Esse é baseado em um cenário meu e do Oto Guerra sobre alguns apanhados de Drácula de Bram Stoker e História Mundial (E vampiros envolvidos nisso). Com mais calma explico o contexto todo do Colégio Carmim (Ou Rosenrot, yeaaaah Rammstein!). Anyway: eles são caçadores dotados de "superpoderes" (Hunters), a maioria treinado em Rosenrot se especializa em alguma coisinha pra sair debulhando os sanguessugas e é até divertido - se a própria fundação do colégio não fosse amaldiçoada.
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O eterno jogo de gato e rato. Como uma brincadeira infantil encenada nas noites tempestuosas de Bucareste, a emoção da perseguição, o momento entre uma estocada e outra, aquele golpe bem dado, às vezes o sangue espirrando veloz nas paredes dos casarões tombados, a corrida de sempre nas ruas escorregadias de pedras tão sólidas e tão velhas quanto a própria cidade. A rotina do jogo se tornara vício e o vício trazia mais consequências do que imaginava.
O alvo era sempre o mesmo, a caça (que se fingia muito bem de caça, mas estava longe de ser), espreitava nas sombras, esperando o momento decisivo entre o atacar ferozmente e o provocar sofregamente, seu prazer em tudo aquilo era tirar proveito da "caçadora", pois nenhum outro hunter que conhecera tinha tal obstinação quanto aquela jovenzinha de descendência turca, pele escura pelo sol com um aroma persistente de areia do deserto e olhos tão ferozes. Não necessitava de palavras, insultos ou gestos maiores, era apenas se apresentar onde ela estava, caninos salientes, mandíbula pronta para uma mordida destruidora. A caçadora sempre "mordia" a isca, largando tudo que estava fazendo no momento - até cancelar o assassínio de outro vampiro - e correr atrás dela sem pausas.
Estava acostumada a ter atenção exclusiva de seus súditos e de seu gado, mas nunca recebera devoção tão fervorosa em forma de ódio por alguém. Aquela jovenzinha estrangeira ali a surpreendia pela selvageria, pela ausência de medos e pela urgência de alcançá-la e debater-se em uma frenética luta corporal que durava alguns minutos, até a "caça" cansar de brincar com o rato (Ou quando alguém se machucava de forma preocupante).
Não entendia o porquê do clichê estúpido de querer aparecer bem no final da noite, perto do amanhecer, apenas para atiçar o instinto de sobrevivência e vingança da pobre caçadora tão bem instruída em seus ofícios , os dois lados se apaziguavam, seguiam seus rumos e voltavam a se enfrentar na noite seguinte. Era patético.