quando encontravam a "Razão" iam pra luz lá do lado de fora? Spoiler alert modafóca, o mito de Prometeu começa na mesma premissa só que o cara roubou o fogo dos deuses, fez a galera toda sair da caverna na marra AND passou a eternidade preso em um penhasco com uma águia comendo o fígado dele... 
(Hmmmmmm patê titânico nomnomz) 

Às vezes ganhar a iluminação, a tocha, as lentes, não é a melhor coisa dessa vida. Talvez minha rabugice diminua, meu cansaço mental, a sonolência, a irritabilidade com luz e superfícies claras se vão e não voltem, mas a miopia, meus quiridus, ela continua. 

É o defeito da fábrica.

09 agosto 2017

A apatia nossa de cada dia


Lembro desse momento em que chorar, gritar, demonstrar sofrimento ou angústia não costumava surtir efeito pra alguma resposta lógica para o turbilhão de coisas bizarras acontecendo dentro da cabeça: a apatia pareceu ser uma companheira bacana de se manter por perto. 

Até porque se você não demonstra nada, logo não há como usarem suas emoções contra você, certo? O famoso gaslighting que sofremos quando a sociedade nos lê como corpos femininos frágeis e passíveis de estragos irreparáveis. As pessoas mais fortes que já conheci nessa vida eram mulheres (identificadas com o gênero feminino) e todas não demonstravam suas fraquezas como forma de barganha (como muitos acham que pessoas com algum tipo de problema psicológico faz). Ao contrário, escondiam porque sabiam que seriam julgadas automaticamente pelo tribunal de causas realmente mínimas

O de ficar em silêncio por muito tempo contribuiu para a afeição com a apatia, era nesse espaço em que conseguia colocar as ideias em ordem na cabeça. Só não esperava que a depressão pudesse transformar ela em catatonia. Por mais calmo e quietinho que esteja aqui, a minha vida interior (que definitivamente pode ser colocada como uma outra existência além da exterior, ou todo mundo é 100% honesto com o que realmente é dentro e fora?) é bem alta e ensurdecedora às vezes. Lembram de Roller Coaster Tycoon? Aquele game de construir parques de diversões com trocentas coisas ao mesmo tempo acontecendo e sons advertindo o que precisava ser feito/consertado? 

É mais ou menos assim em dias normais...


É por isso que não paro de pensar em coisas pra fazer. 
É por isso que quando paro de fazer isso, o barulho aqui fica sufocado como se colocassem um pote de vidro de conserva em cima da minha cabeça (o pote precisa ser grande, tá?). Nada entra, nada sai. Muita coisa vem filtrada ao extremo, pouca coisa vou reter até normalizar. 
Esses são os dias ruins. 

E esses estão ficando comuns de uns tempos pra cá, com tanta bagunça a ser colocada no lugar, prioridades mudando e saúde se tornando algo no topo da lista de "coisas que realmente me importam nessa vida". Ter tato com as pessoas ou dar a mínima para vida alheia não estão mais nessa lista e definitivamente ter disposição de compreender o que raios tá acontecendo foi uma que risquei no começo do ano. E a tia apatia (rimou) ajuda nisso mais que pensava. 

Mais um gift do Moz pra demonstrar o blasé anos 80 nos esquema?! Bora!


08 agosto 2017

Não parece, mas alguém aparece

Aquelas reminiscências de época de licenciatura sempre aparece.
Em uma conversa awesoooooome com a pessoa querida da Fran, resgatei algumas lembranças da época da graduação de Letras, os apertos que todo metido a docente vai passar algum dia e lembrei desse guri que foi uma experiência de alfabetização que deu errado - conforme o que a escola queria e a universidade dos Stormtroopers esperava em seus relatórios e estatísticas. 

O que eu devia fazer na época era ajudar alunos como ele - não regularmente alfabetizados em séries mais altas - a conseguirem no mínimo escrever o nome direito e saber o alfabeto. O carinha tinha 12 anos, tava parado na 2ª série (equivalente ao 3º ano agora, crianças entre a faixa de 8 a 9 anos), depois da bagunça estadual da reforma do ensino feita por certo governador almofadinha, agora senador com péssima reputação por conta de lava-jatos.

Crianças como ele ficavam retidas por um bom tempo até desistirem, haver um milagre docente, ou eram aprovados sem saber fazer uma conta direito pra desencargo de consciência do Estado. 

Era um bairro da periferia do vilarejo brejeiro, eu ia pra lá a pé na ida porque precisava chegar animada, motivada, ativada pra dar aula de reforço pra aquela gurizada ligada no 220v. Foram 8 meses nessa, eu, uma estagiária da biologia super zen, uma da matemática que passava um dobrado por não saber o que fazer e outro da psicologia pra fazer pesquisa de campo. Em geral a gente dava apoio aos professores das séries iniciais, dentro da sala de aula, eu preferia ficar com a galerinha que estava fora de sala de aula (aulas de educação física, horário alternativo pelo ensino integral) aprendendo com eles. E eles me ensinaram muito.